Capítulo 4
Rei então se levantou e olhou nos olhos amarelos daquele velho bushi, que na verdade era InuYasha, o maior herói japonês. Era claro que os séculos pesaram sobre seus ombros, mas o cansaço maior parecia os anos compenetrados em uma busca incansável. Rei estava diante de uma lenda viva, de alguém que deu seu sangue pelo povo num período em que não havia nenhuma Sailor na terra. E somente ele manteve um mínimo de justiça durante a mais sangrenta época do Japão. Por isso era amado pelo povo, com estátuas suas espalhadas pelo país e preservado pela história. Mas Rei jamais suporia que InuYasha estivesse vivo.
- Kagome, por favor. Não seja fria - disse InuYasha com a voz dolorida. - Não é possível que não se lembre de mim.
Então Rei se lembrou por quem InuYasha chamava. Era Kagome, a garota vinda do futuro quem todos diziam ser a reencarnação da sacerdotisa Kikyō. Seus nomes não foram preservados pela história, mas pelos sacerdotes que integraram a família de Rei.
- Eu sinto muito, InuYasha, mas não sou a reencarnação de Kagome. Sou a sacerdotisa do templo Hikawa, é verdade, mas meu nome é Rei Hino.
- Não importa como esta era te chama, Kagome. Não vê que parte meu coração se negando a ser quem é?
- Não nego que hoje mais que nunca gostaria de ser outra pessoa, mas não uma sacerdotisa. Pelo menos hoje não.
- Ah, Kagome, o seu cheiro é diferente, mas também era quando era Kikyō. Sempre soube que nos reencontraríamos. O feitiço do tempo nos uniria de novo. Eu sempre soube, nunca houve um dia que duvidasse disso.
- Entendo sua comoção, InuYasha, mas está equivocado. Não posso ser a mulher a quem procura.
- Prove que não é a Kagome - disse InuYasha com olhar desafiante.
- Não posso ser a encarnação de sua esposa, InuYasha, por dois motivos. Sou a Sailor Marte. Fui enviada ao Reino da Terra há milênios, também através de um feitiço do tempo, para esta era. E porque o feitiço do tempo que levou Kagome tantas vezes ao período Sengoku¹ lentamente a eliminou desta era, escrevendo seu nome no livro dos dias daquela era. Enfim, não só a alma, mas o espírito de Kagome está no passado, não a encontrará aqui.
- Não pode ser. Não acredito em você. Entendo que você tenha medo, por tudo o que vivemos juntos, e que é mais cômodo vestir um traje mundano a nos deparar com o que somos.
Rei baixou a cabeça e preferiu outro assunto:
- Como um sobrevivente de Sengoku, deve ter sabido das Sailor. Assistiu a tudo em silêncio, InuYasha?
- Decidi não mais me intrometer no curso da história, não até reencontrá-la, Kagome. Jamais vou te perder. Jamais vou te perder de novo, Kagome.
E InuYasha se atirou aos pés de Rei, beijando a hakama² vermelha, chorando as lágrimas não derramadas durante eras.
1 – N.A. Chamado de "O período dos Estados Beligerantes", foi o período mais sangrento do Japão feudal, ocorrendo de 1467 a 1573
2 – N.A. Calça larga comum ao vestuário japonês, tradicional para as sacerdotisas, que a usam em tons vermelhos
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