Sequelas
Estou sentado numa praça, tem crianças brincando, adolescentes como eu fazendo piquenique. O dia está ensolarado, mas não abafado. Gosto de tempos assim.
Sinto uma mão em meus amigos ombros e instintivamente olho para o dono da mão.
E de novo dou de cara com aqueles olhos completamente negros. Sinto o meu coração acelera na medida que ele começa a aproximar o seu rosto do meu.
Parece que o mundo parou de funcionar. Não sei explicar essa sensação. Apenas sei que ela é maravilhosa.
Sonho Off
Acordo em um sobressalto. Todo ensopado de suor.
"Meu Deus, o que foi isso?" Penso enquanto me levanto devagar, tentando raciocinar o meu sonho.
Coloco a minha mão no meu peito, bem encima do meu coração. O mesmo está acelerado.
Fico parado olhando para frente, tentando inutilmente raciocinar.
Longos minutos se passam e eu decido levantar, afinal, pela primeira vez na vida eu dormi até tarde. Então, devo me levantar e ir viver.
Ando em passos lentos até o banheiro. Eu não consigo parar de pensar nesse sonho. Minha mãe disse uma vez que os sonhos são avisos de Deus sobre algo.
Porém, o que Deus iria querer me avisar com isso? Eu acho que só fiquei impressionado por ele ter ficado com roupas pretas no calor, apenas..... apenas isso.
Faço as minhas higienes matinais e desço para a cozinha. Chegando lá, meus pais já tinham terminado o café à um bom tempo.
Vou até a geladeira e pego um pedaço de bolo de laranja que a provavelmente a minha mãe fez.
Subo para o meu quarto, enquanto como o pedaço de bolo. Chegando lá, pego o meu celular e fico nele, até a hora de ir para a escola.
Quebra de tempo
Estou na escola, sentado no mesmo local de ontem. Fui um dos primeiros a chegar. Então, fico ali, pensando em um certo par de olhos negros, até que sou interrompido pela Yumi.
— Tá pensando em quem? — Ela me pergunta com um sorriso no rosto.
— Por que eu estaria pensando em alguém? — respondo com outra pergunta.
— Por que está olhando para o nada então? — ela me rebate com outra pergunta e eu fico sem saber o que responder, olhando para a cara dela. — Então, vai me dizer quem é a garota..... Ou garoto?
Nessa hora, meus olhos se arregalam, por que ela citou um garoto?
— Eu só estou pensando no culto, que eu vou logo mais. — respondo isso, porque foi a única coisa que veio na minha cabeça.
— Pera, você é da igreja? — ela me pergunta com um tom de surpresa.
— Óbvio que sou. Inclusive o meu pai é o pastor presidente da igreja.
— Ah, sim. Entendi. Você tem mesmo a cara de um garoto recatado. — ela fala se sentando ao meu lado.
Olho para o relógio e falta ainda 15 minutos para a aula começar. Então, ficamos batendo papo.
Até que os meus olhos vão automaticamente para a porta e vejo o dono dos olhos que me atormenta, vindo na minha direção e da Yumi.
Meu coração acelera e por instinto, peço licença a Yumi e me saio praticamente correndo da sala de aula.
Só para de correr, quando chego no banheiro.
Chegando lá, olho para o meu reflexo. Meu rosto está vermelho e estou ofegante.
"O que está acontecendo? Por que eu saí correndo? O quê está havendo comigo?"
Me pergunto, enquanto olho o meu reflexo naquele espelho. Um milhão de pensamentos ecoam na minha mente.
Eu não sei o que está acontecendo comigo. Por que eu fico dessa maneira quando esse garoto está perto?
Talvez seja apenas..... Ahhhh não sei. Pode ser qualquer coisa. Preciso dar um jeito e enfrentar isso.
Jogo água no meu rosto e volto para a sala, totalmente decidido a enfrentar o quê quer que seja que me deixa desse jeito.
Vou caminhando com passos decididos e convictos. Indo em direção à minha sala de aula.
Chegando na porta, olho para onde eu e Yumi nos sentamos. Ele ainda está lá conversando com a Yumi.
Ignoro as batidas do meu coração e vou em direção aos dois. Conforme eu me aproximo, eles notam a minha aproximação e me olham.
Meu corpo gela, quando o meu olhar encontra o dele. Sinto como se aqueles olhos pudessem penetrar a minha alma.
"Não surta, não corra, apenas siga em frente" penso enquanto desvio o olhar e volto para o meu lugar.
— O que houve com você, Cristiano? — Yumi me pergunta preocupada.
— Nada não. Eu só tive que dar uma saída rápida. — respondo olhando para as minhas mãos. Porque por algum motivo, não conseguia encarar ninguém alí.
— Foi encontrar a namorada? — levo um choque de surpresa a ouvir a voz dele.
"ELE ESTÁ PUXANDO ASSUNTO COMIGO!!!" minha mente grita. Não sei o quê responder para ele. Então, apenas o encaro com um olhar sem expressão.
— Tô brincando, cara. Não precisa me olhar desse jeito. — Ele disse se levantando — Te vejo por aí, Yumi.
— Até mais, Nithy. — Ela responde. Ele logo vai saindo e algo dentro de mim pede para mim ir até ele, pedir desculpas e para que o mesmo fique aqui. Sou cortado dos meus pensamentos pela voz da Yumi. — Porquê você fez essa cara para ele? Ele só fez uma simples perguntinha boba. — ela me diz com um olhar de desaprovação.
— ham..... E-eu n-não. — começo a gaguejar, sem saber o quê dizer e muito menos explicar, tudo o que estou sentindo. Até que finalmente me dou por vencido — Ah, desculpa. Não sei o que deu em mim.
— Tudo bem, mas não é para mim que você deve pedir desculpas e sim ao Nithy.
— Tudo bem, no recreio eu peço desculpas a ele. — falo bastante envergonhado.
Encerramos o assunto por alí e logo chega a professora. Ela se apresenta como Adriana e leciona história. Gostei bastante dela e do seu método para a aula que seguiu.
A aula foi totalmente interativa e aproveitável. Ela fazia os alunos se questionarem sobre determinados assuntos. No geral, ela foi bem recebida pelos alunos.
Após o fim da aula de história o sinal das 14:40 toca, anunciando o recreio.
Yumi se levanta e começa a ir em direção a porta. Eu fiquei no meu lugar paralisado, pois eu não estava preparado para ir falar com o Pietro.
Yumi logo nota que eu não estou a seguindo e vem me chamar.
— Ei, Cristiano. Não vai comer?
— Ham.... Tô indo. — falo me dando por vencido e me levantando.
Seguimos juntos em direção ao refeitório. Yumi me falava coisas sobre um desenho japonês qualquer e eu orava a Deus para mim não encontrar com o Pietro.
Mas, acho que Deus não me ouviu pois o Pietro estava nos esperando para almoçar.
— Ei — gritou ele para nós — tô guardando o lugar de vocês aqui.
— Vamos, Cris. — disse Yumi me puxando em direção a fila, mas especificamente, me puxando em direção ao Pietro.
Narração Yumi
Puxo o Cris para a fila, pois do jeito que o mesmo é lerdo, ele ia ficar lá parado com cara de tacho.
Chegando onde o Nithy está, eu o pergunto se como foi a aula dele. O mesmo disse que teve aula com um professor capeta chamado Wildson. Ele disse que o mesmo da aula de química.
Eu torço mentalmente para não ter aula com esse professor. Olho para o Cris e percebo que o mesmo está muito tenso.
Eu não entendo o porquê disso. Ele sempre está de boa na sala de aula. Ele só fica tenso quando..... Não..... Espera "nem fodendo" penso olhando com os olhos arregalados para ele.
— O que foi, Yumi? — o Cristiano me pergunta totalmente confuso. Alternado o seu olhar para mim e para o Nithy.
— Ham, nada não. — eu respondo tentando disfarçar.
"Peguei essa poc no pulo" penso, enquanto me viro para pegar o meu prato de comida.
Com os nossos pratos em mãos, caminhamos em direção a minha sala de aula. O refeitório estava bastante cheio e na nossa escola é permitido comer dentro das salas.
Chegando lá, a mesma estava completamente vazia. Penso por um tempo, até que eu tenho uma idéia brilhante.
Coloco o meu prato na minha mesa e o Cris na dele. O Pietro senta na mesa do professor na nossa frente e senta na cadeira do mesmo.
Assim que o Cris senta, coloco o meu plano em prática.
— Preciso ir no banheiro. Já volto — falo me levantando — E Pietro, o Cris que te falar um negócio. — Saio andando com pressa, deixando os dois sozinhos.
Fecho a porta e fico do lado de fora. "Essa foi a minha maior vigarice" penso, lembrando do meme do Facebook.
Algumas pessoas da minha turma vem em direção a sala e eu não deixo elas entrarem.
— Tem gente ficando aí dentro? — Uma garota, acho que o nome dela é Eduarda, pergunta com a sombrancelha arqueada.
— Tem sim, dois garotos, vai querer segurar a vela deles? — pergunto arqueando a sombrancelha também.
— Não, valeu. — fala a Eduarda e as amigas dela voltando por onde vieram.
Sinto-me muito orgulhosa da minha atitude. Olho para o meu relógio e consto que eles tem 10 minutos para se resolverem, ou se pegarem.
Narração Cristiano
"EU NÃO ACREDITO QUE A YUMI ME LARGOU AQUI!!!" penso, enquanto olho para o meu prato e não conseguindo encarar o garoto na minha frente.
— Hum... Então... O quê você quer falar comigo? — levanto o meu olhar na direção daquela voz e vejo Pietro me encarando com o seu olhar que penetra até a minha alma.
— B-bom e-eu... — paro, respiro e volto a falar. — Eu queria lhe pedir desculpas por mais cedo. Eu não queria ter sido rude com você.
— Ah, tudo bem, cara. Normal você ter reagido daquela forma, pois não somos amigos e nem nada. — ele fala descontraído.
Essa última frase dele por algum motivo me acerta como se fosse um soco no meu estômago.
Tudo que eu consigo fazer é sorrir e acenar com a cabeça. Volto a atenção para o meu prato e fico numa luta interna.
" Puxo assunto com ele ou não " fico pensando e me corroendo. "Problema vou puxar assunto".
— Então, cara. — o chamo e de novo recebo esse olhar. Desvio os olhos e acabo mirando para o cordão que ele tinha no pescoço. Era uma estrela de cinco pontos, pentagrama o nome, se não me engano. — cordão maneiro, falo tentando puxar assunto.
— Ah, isso aqui? — ele pergunta segurando o cordão. — é um cordão que pode ser considerado bobo para alguns, mas significa muito para mim.
— O quê significa? Se não for muito invasivo lhe perguntar.
— Ele não me deixa esquecer o que eu sou. — ele me responde abrindo um pequeno sorriso nos lábios.
— E o que você seria? — pergunto e involuntariamente inclino o meu corpo na direção dele.
— Eu sou um Ocul... — nessa hora ele é interrompido pois a porta é a aberta abruptamente pela Yumi.
— Desculpem a demora, pessoal. Vamos comer. — ela entra falando isso e um homem mais velho entra atrás dela, esse é o coordenador do colégio, o Jânio.
— Os rapazes estão fazendo o quê aí? — ele pergunta alternando o olhar para mim e para o Pietro.
— Estávamos apenas conversando. — Pietro responde ao coordenador.
— Sei. — ele responde de um jeito desconfiado e sai da sala, deixando apenas nós três ali.
Logo, pessoas começam a chegar e o sinal toca, anunciando que o intervalo, havia chegado ao fim.
Pietro se despede da Yumi e dá um toque na minha mão como comprimento. Sinto um pequeno choque na mão, mas ignoro, deve ser coisa da minha cabeça.
— Então? — Yumi me pergunta.
— Então o quê? — pergunto a ela confuso.
— Hum, nada não. — ela bufa e olha para a porta. Provavelmente esperando o novo professor.
Após alguns minutos, entra o professor, ele se apresenta e diz que dará aula de física para a turma.
E a aula segue comigo pensando: "O que raios Aconteceu hoje?"
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N/a: Voltei ksksksks ;-;
Desculpem a demora. Espero que tenham gostado do capítulo. Então, até ❤️
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