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Capítulo 8 - A dor da rejeição

Contém 3650 palavras.

Boa Leitura❤

Uma dor lancinante rasga meu peito, uma agonia física que ecoa a dor da minha alma, um grito silencioso que me dilacera por dentro. Cada batida do meu coração é um martelo golpeando meu peito, uma pressão insuportável, um peso que me esmaga. A respiração se torna ofegante, superficial, cada inspiração uma luta. Sinto a garganta seca, um nó de angústia que me impede de gritar.

As lágrimas escorrem, quentes e salgadas, traçando caminhos brilhantes na escuridão. São rios de sofrimento que inundam meu rosto, reflexo da tempestade que me consome. Meu corpo, exposto e vulnerável, treme. Sinto os olhares, gélidos e implacáveis, como facas fincadas em minha carne. Mas a dor interna é muito maior, abafando qualquer outro sentimento. É um vazio profundo, uma solidão imensa.

A memória de sua força, de sua resistência em me afastar, me assombra. Ele me protegia, mas suas palavras, cruéis e cortantes, me ferem mais que qualquer rejeição. A acusação ecoa na minha mente, um mantra repetitivo e destrutivo: instiguei seu desejo. A frase me golpeia, me esmaga, me reduz a pó. Um amargo gosto de cinzas invade minha boca.

A traição, uma serpente venenosa, enrosca-se em meu coração, apertando-o impiedosamente. Cada batida fraca é um eco dessa traição, uma lembrança dolorosa que me consome. A náusea sobe, um aperto no estômago que me faz querer vomitar. Meus joelhos fraquejam, a cabeça gira. O chão parece se aproximar.

O corredor parece se estender infinitamente, um túnel escuro e sem fim. A cada passo hesitante, sinto minhas pernas bambearem, a força me abandonando. A opressão do ambiente é física, como se um peso imenso estivesse me esmagando. A escuridão me envolve, me aprisiona. Minhas mãos, trêmulas, se agarram às paredes geladas, buscando um apoio que não existe. A respiração se torna cada vez mais difícil, superficial. Sinto o ar faltar, a garganta se fechar.

Finalmente, alcanço o quarto. A visão embaçada pelas lágrimas. Minhas pernas falham e caio no chão frio, duro. O impacto me faz gemer. Um tremor incontrolável me percorre, do topo da cabeça aos dedos dos pés. A fragilidade é total, absoluta. A agonia dilacerante do meu coração se espalha por todo o meu corpo, uma dor física e emocional insuportável. A escuridão me envolve, intensificando o sufocamento, a sensação de asfixia. A dor é tão intensa que me faz acreditar que a qualquer momento posso desmaiar. É uma mistura cruel de emoções, uma tempestade que me deixa vulnerável e sem chão, consumindo cada parte do meu ser. Meu corpo se curva, se encolhe, buscando em vão um refúgio para a dor.

"Quem vai acreditar no que diz uma veela?"

A maldita frase martela minha mente, como um martelo que esmaga meu crânio. Sou, para ele, apenas um meio, uma ferramenta para alcançar sua liberdade. Não posso acusá-lo de me iludir, ele foi claro.

Quem se iludiu fui eu. Enganei-me ao acreditar que poderíamos ser algo a mais. Agora, a realidade me golpeia com força bruta: não significo nada além de uma veela. A dor no meu peito é um peso insuportável, uma âncora me afogando. Sempre foi assim, todos viam apenas meu poder, minha magia. Saber que ele também me vê assim... é uma facada no coração.

Consigo levantar, com dificuldade, minhas pernas bambas e trêmulas, como se fossem feitas de vidro. A beirada da cama é meu único apoio. Me jogo sobre ela, afogando-me em lágrimas. As palavras dele ecoam, cada uma, uma faca cravada em meu coração. A respiração falha, ofegante. Sinto um aperto no peito, falta de ar.

"Apesar de tudo, sou homem."

"Qualquer um ficaria excitado ao ver uma mulher bonita dançando sensualmente."

"Mas não confunda as coisas. Você não é nem de perto a mulher que escolheria para mim!"

"Foi tudo instigado por você!"

— Aquele imbecil!

É minha culpa, realmente. Acreditar que ele seria diferente... que tolice!

Salto da cama, a decisão tomada com uma firmeza que me surpreende. Não posso ficar aqui, neste lugar que agora só me lembra da sua indiferença, da sua rejeição. A repulsa é visceral, uma náusea que me invade. Não significo nada para ele, e a constatação me corta como uma lâmina afiada. Sinto um vazio imenso, um vazio que me consome. Com movimentos rápidos, quase frenéticos, reúno minhas coisas, apagando qualquer vestígio da minha presença. Cada objeto que coloco na pequena mochila pesa como chumbo, um nó na garganta me sufoca. Raiva, tristeza e uma profunda sensação de perda me consomem. As lágrimas ardem nos olhos. Meu corpo treme.

Vou desaparecer da sua vida para sempre!

Aonde irei?

A caçada começará assim que sair daqui. Minha cabeça tem preço. A ameaça é real, palpável, uma sombra que me persegue. Mas a insegurança é pior.

Nunca saí sozinha, nunca viajei... A inexperiência me paralisa. O medo me envolve, me sufoca, mas a determinação surge como uma chama, impulsionada pela necessidade de escapar dessa dor insuportável. Aperto os punhos, respirando fundo.

Com um último olhar para trás, carregado de tristeza e resignação, coloco os braceletes da minha mãe, um símbolo de proteção e esperança, um amuleto contra a escuridão. São a minha única lembrança dela, um elo com a minha família.

A noite me envolve, um manto escuro e denso que me abraça. O ar está frio, úmido, carregado de um cheiro estranho, terroso. Sinto o peso da escuridão, uma pressão que me envolve por todos os lados. Cada passo é um esforço, minhas pernas pesadas, cansadas. Estou completamente sozinha, no meio do nada.

Caminho por longos minutos, o tempo se esticando, se distorcendo. A escuridão se intensifica, me aprisionando. Chego a um ponto onde a escuridão parece palpável, uma entidade viva que me observa, me julga. É a profundidade do submundo, um lugar de sombras e mistérios. Meu coração bate forte, um ritmo frenético que ecoa no silêncio.

Com extrema concentração, tento evocar o portal. É uma magia arriscada, nunca a fiz antes. As instruções dos livros antigos ecoam em minha mente, minhas mãos tremem, os dedos gelados e rígidos. A magia exige precisão, e a minha inexperiência é um peso a mais. Traço o círculo no chão, a terra fria e úmida sob meus dedos. O suor escorre pela minha testa.

O círculo começa a brilhar timidamente, uma luz fraca que se intensifica gradualmente. É uma luz suave, etérea, que parece emanar de dentro da terra. A aura mágica se espalha, preenchendo o espaço com uma energia palpável. Sinto um formigamento na pele, uma vibração que me percorre do topo da cabeça aos pés. O ar fica mais leve, mais puro. É uma sensação estranha, mágica, assustadora.

Sem hesitar, dou um passo à frente e então pulo. O portal me acolhe, me envolve, me transporta para outro lugar. Sinto um turbilhão de sensações, tudo acontece muito rápido.

O mundo humano é a minha única esperança. O feitiço nos braceletes me protegerá por um tempo, o tempo que preciso para pensar, para planejar, para recomeçar. Espero que seja suficiente. Meu coração bate forte, um ritmo frenético que ecoa no silêncio.

O remorso me corrói, um ácido que penetra em cada fibra da minha existência, queimando minha alma. Não há um único canto intocado por essa amarga sensação. A culpa é minha, somente minha. A constatação é um peso insuportável, uma verdade que me esmaga, me sufoca. Sinto o aperto no peito, uma dor física que se espalha.

Passei a noite em claro, atormentado por imagens incessantes: seu rosto banhado em lágrimas, seus olhos cheios de uma dor que me dilacera. Revivo cada palavra cruel, cada frase que feriu sua alma pura e inocente. A voz dela ecoa na minha mente, um lamento que me assombra. Sinto a garganta seca, um nó de angústia que me impede de respirar.

A cada lembrança, o aperto no peito se intensifica, uma dor física que espelha a angústia que me consome. Prometi não machucá-la fisicamente, mas infligi uma dor muito pior, uma ferida invisível, profunda e duradoura.

Quebrei seu coração. A culpa me esmaga, me destrói. Sou um tolo, um idiota, um monstro! Não há conserto fácil, solução simples para o estrago que causei.

Mas tentarei. A sinceridade, a confissão, talvez a ajude a me entender, a compreender meu arrependimento. Mas não posso, não devo infligir-lhe mais sofrimento. A ideia me causa náuseas.

A lembrança da dor em seus olhos me tortura. A ideia de conviver com isso eternamente, de carregar esse peso para sempre, é insuportável, um terror profundo que me paralisa.

Ela não merece sofrer por minha incapacidade de lidar com meus próprios sentimentos, com a confusão que me assola. A necessidade de uma conversa franca, de um esclarecimento...

A descoberta de sua virgindade foi um choque, uma revelação que me paralisou. Não consigo tirar algo tão precioso, tão puro, dela. Não enquanto esse monstro, essa parte sombria de mim, ainda existir.

O amanhecer me desperta, a urgência me impulsiona para fora do quarto. A cada passo, a angústia aumenta. Corro em direção ao quarto dela, apesar do horário, apesar da probabilidade de que esteja dormindo. A porta entreaberta me atinge como um soco no estômago, um pressentimento terrível. Minha mão treme sobre a madeira, num gesto instintivo, uma súplica silenciosa, desesperada.

— Aine? — minha voz hesitante ecoa no silêncio do quarto vazio.

Procuro por ela, o pânico me sufoca a cada segundo. Ela não pode ter ido embora! A possibilidade me gela o sangue, me paralisa. Ela está em perigo, exposta à rainha das fadas e à caça implacável. Tudo isso é minha culpa!

Cada passo que dou ressoa pelo submundo, um eco que amplifica minha angústia. Até meus demônios, acostumados à minha presença imponente, percebem meu desespero. Seus olhares são intensos. Não posso deixar que nada de mal lhe aconteça. A culpa me esmaga, me lembrando da minha covardia, do meu medo.

— Encontrem-na e tragam-na a mim, sem nenhum arranhão! — a ordem escapa dos meus lábios, rouca e urgente, um grito silencioso de desespero. Meus demônios assentem, seus corpos se movendo com uma velocidade sobrenatural. Observo-os partir, a esperança me dando um fôlego.

Fecho os olhos, tentando acalmar a tempestade em meu interior. O pânico ameaça me dominar, mas preciso pensar, agir racionalmente. Onde ela estaria?

Céus! A imagem de seu rosto, tão delicado, tão puro, me assombra. Ela nunca deixou o mundo das fadas antes. O único outro lugar que ela conhece é este submundo, mas sei que ela não está aqui. Minha crueldade a afastou desta escuridão.

Um sorriso irônico toca meus lábios. Lembro-me da nossa conversa sobre o quarto. Ela, um ser resplandecente, detestaria a escuridão deste lugar. E, sabendo disso, não fiz nada para mudar o ambiente. A perspectiva de irritá-la me deixa estranhamente animado. Talvez seja masoquista. Provocá-la até o limite é interessante, simplesmente porque ela fica mais bonita quando está irritada. Vê-la exasperada me excita. Ela tem pouca paciência, mas, estranhamente, acho divertido provocá-la. Ela fica ainda mais bonita quando está irritada.

"O perfume adocicado que emana dela, uma mistura inebriante de flores silvestres e algo misterioso e inefável, me envolve como um véu quente e aveludado. Sinto o cheiro penetrar em minhas narinas, despertando sensações inesperadas, um turbilhão de emoções que me deixam atordoado. Meu corpo reage involuntariamente.

— Não gosta do título de príncipe? Então, que tal sacerdote da gula, regente dos espíritos malignos, ou prefere Deus da Escuridão? — sua voz, provocante, me atinge como um choque. Seus olhos brilham com uma malícia que me deixa sem fôlego. Um sorriso travesso curva seus lábios vermelhos, como rubis, que captam a luz e refletem em meus olhos.

Cada um desses títulos é como um veneno em minha mente, todos me lembram do Satã. Uma irritação ardente, como brasas sob minha pele, se espalha pelo meu corpo. Sinto os músculos do meu maxilar se contraírem, a tensão se acumulando em meus ombros e irradiando para minhas mãos, que se fecham em punhos quase imperceptíveis. A respiração se torna ofegante.

— Não me chame assim, por favor! — resmungo, a voz saindo com um tom de frustração contida.

A sensação é como se um nó apertasse meu estômago, um desconforto físico que espelha a minha irritação crescente. Posso suportar todos me tratando assim, menos ela. A ponta dos meus dedos formiga, num sinal de impaciência que mal consigo controlar.

— Tudo bem, então diga-me, Príncipe do Inferno, qual é a sua desculpa? — sua voz, brincalhona, leve como uma pena, mas com uma ponta de aço inegável, é como um fio desencapado que me cutuca diretamente. A provocação me irrita, mas, ao mesmo tempo, me fascina.

Nem mesmo sua leveza consegue dissipar a frustração que me consome. Observo o movimento sutil de seus dedos enquanto ela fala, a elegância de seus gestos me hipnotiza, apesar da minha irritação.

Ela é debochada, um furacão de energia que contrasta violentamente com minha calma habitual. Enquanto sou uma leve brisa, ela é uma tempestade indomável, e está claro que não tem a intenção de desistir de me provocar.

A imagem dela, vibrante e cheia de vida, me deixa ainda mais irritado, mas, ao mesmo tempo, inegavelmente fascinado. Sinto um tremor quase imperceptível percorrer meu corpo, um sinal de que minha compostura está começando a ruir. Estou perdendo o controle.

— Você é irritante! — resmungo, a irritação se misturando a uma estranha atração que não consigo ignorar. Mal consigo controlar o tom da minha voz, que sai rouca e ofegante. Uma onda de calor sobe pelo meu pescoço.

Ela me cutuca no ombro, num gesto totalmente provocativo. Apesar de sentir uma leve pressão no estômago, uma sensação estranha e incontrolável, não a impeço. O toque dela, leve, mas incrivelmente intenso, me percorre como uma corrente elétrica, deixando rastros de formigamento na minha pele.

— Quero saber mais sobre você, vamos! — sua insistência me deixa sem fôlego. O tom da sua voz, agora mais suave, me deixa ainda mais desconcertado. Tento controlar minha respiração, mas meu peito pulsa rapidamente.

Ela... quer saber mais sobre mim? Sinto meu coração acelerar, um ritmo irregular que me deixa desconfortável. Meu corpo esquenta. Um turbilhão de emoções, uma mistura de surpresa, excitação e um medo irracional que não consigo explicar, nem controlar, me invade.

— Gosto de cores escuras... cores coloridas me enjoam — provoco, minha voz rouca, diferente do meu tom habitual, revelando um nervosismo que tento disfarçar.

Seu olhar, fulminante, pousa sobre mim. A indignação pinta suas bochechas de um vermelho vivo que me incendeia por dentro. Sinto o calor subir pelo meu pescoço, a pele formigar sob o seu olhar penetrante. O ar fica rarefeito. Um tremor, que não é de frio, percorre meu corpo, enquanto uma onda de calor, intensa e avassaladora, invade meu interior.

— Sou muito colorida para você, Senhor Belzebub? — seu olhar se fixa em nossas mãos unidas. A proximidade, a sensação do seu toque na minha pele, me deixa completamente atordoado. Nunca estive assim. Sinto meu coração se aquecer cada vez mais. Um turbilhão de emoções me preenche quando seu indicador passa suavemente pela minha palma, um carinho suave que ocasiona um verdadeiro frenesi em meu coração. Estou completamente perdido."

Ah... Aine... não tem noção do quanto está certa. Desde que a conheci, uma luz voltou a brilhar em minha vida, uma chama que estava extinta. Ao seu lado, sinto algo que nunca senti antes, uma paz, uma... alegria? É uma sensação estranha, nova, que me deixa vulnerável. E esse sentimento só intensifica meu medo de perdê-la.

E mesmo assim, a perdi. Idiota!

A culpa me consome, me queima por dentro. Sinto um nó na garganta, uma pontada de dor que me faz querer gritar. Meus punhos se cerram com força.

Quero mantê-la segura, protegê-la de tudo e de todos. Mas agora ela está em perigo, exposta, vulnerável. E jamais me perdoarei se algo acontecer a ela. Minhas mãos tremem. Sinto um frio intenso, apesar do calor do meu corpo. A angústia me sufoca. Preciso encontrá-la!

O mundo vibra, me expelindo. A luz me envolve como um vórtice, intenso e ofuscante, que rapidamente se apaga. Pisco, aflita, tentando me ajustar à mudança repentina de luminosidade. Um barulho ensurdecedor me atinge, um turbilhão de sons que me deixa tonta. Há tanta luz, tantas pessoas, todas caminhando apressadamente, como se fugissem de algo. Meu corpo treme.

Cambaleio, sentindo minhas pernas bambas, fracas. Olho ao redor, completamente confusa. Grandes casas se estendem aos céus, feitas de um material estranho, frio e brilhante, como aço. Há muitas lâmpadas, de cores vibrantes e intensas, que me causam um desconforto. Tudo é muito... diferente.

O sol queima minha pele, um calor intenso e estranho que me causa uma sensação de desconforto. É uma sensação que me deixa confusa. Sinto meu corpo reagir, tentando se proteger do calor.

Meus passos se tornam hesitantes, inseguros. O chão é duro e estranho sob meus pés. Tudo é novo, desconhecido, assustador.

Estou no mundo humano, mas para onde vou?

Caminho por longos minutos, sentindo-me cada vez mais cansada, exausta. Minhas pernas doem. Quando vejo alguns humanos entrando em uma enorme casa, alguns com malas em mãos, uma faísca de esperança surge.

Talvez seja uma estalagem? Adentro, seguindo-os, mas as portas me paralisam.

Estão girando! Minhas mãos vão até a boca, surpresa. Como podem girar assim? É vidro? É um material estranho, transparente e brilhante, que gira sem parar. É mágico?

Pulo animada, correndo e volto para o lado de fora. Suspiro contente, fazendo o mesmo movimento, dessa vez mais devagar. O interior da casa é mostrado para mim, grande e luxuoso demais. O chão parece brilhar como um espelho. Há muitas pessoas bem vestidas, com roupas estranhas e brilhantes. Tudo é muito... diferente. Sinto uma mistura de fascínio e medo.

Sigo o fluxo de pessoas até um balcão, sentindo-me deslocada, estranha. Minhas mãos tremem levemente.

— Quero um quarto! — anuncio, minha voz soa mais alta do que pretendia. Sinto um leve rubor nas minhas bochechas.

O homem humano ergue a sobrancelha, me analisando cuidadosamente. Vejo a luxúria em seus olhos, um olhar que me deixa desconfortável. Apesar disso, ele parece carrancudo, impaciente.

— Reserva no nome de quem? — ele pergunta, desviando o olhar para uma tela estranha, brilhante e retangular. A tela me deixa curiosa.

— Aine! — respondo, minha voz firme.

Ele leva alguns segundos até voltar o olhar para mim. Seus olhos me analisam novamente, com uma expressão que não consigo decifrar.

— Não tem nenhuma Aine aqui — sua voz é seca, impessoal. Sinto uma pontada de irritação.

— É meu nome, claro que existo, estou na sua frente! — respondo, confusa e um pouco irritada. Minhas mãos se fecham em punho.

A aura dele muda, fica mais impaciente, mais tensa. Percebo que não posso ficar aqui, discutindo. Não tenho outro lugar para ir. Meu coração acelera. Gradualmente, meus olhos ascendem, brilhando com uma magia sutil. O semblante do humano muda, fica turvo, seus olhos se arregalam, um sorriso de encantamento se forma em seus lábios.

— Claro, Senhora Aine, queira me desculpar, seu quarto está pronto! — ele murmura vagamente, sua voz agora mais suave, quase subserviente.

Outro homem, com a mesma vestimenta, se aproxima, pegando minha pequena bagagem. Sigo-o sem responder, meu corpo tenso. Ele entra numa caixa de metal, grande e brilhante. Adentro confusa, mas quando ela começa a se mover, me seguro em seu braço, arregalando os olhos. Meu corpo se enrijece.

Que coisas mais estranhas!

Não estou gostando do mundo humano! A sensação de medo e desconforto me invade. Sinto uma profunda saudade do meu lar.

Alguns segundos e a caixa de metal para. Pulo para fora, sentindo meu coração disparar loucamente. Minhas mãos tremem. O homem segue em frente, até parar em frente a uma elegante porta de madeira polida. Ele parece impassível.

— Seu quarto, senhora. Qualquer coisa, nos chame — ele abre a porta, me entregando um envelope estranho. Não consigo decifrar sua expressão.

Adentro o quarto, sentindo-me completamente confusa, perdida.

Um suspiro longo e pesado escapa dos meus lábios, carregado de exaustão e uma frustração que me aperta o peito como uma mão de ferro. Minhas mãos tremem.

O ar fica pesado em meus pulmões, como se estivesse tentando respirar debaixo d'água. O quarto, apesar de limpo e organizado, exala um cheiro levemente enjoativo de produtos de limpeza, um aroma artificial que contrasta com a fragrância suave e terrosa do submundo, que agora me invade as lembranças. Sinto meus ombros tensos, como se estivessem carregando o peso do mundo. Minhas mãos trêmulas apertam o lençol de algodão macio, a textura suave, um pequeno consolo em meio a essa agonia.

É irônico. Fugi do submundo para não encarar um lugar que tanto parece com ele, mas olhando para esse quarto, tão diferente do que estou acostumada, só consigo pensar nele, em Belzebub. Minhas mãos deslizam pela superfície lisa da mesinha de cabeceira, a madeira fria sob meus dedos, um choque que me desperta da minha própria mente. Imagens dele invadem minha mente como um enxame de abelhas furiosas, lembranças vívidas de seus olhos escuros e penetrantes, de seu toque intenso e avassalador, e de sua voz rouca e grave, que ecoa em meus ouvidos como um lamento. Essa intrusão constante em meus pensamentos é uma tortura que me deixa sem fôlego. Respiro fundo, tentando me controlar.

Consegui me infiltrar no mundo humano com perfeição, graças aos meus poderes. Mas vou não mais usá-los, esconder minha verdadeira natureza. Não quero chamar a atenção. Não que acredite que Belzebub vai me procurar, mas prefiro evitar qualquer risco. A ideia de encontrá-lo novamente me causa um arrepio de medo e excitação ao mesmo tempo, uma mistura de sensações que tento ignorar, mas que persiste, como uma sombra teimosa. A insegurança me deixa tensa e me sinto como um animal ferido, sempre alerta para qualquer ameaça.

Preciso me manter forte!

O melhor é esquecer da sua existência, assim posso me curar. Tento me concentrar em outra coisa, mas é difícil.

A imagem de seus olhos, escuros e penetrantes, surge em minha mente, como uma assombração irritante. A raiva fervente e incandescente luta contra a saudade que me consome, uma guerra interna que me esgota, deixando meu corpo pesado e minhas pernas bambas. Tento me manter firme, mas a insegurança me rói por dentro, como um verme faminto. As lágrimas surgem, manchando meu rosto. Meu corpo treme.

Belzebub...

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