Encontros decisivos
Narração Cristiano
Eu aprendi da pior maneira quê: o amor é como um tijolo. Você pode usá-lo para construir uma casa, ou afundar um corpo morto. Entretanto, por que será que essa palavra tem me acompanhado desde que voltei para essa maldita cidade? Meu relacionamento com Alan está indo muito bem, talvez seja nostalgia.
Não posso deixar de rir, ao olhar pontos da cidade que eram importantes para mim. As coisas por aqui mudaram um pouco. Será que as pessoas daqui também? Sou tirado de meus pensamentos pela voz do Alan:
- Você está tão pensativo, o quê houve? - ele me pergunta aparentemente preocupado. Chegamos na cidade faz poucos dias, nossas aulas começam amanhã e sinto um pouco de nervosismo, afinal, passei por momentos marcantes naquele Colégio. Tudo que me resta é dar um leve sorriso e dizer:
- Não está havendo nada. Estou apenas pensando mas aulas que voltarão amanhã. Espero que o povo nojento daquele colégio tenham aprendido a ser mais tolerantes. - digo sem demonstrar emoção em minha face.
- E o Pietro? Ele tem algo a vez com isso? - ele me pergunta de forma direta, fazendo minha cara despreocupada ir por água abaixo, mas preciso manter a minha pose descontraída.
- Pietro é o meu passado. Não vou dizer que ele para mim não existe mais, afinal, você acompanhou de perto toda a podridão que foi o meu relacionamento com ele. - digo enquanto lembranças e um ódio recorrente começam a me inundar. - Você sabe que ele foi o meu primeiro em muitas coisas.
- Sei disso, minha linda serpente. - ele diz levantando sua mão e fazendo um carinho no meu rosto. Seu toque é suave e faz com que eu me sinta seguro num lugar onde ninguém possa me alcançar. Eu gosto disso. - Não vou dizer que não me sinto inseguro com toda a situação, mas sei lá. Só é difícil, entende? - ele diz meio cabisbaixo. Eu aproximo meu rosto ao dele, unindo assim os nossos lábios. Tento transferir todo o afeto que sinto por ele através desse ato. Acredito que ele conseguiu sentir, pois segundos depois ele deu um leve sorriso e pediu passagem com a sua língua, prontamente cedi a passagem.
Segundos depois, voltamos a andar. Aquelas ruas desertas me traziam nostalgia e acabou sendo levado novamente pelos meus pensamentos.
☆ Flashback on ☆
A luz da lua brilha no céu, nos abençoando com a sua beleza. Pietro e eu andamos lado a lado, rumo às nossas casas. Não consigo acreditar que eu e ele começamos a ter um tipo de relação. Isso faz apenas uma semana, mas sinto que como fosse meses.
- Você sempre deixa sua mente longe. - Pietro fala me tirando dos meus pensamentos. - Fico me perguntando no quê você pensa. - o mesmo fala aproximando seu rosto ao meu. Olho rapidamente em volta para saber se não há ninguém nos vendo, mas a rua está vazia, fazendo com que eu fique mais a vontade com a situação.
Beijo o Pietro de forma calma e serena, mas Pietro sendo Pietro acaba colocando mais vontade e desejo naquele ato. " Ele com certeza não é do tipo fofo." Penso enquanto sinto sua mão ir de encontro as minhas costas.
- Devemos ir embora logo. - digo nos separando. Pietro afirma com a cabeça e começamos a andar. Ele me enlaça o meu pescoço com o seu braço, me trazendo para perto.
- Tá vendo aquela lua que brilha lá no céu? - ele me pergunta, enquanto aponta para a mesma.
- Eu já ouvi essa música na casa da minha tia. - digo para ele e o mesmo me olha por alguns segundos sem compreender, mas logo ele entende e começa a rir.
- Não, seu bobinho. Não me refiro aquela música mais antiga que eu. Me refiro realmente a essa lua. - ele me responde ainda rindo.
- Ah. - foto envergonhado pela minha burrice. - O quê tem ela? - pergunto tentando disfarçar minha vergonha.
- Bem, a lua ela transmite coisas para a humanidade. Não apenas luz e beleza. Ela transmite energias, dependendo da fase dela. - Pietro chega no meu ouvido e fala baixo, me fazendo arrepiar. - Dizem que a melhor lua para apimentar uma relação é a crescente e coincidentemente, estamos nela.
- Que interessante. Eu sou bastante leigo em relação as suas crenças. - Digo um pouco desanimado.
- Não se preocupe com isso. Você aprenderá no momento certo. - Ele fala enquanto voltamos a andar, indo em direção as nossas casas.
☆ Flashback off ☆
- Você se perdeu nos seus pensamentos, de novo. - Alan me tira dos devaneios, fazendo com quê eu acorde para a realidade.
- Me desculpa... minha mente está muito cheia. - digo cabisbaixo. Memórias dele me assombram, mesmo após todo esse tempo. Eu sei que já deveria ter superado, mas é difícil.
- Tudo bem, eu entendo. Sei que vai ser barra os próximos dias, mas saiba que eu e a Jenny estaremos aqui com voc.. - Alan é cortado abruptamente pela Jenny que nos alcança.
- Peguei no flagra falando de mim, seus safadinhos. - Jenny aparece saboreando um sorvete de casquinha. Entrou ano e saiu ano, mas a mesma nunca mudou seu modo de ser. Acho que ela foi uma das poucas coisas que se mantiveram constante em minha vida. - Amanhã é o grande dia. Prontos para causar naquele Colégio? Pois eu estou sedenta por isso.
- Claro que estou... e como estou. - falo enquanto as lembranças de quando eu saí daquela escola com o rabo entre as pernas voltaram. Prometi a mim mesmo que nunca mais deixaria ninguém pisar em mim. - Vai ser divertido. - Um sorriso surge em meu rosto de forma involuntária.
- Nós sabemos muito bem que você tem uma visão sádica de diversão. - Alan diz antes de me dar um selinho. Tudo que pude fazer foi sorrir com a afirmação dele.
- Ainda bem que você sabe. - respondo com um leve sorriso. "Amanhã será bastante interessante" penso imaginando a reação de certas pessoas...
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Estou indo em rumo a escola. Jenny está saltitando em meu lado de empolgação. Ela diz que isso tudo é emocionante. Bem, não vou tirar toda a razão dela, pois de fato voltar aquela escola é emocionante. Meus pais de início não queriam me pôr de novo nesse lugar, mas por insistência minha eles deixaram.
Eles ainda não sabem da minha orientação sexual e para mim é bem melhor assim. Quero evitar dores de cabeças desnecessárias e também não acho que o fato de eu chupar rola seja da conta deles.
- Enfim chegamos! - Jenny diz animada. Eu estava tão absorto em meus pensamentos que nem percebi que estávamos chegando.
Alan está nos esperando no portão. Ele cumprimenta Jenny com um abraço e logo após vem me dar um beijo, mas eu afasto o mesmo por reflexo. Ele me olha sem entender nada e um turbilhão de memórias vem em minha cabeça. "Será se o povo dessa escola contínua sendo tão preconceituoso?" Me pergunto, mas logo ignoro meus pensamentos e puxo Alan para perto de mim. Dou a ele o maior beijo que eu poderia dar a alguém.
Alan ri entre o beijo e me puxa mais para perto, comando o nossos corpos. "Que se foda o povo dessa escola." Penso enquanto me separo dele.
- E eu aqui só na vela. - Jenny diz emburrada, fazendo eu e o Alan rir.
- Você ainda vai encontrar seu boy ou girl magia. - Alan diz numa tentativa de confortá-la.
- Vamos gente, daqui a pouco o sinal toca, pois estamos atrasados. - Digo enquanto entro no lugar. Olho em volta e chego a conclusão de quê apenas a pintura mudou.
Vejo os papéis com os nomes e turmas. Vou até lá e procuro meu nome. Após alguns segundos acho o meu nome e o da Jenny. Pulamos de alegria ao perceber que iremos estudar juntos, mas infelizmente, o Alan acabou indo para outra turma.
- Pelo visto não ficaremos todos juntos. - Digo ficando cabisbaixo.
- Não se preocupe, meu bebê. Ficaremos coladinhos no intervalo, okay? - ele me pergunta fazendo carinho no meu rosto. Eu concordo com a cabeça e nos separamos, cada um indo para sua respectiva sala.
Estamos nos corredores da escola indo em rumo a nossa turma. Andar novamente aqui me traz tantos sentimentos. "Momentos marcantes." Penso e acabo rindo comigo mesmo. Ainda não posso acreditar no quanto eu mudei e essas mudanças foram as melhores coisas que aconteceram na minha vida.
Sou tirado de meus pensamentos por uma visão que faz com quê eu sinta um frio na minha barriga. Vejo a Thamirys sair de uma sala. Ambos nos assustamos com a presença um do outro. Eu paro de andar e encaro a mesma. Ela me encara por alguns segundos, mas logo volta para a sala de aula.
Jenny não percebe que eu parei de andar e continua a andar, até entrar na sala que a Thamirys está. Minha barriga está congelando e penso seriamente em voltar para trás, mas a voz da Jenny me chamando faz com quê eu ande em direção a sala.
Algo dentro de mim diz que ao entrar naquela sala, um novo ciclo se iniciará na minha vida. Mesmo com vários sentimentos que não consigo explicar, eu vou andando em direção aquela sala. Ao entrar nela, vejo que ela já está cheia e quase não há lugares vazios.
Passo meus olhos pela sala, mas a visão que tenho do fundo dela faz o meu coração acelerar... "É ele!" Minha mente grita e mesmo após anos, me sinto preso naqueles olhos escuros e frios, como a noite...
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N/a: Então foi isso, galera. Me desculpem os erros e até o próximo capítulo ❤
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