Sentimental?-6
Babies, perdoem-me pela demora, os bugs do wattys não facilitam.
Já agora, sentiram a falta do nosso casal excêntrico? Se sim, teremos mais um pouco deles hoje.
Então votem e comentem bastante.
Com amor, Ursa panda com sabor a Cupcake.
Boa Leitura.
Roma/Itália - Março
—Light eles chegaram. —Gianna grita do outro lado da porta. -Sua mulher é gostosa.
Essa menina definitivamente não tem modos, talvez a mamma precise lavar-lhe a boca com água e sabão, desinfectantes talvez ajudem no processo.
-Já desço. -digo, a empolgação está longe de fazer parte do meu ser hoje, mas ai eu lembro-me que nunca fico empolgado, com nada e ninguém. Não seria diferente com Kalahari Zytrian.
-Se você não descer em dois minutos -, faz uma pausa em gargalha. Mulher louca, penso. -vou toma-lá para mim.
-Vá embora. -sibilo, Gianna é muito incoveniente quando quer, o que irritar-me bastante.
-Ou o que? -pergunta desafiante.
-Ou direi aos nossos pais que você, come da mesma fruta que eu. -digo enquanto abro a porta do quarto. Sua cara de espanto diz-me que ela não sabia que eu sabia, mas agora está evidente que ela sabe que sei. -Vi-te, acho que não preciso dizer com quem.
Minha voz dura, minha expressão pouco divertida e postura entendida deixam-na tensa.
Gianna suspira, abre a boca para dizer algo mas volta volta a fechar, abre novamente mas nada sai até que respira fundo e fita-me.
-Você não sabe brincar. -retruca nervosa. Mas ela sabe que eu não brinco, nunca o fiz e jamais o farei. -Prefiro você de boca fechada.
-Eu também. -sussuro, deixando-lhe para trás e sigo em direção a sala de estar. Vou conhecer a mulher que hoje, irá tornar-se minha noiva e daqui um mês minha esposa.
Desço os primeiros lances de escada e sinto o meu celular vibrar, seja lá que for, melhor que seja algo importante, pois o dia hoje, não está grande coisas para mim. Mas o meu demónio interior não deixa de salientar que nenhum dia é grande coisa para mim. Tiro o celular que está no bolso esquerdo da minha calça jeans preta rasgada nos joelhos e o desbloqueio.
08:12PM
Estou demasiadamente ofendida, você marcou um jantar comigo e se quer ligou-me para explicar a razão de ter desmarcado.
J. Kazama
Eu posso ser recto e directo com ela ela dizer-lhe que até seu respirar irritar-me ou posso continuar com a encenação, barra teatro, barra prosápia.
Sinto vários olhares sobre mim e quando viro-me para eles, tudo que consigo ver é um par de olhos castanhos. Os olhos castanhos mais claros que eu já vi, faltariam-me palavras para descrever aquela cor e aquele brilho, mas algo nesse olhar deixa-me desconfortável e alerta. Devolvo o celular no bolso e termino os cinco lances de escada que faltam, a mulher parece um anjo, não um anjo bom, daqueles que vestem-se de branco, mas sim um aqueles de negro, diria que parece uma ceifadora de almas, seu cabelo crespo até os ombros, olhos intensamente castanhos, lábios carnudos e rosados, nariz bem desenhado, mesmo de longe sua pele aparenta ser sedosa.
Seu olhar intenso está sobre mim e o meu olhar, está sob suas curvas, o vestido negro que ela vestiu desenha-a perfeitamente e aquele decote. Merda de decote, seria a última vez que ela colocaria aquele vestido, eu o rasgaria por completo depois de deixar sua pele negra como a noite marcada pelo meu toque.
Que merda você está a pensar? Meu demónio interno perguntou-me assustado. Que merda estou a pensar? Eu não sou assim, nunca olhei para mulher alguma assim e não perderia meu auto-controle por nada, essa mulher não me faria perder o controle. Não me fará nutrir sentimentos por ela, nesse jogo ela é apenas a rainha que dará suporte ao rei, mas não posso esquecer-me que a rainha é a peça mais poderosa no xadrez, ela pode fazer o que quizer no jogo.
E para piorar tudo, o sorriso maléfico de minha mamma diz-me, que ela tem tudo haver com aquilo e que ela já previa o que aconteceria assim que eu colocasse os olhos nessa mulher.
Mostrarei o quão enganada ela está.
-Ai está ele, o meu menino. -mamma diz, caminhando em minha direcção. O vermelho do seu vestido intensifica-se ainda mais sob as luzes do lustre no teto. -Light, acredito que você ja conhece Samuel e Shonguile Zutryan. Estes são seus filhos, Usain, Tafadzua, Lindiwe e Kalahari Zitryan. -Sendo muito delicada, mamma enfatizou o último nome, o nome daquela que será minha esposa. O brilho nos seus olhos, diz-me que ela está feliz, mas para mim tanto faz, não me importo e nem irei futuramente.
-Prazer. -digo seco. De soslaio, pude perceber que a mulher de cabelos lisos e negros até os ombros, cuja feição de felicidade é visivel para todos engole em seco, seu sorriso antes evidente tornou-se forçado. Aquele típico sorriso falso, ou seja, Shongule Zitryan não é flor que se cheire, está mais para uma planta venenosa.
Papà lançou seu olhar de reprovação e mudou o foco das atenções, fazendo com que todos entrassem numa conversa superficial sobre exportação de pedras.
-Boa noite. -Gianna e Enzo cumprimentaram em uníssono, a sua trás estavam Giordana e Vicenzo. A genética da minha família é muito boa, a única diferença é que as meninas são ruivas e os meninos morenos, mas a cor dos olhos e até a postura dominante eram facilmente perceptíveis, essa é uma semelhança marcante em todos nós.
-Ainda bem que vocês estão aqui. -mamma levanta-se e sorri calorosamente. -Venham.
-Esses são os nossos bambinos. -Gianna revirou os olhos, se havia uma palavra que ela detestava ouvir dos nossos pais era aquela. -Gianna, Giordana, Enzo e Vicenzo. -Exibiu-os com o peito estufado, para mim isso foi engraçado, pouca coisa é engraçada e isso de certeza, entrará para minha lista de coisas engraçadas ditas pelo meu pai.
Samuel e Lindiwe fitaram meus irmãos com curiosidade, claro que eles sabiam da existência deles, mas olhando assim de perto é muito fascinante. Cópias perfeitas dos meus pais, não que eu não seja, afinal sou filho deles também, mas, de alguma forma eu não me enquadro nessa visão de família perfeita, onde os filhos são fisicamente semelhante aos pais e sentem amor uns pelos outros.
Pior que estar incerto de seus sentimentos é não encaixar-se na própria família e não saber, se pode continuar a mentir pra si mesmo.
A masmorra é o melhor lugar para mim, sempre foi.
-Light -, a voz distante de minha mãe chega aos meus ouvidos. Ultimamente fico distraído em milésimos de segundos, minha mente está mais confusa do que estava a algum tempo atrás. -Light meu filho, o jantar está servido
Olhando ao meu redor, vejo que todos já dirigem-se para á sala de jantar, excepto meus pais e Kalahari, que ficou para trás e me observa atenta. Seu lábio inferior está entre seus dentes brancos e bem alinhados e o cenho superficialmente franzido, como se estivesse curiosa ou perdida. Gostaria de saber o que ela tanto pensa, tenho certeza que ela quer saber o que eu tanto penso também. Eu sinto muito por ela.
-Certo. -fito minha mamma e respondo seco.
-Melhore esse teu humor ao menos hoje, isso não me agrada menino. -retruca nervosa.
E quando ela não está nervosa? Tirando o facto dela mudar de humor num piscar de olhos.
-Como se algo vindo de mim a agradece. -sussuro, deixando-a para trás. Não quero discutir com ela hoje, não será bom para a imagem da minha família.
-Light, espere. -papà segura meu braço com força suficiente para não me fazer avançar mais um passo, reprimo a vontade de nocauteá-lo, ele sabe que não pode tocar-me dessa forma. Meus instintos sempre reagem violentamente, por mais que eu tente, assim que sou e assim que fui treinado. -Acalme-se, olhe para sua noiva. Ela está assutada.
-Não o educamos assim Light. - é a vez de mamma dizer, o tom de desgosto em sua voz é a prova de que ela também está a segurar seus ânimos. -És melhor que isso. -bufa e fita-me. -Faça o pedido após o jantar, seja educado assim como seu pai seria, e o mais importante não faça nada que eu não faria.
E com isso ela quer dizer, para aquecer meu coração, essas são suas palavras favoritas.
-Vamos logo. -digo impaciente, quero que tudo isso acabe rápido.
Mamma sai na frente, sorri abertamente para Kalahari e pega sua mão, acaricia o rosto da pobre mulher que parece sem jeito e beija-lhe o rosto.
-Ele é mimado demais, conto com você para colocá-lo na linha. -diz em alto e bom som, carregando de humor nas suas últimas palavras.
Papà sorri de lado, sei que sabe qual é a intenção dela, provocar-me e deixar-me determinado a fazer o certo. Como se eu já não o fizesse, penso comigo mesmo enquanto sento-me ao lado da minha noiva, na grande mesa feita de madeira negra. A mulher ao meu lado parece desconfortável, não para quieta e isso deixa-me desconfortável também. Pessoas irriquietas deixam-me, literalmente perturbado e desconcertado, pois tudo que eu passo a fazer é pensar no que fazer para acabar com a inquietação.
Pego sua mão direita e coloco sobre minha coxa, cubro ela com a minha é automaticamente ela fica quieta, tão quieta que parece uma estátua, mal se mexe e quase não pisca. Parece desconfortável, mas é melhor assim para mim. Sua pele é macia e sedosa, mesmo não querendo não consigo parar de analisá-la, sua postura submissa, a maneira que morde os lábios, os fios rebeldes de seus cabelos até seu cheiro de orquídeas e mel.
-Coma. -ordeno. Todas atenções estão agora no meu pai que conta uma história antiga sobre os meus irmãos.
-Você é sempre mandão ou esta é uma excepção para mim hoje? -seu tom sarcástico não passa despercebido, nem por mim e nem por meu irmão que riu bem na minha cara, se quer disfarçou.
A ignoro pois lembro das palavras sábias da minha mãe, não fazer algo que ela não faria. Pelos vistos a deixei chateada, pois ela recolheu sua mão que descansava sobre minha coxa e deu um gole longo do seu vinho. Excelente, não sei exactamente porquê, mas isso deixou-me deliz, saber que a afectei.
Dizem que sentimos quando alguém olha para nós, que é como um reflexo até quando estamos em pleno sono. Talvez seja algum instinto, nós seres humanos, possuímos vários sentidos, um deles é o instinto de proteção pelas pessoas que amamos ou sentimos afeição. E o desconforto que sinto é mesmo causado por essa capacidade peculiar de saber que tem alguém me observando, não é nenhum dos meus pais ou irmãos, então a única opção é um dos Zityian.
Levo mais uma garfada de comida para a boca e respiro fundo, amanhã é o dia de visitar meu analista e só de pensar nisso envelheço uns 10 anos.
Descanso o garfo no prato e fito o dito cujo que olha-me muito indiscretamente. Usain Zitryan, seus olhos negros fita-me profundamente, como se quisesse desvendar todos os segredos que estão enterrados em mim. Não como se ele fosse conseguir algo, ninguém consegue.
Observo sua postura de lutador sob o terno que deve ter custado vários euros, um verdadeiro empresário, que esconde um grande segredo de sua própria família, o orgulho dos Zitryan tão sujo quanto eu.
-E você Light? -Gianna pergunta, dirigindo toda atenção que antes estava nela para mim.
-Eu não sei. -digo sem muita emoção. -Talvez eles precisem de um tempo para pensar sobre a quem devem obediência. -respondo e bebo o resto da água que estava em meu copo. Decidi não tocar no vinho, não depois de quase ter uma overdose e ter a cabeça arrancada pela ressaca.
-Porquê você diz isso, assim tão secamente. -Usain pergunta observando minhas feições, ele quer estudar-me. Sinto muito por ele, pois fracassará.
-Porque ele nunca foi molhado? -Enzo sussura, mais para ele do que para os outros, mas para sua falta de sorte, foi audível até demais.
-Enzo. -mamma o repreende e ele faz sua típica cara de paisagem enquanto fita sua noiva.
-Porque é a verdade. -retruco.
-Você acha que mantê-los presos naquele local sujo, sob tortura os tornará leais do dia para a noite. -Usain Zitryan, está a jogar comigo. Sorrio com o pensamento excitante.
-Não, e mesmo que os tornasse leais não serviriam para mim. -passo a língua pelos dentes e respiro fundo. -Os fará morrer depois que perdirem perdão pela sua deslealdade, na Mão Negra, não precisamos de lixos como eles.
-Eu discordo. -diz. Seu pai o olha, aquele é um olhar de alerta e o meu espera que eu enfie uma bala bem no olho direito dele, minha mãe espera que eu crave a faca que seguro agora bem no coração dele. -Há vários cargos inferiores que os podiam colocar.
-Eles roubaram uma tonelada de pedras, pedras estás que iriam para as Indústrias Bonatero. -digo, não irei desapontar meus pais. -Eles vão morrer Usain Zitryan, e será pelas minhas mãos.
-Mas...-ele diz, mas minha mãe o corta.
-Hora da sobremesa. -mamma cortou-o, é óbvio que Samuel está desconfortável em relação a isso.
Respiro fundo sob o olhar atento do meu papà, aquela era a brecha, eu precisava fazê-lo. Ligar minha vida podre e destrutiva á de Kalahari seria destruir o pouco da inocência e bondade que existem dentro dela, não seria bom para ela e muito menos para mim, mas, á família precisa de mim e eu preciso de uma mulher ao meu lado. Uma cuja missão será cuidar das famílias do meu lado e ser a baronesa fiel a familia.
-Mamma, antes de mais, eu gostaria de...-As palavras fugiram da minha boca, o que eu digo em seguida? Estou perdido, pois não faço por vontade própria e tão pouco sinto algo por essa mulher que por sinal é muito linda. Seus olhos brilham e posso até dizer que o brilho deles me cegam de tão intensos e a imensidão de sentimentos neles é assutador para mim.
-Gostaria de? -mamma incentivou-me, ela sabe que por mim ficaria apenas nestas poucas e incompletas palavras, mas não posso. Infelizmente.
Todos os olhares estão em mim, meus irmãos estão tensos, todos eles e os familiares de Kalahari esperam ansiosos pelo termino das palavras que soltas pelo ar.
-Gostaria de pedir que a Kalahari levantasse. -pego sua mão para ajudá-la a ficar em pé.
Esse tipo de intimidade, por mais que fosse algo simples e comum no dia-a-dia, deixa-me desconfortável, toques alheios deixa-me desconfortáveis e obviamente fora da minha zona de conforto.
-Fala logo irmão. -Enzo grita. Mais um incentivo.
-Bem, como sabem todos, a família é um lugar de lealdade e união. -digo. -Dentro em breve, tornarei-me o Barão da Mão Negra e junto com meus irmãos e conselheiros, tornaremos às famílias mais unidas e prósperas.
Mamma levou sua mão até meu pai e apertou, seu olhar transbordava orgulho e mesmo não sabendo porque, eu senti-me bem. -Por este motivo, eu preciso ao meu lado, de uma mulher capaz de carregar não apenas meu sobrenome, mas o peso e títulos que ele tem, e está mulher será a mãe do futuro Barão das famílias criminosas do mundo. -Tirei o anel feito de ouro branco e um solitário diamante vermelho. -Samuel Zytrian, com todo o respeito, peço a mão da sua filha em casamento e Kalahari Zitryan, você daria-me a honra de torná-la minha esposa e Baronesa?
As mulheres presentes na mesa suspiraram arco íris, os homens excepto o irmão mais velho de Kalahari sorriram e levantara-se.
-Com toda a felicidade, concedo-lhe a mão da minha filha em casamento, honrando o acordo das familias.
Kalahari fitou-me, por alguns minutos, uma lágrima solitária caíu de seu olho direito e rapidamente limpei. Depois de ver sua reação pelo que acabei de fazer, percebi que não devia tê-lo feito, foi espontâneo mas, não posso ultrapassar barreiras, mesmo que nesse momento fosse ligar nossas vidas.
-Eu aceito. -aquelas palavras foram suficientes para fazer todos levantar-se e brindarem pelos noivos.
Ainda segurando sua mão direita, escorreguei o simples anel pelo seu dedo anelar, àquele anel havia sido desenhado especialmente para ela e encaixava-se perfeitamente no seu pequeno e delicado dedo, além de contrastar excelentemente com a cor da pele dela. No momento em que o anel chegou até o final de seu dedo, suspirei, mas não de alívio, procurava acalmar meu demónio interno que insistia em querer acabar com tudo aquilo.
É oficial, eu está noivo agora.
Ah meninas, vocês perderam. A Kalahari já pescou o Light para ela.
Rsrsrs... Ansiosas para o próximo capítulo? Eu estou bastante.
VOTEM E NÃO SE ESQUEÇAM DE COMENTAR O QUE ESTÃO A ACHAR.
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