Estrangeira-5-II
Hey amores... Cá estou eu com mais um capítulo.
Votem e Comentem, mas tipo muito está bem? A ursa aqui pulará de alegria...
E Olá para vocês Leitoras das sombras, vulgo leitoras fantasmas...
Boa Leitura.
Ironia, nada mais e nada menos que isso. É irónico como as vezes os nossos sonhos tornam-se realidade, por vezes penso que é a ironia do destino, mas cá entre nós, o destino é traiçoeiro demais para que depositemos nele a nossa fé e esperança. No passado e agora no presente e sempre, sempre apaixonada pelo mesmo ser misterioso e inexplicavelmente lindo, seu nome é Light Bonatero. O amor da minha vida.
Quando mais nova eu o vi, na grande gala anual da família Bonatero, ele parecia crescido demais para sua idade e seus olhos profundamente azuis drenaram-me o juízo, eram lindos e limpos, seus cabelos demasiadamente negros estavam penteados para trás com ajuda do gel, apesar de alguns fios se rebelarem. Com apenas 8 anos, eu apaixonei-me por ele, pelo menino dos cabelos rebeldes. Não sabia exactamente o que minha família fazia naquele lugar, era tudo tão delicado, limpo e luxuoso. Meu pai havia dito que alguém importante convidou-nos, pois estava interessado nos seus serviços, quão grande foi a minha surpresa quando o carro parou de frente ao magnífico e famoso Bonatero's Palace.
Segundo os tablóides, Pietro Bonatero havia oferecido aquele palácio surreal á Beatrice Bonatero, como presente de casamento.
Senti-me a cinderela naquele lugar, um pouco clichê, mas era a realidade de uma pobre menina que nunca havia saído de sua cidade. que ficava em outro continente. Haviam paparazzis e até um enorme tapete vermelho, aquele hall de entrada era digno de um palácio, fazia justiça ao nome. A primeira coisa que passou-me pela cabeça foi: finalmente comerei caviar.
Minha grande decepção, foi saber que não haviam indícios daquela iguaria cujos tablóides diziam ser a iguaria da alta sociedade. Eu a nerd da minha família, boa com os números e muito perspicaz. Quando o assunto é desenho, sempre fui a melhor. Também enquadrava-me bem na definição de tenaz, por estes e muitos motivos tornei-me a primeira mulher africana reconhecida por ser a melhor designer de jóias, não apenas da África, mas da Europa e América também. Nasci e cresci pobre, e a lição que aprendi foi sempre manter-se humilde e nunca esquecer minhas raízes.
Naquela mesma noite, no Bonatero's, meu pai foi convocado por nada mais e nada menos que Pietro Bonatero, estava claro que não tratava-se de um convite, não havia espaço para recusas pelo tom do homem que reconheci facilmente como Joseph Bonatero. Essa era a vantagem de ter uma memória fotográfica. Fiquei ainda mais feliz e encantada quando descobri que conheceria Beatrice Bonatero de perto, mas quão ingénua eu fui. Na verdade, aquela mulher é maravilhosa e me espelho nela, mas algo nela dava-me calafrios. Ela metia-me medo. Mas foi por ela e graças a ela que tornei-me no que sou, pagou minha faculdade, meus cursos e tudo que eu precisei para tornar-me no que sou.
Meu pai do dia para a noite, tornou-se o homem mais influente na África quando o assunto era importação e exportação de pedras preciosas. Claro que tudo tem um preço, e o preço de tudo aquilo eram alianças, um casamento que tornava os Bonatero ainda mais influentes na África e principalmente aqui em Botswana. Talvez eu devesse esmurrar-me por estar feliz com o rumo que as coisas estão levando, afinal de contas é dos Bonatero que se trata, de facto eu deveria ficar revoltada por estar sendo usada como moeda de troca, como um mero bem material, mas eu estou feliz, para a surpresa de todos, eu estou feliz. Feliz porque muito em breve, tornarei-me esposa de Light Bonatero, o único homem que ocupou minha mente desde os 7 anos de idade.
-Querida, as malas estão prontas? -Shonguile Zitryan perguntou-me, a mulher que eu chamo de mãe. Apesar de ser minha mãe, ela não se enquadrava muito bem no quesito mãe, é uma mulher interesseira e fútil.
O poder sobe a cabeça, e foi exactamente isso que aconteceu com a minha mãe, o poder fez sua cabeça e ela faz a cabeça do meu pai.
-Sim. -respondi-lhe seca.
-O que? Não está feliz? -pergunta, olha para mim enquanto descansa seu corpo no batente da porta deita de madeira maciça negra.
-E desde quando isso lhe interessa? -Cuspo com desgosto. Para ela, eu tinha apenas de aprender a cuidar da casa e nunca tentar ser independente e criar algo que eu me orgulhe.
-Sou tua mãe Kalahari, respeita-me. -diz no mesmo tom. Há raiva e ódio em sua voz.
-Engraçado, não achei que fosse. -fito-a, o brilho de ódio nos seus olhos é visível, sua postura de predadora é um pouco intimidante, mas eu me recuso e sempre me recusei a deixar ser manipulada e intimidade por ela. -Se não te importas, quero estar sozinha no meu quarto. -dou-lhe costas e cantarolando enquanto arrumo a outra mala.
Ser uma mulher focada quando trata-se dos Zitryan é uma tarefa complicada. Pessoas fracas, manipulam as outras para torná-los escravos dos seus comandos e fazerem as coisas pelas tais pessoas, porém tudo trata-se de coragem e força de vontade, o amor, paixão, afecto e até a tristeza, pode fazer com que uma pessoa torne-se manipulável. Meu pai sempre diz que a tristeza pode levar-nos para dois caminhos distintos: a solidão e ensolamento ou a busca por pessoas que a farão feliz por um determinado momento, mas nem sempre funciona, pois a felicidade está em nós mesmos e não em terceiros.
Gaborone sempre foi minha casa, meu lugar preferido, as pessoas e o cheiro de liberdade sempre me extasiaram. É minha casa, Botswana sempre será minha casa, independentemente do que aconteça. Mas agora, vou para Roma, mais precisamente Itália e serei a Sra. Bonatero.
-Mana. -a voz sedosa de Tafadzua, chegou aos meus ouvidos. -Atrapalho? -pergunta, o que faz me sorrir, ela é e sempre foi receosa e tímida demais. Ás vezes nem tanto.
-Nunca mana, entre por favor. -digo, fecho a terceira mala e estou pronta para ir a Itália. Tafadzua senta-se na minha cama e fita as malas arrumadas em ordem decrescente.
-Você está certa disso? -pergunta com medo em sua voz. -Quer dizer, você viu o homem uma vez quando era menino e tudo que você sabe dele, vem directamente dos tablóides que cá entre nós, sempre apimentam suas histórias.
Tafadzua é por vezes mais sensata que eu, na verdade ela sempre foi mais sensata e estava a ser agora, mas é algo que eu quero é sempre quis, como negar a mim mesma um desejo que dura mais de 12 anos. A outra razão é que Beatrice Bonatero me escolheu, entre todas as outras e até minhas irmãs, Beatrice havia me escolhido, não podia ser por acaso e nem um maldito jogo do destino.
-Eu sei que estás preocupada, mas eu sei me cuidar, se esqueceu quem defendia você na faculdade? -sorrio de lado com o pensamento.
-Não compares Light di Augustini Bonatero à meros mortais Kalahari, o que você sabe dele ham? -A pergunta de Tafadzua, soou acusativa, mesmo sabendo que não era nada disso. -Sou tua prima Kala...
-Irmã. -interrompo. -Somos irmãs.
Tafadzua fita-me e sorri, baixa a cabeça e acente concordado. Mesmo não sendo filha dos meus pais ela é minha irmã. Minha tia era viciada e meu tio não conseguiu cuidar dela sozinho. Meu pai decidiu levá-la e cuidar dela como se fosse sua, tia Dinah era irresponsável demais e mal se importava quando tratava-se de sua única filha, chegou a deixar-lhe para trás quando houve um incêndio causado por ela mesmo em sua casa, se não fosse o segurança que meu pai deixou para vigiá-la, talvez minha irmã não estivesse mais entre nós.
-Sim somos irmãs, por esse motivo estou preocupada Kalahari. -Segura minha mão e respira fundo. -O que você sabe sobre esse homem?
O que eu diría a ela? Que eu tenho vários recortes de jornais e revistas que falam sobre a vida dos Bonatero é principalmente de um Bonatero em especial?
-Não sei muito. -Minto e sei que ela sabe que estou a mentir . -Sei que ele é o primogénito dos Bonatero.
-Tenha piedade Kala, disso todos sabem. -diz, me interrompendo. -Diga algo que eu não sei. -Sorri de lado.
Safada.
-Eu sei que ele ficou distante de sua família por quase oito anos, e sabe Tafa, fazendo bem os cálculos, foi cinco dias após aquele evento no Bonatero's Palace. -Lembro-me perfeitamente daquele dia, suas roupas, seu cabelo e até seu olhar distante e gélido.
-O incrível é que quando ele voltou, os Bonatero nunca mais fizeram eventos naquele lugar. -Tafadzua diz coçando a cabeça. Mas ela está certa, todas as festas passaram as realizar-se na mansão dos Bonatero, sempre que eu perguntava para a Sra. Bonatero sobre ele, seu ar triste deixava claro que não era o melhor assunto naquele momento.
-E mesmo depois de voltar, nunca participou de nenhum evento ou jantar. -o que é realmente estranho, nunca havia parado para pensar, mas era como se ele quizesse a todo momento estar sozinho.
-Resumindo, nem a cor da cueca que ele usou quando quase matou o Josh Smurd, você sabe. -Tafa riu. Ela estava a rir de mim, bem na minha cara.
-Céus, você é louca e sim eu sei qual era... -Talvez todos soubessem. -era uma Calvin Klein preta, afinal nunca o vi de qualquer outra cor que não fosse preto ou cinza escuro.
-O faça mais colorido mana. -sussurou Tafa, como se fosse algum segredo de estado.
-Que Deus me ajude, isso sim. -sibilo pensativa, porém eu sempre gostei de desfios, o meu a partir de hoje seria tornar Light um homem mais feliz e colorido como disse minha irmã.
Uma nova vida me espera, é patético eu sei, mas talvez eu seja mais ingénua do que pensei, ontem e nos dias anteriores. O covil do leão me espera, sei é que tenho de ser uma boa noiva e esposa, cuidar do meu marido e deixá-lo cuidar de mim, mas a grande questão é: será que ele cuidará de mim ou serei apenas mais um fardo que ele carregará?
Enfim, depois da noite de amanhã, eu serei oficialmente noiva de Light Bonatero e depois de um mês serei Kalahari Angel Bonatero. Não tenho motivos para preocupar-me, pelo menos não agora.
Estou pensativa e não é para menos, por um lado eu sei o que quero e por outro, tenho medo ou talvez receio, sim, receio é a palavra certa para descrever uma parte do turbilhão de pensamentos que passam pela minha cabeça, sentimentos que deixam-me ainda mais receosa e temerosa. Estou tão aprofundada e perdida em pensamentos que não percebi a figura alta e grisalha que é o meu pai.
-Ah pai, você deve parar com isso. -grito assustada, esse é um habito exclusivo dele, seu andar calmo e silencioso o torna um ninja, o ninja brincalhão da minha família. Comparação esquisita, sei. - o senhor quase fez minha alma fugir do meu corpo. -dramatizo, ele sorri e caminha em direção a mim.
-E você minha menina, distraída como sempre -diz envolvendo suas mãos em meu corpo, seu abraço fraternal acalma meu coração e faz-me sentir em casa. -Não quis assustá-la, perdoe seu velho pai.
-Sempre. -sorrio para ele, meu pai sempre foi sensato e amoroso, por vezes até demais. Talvez fosse para compensar a falta se sensatez e amor da mulher que deu-me a vida. Não que eu não a ame, mas o amor por vezes se enfraquece pelas acções que o outro comete, acções maldosas e desumanas.
Talvez o amor não suporte tudo, o amor tem limites, limites que depois de ultrapassados não se pode voltar, limites estes que mantém a balança dos dois lados equilibrada.
-Pronta? -pergunta, olha em direção ás malas e respira fundo, como se tivesse algo á dizer mas, trantando-se de Samuel Zitryan, eu nunca saberei o que preocupa sua mente.
-Sim, tudo pronto e muito empolgada. -digo, com sinceridade. Mentir para meu pai está e sempre estará fora de questão.
-Eu preciso conversar com você antes de embarcarmos, é algo sério amor e espero que entenda o meu ponto. -diz sentando no grande sofá de couro branco que está ao lado da minha penteadeira. -o Light, não é um príncipe encantado, ele é...como posso dizer, ele é...
-É difícil de lidar, enigmático, esquisito, muito reservado e ama preto? -completo, meu pai sempre procura as palavras delicadas quando se trata de explicar algo, seja bom ou não pelo seu ponto de vista, porém eu o conheço tanto quanto ele me conhece. -Eu sei o que vou enfrentar pai.
-Eu sei meu bem, mas mesmo assim -, fita-me e sorri, seu sorriso não chega aos olhos como das outras vezes, meu pai está preocupado. Muito preocupado. -prometa-me que será uma boa esposa, que não o desafiará e principalmente que respeitará seus limites. -porque ele faria-me prometer tais coisas? Não pretendo ser uma submissa, nesse casamento ele não serei.
-Pai. -sussuro, preciso explicar-lhe meu ponto de vista sobre tudo isso.
-Apenas prometa-me Kalahari Zitryan. -seu tom duro fez-me engolir em seco, raramente ele fala comigo nesse tom, é uma mistura de medo e preocupação.
Samuel Zitryan arrependia-se de ter colocado sua filha mais nova, naquele trato com Pietro Bonatero, na verdade, aquela ideia havia sido de Beatrice Bonatero. Seu primogénito era um menino formidável e muito inteligente, apesar de ser muito calado e seu olhar sem vida ser um pouco exagerado para uma criança de apenas 8 anos.
-Eu prometo pai, eu prometo ao senhor que eu serei um exemplo de esposa. -Digo. Mordo os lábios pois é um hábito, sempre que estou nervosa o faço.
Não deixaria esta oportunidade esvair-se, pois na verdade, eu o queria e saber que ele seria apenas meu, parece um sonho, não consigo disfarçar a alegria que sinto. Espero que ele também goste de mim, parece um sonho mas sonhar é grátis e nesse momento eu posso.
-Eu serei uma boa esposa. -Repito, não seria uma missão impossível.
-Espero que sim, quero que saibas que a amo muito, minha menina. -sua voz falha dois tons e sinto-me ainda mais feliz pois sei que tenho a aprovação dele.
Finalmente.
Finalmente tudo está a dar certo, mas me preocupo pois não sei até quando essa felicidade irá durar. Enquanto eu posso, vou aproveitá-la de todas as maneiras possíveis e cumprir a promessa que fiz ao meu pai.
HUAHUAHUA... ESPERO QUE TENHAM GOSTADO PICOLLAS MIAS, ENTÃO VOTEM E COMENTEM E VOTEM E COMENTEM.
NÃO DÓI, NEM UM POUCO.
VOCÊS TAMBÉM LEITORAS FANTASMAS.
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