Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 01

Sentado na poltrona de couro da biblioteca de sua mansão ancestral em Hampshire, Thomaz Clifford, o décimo segundo Duque de Melrose, olhava o líquido âmbar dentro da taça de cristal como se ele fosse capaz de o fazer esquecer a decepção que sentia ao ver que sua existência havia se tornado, a cada dia, mais miserável.

De nada lhe adiantava um título tão importante ou a influência de seu sobrenome... Simplesmente se sentia o homem mais miserável do mundo.

Um homem em sua posição deveria encontrar uma esposa dentre as famílias mais abastadas. Talvez a filha de um marquês ou de um conde, mas desde que legítima, lhe dissera sua mãe há dois anos. Estava perto de completar trinta anos e era esperado que ele tivesse herdeiros para passar adiante o título e o bom nome da família. Afinal, fora criado para isso, para que a obrigação sempre fosse colocada acima dos anseios do coração.

O vento gelado batia nas janelas de vidro. Os esparsos raios de sol anunciavam a chegada do inverno antes da época e talvez nevasse nos próximos meses. Thomaz não conseguira pregar o olho naquela noite, como em todas as outras que se seguiram depois do falecimento da duquesa durante o parto da filha.

Fazia seis meses que aquele evento o havia tornado, além de um viúvo, um homem traído. Tanto empenho para encontrar a candidata perfeita para ser sua duquesa para ao final se casar com uma traidora, que veio para o leito nupcial já grávida de outro.

Lady Harriet Wallace foi a aposta de sua mãe para ser a próxima Duquesa de Melrose. De gestos contidos e voz suave lhe pareceu a escolha perfeita. Não lhe exigia amor e comportava-se como a típica dama recatada, não fosse o ventre já volumoso que escondia embaixo do espartilho.

Aquela maldita noite de núpcias deveria ter sido esquecida para o bem de seu juízo.

Mas não conseguia.

Harriet o havia tratado como um otário, acreditando que poderia enganá-lo.

E Thomaz se ressentia verdadeiramente por aquela situação que o havia obrigado a deixar de viver ao lado de quem realmente seu coração desejava.

A filha bastarda da Condessa de Richmond ainda o acompanhava noite após noite, permeando seus sonhos e deixando-o ansioso por sua companhia.

Greta era a mulher que ele desejava desde o dia em que seu melhor amigo a apresentou. Fora criada por plebeus a pedido da condessa por ser fruto de um caso extraconjugal, o que não a tornava uma boa pretendente ao posto de duquesa. E somente por isso evitou se declarar para ela.

Mas a tolice cobrava seu preço hora ou outra. E acabou legitimando uma bastarda por ter sido enganado por uma dama de mente ardilosa.

— Milorde. – Seu mordomo Briggs arranhou a garganta para chamá-lo.

O duque o olhou de soslaio, já pensando em dispensá-lo.

— O que foi dessa vez? – perguntou ele.

— Uma dama o aguarda – avisou o homem mais velho, que serviu também ao seu pai. — Ela veio de longe e diz que é sua amiga.

Thomaz se levantou e depositou a taça na cornija da lareira, onde o fogo ardia para aquecê-lo em sua solidão. Ele não esperava nenhuma amiga, e sua mãe estava na França para se recuperar da desilusão de ter escolhido a dama errada para ser esposa de seu filho; também não poderia ser uma de suas amigas. Além disso, era muito cedo para receber visitas. E essa misteriosa situação o deixou curioso.

— Eu a receberei – decidiu ele, passando as mãos pelos cabelos. Não estava em sua melhor apresentação. — A conduza até a sala verde. A receberei lá – ordenou, mas mal pôde terminar a frase quando um amontoado de cetim e renda se jogou em seu pescoço.

— Thomaz, meu querido! – ela disse, abraçando-o com carinho. — Eu queria ter vindo antes. Ah, como queria ter chegado antes para oferecer minha amizade – afastou o rosto do dele e o beijou na bochecha. — Sinto tanto por sua perda. Peço perdão pela minha falta de modos – disse ela.

Thomaz a olhava sem acreditar que a mulher que mais queria no mundo estava diante dele. Era como se Deus tivesse ouvido suas preces. E ela continuava tão encantadora quanto conseguia se lembrar, apesar dos dois anos em que não a via. Os cabelos com sua cor exótica de mogno estavam presos no alto da cabeça e os olhos azuis como o mar da Grécia o fitavam com amorosidade.

Ficou ali, com ela nos braços, temendo que aquilo não passasse de um sonho. E se fosse realmente um sonho não queria despertar dele nunca mais.

— Greta, o que faz aqui? Não deveria ter se casado? – perguntou afoito em querer descobrir tudo sobre ela.

Ela se desprendeu dos braços dele ao perceber os olhos do mordomo sobre eles. Thomaz o dispensou com um gesto de mãos e o aguardaram sair.

— Estou noiva do Capitão Morleand, como deve saber – contou ela. — Foi o melhor partido que a condessa conseguiu para mim, considerando que... Bem, você sabe! – Ele fez que sim com a cabeça. Era bom ouvir novamente sua voz. — Ele decidiu que deveríamos nos casar quando retornasse da América. Deveriam ser poucos meses, mas acabou se estendendo quando a revolta se tornou uma guerra – explicou ela e Thomaz concordou com a cabeça, pois acompanhava os esforços ingleses para impedir a independência das colônias na América. — Vivo em uma casa alugada por Anderson em Londres. A condessa eventualmente me visita.

— E por que não me escreveu? – Quis saber Thomaz, pegando-a pela mão. Ele sabia que era inapropriado tocar a noiva de outro, mas estavam sozinhos e sua reputação estaria assegurada, nenhum de seus empregados estava autorizado a espalhar fofocas. Caso contrário responderiam por isso.

— Não julguei apropriado depois que se casou. A nova Duquesa de Melrose poderia não gostar – explicou ela. — Anderson me visitou e foi ele quem me contou sobre sua perda. Eu o xinguei por ter escondido de mim que sua esposa havia morrido dando à luz, mas então meu irmão contou que também não sabia.

— Não mandei avisá-lo, Greta – admitiu Thomaz, dando-lhe as costas para que ela não pudesse ver sua vergonha. — Harriet foi uma péssima escolha e a trouxe para cá para fugir dos julgamentos.

— Mas sua mãe a escolheu a dedo – surpreendeu-se Greta. — Lembro muito bem de quando fomos apresentadas naquela temporada em que ficaram noivos. – Ela não contaria que a duquesa-viúva a havia procurado para exigir que se afastasse do filho por ser uma bastarda, reforçando que precisava casá-lo com a filha de um marquês influente no Parlamento. Aquilo lhe doeu tanto que foi até a condessa, sua mãe biológica, para que conseguisse um marido para ela.

Greta amava Thomaz, mas sempre soube que não poderia se casar com um duque sendo a filha ilegítima de uma condessa. Não poderia reclamar da vida que a mãe lhe dera, tivera muito mais do que alguns filhos ilegítimos que foram enviados para longe. Lady Therese Belfort lhe deu condições de crescer com segurança junto a uma família amorosa e de ser educada por excelentes tutoras, mas não poderia esperar muito de seu futuro quando era uma bastarda. A condessa não lhe escondia as dificuldades que teria que enfrentar, e por isso tentava a todo custo não lhe privar de uma vida comum.

E foi por isso que se afastou de Thomaz, o melhor amigo de seu meio-irmão Anderson. E para acabar com tudo de vez, aceitou a corte do Capitão Morleand, que por ser viúvo não se importava com seu nascimento duvidoso.

— Minha mãe cometeu um grande equívoco, Greta.

Greta se aproximou dele, as mãos desejando tocá-lo, confortá-lo em sua dor. Ela o conhecia muito bem para saber que algo de muito sério havia acontecido.

— O que aconteceu, Thomaz? – perguntou ela.

O cheiro de jasmim o embriagava mais do que os vários copos de conhaque que havia bebido durante a madrugada.

— Você não deveria estar aqui, Greta – alertou-a. — Não a mereço.

— Não seja tolo.

— Sua reputação... Não posso mais me comportar como cavalheiro quando estou com você – confessou se aproximando cada vez mais dela.

— Já tenho vinte e cinco anos – disse ela.

— Mas é uma donzela e está comprometida com um homem que a merece mais do que eu.

— Não é como se fosse me casar com um duque. – Ela sorriu, usando a mão para colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha. Thomaz sentiu que o tempo poderia voltar para a época em que a acompanhava pelas alamedas do Hyde Park enquanto Anderson seguia com seu cavalo alguns metros à frente. — Ele me aceitou mesmo sendo bastarda e tenho certeza de que entenderá que um amigo de longa data precisou de amparo.

Thomaz sabia que era importante para ela não ser julgada pela aparência ou pelo sobrenome que não carregava, mas pelo seu caráter. Ela havia escolhido bem o noivo, ele não tinha dúvidas disso.

Greta deu passos para trás, temendo cometer um grande equívoco. Agira no calor do momento, comportando-se como uma jovenzinha de miolos moles que não parava para pensar nas consequências que uma visita a um viúvo poderia trazer para sua reputação, que já não era das melhores quando a marginalizavam por ser fruto do pecado. Filhos gerados fora dos laços sagrados do matrimônio eram comuns na nobreza inglesa e muito bem escondidos, mas apenas para preservar a identidade dos progenitores. Eram os filhos que suportavam as amarguras e maledicências de serem quem eram, como se o peso dos erros dos pais tivesse que ser suportado por eles. Não havia um sobrenome que poderia protegê-los. Eram tão somente bastardos.

— Deve estar cansada da viagem. – Thomaz se recompôs. Precisava se controlar para o bem dela.

Tocou a sineta para chamar o mordomo.

— Eu posso voltar hoje mesmo para Londres se não desejar minha companhia – argumentou Greta. — Apenas precisava vê-lo, me certificar de que estava bem – reforçou sua justificativa. — Não pensei muito, apenas decidi vir e subi na primeira diligência postal para Hampshire. Não quero trazer problemas a você, Thomaz – disse quando se lembrou das palavras ferinas que a duquesa-viúva lhe dissera anos antes: a acusação de que mulheres como ela, sem berço, serviam apenas para serem amantes que esquentavam a cama de homens poderosos.

E Greta não queria se tornar amante de ninguém. Não queria correr o risco de gerar mais uma criança bastarda, que teria de aceitar o mesmo destino que o dela.

— Estou muito feliz que tenha vindo, Greta – garantiu ele. — Você entrou nesta casa como um sopro de vida para espantar o cheiro da morte. Não vou renunciar a sua companhia por temer o que os outros poderão dizer. Vá descansar e podemos conversar mais tarde, como nos velhos tempos. – E que Deus o ajudasse, porque o desejo se tornou ainda mais forte quando pôde sentir o calor dela indo de encontro a ele.

— Gostaria de conhecer sua filha – ela pediu.

— Vou pedir para a babá trazê-la em momento oportuno – prometeu ele.

Greta se aproximou novamente. Não conseguia resistir àquela vontade de tocá-lo. Era como se fosse uma necessidade de sua alma demonstrar o afeto que sentia por ele. Colocou-se, então, na ponta dos pés e o beijou no rosto.

— Nunca deixarei de ser sua amiga, Thomaz – prometeu ela, afastando-se para seguir o mordomo até os aposentos que ocuparia na mansão. — Também deve descansar – aconselhou-o. — Está com uma aparência terrível.

Se ela soubesse que ele a queria, mas não como amiga. 

***

Leia completo na Amazon e Kindle Unlimited: https://www.amazon.com.br/dp/B08PTKGJ6P


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro