Nunca mais trisque nele!
Bettany tinha acordado há poucos minutos, porém já estava literalmente pegando fogo e andando de um lado para o outro no palácio. Hoje teria mais treino e seria assim por mais alguns meses.
Rigion a estressava tanto, só de lembrar que estaria com ele novamente, parecia que ela ia explodir. E ele sentia o mesmo por ela, muita raiva acumulada.
Ele acordou um pouco mais cedo e comeu algumas coisas que estavam naquela casa, depois foi andando lentamente até o castelo, se lembrando de bons motivos para se comportar e não a matar.
Mariane também tinha sido liberada logo cedo, então aproveitou para andar pelo reino, já que nunca fazia isso. Era libertador estar do lado de fora nem que fosse por pouco tempo.
Maximus estava observando a garota que provavelmente tinha entre 17 a 18 anos e tinha visto ela saindo do castelo. Qual seria a relação dela com a rainha? Algo dizia a ele que a moça não era uma das maiores apoiadoras de Bettany.
Ele se aproximou lentamente dela, para não a assustar e ela já levantou as mãos na defensiva. Maximus viu alguma coisa saindo de sua mão, porém durou tão pouco tempo que ele nem conseguiu identificar o que era.
- Quem é você e por que está me seguindo? – se afastou dele, porém manteve a postura de menina corajosa e os punhos fechados.
- Bem, eu me chamo Maximus – tentou parecer uma pessoa simpática. Teria que convencê-la por bem ou por mal a fazer parte do seu time.
- E o que faz me seguindo? – Mariane bateu os pés impacientemente no chão, enquanto Maximus só conseguia reparar em como o olhar da garota era penetrante – estou esperando.
- Bem, eu vi a senhorita ontem e acho que temos algo em comum – ela não disse nada, apenas esperou ele continuar – nós dois odiamos a rainha.
- Aparentemente isso é algo bem comum aqui no reino, ninguém em Acátion gosta dela – deu de ombros e continuou a andar, porém o moço colocou a mão em seus ombros, levando um choque.
- A senhorita já sabe emitir raios? – ela negou com a cabeça – posso lhe ensinar bem rápido.
- Como? – ela tentou fingir desinteresse, entretanto, foi em vão.
- Sou a pessoa mais poderosa de Frenbly – ele disse de forma convencida e a garota se sentiu obrigada a rir.
- Sim, eu acredito – ironizou e continuou a rir até se dobrar – a pessoa mais poderosa de Frenbly é a rainha.
- Sua rainha tem isso? – Maximus colocou suas asas para fora e Mariane abriu os lábios em total espanto – pela sua reação, não.
- O que é isso? – apontou curiosa para as penas negras grudadas nas costas do moço – posso tocar?
- São asas – sorriu convencido – pode sim, com cuidado – ele mal terminou de falar e Mariane já estava tocando nas penas macias, fazendo-o fechar seus olhos ao sentir o carinho.
Tinha tanto tempo que ele não era tocado daquela forma carinhosa e suave, que deixou um suspiro escapar de seus lábios. Um vilão não tinha tempo para certos luxos.
- São tão macias – ela disse perplexa, deixando em evidência sua curiosidade e seu espanto – tem elas desde sempre?
- Sim.
- Uau!! – ela se afastou lentamente dele – tudo bem. Voltando ao assunto inicial, ninguém gosta da Bettany.
- Eu sei disso, mas acho que a senhorita tem potencial para me ajudar a tirar ela do trono – Mariane sorriu de canto. Então esse também era o plano dele? Se sentiu sortuda pela primeira vez de ter um aliado forte.
- Bem... Quem sabe não podemos trabalhar juntos nisso – fingiu que aquilo não era importante para ela – daqui a pouco terei que voltar ao palácio, o senhor também vai?
- Não, tenho outras coisas pendentes. Foi um prazer te conhecer... Qual é seu nome mesmo?
- Mariane – ele tomou a mão dela suavemente e depositou um beijo, a deixando corada. Se tinha algo que Maximus era bom em fazer, esse algo era iludir as pessoas.
- Vai ser uma honra trabalhar com a senhorita. Até mais tarde – piscou para a garota e saiu andando.
Mariane estava muito confusa com o tanto de coisas que tinha ocorrido em pouco tempo, porém decidiu continuar conhecendo o reino. Tinha muita gente que dormia nas ruas e aquilo acabou mexendo com seu coração.
- Quando eu tomar o trono as coisas serão diferentes.
Bettany decidiu que hoje ia vestir um traje correto na visão do Conselho, então colocou um vestido vermelho e uma bota, que nem dava para ver graças ao cumprimento do vestido.
Rigion tinha acabado de chegar ao palácio e percebeu que estava adiantado demais. Viu um homem parado o encarando e estranhou a maneira que ele o olhava.
George queria estrangular aquele desconhecido só por estar perto da sua rainha. Nunca tinha sentido tanto ciúmes de algo na vida, porém ele era a única pessoa próxima dela e desejava continuar assim.
Se aquele homem estava ali treinando, provavelmente não tinha controle de seus poderes, consequentemente não saberia se defender caso George tentasse o matar.
George assobiou para Rigion, o chamando para perto e Rigion foi, apesar de estar receoso sobre os interesses do homem. Só tinham eles dois ali, as outras pessoas ainda iam demorar um pouco a chegar.
- Bom dia – Rigion falou educadamente para o homem alto parado à sua frente – queria algo comigo?
- Sim, sim – George falou bufando – que você morra – deu um soco no rosto de Rigion e seu nariz começou a sangrar.
- Maluco – no momento que Rigion foi revidar, George mandou um jato de água e Rigion cambaleou, quase ficando sem ar.
Bettany estava saindo de casa quando viu a cena e se apavorou. Por que George parecia estar tentando matar Rigion?
Ela se aproximou correndo e gritou, porém George a ignorou e continuou jogando água em Rigion, que acabou caindo no chão, provavelmente sem ar. Ele provavelmente tinha engolido muita água.
Bettany lançou uma bola de fogo em George e o homem parou de jogar água e soltou um gemido de dor. Ela correu em direção ao corpo de Rigion que estava estirado no chão e colocou sua mão sobre seu coração, ainda estava batendo.
O virou de lado, se sentindo estranhamente mal ao vê-lo naquele estado. Não queria que ele morresse, qualquer pessoa, menos ele.
Segurou seu pulso e tentou sentir sua pulsação. Ele ficaria bem, se ela soubesse direito o que fazer.
Seguiu à risca todo o protocolo dos primeiros socorros e começou a fazer uma respiração boca a boca.
- Isso precisa funcionar – murmurou e continuou. Ela mataria George se ele tivesse matado Rigion.
Alguns segundos depois, ele começou a tossir e Bettany se afastou para que ele pudesse cuspir a água.
- Bett... – ele murmurou, não conseguindo terminar a frase antes de tossir mais.
A garota se levantou totalmente revoltada e fixou o olhar em George. O amigo nunca tinha visto a garota daquela forma, o cabelo de Bettany estava em chamas, todo seu corpo parecia arder e até mesmo seus olhos estavam brilhando de uma forma estranha.
- Não sei quem lhe deu autorização para tentar matar alguém – ela disse pausadamente, se esforçando para não perder mais ainda o controle – nunca mais – se aproximou de George, que dava passos para trás, tentando se afastar do calor que o corpo da garota emanava – NUNCA MAIS TRISQUE NELE! VAI EMBORA, GEORGE!!!
O homem apenas fez o que lhe foi dito, não estava querendo morrer agora. Não acreditava que Bettany tinha quase o atacado por causa de um mero Altaiea.
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