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Capítulo 2 - Melancolia do Deus


Esse capítulo tem 3800 palavras.

Boa Leitura❤

Não consigo entender, ele esconde bem as emoções. Parece bloqueado, distante, como se não sentisse nada. Não vejo motivos para ele querer acabar com a própria vida. Se fosse isso, seria mais fácil ele fazer isso sozinho, sem ajuda de ninguém.

— Posso ao menos saber o motivo? — pergunto, não conseguindo conter a curiosidade.

Me aproximo, mas o olhar frio dele em mim, uma barreira invisível que me faz hesitar. A sensação é horrível, como se estivesse invadindo um espaço sagrado.

— Não. — a resposta é tão seca que me dá nos nervos, como uma lâmina cortando o ar entre nós. Ele foca os olhos no livro em suas mãos, ignorando completamente minha presença.

A raiva é um nó na minha garganta, um calor escaldante que me queima por dentro. Tento mantê-la contida, mas a cada instante a pressão aumenta, ameaçando explodir. Me inclino, desafiadora. Ele não reage!

— Não vou ficar presa aqui para seus experimentos! — resmungo, meus olhos faiscando de raiva. A cada palavra, os músculos do meu rosto se contraem, a respiração presa na garganta.

— Concordou em vir — ele retruca, a voz baixa e monótona, os olhos ainda fixos no livro, o cheiro de papel velho e tinta antiga me atingindo.

A raiva pulsa nas minhas veias, um calor escaldante que me queima por dentro. Minhas mãos se cerram em punho sob a mesa, os dedos brancos, a força contida a ponto de quebrar os ossos. Ele está muito enganado se pensa que vou obedecê-lo sem questionar. Não concordei com nada, fui obrigada a vir aqui só para evitar um massacre.

— Aceitei vir até aqui, não disse nada sobre ficar! — retruco, a voz cortante, um sorriso amargo nos lábios. Meus olhos o desafiam, esperando uma reação. Mas ele continua lendo. Nem mesmo um músculo em seu rosto se move.

A vontade de atacá-lo, de fazê-lo sentir a minha fúria, é quase insuportável.

— Quando me matar, pode ir embora — ele replica, a voz monótona, sem emoção.

Reviro os olhos, a frustração me sufocando. Como se já tivesse concordado em matá-lo!

A vontade de atacá-lo, de fazê-lo sentir a minha fúria, é quase insuportável. A irritação me queima por dentro, apertando meu peito. É como tentar quebrar uma parede de gelo com as mãos nuas.

— Meus poderes de combate não funcionam em você? — pergunto, a voz cortante, mudando de tática.

— Sempre vou me defender. Mas, seus poderes de atração, hipnose, persuasão e manipulação das emoções podem funcionar — ele responde, a voz ainda apática, mas seus olhos, pela primeira vez, me encaram diretamente, frios e penetrantes. Seus lábios se contraem em uma linha fina, a expressão impassível, mas um brilho gélido surge em seus olhos escuros.

Fecho os olhos, tentando me concentrar, a respiração ofegante. Ele é exasperante, um enigma insolucionável para a minha mente agitada. Preciso pensar em uma alternativa ou ficarei aqui para sempre. Ao abrir os olhos, encontro o seu olhar, a seriedade em seu rosto, me deixando desconcertada.

— Precisa me manipular por minutos suficientes para me matar — ele diz, a voz monótona, mas seus olhos, pela primeira vez, mostram um brilho gélido de expectativa.

Se fosse apenas isso, já feito, sem nem ao menos ter vindo até aqui!

Como não posso lutar contra ele, vou precisar seguir suas ordens. De qualquer forma, estou presa aqui. Um sorriso maroto, lento e calculista surge em meus lábios enquanto me aproximo da mesa, sentando ao seu lado. A madeira maciça e fria sob minhas mãos. Não posso evitar o sorriso malicioso que surge em meu rosto ao ver o título do livro que ele está lendo.

— Como lidar com os poderes das veelas? — pergunto, a voz suave, mas carregada de ironia. Observo seus olhos se estreitarem, o foco se deslocando do livro para mim.

— As literaturas sobre sua raça são um pouco vagas, não dá para saber se são apenas invenções para afastar os outros ou se são reais — ele responde, a voz grave, a palavra "invenções" carregada de um peso que não consigo ignorar.

Um sorriso malicioso, dessa vez mais audacioso, surge em meus lábios.

— Isso porque somos vistas como seres que manipulam os homens ao seu bel-prazer. Mas não somos assim... não todas... — retruco, a voz baixa, um fio de desafio na minha voz.

Observo seus olhos, frios com um brilho de curiosidade.

— Quer dizer que nunca usou seus poderes para atrair sua presa? — ele pergunta, inclinando-se um pouco, seus olhos escuros me analisando com uma intensidade que me deixa desconfortável.

A proximidade dele, o calor de seu corpo tão perto do meu, me deixa tensa.

Nunca gostei de falar sobre meus poderes. A repulsa nos olhos, a aversão por mim, me atormentam. Mas com ele... é diferente. Há uma curiosidade genuína, um brilho frio, mas honesto, em seus olhos, e isso me confunde. Meu corpo se enrijece, mas não consigo desviar o olhar.

— Quer saber se manipulo os homens à minha vontade? — pergunto, o sarcasmo cortando o ar entre nós.

— Tentou me manipular, esqueceu? — ele retruca, um sorriso sutil nos lábios.

Bufo, a frustração me sufocando. A lembrança da floresta, da minha tentativa frustrada, me deixa com um gosto amargo na boca.

— Aquilo foi diferente. Estávamos lutando. Nunca usei meus poderes para atrair os homens assim... — resmungo, desviando o olhar, a vergonha me queimando as bochechas. A textura áspera do livro sob meus dedos, o cheiro de tinta antiga, me distraem.

— Já lutou antes? — ele pergunta, a voz mais grave agora, um tom de nervosismo que não consigo ignorar.

— Não... exatamente. Quando sou solicitada a lutar, mato sem precisar entrar em contato, meus oponentes não me veem — respondo, a voz baixa, um olhar vago fixo em algum ponto distante.

O som da respiração dele, calma e controlada, me deixa ainda mais tensa.

— E como isso vai funcionar aqui? — ele pergunta, bufando o som contido, e um sorriso irônico surge em seus lábios ao ver minha cara fechada.

— Me diga você... Foi o suficiente para me trazer aqui e está sendo o suficiente para prender sua atenção em mim. — respondo, piscando para ele, com um sorriso maroto nos lábios.

Ele sorri de volta, um brilho diferente, quase incrédulo, em seus olhos.

— Está usando seus poderes em mim desde que chegou? — a intensidade de sua pergunta me deixa sem fôlego.

— Talvez... — respondo, a voz baixa, meus olhos fixos no livro.

A verdade é que usei uma leve persuasão para que ele falasse comigo, mas depois disso, ele seguiu genuinamente interessado, e não precisei mais de poder algum. Isso é estranho. Depois de alguns segundos em silêncio, ele suspira, fecha o livro com um baque suave, virando-se para mim com um olhar que me dá um leve arrepio.

— Vamos começar — ele diz, a voz grave, e um sorriso quase imperceptível se forma em meus lábios.

— Não funciona assim. Se souber que estou usando meus poderes, inconscientemente vai se defender — retruco, um sorriso travesso se espalhando pelo meu rosto, meus olhos brilhando.

Ele fecha os olhos, as pálpebras finas, como se estivesse se concentrando, a respiração lenta e profunda. O silêncio no laboratório é pesado, apenas quebrado pelo som da minha própria respiração.

— O que quer, para cumprir com o que prometeu? — sua voz soa grave e séria, o olhar fixo em mim, intenso e penetrante.

Um sorriso malicioso, lento e calculista surge em meus lábios.

— Nunca prometi matá-lo, e nada do que me ofereça vai me manipular para fazer suas vontades. Sinto muito — respondo com sinceridade, a voz firme, meus olhos encontrando os dele.

Levanto-me, meus dedos deslizam pelas prateleiras repletas de livros antigos e encadernados. A maioria parece ser sobre Satã, os títulos em uma língua que não entendo, mas que me deixa ainda mais curiosa sobre ele.

Ouço-o levantar-se, o som dos seus passos firmes e lentos ecoando no silêncio. Ele se aproxima, o olhar vazio, o rosto impassível, mas um arrepio percorre minha espinha. A sua presença é opressiva, uma força invisível que me envolve, me aprisiona. Ele é intimidador de uma forma que não consigo ignorar.

— Não sabe praticamente nada sobre sua própria raça, de onde veio, como eram, nem sobre seus pais. Sempre foi excluída por ser mais forte, e nunca entendeu isso... Não quer saber o motivo? — ele pergunta, a voz baixa, quase um sussurro, mas as palavras me atingem como um soco no estômago.

— E será você a me contar? — retruco, um sorriso irônico nos lábios, meus olhos desafiando os dele. Vejo sua expressão franzir, um leve sinal de irritação.

— Não vai acreditar em mim se disser, mas posso mostrar a verdade para que seus olhos vejam — ele responde, a voz firme, os olhos penetrantes.

Nunca pude pesquisar a fundo sobre meu passado, a minha história sempre foi um enigma. Mas com ele... talvez fosse mais fácil. A curiosidade, uma força poderosa, me domina.

— Ajudo você nessa missão suicida — resmungo, o sorriso malicioso ainda em meus lábios. Vejo-o acenar com a cabeça, um sorriso quase imperceptível em seus lábios, como se tivesse ganho a batalha.

Volto a sentar-me, indicando a cadeira ao seu lado com um gesto suave. Ele me segue, sem dizer uma palavra, mas seus olhos me observam atentamente, frios e penetrantes.

— As veelas são capazes de usar músicas para hipnotizar qualquer ser. Uma variante disso é o canto da sereia, onde a voz pode seduzir quem a ouve. O que já usei em você é a Voz Empática, o poder de manipular as emoções dos outros com minha voz — explico.

Seus olhos brilham com uma genuína curiosidade. Um calor estranho me invade, um sentimento de admiração. É quase engraçado, nunca recebi esse tipo de atenção antes. Meu corpo se relaxa, um sorriso leve se forma em meus lábios.

— Quais emoções consegue manipular? — ele pergunta, inclinando-se um pouco, seus olhos escuros me analisando com uma intensidade que me deixa tensa.

— Raiva, tristeza, alegria, dor e amor... — respondo, a voz suave, um sorriso malicioso se formando em meus lábios. A cada palavra, a tensão em meus ombros diminui, um sentimento de poder me envolve.

— Use sua voz então — ele diz, com uma arrogância quase divertida.

Reviro os olhos, a impaciência me dominando. Ele não sabe com quem está mexendo!

— Vamos fazer uma aposta. Se conseguir manipulá-lo, nem que seja por um instante, vou voltar para o mundo das fadas e ao menos explicar o motivo do meu sumiço.

A proposta é audaciosa, mas é o mínimo que posso pedir. Observo-o ponderar minha proposta com atenção.

— Aceito, mas irei com você — ele responde, a voz firme.

Bufo, a frustração me dominando.

— Não confia em mim? — pergunto, com um sorriso irônico nos lábios.

— Não. — Ele responde com uma frieza perturbadora, os olhos frios e impenetráveis.

A dor dele é um peso físico, atingindo-me como uma onda. Melancólica, triste, raivosa, arrependida... a intensidade dessa mistura me sufoca. Seu olhar vazio esconde um sofrimento tão profundo que me invade uma compaixão inesperada. Nunca imaginei que alguém tão poderoso carregasse um fardo tão pesado.

— Fiz uma curva errada, uma ou duas vezes...

Minha voz é leve, quase um sussurro que tenta quebrar a escuridão que o envolve. Observo seus olhos, curiosos, intrigados por essa nova abordagem. Um sorriso se forma em meus lábios, um reflexo da paz que desejo que ele encontre. Sinto a vibração da minha voz ressoando em meu peito, subindo até minha garganta e se espalhando pelo ar.

— Querido, por favor, nunca se sinta menos do que perfeito pra caramba...

Vejo a tensão em seus ombros diminuir, como se a minha voz estivesse derretendo o gelo que o aprisionava. Sinto calor da minha própria voz, como se fosse um abraço que o envolvesse. O ar entre nós fica mais quente, carregado de emoção.

— Você é tão mau quando fala sobre si, você está errado...

Minha voz ganha força, um escudo contra a autodestruição que o consome. Observo a contração em sua mandíbula, o leve tremor em suas mãos.

— Mude essas vozes na sua cabeça, faça eles gostarem de você dessa vez...

Vejo um leve sorriso se formar em seus lábios, um brilho hesitante em seus olhos. O ar entre nós vibra, carregado de emoção.

A raiva cede lugar a um sorriso, a tristeza se transforma em um brilho nos olhos. A esperança floresce em seu coração, como uma flor rompendo a terra depois de um inverno longo e rigoroso.

— Cheio de ódio, um jogo tão empatado... o mundo inteiro está assustado, então engulo o meu medo...

Minha voz atinge um clímax, um grito contido que liberta tanto a minha dor quanto a dele. Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto, misturando-se às vibrações da minha voz.

— Querido, por favor, se em algum momento você se sentir como se fosse nada, você é perfeito pra caramba pra mim...

Minha voz volta a ser suave, um sussurro de afeto e aceitação. Ele respira fundo, o ar saindo em um suspiro quase imperceptível.

O silêncio que se segue é denso, carregado de emoções que transcendem as palavras. Seus olhos, antes vazios, agora brilham com uma mistura de admiração e vulnerabilidade. Um sorriso quase imperceptível se forma em seus lábios, antes que ele volte à sua impassibilidade habitual.

— Manipulou as emoções para que eu sentisse sua felicidade? — a pergunta, fria como gelo, me paralisa.

Seus olhos, escuros e impenetráveis, me analisam e um arrepio percorre minha espinha.

— Sim... parece que ganhei a aposta — um sorriso maroto surge em meus lábios, mas um nó na garganta me impede de sentir verdadeira alegria.

— Vamos ao mundo das fadas — a frase, dita com um sorriso quase cruel, me deixa alerta. Um pressentimento ruim me invade.


❈✡

Ele cumpriu o que prometeu, me transportando para a floresta onde tudo começou. A devastação é visível: árvores retorcidas como ossos, folhas queimadas, um cheiro acre de madeira carbonizada paira no ar, um lembrete cruel do poder destrutivo. O silêncio é opressivo, quebrado apenas pelo sussurro fantasmagórico de folhas mortas.

À medida que me aproximo, vejo as fadas, sentinelas tensas, seus olhos varrendo a escuridão com inquietação. Ao perceberem nossa presença, um tremor percorre suas fileiras. Armas reluzem ameaçadoras sob a luz da lua, apontadas para nós. Levanto as mãos, num gesto de paz, enquanto avanço lentamente.

— Parem, é Aine! — Carlin grita, o alívio em sua voz é palpável.

Ela corre até mim, pulando em meus braços num abraço apertado. O riso escapa, um alívio profundo.

— Tudo isso é saudade, Carlin? — zombo, recebendo um leve tapa brincalhão em meu braço.

Sorrio, retribuindo o abraço, sentindo um conforto reconfortante.

— A princesa contou sobre seu quase rapto e como você a salvou, depois sumiu... estamos desesperadas à sua procura! — ela diz, apressada, a preocupação genuína transparecendo em cada palavra.

Provavelmente todos estão enlouquecendo por não encontrarem nenhum vestígio meu.

— Aine sumiu por minha culpa — a voz cortante de Belzebub, gélida como o inverno eterno, faz os olhos de Carlin se arregalarem de espanto.

— Este é o...

Carlin, instintivamente, me puxa para trás, impedindo-me. Sua mão, firme em meu braço, transmite o medo.

— Senhor das Moscas... o que quer com Aine? — Carlin o enfrenta, a voz firme apesar do tremor perceptível. Seus olhos, faiscando de desafio, encontram o olhar severo de Belzebub.

— Não é da sua conta — a resposta, fria como aço, corta o ar.

Será que toda essa arrogância é realmente necessária? Ele não percebe que tudo o que construí, tudo o que lutei para conquistar, está em jogo?

— Aine, espero que tenha um bom motivo para estar ao lado desse... Deus, sugiro que diga a verdade ou será dada como traidora — A voz da rainha ecoa, grave e implacável, um fio de gelo percorrendo minha espinha.

A rainha Cliar nos observa com frieza, seu olhar duro e calculista cravado em Belzebub, que retribui com uma frieza ainda maior.

— Majestade Cliar, posso explicar! — a voz sai baixa, um sussurro de desespero. — Estou apenas o ajudando! — minha cabeça baixa demonstra respeito, mas meu coração bate forte.

A rainha permanece impassível, uma máscara de aço.

— Ajudando o Deus a quem os outros deuses desprezam... isso é considerado traição, querida. E pior... esse homem... esse Deus tentou raptar minha filha, e ainda o ajuda! — a voz dela explode, um trovão de fúria que me atinge em cheio.

Estou sendo acusada?

— Foi para salvá-la que decidi ajudá-lo! — a indignação ferve em minhas veias.

— Quem vai acreditar no que diz uma veela? Quem me garante que não é um plano para ter poder?

As palavras da rainha, frias e implacáveis, me atingem como dardos envenenados.

Não! Isso não pode estar acontecendo!

Sinto as mãos de Belzebub em minha cintura, firmes e possessivas. Sua respiração quente, próxima ao meu ouvido, me congela.

— Entende um pouco de história? Seus pais foram assassinados por medo... o mesmo medo que vê em sua frente. — A voz dele, um sussurro sombrio e sedutor, ecoa em meus ouvidos, me fazendo tremer de pavor.

Sempre fui uma arma. E agora, estou sendo julgada sem direito à defesa, sentindo a mesma injustiça que meu povo sofreu.

— Será presa e vai a julgamento por traição! — a voz da rainha, glacial e implacável, corta o ar como uma sentença definitiva.

— Não posso ser presa por algo que não fiz! — a raiva explode, a injustiça sufocante me aprisiona.

Condenada sem direito à defesa. Morta antes mesmo do julgamento. A injustiça é um peso insuportável. Quantas vezes protegi aquele reino? Quantas vidas salvei, começando pela própria filha da rainha?

— Aine é minha noiva, portanto, não é problema das fadas, mas dos deuses — a voz de Belzebub, cortante como uma lâmina, rompe o silêncio tenso. A audácia da declaração me deixa sem fôlego.

— O que você... — a tentativa de protesto morre na garganta, sufocada pelo aperto firme de sua mão em minha cintura. Seu olhar, gélido e possessivo, me cala.

— Estamos apenas comunicando que ela irá morar comigo desde já — ele se dirige à rainha, suas palavras carregadas de uma arrogância insolente. O choque é visível no rosto dela.

O que ele está fazendo?

— Não pode tomá-la para si! — Cliar rosna, a fúria e o medo lutando em sua voz.

Um sorriso cruel se espalha pelos lábios de Belzebub.

— Será você quem vai impedir? — um sorriso cruel se espalha pelos lábios dele, a rainha arregala os olhos em pavor para sua satisfação. — Vamos, Aine!

Sem uma palavra, deixo-me levar, o gosto amargo da derrota e da injustiça queimando minha garganta.

❈✡

Minha mente era um turbilhão, meu olhar perdido, como se estivesse tentando despertar de um pesadelo. O laboratório, silencioso e frio, refletia as luzes gélidas em superfícies metálicas. Belzebub me observava, expectante, aguardando minha decisão. Mas como decidir quando a verdade poderia ser insuportável?

Chega! Era a minha vida, a minha história. Precisava saber, mesmo que a verdade me ferisse.

Respirei fundo. O sorriso de Belzebub se ampliou, um sorriso cruel que celebrava minha decisão.

— Conte-me o que sabe — pedi, a voz baixa, quase um sussurro.

— As veelas viviam numa floresta próspera, isoladas do mundo, até que um grande caos as atingiu. Ninguém sabe quem tinha o poder de exterminá-las. Dizem que não sobrou uma só para contar a história. O motivo? O medo de seus poderes — seus olhos brilharam enquanto ele falava.

— Medo dos nossos poderes? — perguntei, a voz trêmula.

— Imagine: se pudesse manipular alguém para fazer sua vontade, teria uma arma contra o mundo... controlar um rei... o reino seria seu. Os outros temiam esse poder — ele explicou, sua voz suave, mas as palavras eram como golpes certeiros.

O choque me atingiu em cheio. Levantei-me abruptamente, meus pensamentos dispararam como fogos de artifício. Belzebub me observava, com uma expressão que, por um instante, pareceu quase... preocupação? Mas sabia que não era compaixão. Era algo mais frio, mais calculista.

— Tudo bem? — A pergunta dele soou vazia, irônica. Um sorriso sarcástico escapou de meus lábios em resposta.

— Como se isso te importasse! — retruquei, caminhando até o centro do laboratório.

Não tenho mais cabeça para pensar nisso, melhor focar nele ou meu crânio vai explodir. Volto meu olhar para ele, totalmente decidida a esquecer por enquanto as fadas. Belzebub manteve o olhar sereno em minha direção, à espera de uma atitude.

— Você ama o jeito que eu te mexo...

A melodia antiga e poderosa flui de mim, preenchendo o laboratório com uma sensualidade crescente. Observo seus músculos enrijecerem, seus olhos, fixos nos meus, brilharem com uma mistura de desejo e resistência.

Um sussurro sedutor, a cada palavra cantada, a luta interna dele se torna mais evidente, a batalha entre o desejo e o controle. Seu olhar, por um instante, desce para minha boca, um movimento quase imperceptível, mas que me deixa eletrizada. O ar entre nós fica mais denso, carregado de uma energia que só nós percebemos.

— E eu posso ver que você sabe que eu sei como eu quero...

Minha voz desce, carregada de um poder desafiador. Ele permanece imóvel, a luta interna se intensificando. Seu pescoço se contrai, seus olhos fixos em meus lábios, mas ele não se move. Sinto sua resistência, mas também o desejo incontrolável que o consome.

— E eu posso ser todas as coisas que você me disse para não ser...

Avanço, sentindo o calor entre nós aumentar. Ele engole em seco, os olhos fixos em meus lábios, travados entre o desejo e a resistência.

— Vou te contar todas as coisas que você deveria saber... então, amor, pegue minha mão, salve sua alma... podemos fazer isso durar, ir devagar, hmm...

A tensão aumenta, minhas mãos deslizam por sua cintura, o contato elétrico entre nós. Ele enrijece, mas o mantenho perto. O ar está carregado de desejo, mas ele tenta manter o controle. Seu olhar, desesperado, desvia-se para meu colo, para então retornar aos meus lábios. Vejo um brilho intenso de vermelho em seus olhos, que nunca vi igual. Minha voz se torna mais suave, mais afável, tentando quebrar sua resistência.

— Você acreditará que Deus é uma mulher...

Ao clímax, quebro o contato visual, sussurrando as últimas notas em seu ouvido, minhas mãos deslizando por seus braços. Seu suspiro é um rugido contido, e antes que possa reagir, ele se move. Suas mãos firmes em minha cintura, minhas costas contra a parede fria. Seu olhar faminto, a intensidade de seus sentimentos descontrolados, as chamas em suas íris me deixam sem fôlego. Meu coração dispara. Não acredito que estou excitada por ele.

— Belzebub... — sussurro desejosamente.

Ele congela. O brilho ardente de seus olhos se apaga, deixando um vazio assustador. O encanto se desfaz como um castelo de areia diante das ondas. Sinto medo ao vê-lo tão fechado em seus sentimentos, suas emoções se tornando uma fortaleza impenetrável que não consigo compreender.

— Saia daqui! — ele esbraveja, virando-se de costas.

Arregalo os olhos ao vê-lo tomado por tanta raiva. Quando percebo seu corpo tenso, esperando uma resposta que não vem, giro nos calcanhares e corro para longe, sem ousar olhar para trás.


A primeira ➜ P!nk - Fuckin' Perfect

https://youtu.be/kmLMmA_N6eI


A segunda  ➜ Ariana Grande - God Is A Woman 

https://youtu.be/dMs0_R_SkGY


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