Kalahari-8
Hey amores, apertem os cintos... Hahaha...
Mais um capítulo escrito com muito amor para vocês e perdoem-me pela demora.
Boa Leitura.
Roma/ Itália
Acordo com o cheiro de café forte, eu conheço esse cheiro, não é de qualquer café mas sim do meu café favorito, forte e sem açúcar.
Depois de gozar três vezes, sai do apartamento de Judith, deixando-a ainda contra a parede e com as pernas bambas. Fui impulsivo, mas com toda certeza não voltará a repetir-se, não voltarei a tocar naquela mulher tão intimamente. Ela pediu várias vezes que eu ficasse e a tomasse na cama, mas isso estava e ainda está fora de cogitação.
—Desculpa ter entrado sem tua permissão, mas achei que estivesses a precisar. —Giordanna diz, um pouco sem jeito.
—Obrigada. —sorrio fraco levantando-me da cama, sento na beirada e pego a xícara cheia de café escuro e fumegante.
—Ficamos todos preocupados Light —Sim eu sei disso, eu quis dizer, mas não há necessidades também. —, saiste sem os teus seguranças, a mamma quase saiu a tua trás.
—Eu precisava de um tempo. —digo encerrando a conversa.
Giordana olha para seus pés, depois para suas mãos e fita-me em seguida. Desde que aquele homem fez-lhe mal, Giordanna perdeu o brilho no olhar.
—Eu preciso dizer-te algo. —diz receosa, é possivel ouvir ao longe as batidas descontroladas do seu coração e perceber a tensão em seus ombros.
—Sou todo ouvidos. balbucio. Algo está errado.
—Eu-eu. —uma lagrima solitária, escapa de seus olhos e lá está a dor, o sofrimento e principalmente medo.
—Você? —deixo a xícara no criado mudo e me sento ao seu lado. Incrível como sinto-me bem com ela, como consigo estar à vontade e as vezes até me permito sorrir. —Diga Danna, estás a deixa-me preocupado.
Giordanna engole em seco e fita a parade bem na trás, seja lá o que ela tem para dizer, é de facto muito grave ou complicado.
—Eu estou grávida. —sussura como se estivesse com medo.das próprias palavras.
Sorrio, não sei porque mas eu malditamente sorri. Passei às mãos pelos cabelos e levantei-me, meus batimentos estão irregulares, sinto-me inquieto e minha barriga está contraída, de um jeito estranho, nunca havia sentido. É como se eu estivesse nervoso ou com medo.
—Não. —digo num sussuro.
Danna levanta e sorri, mesmo chorando ela sorri.
—Sim Light, estou estou esperando um bebé de Alexandre Kazama.
Cerro os dentes e exalo profundamente, esse é o meu mantra, tudo menos isso, não poderia estar a acontecer, não com minha irmã. Mas para o meu azar, estava claro que era verdade, não era nenhuma brincadeira de mau gosto, o corpo de Giordanna estava realmente mudado, já notava-se a barriga avantajada mesmo que não muito, mas notava-se.
—Light, eu estou com medo. —Danna sussura enquanto limpa a mão suada no vestido preto que trajava.
Não faço ideia de quantas vezes passei as mãos pela cabeça, meu corpo trémulo é a prova de que realmente estou a tentar lutar contra a raiva que sinto, tirando a noite de ontem nunca havia sido impulsivo, sempre calculei meus passos e tudo que envolvia minha familia e seus negócios sujos. Giordanna olhou-me, estava claro o medo em seus grandes olhos azuis, não havia o brilho que sempre estava lá e nem o sorriso que fazia-me sorrir por vezes, Alexandre Kazama consegiu estragar a vida da minha irmã, e por isso ele sofreria mais ainda, o que eu havia planeado para ele seria pouco agora.
—Acalma-te. —o que mais eu diria a ela? Nunca fui sentimental ,não sabia como a consolaria ou tiraria o penso que estava sob seus ombros. —Eu...
—Eu vou tirá-lo, Light. —Danna sussurrou, e se não fosse pelo facto de ter pronunciado meu nome, de certeza acharia que estivesse a falar sozinha, como sempre fazia ultimamente. —Eu-eu não posso...
As lágrimas desciam copiosamente por sua face, Danna estava aos prantos e eu não sabia o que faria, ela estava a sofrer e isso era visível, e eu sei que sofreria mais ainda se fizesse o que sua boca fala, mas seu coração não quer. Com isso, eu já sabia o que faria, em pouco tempo eu serei o novo barão da Mão Negra, tenho de pensar nos melhores caminhos que nos levem a finais diferentes, não deixaria minha irmã sofrer. Não mais.
—Não, você terá essa criança. —pronunciei com firmeza, aproximei-me e segurei suas delicadas mãos. —Você terá um novo Bonatero.
—Nunca quis ser mãe solteira, eu nunca quis que meu bebê nascesse sem um pai. —Giordanna disse aos soluços. Era duro, nenhuma mãe quer seu filho longe do pai, mas nesse caso era necessário que essa criança não soubesse nem quem é o seu pai imundo.
—Mas ela ou ele já tem um pai.
Giordana lançou-me um olhar perdido e confuso, claro que estaria confusa, talvez pensasse num casamento arranjado ou algo parecido.
—Eu...
—Eu serei o pai dela ou dele. —sorri com esse pensamentos, o que raios estava eu a fazer? —Eu protegerei você e essa criança com a minha vida, espero que você me permita fazer isso.
Giordana fitou-me sem palavras e atirou-se nos meus braços, chorou mais ainda sussurando palavras de agradecimento. Mas isso não é necessário, e ela sabe, somos irmãos, gémeos verdadeiros e de qualquer forma essa criança é tão minha quanto dela. Jamais os abandonaria.
—Eu amo-te mano, amo-te muito. —sorriu ainda com lagrimas na face. Exalei profundamente e permeti-me relaxar, eu posso fazer isso e de certeza o farei.
—Eu... —orri sem jeito. —Eu...
—É, eu sei —Giordanna limpou a face e sorriu ainda mais. —, uma hora ou outra, você terá de aprender que é tão fácil dizer: eu te amo quanto carregar uma arma.
—Bella comparação. —carreguei meu sotaque, certas palavras exigiam isso de mim. —Vamos, precisamos contar para a mamma e o papà e esperar que os dois saiam com um exército atrás do Kazama.
—Eles esperam isso de você, eu nem tanto, não quero que você suje as mãos por mim. —retrucou irritada.
Se ela soubesse o quão sujo sou, talvez não tivesse dito essas palavras, matar Kazama seria uma agulha entre milhões, não faria diferença alguma na minha vasta lista de homens mortos. Faziam cinco anos que eu perdi a conta de quantos homens eu matei á tiros, sem contar com os que tive prazer de esfolar vivos. Em breve seria a vez de Kazama, com ele de certeza que será ainda mais prazeroso, ver seu corpo sangrar, ouvi-lo gritar de dor e implorar por piedade.
Assim que descemos, estavam todos na cozinha a tomar o pequeno almoço, ninguém pronunciou-se sobre os acontecimentos da noite anterior e agradeci-os mentalmente. Pacientemente pedi para que todos prestassem atenção pois havia algo que eu queria informar, visto que eu nunca era de falar demais, todos deixaram seus pratos de lado para prestar atenção em mim, Giordanna estava ao meu e apreensão vindo dela. Segurei sua mão e contei a todos sobre a gravidez, a primeira reacção de todos foi de fitar-me como se eu estivesse bêbado ou tivesse nascido três cabeças pelo meu pescoço, mas assim que expliquei-lhes tudo, Mamma insultou os Kazama em todos os idiomas por ela conhecidos, gritou e jurou matá-lo, já papà apenas olhou-me e eu sabia que ele não queria vínculos, exactamente como eu. Mas todos nos queriamos aquela criança e prometemos cuidar dela, seria mais um membro para a familia e claro seria a pessoa mais importante para todos nós.
—Light. —Mamma chamou-me quando eu respondia a mensagem de um dos chefes do tráfico internacional de armas. —O motorista te aguarda, espero que corra tudo bem, eu amo-te meu bebê.
Ela nunca se esquecia, sim minha mãe nunca se esquecia e fazia questão de lembrar-me sempre, por vezes ia deixar me e esperava até que tudo terminasse. Controladora.
—Certo. —balbuciei, irritado.
Chego ao consultório após o horário de almoço, normalmente entro directo, é sempre irritante ter de esperar. A recepcionista é uma mulher já de idade, aparente ter mais de 50 anos e a conheço desde a primeira vez que coloquei os pés aqui, o tempo não havia sido muito generoso com ela, na verdade o tempo nunca era generoso com ninguém, eu sou a prova viva disso.
Ando em passos largos em direção a mulher que não faço ideia de qual seja o nome, nunca me importei o suficiente para saber seu nome e continuo nao me importando. Ela fita-me surpresa e na mesma hora sorri, um sorriso de surpresa e simpatia, não sei porque ela ainda dá-se ao trabalho de sorrir sempre que eu entro pela porta príncipal.
—Boa tarde, Senhor Bonatero —sorri ainda mais e fita-me feliz —, o Doutor Scott espera pelo senhor.
Aceno positivamente e passo por ela sem nem olhar para sua face. Minha mente está submersa nos últimos acontecimentos e o facto de eu precisar casar-me para ter o controle de tudo e colocar um ponto final em Kazama e na máfia siciliana sufoca-me.
Abro a porta branca da sala de Nataniel Scott e respiro fundo, nunca é fácil ter de abrir-me e dizer como me sinto, pode não ser mais um estranho, mas continua sendo uma pessoa, talvez eu goste mais de animais. São leais e posso confiar totalmente neles, foi isso que me foi ensinado durante 8 anos sem ver a luz do sol ou pessoas que não fossem prisioneiros, carrascos ou assassinos.
—Light, entre por favor. —o homem negro, com os cabelos grisalhos disse firmemente.
Exalo profundamente e sigo em direção a poltrona, aquela poltrona que eu detestava e que acabavam com as minhas costas.
—Achei que não viria. —disse ele pensativo. —Soube dos últimos acontecimentos.
Claro que soube, penso. Mamma sempre acha que pode contar tudo para esse homem, como se ele fosse alguma espécie de heroi e fosse salvar o mundo ou exorcisar os meus demónios, isso nunca aconteceria. O que eu havia passado, sofrido e aguentado estava fora de suas mentalidades.
Fitei-o com os braços cruzados, hoje em particular estava com menos vontade ainda de falar ou me comunicar, tudo que eu preciso é de matar algumas pessoas e relaxar.
—Você sabe Light, que quando perdemos o controle da mente, torna-se ainda mais fácil perdermos o controle dos nossos actos? —questiona e fita-me em busca de algum sinal, era sempre assim. —Há varias coisas em jogo Light. O mundo não gira em torno de você, tens os reus problemas, medos e inseguranças... —a gargalhada que dou em seguida o interrompe.
—Você está a brincar comigo certo? —digi frio o suficiente para que ele perceba que não estou a brincar, que não estou aqui para lições de moral e que nem quero estar aqui a olhar para ele. —Medo e insegurança? Sério mesmo? —aproximo-me dele ainda sentado, descruzo os braços e exalo pesadamente. —Eu deixei de ser inseguro e ter medo faz uns...12 anos Nataniel, olha para mim, me diz se algum traço em mim exala medo? Se minha postura é de um homem inseguro? —sussurro.
—Você é inseguro sim Light. —retruca sem medo. Seria tão bom matá-lo, sempre que eu sento-me nesta poltrona, penso nas dezenas maneiras de matá-lo —Você sente medo sim, posso ver isso no teu olhar.
—Você...você não sabe o terço do que fala.
—Tem certeza?
—Eu devo ter?
—Light, quando se está inseguro a melhor forma de agir é recuar, procurar possíveis medidas de resolver o que te aflige. Somos todos humanos, você é humano e assim como todos humanos você sente medo e está inseguro neste momento.
—Eu devia matá-lo.
—Isso, exactamente isso. —balbucia. —Raiva e desejo de fazer-me calar. Estou aqui para ajudar-te e sempre estive.
—Cala-te.
—Você aceitou o casamento, mas no final da noite você quase matou seu cunhado. —Ele faz uma pausa para ver minha reacção, dou de ombros não me importando e volto a me encostar na poltrona que balança por causa da maldita falha num dos pés. —Você estava inseguro naquele momento, não sabia se era o certo a se fazer e principalmente não sabia e nem sabe como lidar com Kalahari Zitryan. Ela mexeu com você.
—Não, ela não mexeu comigo. É mais uma.
—Tem certeza?
—Já chega. Tenho de ir. —digo impaciente, enquanto olho para o relógio no meu pulso.
—Não! —olha para o relógio em seu pulso e me fuzila com o olhar. —Temos mais 30 minutos e eu não deixarei-te ir.
—Não? —sorrio de lado. —Quem vai impedir-me? Você?
—Não, mas tua consciência sim. —ele faz uma pausa e entrega-me um copo com água. —Você está com medo de nutrir sentimentos por ela, e eu entendo isso, de verdade Light. Você nunca contou o que aconteceu durante os 8 anos que esteve desaparecido, vejo que essa é uma linha que eu não posso ultrapassar, são gatilhos e isso vai fazê-lo perder o controle, mas você sabe que podes ser mais que tudo isso. Sua familia precisa de um novo lider, nos todos precisamos e a Mão Negra é mais que uma simples facção de criminosoa. Somos grandes.
—Eu sei.
—Como você será um líder? Um barão? Se continuar com essa insegurança? Teu pai tem a Baronesa e tu sabes da história deles, seja lá o que te aflige, lute contra, controle os teus demónios e eu sei que tu não és impulsivo, mas também sei que foste na noite anterior, pois no fundo tu não a queres fazer mal, então não faça, proteja-a e ame-a. Tome o teu lugar e cuide dos que são importantes para você, mesmo que seja dificil de admitir. Somos todos humanos Light, sentimos medo e insegurança.
Somos todos humanos, sentimos medo e insegurança, sorrio com esse pensamento, encosto minha cabeça na janela do carro e espiro fundo. Nunca seja fraco, nunca sinta medo e ser inseguro está fora de cogitação. Como lidar com essa merda? Nem eu e nem o meu subconsciente conseguimos raciocinar direito, está foi a primeira vez que eu ouvi tudo o que Nataniel Scott disse, sem sair do consultório ou quase esmurá-lo. Desde que saí daquele lugar, não abri-me com ninguém, nem meu analista, nem meus pais e nem meus irmãos. No fundo eu sei que estou a traí-los, não por não abrir-me, mas por não contar as verdades que insistem em assombrar-me.
Saio do carro em direção a entrada de casa, minha mãe está na porta com os braços cruzados e seus olhos não deixam os meus em momento algum. Apesar de algumas divergências, ela sempre trata-me como se eu fosse um bebê, sempre diz que sou o bebê dela, o que mais dá trabalho e dor de cabeça. Mas ainda assim sou a luz dela.
Ela abraça-me assim que chego ao topo das escadas e retribuo o abraço, ela é a mulher mais corajosa e bondosa que eu já conheci, apesar da sua fama com as facas, ela é uma mulher admirável. Um exemplo a se seguir. Ficamos abraçados por alguns segundos, até que ela desfaz o abraço e segura meus braços. Ela é uma mulher pequena, mas muito forte e seus volumosos cabelos ruivos agora curtos, a deixam com um ar muito sério e amedrontador, não parece minha mãe, nem parece ter mais que o dobro da minha idade.
—Como foi lá? —pergunta preocupada. —Nataniel disse-me, que desta vez, houve progresso, nada partido e nenhuma fuga. —sorri, parece orgulhosa e feliz.
—Ele é chato. —digo fazendo-a gragalhar.
—Com certeza ele é. —retruca.
Assim como eu, minha mãe é paciente de Nataniel, desde muito tempo antes de eu nascer. Sei que ela entende o facto eu não gostar de abrir-me, pois para ela havia sido difícil também, mas ao contrário dela, eu não posso permitir ter alguém no comando da minha mente, abrir-me para alguém, seria tão difícil quanto matar o próprio diabo. Nunca acreditei em milgres e não seria agora que acreditarei, abrir-me seria uma milagre.
—Você tem visita. —diz depois de algum tempo. —Ela está na biblioteca, seja educado. —Ordena e beija meu rosto entrando de pela porta e seguindo em direção ao escritório.
Sigo até a biblioteca, talvez eu até saiba quem é, o sorriso de minha mamma deixou tudo explícito. Com a mão na maçaneta solto o ar que nem sabia que estava a segurar, giro a maçaneta e entro na grande biblioteca. Kalahari está de costas, seus longos cabelos excessivamente cacheado tapam seu pescoço. A jaqueta de couro e calças jeans caem perfeitamente em seu corpo, nem sei porque a estou a observar de forma tão minuciosa.
—Achei que nunca mais chegaria. —disse se virando em seguida. Seus olhos castanhos buscam os meus e por alguns segundos ficamos assim, fitando um ao outro e o único som no cómodo é das nossas respirações pesadas. —Senta-te, precisamos conversar. —ordena.
Ela ordenou. Simplesmente fitou-me e ordenou. Quem ela pensa que é?
—Quem você pensa que é? —pergunto irritado.
Kalahari caminha vagarosamente até mim, cada passo que ela dá, da-me vontade de dar dois para trás, é facto que alguma coisa ela fez comigo. Estamos a um passo de distância, a maldita mulher fita meus olhos, meus lábios e passa os dedos por eles. Fecho os olhos, meu coração acelera ainda mais, minha respiração pesada é testemunha de que seja lá quem ela for, é uma feiticeira.
—Eu sou a mulher que te ama, sou a mulher que vai casar-se contigo e o mais importante, sou a mulher que vai trazer paz ao teu coração. —sussura lentamente no meu ouvido, sua voz causa arrepios em meu corpo e deixam-me atrapalhado. —Agora, senta-te e não me interrompa.
Eu estou amando a Kala mandona, céus amo ela... Espero que coloque o nosso futuro Barão na linha.
Votem.
Comentem.
Amem e principalmente vivam.
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