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Entre o errado e o certo ( parte 2 )

Uma semana e meia se passou desde aquele fatídico e inusitado acontecimento. Eu vi Pietro no dia seguinte, após aquilo.

Ele olhou dentro da minha cara e depois saiu andando como se eu fosse um qualquer um. Confesso que aquilo doeu como se eu tivesse levado um tiro no peito.

Depois daquele dia, eu não fui para a escola. Eu não conseguia ir para a escola. Eu passei a semana chorando, me lamentando e coisas do tipo.

Meus pais não desconfiam de nada, eles acreditam que eu contraí uma virose que em breve vai ser curada. Minha mãe vem e me dá remédio, mas eu cuspo assim que ela sai do meu quarto.

É... estou com toda certeza passando por uma situação complicada, mas creio que Deus irá me ajudar a passar por isso.

Hoje a noite eu irei para o culto com os meus pais, isso será muito bom, pois assim irei me aproximar mais de Deus e vou deixar esse enorme pecado para trás.

Estou esse tempo todo ignorando as mensagens da Yumi, que não foram poucas, não tive coragem nem de visualizar elas.

Amanhã será segunda e provavelmente eu terei que ir para a escola. Eu realmente não quero ir e ter a chance de encontrar o Pietro. Eu definitivamente não suportaria, irei conversar com os meus pais e pedir para mim estudar na mesma escola que a Jenny, isso é o melhor a se fazer.

Coloco o meu fone de ouvido e começa a tocar uma música que me define naquele momento. O nome é: Se eu pudesse da Carolina Deslandes. Acredito que ela é uma cantora portuguesa, eu não sou muito bom de identificar sotaques alheios. A música começa a tocar e deixo ela me levar...

"Tantos pensamentos na cabeça, vou o coração deixar ouvir? Fiz o caminho. Nada eu perdi, mas falta algo é o que eu estou a sentir."

Essa canção tecnicamente é um chute no meu estômago de tão tocante que é para mim. Eu não sei se escuto o meu coração que clama pelo o Pietro, ou se escuto a minha cabeça que insiste em falar que eu vou para o inferno, se eu continuar com aqueles sentimentos considerados pecaminosos. Continuo ouvindo a música...

"Eu já não sei o que é bom ou mal. Qual é o caminho..? Se eu pudesse ouvir o quê o coração me diz. Não sei o quê sinto, estarei a sonhar? Se eu pudesse ler os sinais que há em mim, para encontrar quem devo ser enfim oh, oh seu eu pudesse... Se eu pudesse.."

Minhas lágrimas descem, porém eu já me acostumei com elas. Decido ficar ali, deitado naquela posição fetal, esperando que as minhas lágrimas sequem.

Todos os tipos de pensamentos passam na minha cabeça, pensamentos sobre o Pietro e isso apenas me deixa mais zangado comigo mesmo, pois eu não queria pensar nele, porém todas as minhas tentativas de pensar em outras coisas são inúteis.

"Ah, se eu pudesse.." penso para mim mesmo, antes de cair no sono de tanto chorar...

~~~~~~~~~~~~~~~~

— Cristiano, já está pronto? Iremos sair em 10 minutos. — minha mãe me pergunta entrando em meu quarto. Eu estava terminando de colocar o meu tênis.

— Estou pronto sim. — respondo sem olhar na cara dela.

— Muito bem, meu filho. Já vamos para a igreja. — ela fala saindo do quarto.

Termino de amarrar os cadarços do tênis e me levanto, vou até o espelho e olho o meu reflexo.

Minha pele morena não conseguiu esconder as grandes olheiras que eu ganhei durante a semana. Passo a mão em meus cabelos negros e cacheados, vejo que ele não está de todo o ruim. A roupa foi a primeira que achei, meus olhos continuam vermelhos.

"Não estou tão ruim assim..." Penso dando logo uma risada para disfarçar, mas a verdade, é que eu tenho pena de mim mesmo...

Saio do meu quarto, desço as escadas e vou encontrar com os meus pais que já estão prontos para sair, vamos para o carro e em seguida, vamos para a igreja.

Eu vou o caminho todo, olhando pela janela, pensando o quanto que eu não queria estar naquela situação totalmente fatídica.

Consigo ver pela janelas, os jovens de minha idade conversando, bebendo e sorrindo como se não tivesse o amanhã, eu invejo eles, pois eles provavelmente não carregam uma culpa enorme nas costas...

Entretanto, cada um com a sua própria realidade, cada um com os seus próprios fardos e problemas, pelo menos foi assim que eu aprendi...

Quando menos espero, chegamos na igreja, o porteiro logo vem nos cumprimentar. Todas as pessoas daqui respeitam admiram o meu pai, afinal, ele é o pastor presidente dessa igreja e de algumas outras.

Eu falo com o porteiro e vou entrando na igreja, mas acabo esbarrando sem querer no filho de um dos missionários da igreja e acabo deixando os papéis que ele carregava cair no chão.

- Me desculpe, Jackson. - falo sem jeito e me agachando para pegar os papéis que estavam no chão.

- sem problemas. - ele responde se abaixando para pegar os papéis também. - depois de recolher todos os papéis eu o entrego e ele agradece com um sorriso. Jackson é um garoto de pele cor de amêndoas, que nem a minha. Olhos castanhos claros e cabelos castanhos. Ele aperta a minha mão e segue para terminar de fazer as suas obrigações, que eu não faço ideia de qual é.

Vou em direção à um banco e me ajoelho, fazia tempo que eu não orava, então, eu começo para recuperar o tempo.

" Senhor Deus e eterno pai, entrando em sua presença quero perder perdão pelas minhas falhas, atos e pensamentos. Eu nem sei ao certo o quê lhe falar, sinto que estou tão confuso. Eu fui ensinado desde sempre que relacionamentos que não seja de um homem e uma mulher é errado. Eu fico me perguntando: se é tão errado por que o senhor permite que isso aconteça comigo? Eu não escolhi sentir isso, eu não consigo controlar o meu coração quando eu o vejo. Eu só quero estar perto dele. Senhor, por favor, me ajude, eu não quero continuar errando..." Sinto as minhas lágrimas correndo sobre o meu rosto, termino a minha oração e me levanto, pois o culto havia começado.

O culto segue da maneira de sempre. Hinos da harpa, depois a primeira leitura da Bíblia, irmãos e grupo cantando seus hinos, logo depois, chegou a hora da pregação e pelo visto, o meu pai seria o pregador da noite. Eu só espero pelo menos ouvir uma palavra de consolo, porque é disso que eu preciso...

— Saldo os irmão com a paz do senhor, amém? — meu pai fala ao pegar o microfone e a igreja toda responde o amém dele em uníssono. — Estava eu em minha casa, meditando sobre a palavra do senhor e comecei a olhar a realidade dessa geração. Vejo muitos jovens e adolescentes perdidos no pecado, perdidos nas mãos do diabo, o inimigo de nossas almas. Vejo homem beijando homem e mulher beijando mulher...

Nessa hora, o meu sangue gela e fico muito incomodado  em estar ali, mas eu não podia sair daquele jeito, precisava ficar e ouvir o meu pai e os pensamentos do mesmo.

— "Não se deite com um homem como quem se deita com uma mulher; é repugnante, Levítico 18:22" essa passagem é a prova da condenação de todos os homessexuais dessa terra. Deus não se agrada da forma que essa geração se comporta. TODOS OS PECADORES QUEIMARÃO NO FOGO ETEERNOO!!!

Olho em volta horrorizado e vejo irmãos glorificado a Deus e concordando com aquelas palavras que me ferem mais que facadas. Eu não suporto ficar ali por mais nenhum minuto a mais.

Me levanto e sigo em direção a saída. Eu não olho para trás em nenhum momento. Quando eu chego do lado de fora, começo a correr, nem sei ao certo para onde eu estou indo, apenas sei que quero ficar longe.

Corro por uns longos minutos, até que paro em uma pracinha. Não havia ninguém ali, então, vou até o balanço e me sento lá, deixando finalmente as lágrimas caírem. Os meus soluços ecoam por toda a praça, eu me sinto tão patético. Sinto que sou um erro, que os meus atos e sentimentos são um maldito erro.

Fico naquela lamuriação até que percebo que tem alguém chegando perto de mim. Começo a enxugar as minhas lágrimas e a respirar bem fundo para tentar fazer aquilo passar. Só levanto a cabeça quando consigo me estabilizar. Olho para frente e... Vejo ele... me olhando

- P-pietro, o quê v-você faz aqui? - eu pergunto para ele sem entender nada.

- Eu vi você correndo para cá e vim ver o quê estava acontecendo com você. - ele fala com um tom preocupado. - Ainda mais porque você nunca mais foi para a escola e não responde as mensagens da Yumi...

- Ah, sim. - eu respondo abaixando a cabeça. - aconteceu alguma coisas e precisei me ausentar.

- Você se refere ao que rolou no banheiro? - ele me pergunta fazendo o meu sangue voltar a gelar. Eu não queria lembrar disso e muito menos falar disso.

Eu sentia as lágrimas tentarem voltar e decidi sair correndo dali. Me levanto e ainda com a cabeça baixa passo por Pietro decidido a sair dali, mas eu sinto uma mão segurando com força o meu braço, me fazendo olhar  para o dono da mão.

- Não fuja, pelo menos não dessa vez. - Pietro fala.

- Você não entende. - eu falo com os resquícios de forças que eu tenho.

- Então, me ajude a entender, me ajude a te entender. - ela me responde decidido.

- EU SOU APAIXONADO POR VOCÊ, TÁ LEGAL? - Jogo aquela informação que eu tanto quis esconder na cara dele. O mesmo arregala os olhos com a confissão. Não sei quando eu comecei, apenas sei que estava chorando, enquanto falava. - eu não queria que isso tivesse acontecido, quando eu dei por mim, eu já estava nessa situação. Querendo ficar perto de você, querendo conhecer você. Eu não escolhi isso...

- Eu sei que você não escolheu, ninguém escolhe isso. - ele me responde, de uma maneira um pouco fria, me fazendo abaixar a cabeça.

- Me solta. - peço - Quero ir para casa. - sintoele apertar ainda mais o meu braço e eu olho em total descrença. "Ele vai me agredir aqui?" Penso enquanto olho para ele cheio de medo.

- Você não escolheu, - ele volta a repetir. - porém eu também não escolhi...

Ele diz me fazendo o olhar sem entender nada.

- O quê você quer dizer com is... - sou calado bruscamente com os seus lábios colados no meu.

Sinto que houve uma explosão no meu interior. Várias sensações se misturando juntas. Sinto que estou no céu, flutuando. Não sei descrever o quê eu estou sentindo.

Sinto a sua mão indo até a minha nuca, enquanto a outra mão ele trás para mais perto dele. Nossos corpos estão colados. Sinto sua língua pedir passagem e eu concedo de bom grado.

Nosso beijo é calmo, mas ao mesmo tempo tão necessitado. Eu não sabia o quão estava necessitado desse beijo até sentir ele.

Eu não sei ao certo o quê é o amor ou como ele age, mas nesse exato momento, eu só tenho uma convicção: O amor é um tiro...

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N/a: Então, pessoinhas, espero que vocês tenham gostado dessa atualização dupla. Não vou demorar para voltar. Não esqueçam de votar e comentar o quê acham da história, críticas construtivas são muito bem vindas. Amo todos vocês ❤️

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