Entre o errado e o certo ( parte 1 )
N/a: Hii, pessoas. Hoje trarei uma atualização dupla, eu ouvi um amém? Hahaha. Desde já, me desculpem os possíveis erros e espero que gostem ❤️
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O sinal do recreio soa, ecoando o seu som por toda a escola, anunciando que a segunda aula havia chegado ao fim, juntamente com o início do recreio.
Fico dividido entre ir pegar o almoço, ou esperar o Pietro chegar para irmos juntos, mas ele logo aparece e vem até a minha mesa.
- Então, vamos? - ele me pergunta com um tom de voz... Novo? Sei lá, ele geralmente fala em um tom desinteressado e monótono, porém eu sinto um pouco de empolgação na voz dele. Bom, deve ser apenas paranóia de minha parte.
- Vamos sim. - eu respondo me levantando da minha carteira e indo em direção ao refeitório.
Estamos no corredor andando lado a lado. Meu coração não para quieto e eu espero que o Pietro não consiga ouvir as batidas dele. Estamos num silêncio que em partes me incomoda, mas pretendo não deixar isso me afetar.
Chegamos na fila que não estava muito grande e logo pegamos os nossos pratos. O silêncio entre nós dois continua, até que ele começa a falar:
- Olha, eu sei que não sono próximos e nem nada do tipo, mas eu quero que nos demos bem, beleza? - ele me pergunta e eu aceno que sim com a cabeça.
- Aliás, me desculpa caso a minha primeira impressão não tenha sido a das melhores, é que eu não sou muito bom com amizades. - falo sem conseguir gaguejar e isso é um grande progresso.
- Tudo bem, cara. Não precisa se preocupar com isso. - ele dá um sorriso de leve. - Eu já fui assim todo na defensiva como você.
- Ah, sim. Entendi. - Logo após isso, nós começamos a comer e a conversa sobre alguns assuntos. Ele me contou algumas coisas sobre ele, inclusive que é ocultista, eu não sei ao certo que é isso, mas deve ser coisa de satanismo.
Eu falei o básico sobre mim. Falei que sou filho de pastor e que sou evangélico, ele franziu o cenho quando eu disse isso, eu acho. Não, deve ter sido apenas impressão minha.
Ele é um garoto bem legal e eu sinto que poderia ficar ali com ele para todo o sempre. A presença dele é maravilhosa. Eu fico ali parado o encarando e ouvindo atentamente o quê ele fala. Entretanto, eu acabo deixando de lado as suas palavras e fico apenas olhando para aqueles olhos negros.
Eu realmente me perco nesses olhos. Não sei explicar o porquê. Sinto como se fosse algo que me prende através do tempo. Uma sensação familiar, como se aqueles olhos me acompanhassem desde sempre.
- ham... Cristiano? - Pietro me chama me trazendo de volta para a realidade. Sinto uma imensa Vergonha e olho para o lado para tentar disfarçar. - Ei, Cristiano. - ele me chama de novo e eu o olho, percebo um sorriso em seus lábios e me bate um desespero interno.
"Será que ele percebeu algo?" Começo a pensar. Sinto que tem uma pedra de gelo em meu estômago, mas decido disfarçar.
- Diga. - foi tudo o quê eu consegui dizer.
- É que você... Bem... Estava me olhando fixamente... Eu achei que tinha algo, sei lá... Errado? — "meu pai eterno!" Minha mente grita isso, porém sigo firme no modo disfarce.
- Impressão sua, Pietro. - tá, talvez isso não tenha sido muito convincente, mas a minha cabeça não está me permitindo raciocinar direito.
- Ah, sim. Tudo bem. - ele me responde e terminando de comer o seu almoço.
Eu não estava com muita fome. Então, comi pouco. Eu aviso que ia entregar o prato para as merendeiras e que iria no banheiro em seguida, ele diz que está tudo bem e eu vou.
Devolvo o prato e sigo para o banheiro. "Até que não foi tão ruim assim" penso enquanto entro no banheiro e vou para a pia lavar a minha boca e rosto.
Deixo aquela água fria entrar em contato com a pele do meu rosto, me trazendo sensação de leveza e entusiasmo.
Sinto que tem alguém se aproximando, porém não me importo, só quero continuar sentindo a água em contato com a minha pele.
- cuidado para não se afogar. - escuto a voz dele junto com uma risada. Desligo a torneira e me viro em direção a voz.
Pietro estava ali me olhando com o seu sorriso e... Ele estava... Perto até demais.
Sinto a sua respiração no meu rosto e eu não consigo me afastar. Devido essa aproximação repentina, percebo que ele é mais alto que eu.
Nossas respirações estão se chocando e acabo me aproximando o meu rosto involuntariamente. Não sei ao certo o quê eu estou fazendo, apenas estou deixando o meu instinto me guiar.
Quando eu dou por mim, estou... De olhos fechados... E com os meus lábios... Encostados no dele...
Os lábios dele são macios e um pouco gelado. Sinto o meu estômago virar o Pólo Norte, meu coração parece ser um pandeiro da igreja do meu pai.
Espera... Igreja... Pai. "AI MEU DEUS!!!" Penso quando eu acordei para a vida e me afastei do Pietro. Ele me olha com um leve espanto.
- c-cara... m-me - começo a gaguejar e sinto os meus olhos encherem de água. - Me desculpa. - é tudo o quê eu falo antes de sair correndo para a minha sala de aula.
Eu corro pelos corredores sem olhar para trás. Apenas quero chegar logo em minha sala de aula e esquecer que aquilo algum dia aconteceu.
Chego lá e sento na minha carteira, deito a minha cabeça na mesa e fico lá me xingando mentalmente por ter feito aquela burrice.
Meus pais e principalmente Deus nunca iriam me perdoar por tamanho pecado. Sinto as lágrimas que eu estava segurando caírem. Desejo mentalmente que ninguém perceba a situação deplorável que eu me encontro.
Fico daquela forma uns cinco, dez, quinze ou até mesmo trinta minutos. O tempo para mim, naquele momento, é a menor de minha preocupações. Eu sinto um forte aperto no meu peito, junto com uma imensa vontade de me jogar da primeira ponte que aparecer.
Fico pensando em todas as coisas que me levaram a estar naquela situação terrível, até que sinto uma mão no meu ombro. Levanto a minha cabeça e olho para o dono daquela mão, era um garoto de minha turma chamado Alan, se não me engano.
Ele é um garoto que eu nunca conversei, cabelos ruivos, olhos castanhos e pele branca. Ele me olha com um olhar que transmitia curiosidade.
Eu seco rapidamente as minhas lágrimas e tento colocar o meu melhor sorriso no rosto.
- pois não? - pergunto a ele não querendo ser mal educado.
- É que caso você não tenha prestado atenção no quê o Jânio disse, a professora de matemática faltou e estamos liberados. - ele fala um pouco sem jeito.
Eu olho em volta e percebo que só havia nós dois ali dentro. Me sinto um idiota por ter ficado esse tempo todo chorando e não ter prestado atenção nas coisas à minha volta.
- Ah, sim. Obrigado por ter me avisado. - falo colocando um sorriso no meu rosto.
- De nada. - ele fala me dando às costas e indo em direção a porta da sala, mas ele para e olha em minha direção. - Melhoras, okay? E caso você precise de alguém para conversar, é só me chamar. - o mesmo sai sem me dar chances de recusar ou tentar inventar uma desculpa.
Junto as minhas coisas e vou em direção a saída. Ando de maneira rápida pelos corredores do colégio, pois não quero correr o risco de encontrar o Pietro. Eu não saberia onde enfiar a minha cara de tanta vergonha.
Consigo chegar ao portão da escola sem ver o Pietro, ele deve estar em aula nesse exato momento e eu agradeço a Deus por isso.
Vou andando em direção a minha casa em passos rápidos. No caminho de lá, eu vou pensando em tudo o quê aconteceu nesse dia. Parece que eu vivi três em um dia só.
Fui para a escola, vomitei na sala, almocei com o Pietro e depois eu... Eu ainda não consigo acreditar que fiz aquilo. Apenas espero que ele esqueça isso e que não conte a ninguém o quê aconteceu naquele banheiro.
Vou seguindo com os meus pensamentos e nem percebo que eu havia chegado em minha casa. Chegando lá eu: olho em volta a procura dos meus pais, mas logo percebo que eles não estão em casa. Acho que eles foram na casa de algum irmão orar, eles sempre fazem isso uma vez por semana.
Subo direto para o meu quarto, pego uma roupa no meu armário e em seguida vou para o banheiro tomar um longo banho.
A água me traz um efeito calmante para o meu corpo, mas a minha mente continua naquele maldito banheiro. Eu sei que estraguei tudo e eu sei que deveria ter me controlado mais, porém eu não sei o quê deu em mim.
Um tempo depois eu saio do banho, me seco e coloco uma roupa confortável. Vou diretamente para a cama e me deito. As lágrimas voltam a jorrar e eu só peço a Deus que esse sentimento vá embora....
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