Primeiro amor.
O primeiro amor na adolescência é descrito como uma curva de aprendizado de sentimentos que prepara aquela pessoa para um relacionamento mais maduro.
Processo de descoberta de um sentimento por outra pessoa maior do que sentimos por nós mesmos.
Por ser verdade e tão avassalador, dependendo da idade pode trazer consigo traumas que influenciam na vida adulta do indivíduo.
Podia até ser, no entanto, para mim, foi esplêndido. Não fazia ideia de que raios acontecia, mas aquele eu se ludibriava na emoção. Aguinaldo não era um garoto comum nos olhos daquele eu, era espectacular. Sua maneira de andar, olhos grossos e até a gaguez.
No começo foi só porque minhas amigas faziam brincadeiras sobre nós, viam o que nós não víamos e comentário do tipo:
" Olha só quem está a passar." Ou " O Gui está a passar"
Óh Deus... o que tais palavras não faziam com aquele ingênuo eu?!
Até minha mãe tivera aderido a isso, quando por fim percebemos ter interesse um no outro, Gui ia à minha casa, sentava na cadeira do lado à esteira estendida no chão onde aquele eu e as vezes mais gente se deitava. Conversávamos sobre nada ou talvez tudo, vai saber o que aquele eu tinha em mente, embora de uma coisa eu saiba, aquele eu sentia borboletas no estômago só de ouvi-lo.
Sorria quando o via. Perdia a fala quando a tocava. Primeiro amor é fascinante, tão inocente quanto a infância e bonito como o esplendor da aurora ao entardecer.
Não lembro de como foi meu primeiro beijo mais um dos momentos mais lindo do qual esse eu ainda se lembra aconteceu depois daquele eu ter se recuperado de uma malária que durou quase um mês. Embora ele ainda fosse em minha casa nós sequer falavamos, porém, quando meu eu sentiu-se recuperado encotrou seu amor por trás da casa da minha vó, Jesus... estava escuro, talvez antes não tivesse reparado aos detalhes daquela noite, mas hoje consigo lembrar de como o clima frio fazia-me tremer, que a noite estava sem estrelas, apenas a luz da lua iluminava o lugar, ainda tenho a cor branca da sua bermuda assim como a cor do casaco branco com barras verdes ou azul que ele vestia naquela gravados em minha memória.
Lembro que Gui era cauteloso com meu eu, talvez até fofo. Embora fossemos "namorados" repara que uso aspas pois nunca sequer houve um pedido oficial, apenas decidimos que gostávamos um do outro e beijamo-nos algumas vezes, no meu tempo isso era namoro ( direi isso aos meu filhos, risos).
Prossigo... de frente àquele eu ele perguntou, como eu estava e se já me sentia realmente bem. Quase gaga eu disse que sim. Havia uma distância considerável entre nós, imposto pela vergonha de estar perto. Quando ele aproximou-se e segurou minha mão, podia me sentir infartar, mas como uma masoquista aquele eu não tirava o sorriso idiota dos lábio. Quando ele perguntou:
" Se eu te beijar ficarei doente também?"
Acreditem que se tivesse a pele mais clara meu eu estaria corada com a simples pergunta, porque aquele assanhado garoto olhava para o meu eu de maneira que sequer consigo descrever, então meu eu respondeu em sorrisinhos que não, porque malária não se transmitia assim. Foi o suficiente para ele se aproximar e tocar minha nuca devagarzinho, trouxe arrepios no meu eu talvez pelo clima frio eu disse, mas piorou quando nossos labios se tocaram, não sei quão bem meu eu beijava nem lembro da sequência daquele tocar de lábios. Sei que quando terminou corri para casa após dizer tchau que sequer saiu da minha boca.
Então Aguinaldo tivera sido meu primeiro beijo. Meu primeiro abraço, meu primeiro mãos dadas e meu primeiro amor. Foi a primeira e única vez que realmente namorei alguém.
Sim, primeiro amor é inesquecível. Não que você ainda o sinta mas você com certeza ainda lembra dele com carinho, talvez mágoa, no entanto, sequer tenho marcas doloridas causadas por ele, pelo contrário.
Um tempo depois do acontecido meu eu achou gostar de outro garoto. Diferente de Aguinaldo, esse era mesmo diferente, havia tido o pedido oficial, agora eramos ambos mais crescidos e diferente de antes meu eu sabia o que era namorar, foi ele quem me deu o único presente que recebi no dia 14 de fevereiro (dia dos namorados).
Meu eu achava a cor preta da pele dele linda, era realmente preto, tinha os olhos e dentes brancos que se destacavam devido a sua cor.
No entanto, eis um romance que não lembro da sensação, de como meu eu se sentiu, é como diz o Senhor Vírus no filme três idiotas " todos lembram do primeiro homem a ir à lua e os nomes depois dele não são tão importantes".
Era isso verdade, lembrava perfeitamente de como amei meu primeiro amor e depois dele não lembro de ter sentido outro igual ou maior, até a fase mais jovem.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro