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Capítulo 2

O tempo continuava chuvoso no dia seguinte, e como o tempo por aqui é meio louco provavelmente segunda-feira já estará um calor insuportável. Isso é uma das poucas coisas que ainda não me acostumei em São Paulo.

Já morei em vários estados diferentes, o que me dificultou em criar laços de amizades. Desde que me lembro, era somente eu e meu pai, que neste exato momento está batendo em minha porta para que eu vá me arrumar logo para ir à escola.

- Ariana, vai acabar se atrasando! - ele dizia do outro lado.

Nem ficar refletindo sobre a vida às 6:00 horas da manhã eu posso mais.

- Já estou indo... - disse com voz de sono, esperando meu espírito voltar para o meu corpo.

A melhor parte do tempo frio é que o moletom me ajuda a entrar mais facilmente na escola sem o uniforme.

- Quando voltar da aula preciso conversar com você.

- Por que? - perguntei enquanto ia para o banheiro.

- Quando você chegar irá saber, aproveite seu dia!

Odeio quando fazem isso, a Ariana curiosa que vive dentro de mim sente vontade de morrer. Minhas tentativas de não ficar ansiosa com essa conversa com certeza iriam falhar miseravelmente.

- Bom dia, coisa horrorosa! - Carolina gritou da sala quando saí do banheiro e fui para a cozinha.

- Simplesmente vai entrando aqui assim?

- Lógico, eu já sou de casa. Não é mesmo, tio Bernardo? - a intimidade que ela conseguiu com meu pai foi impressionante, em pouco tempo ele já começou a tratá-la igual a mim, como se fosse minha irmãzinha perdida.

- Pode entrar aqui quando quiser, Carolina.

- Hey, não pode não! - ela jogou uma almofada em mim.

Na cozinha bebi um pouco de leite, peguei um pão com mortadela e saí correndo de volta para o quarto buscar minha mochila. Eu e Carolina nos esprememos no mesmo guarda-chuva e fomos para a escola, deixando um pequeno rastro de farelo de pão pelo caminho.

E lá estava ele novamente no bebedouro, enchendo sua garrafa d'água verde fluorescente. Devo admitir que as garotas tem razão, ele é realmente muito bonito mas me parece um tanto estranho, talvez por ainda estar bem deslocado na escola nova.

Algo dentro de mim me dizia para falar com ele, mas o que diabos eu iria falar?

Apenas segui meu caminho.

O pátio durante a entrada dos alunos é sempre estranhamente quieto, todos ainda estão com uma parte em sono profundo, mas não o maravilhoso grupinho de amigas de Carolina.

- Se prepara que a Júlia tá de mau humor. - Giovana cochichou para mim e Carolina assim que nos encontrou.

- O que aconteceu? - Carolina perguntou enquanto as outras garotas se aproximavam, Júlia era a que vinha por último.

- Aquele filho da puta foi grosso comigo! - ela disse, com a maior delicadeza possível. - Eu só falei um "oi" e ele já disse que não está disponível para distrações. Ele disse na minha cara que eu seria uma distração!

- Mas você não iria juntar ele com a Ariana? - Tainara perguntou.

- Com certeza, depois de dar uns beijos nele é claro.

Talvez um dia eu consiga entender essa meninas, e esse dia definitivamente não é hoje.

Durante todas as aulas Carolina ficou brincando com minhas tranças dizendo o quanto elas estavam lindas e que iria me bater quando eu as tirasse, que é exatamente o que pretendo fazer quando chegar em casa.

- O ensino médio tem o intuito de nos preparar para a vida profissional lá fora, mas sequer temos professores. - Carolina disse, com seus dedinhos dançando pelo meu cabelo e olhando a sala em nossa volta. - Olha pra isso, pelo menos uns cinco alunos estão dormindo, e essa professora substituta nem se deu o trabalho de perguntar em qual aula estamos. Se eu reprovar em matemática tenho certeza de que minha mãe vai vir aqui fazer barraco!

- Para de reclamar dessas coisas pra mim, eu não posso fazer nada!

- Eu sei que não pode, mas eu preciso de alguém pra jogar minhas reclamações, já que a diretora sempre nos dá a mesma desculpa. - revirei os olhos sabendo que ela realmente não iria parar de reclamar. Não a julgo por querer uma educação melhor, é o futuro dela, mas reclamar para mim não vai mudar nada.

Com ou sem professores, eu não me sentia bem naquele lugar cheio de pessoas conhecidas, que ao mesmo tempo eu não fazia ideia de quem são.

Carolina era a única dali que eu consegui ter uma certa intimidade. Ela sempre era muito transparente com tudo e todos, isso me fazia sentir que podia confiar nela desde o início, e estamos sempre juntas desde um ano atrás.

- Depois de eu conversar com meu pai, você me ajuda a tirar as tranças?

Ela me olhou furiosa.

- Eu deixo você reclamar do que você quiser se me ajudar a tirar essas linhas brancas do meu cabelo, eu não estou mais aguentando elas, Carolina!

Ela pareceu ficar menos insatisfeita.

Na volta da escola já não estava chovendo, pequenos raios de sol começavam a surgir, mas ainda estava frio.

As ruas estavam movimentadas por causa do horário do almoço, e minha barriga roncava de fome enquanto Carolina tagarelava sobre sei lá o quê do meu lado.

Da escola até nossas casa levava mais ou menos 30 minutos, não era longe, mas também não era tão perto quanto meu estômago desejava.

Naquele momento eu não sabia o que era maior, minha fome ou minha curiosidade a respeito da conversa que teria com meu pai.

- Ariana? Ariana, você está prestando atenção em mim?

- Claro, com certeza.

Comecei a rir da expressão de indignada que ela fez.

- Você disse que eu poderia reclamar o quanto eu quisesse!

- Em nenhum momento eu disse que iria te escutar.

Saí correndo assim que terminei de falar pois sabia que ela tentaria me bater e só parei quando estava segura entre as paredes da minha casa.

Meu pai saiu da cozinha com um pano de prato nos ombros tentando entender o motivo de tanto barulho.

- Tio Bernardo, que cheiro maravilhoso é esse?!

Talvez Carolina fosse a única pessoa que realmente amasse a comida que meu pai faz, ela o elogia tanto que uma simples feijoada se transforma em um manjar dos deuses.

- Que bom que vai almoçar aqui, Carolina. Já dou a notícia para vocês duas juntas. Podem vir comer.

Nos servimos e nos sentamos à mesa enquanto meu pai começava a lavar a louça.

- Vamos nos mudar de novo. - ele disse.

Quase me engasguei com a comida, e percebi Carolina arregalar os olhos na cadeira ao lado.

- O que? Por que? Já estamos aqui há tanto tempo, já nos acomodamos, pra que nos mudar de novo?

Carolina apenas parou de comer e se juntou as mãos em frente a própria boca, esperando as respostas de meu pai, se segurando para não chorar enquanto eu estava começando a me revoltar.

- É difícil de explicar. Mas nós precisamos ir. - era o que ele sempre dizia.

Quando criança ele me convencia de que estávamos vivendo uma aventura, e que tínhamos que ficar nos mudando de cidade em cidade para que os caras maus não nos alcançassem. Mas eu cresci e me convenci de que sempre nos mudamos por causa de problemas financeiros e trabalho, e que os caras maus não existem, que isso não é uma aventura. Não temos mais motivos para nos mudar de novo, porque tudo está bem.

- Para onde vamos? - perguntei.

- Ainda não sei, estava pensando em irmos para o Rio Grande do Sul.

- É muito longe... - Carolina disse. Eu sabia que ela começaria a chorar a qualquer momento, ela é extremamente sensível.

- Quando vamos?

- Ainda não sei, talvez na próxima semana.

Ele não mudaria de ideia, ele nunca mudou.

Carolina e eu focamos em terminar de comer, para que fossemos a casa dela logo.

Eu não estava preparada para aquilo, largar tudo e recomeçar de novo do zero. Nova escola, novos amigos, uma nova vida. Tudo de novo.

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