Capítulo 27
O tribunal começou com a leitura das acusações, e eu observava Lucas se encolher ligeiramente a cada palavra. O promotor apresentava o caso com uma certeza fria, detalhando o histórico de Lucas e os eventos que levaram à morte de Miguel. Cada palavra parecia um golpe direto no meu coração.
Quando chegou o momento de apresentar as testemunhas de defesa, eu respirei fundo, sabendo que era nossa chance de mostrar um lado diferente de Lucas. A primeira a ser chamada foi Dona Marta, a professora que havia trabalhado com as crianças nas oficinas de artesanato promovidas por Lucas. Ela subiu ao estrado, um pouco nervosa, mas com a voz firme.
— Senhoras e senhores do júri, eu sou Dona Marta, e conheci Lucas quando ele começou a apoiar nossas atividades na escola. Ele trouxe não apenas materiais, mas também um entusiasmo contagiante. As oficinas de artesanato que ele ajudou a iniciar deram às crianças uma forma construtiva de gastar o tempo e aprender algo novo. — Ela fez uma pausa, olhando para o júri com seriedade. — Antes dele chegar, muitos desses jovens não tinham muitas opções. Lucas fez uma diferença real na vida deles.
Havia um murmúrio de aprovação na sala, e vi alguns membros do júri se inclinarem para frente, interessados. A seguir, foi a vez de Seu Joaquim, que falou sobre o projeto de alfabetização para adultos e idosos.
— Eu sou Seu Joaquim, e a vida para mim e para muitos outros mudou quando Lucas trouxe a oportunidade de aprender a ler e escrever. Muitos de nós éramos analfabetos, e a escola que ele fundou abriu portas que nunca imaginávamos que seriam abertas. — Seu Joaquim parecia emocionado, sua voz embargada. — Eu nunca tinha conseguido escrever uma carta ou ler um livro antes disso. Graças a Lucas, eu agora posso fazer isso, e muitos de nós aprendemos a nos comunicar de uma forma que antes parecia impossível.
O testemunho de Seu Joaquim trouxe um sentimento de esperança crescente dentro de mim. A apresentação das testemunhas continuou com depoimentos sobre a escolinha de futebol e a oficina de artesanato, com diversos moradores do morro compartilhando como as iniciativas de Lucas haviam melhorado suas vidas.
A última testemunha, uma mulher chamada Luciana, falou sobre como as habilidades que aprendeu nas oficinas de artesanato a ajudaram a montar seu próprio negócio e sustentar sua família. Seu depoimento foi particularmente tocante e parecia ter um grande impacto na sala.
Quando o Dr. Pedro Lima fez suas declarações finais, resumiu o impacto positivo das contribuições de Lucas e pediu ao júri que considerasse isso ao tomar sua decisão. Ele destacou que, apesar dos erros cometidos por Lucas, suas ações tinham trazido melhorias significativas para o Morro da Província.
— Lucas fez muito para ajudar aqueles que estavam à margem da sociedade. É verdade que ele cometeu erros graves, mas não podemos ignorar o bem que ele fez e a diferença real que causou na vida de muitas pessoas. — Dr. Pedro falou com convicção. — Peço que considerem isso ao tomar sua decisão.
Após as declarações finais, o juiz encerrou o dia de julgamento e ordenou que o júri se retirasse para deliberar. Eu me sentei ao lado de Lucas, tentando oferecer o máximo de apoio possível. A tensão era palpável, e o silêncio no tribunal era quase opressor.
A espera parecia interminável, mas finalmente o júri retornou com o veredicto. O juiz leu a decisão, e a sala ficou em silêncio enquanto ele anunciava a sentença. Lucas seria condenado a prisão domiciliar em vez de uma pena de prisão completa, devido aos seus esforços de reabilitação e ao impacto positivo que teve em sua comunidade.
Vi um alívio misturado com tristeza no rosto de Lucas enquanto ele ouvia a sentença. Ele havia enfrentado um processo doloroso e revelador, mas a decisão do tribunal ofereceu uma oportunidade para começar a reconstruir sua vida.
*
Minha casa estava mergulhada em um silêncio inquietante. Eu me encontrava sentado no sofá da sala, os olhos fixos na tela do celular que não dava sinais de vida. A ansiedade me consumia a cada minuto que passava sem notícias. Cláudio e Lucas haviam sumido, e a ausência de qualquer comunicação era um peso constante no peito. Cada notificação não respondida aumentava minha angústia, como se o mundo estivesse contra nós.
O relógio na parede parecia se arrastar, e o som do vento lá fora era a única companhia. A tensão estava no auge, e eu me peguei de pé, andando de um lado para o outro, tentando desviar da crescente sensação de desespero. O telefone continuava em silêncio, e eu já havia tentado ligar para Cláudio e Lucas inúmeras vezes, mas sem sucesso.
De repente, o barulho de uma batida firme na porta me tirou da inércia. O som fez meu coração saltar. Com passos rápidos, fui até a entrada e, ao abrir a porta, uma visão que me fez quase desmoronar: Lucas estava ali, parado na entrada, com seus olhos intensos e cansados me encarando.
A visão dele, no meio da noite e tão inesperada, foi um misto de alívio e preocupação. Sem pensar duas vezes, corri até ele e, com um impulso instintivo, pulei em seus braços. Ele me segurou com uma força reconfortante, seus braços firmes e seguros, como se tentasse me proteger de todo o peso do mundo.
— O que aconteceu? — Minha voz saiu em um sussurro urgente, e eu o encarei com uma mistura de raiva e alívio. — Por que você não ligou para me buscar?
Lucas me olhou nos olhos, e eu pude ver a exaustão e a preocupação estampadas em seu rosto. Ele me colocou suavemente no chão, ainda segurando meus ombros com firmeza.
— Desculpe, Marcus — sua voz estava baixa, mas carregada de emoção. — As coisas ficaram complicadas, e eu não consegui pensar direito. Não queria te preocupar, mas precisava vir até aqui, mesmo que fosse só para te ver.
A intensidade da situação e a visão de Lucas me fazendo falta foram demais para mim. Com um impulso de necessidade e alívio, dei um beijo forte em seus lábios. Era um beijo que carregava a dor da separação e a paixão reprimida. Desde que fui sequestrado, esse gesto de carinho era algo que eu sentia falta, uma conexão que havia sido interrompida pela violência e pelo medo.
Lucas pareceu surpreso por um momento, mas rapidamente correspondeu ao beijo com a mesma intensidade. Seus lábios se moldavam aos meus com uma urgência que parecia dissipar a tensão acumulada entre nós. O beijo foi um lembrete do que ainda nos unia, um fio de esperança em meio ao caos.
Quando finalmente nos separamos, respirei fundo e o olhei nos olhos, minha voz um pouco embargada.
— Você deveria ter ligado — eu disse, minha voz falhando um pouco. — Fiquei enlouquecendo sem saber onde você estava.
Lucas assentiu, seus olhos refletindo a mesma preocupação que eu sentia.
— Eu sei, e lamento por isso. Vou te explicar tudo, prometo. Mas antes de qualquer coisa, quero garantir que você está bem.
Eu o olhei, vendo a sinceridade em seu olhar. Eu estava sedento por aquele homem. Nossos beijos se esquentaram, as mãos fortes agora desbravava meu corpo, algo entre nós crescia. Um calor, a respiração pesada. Como eu amava aquele homem.
— Eu te amo. — Sussurrei entre os beijos. Eu gelei e olhei para ele.
— Eu também. — Disse ele e sorriu.
Entramos no banheiro, que estava envolto em um vapor suave. O cheiro de sabonete e o calor da água que começava a esquentar nos envolviam. Lucas ligou o chuveiro e ajustou a temperatura, e eu me virei para ele, observando-o enquanto ele fazia isso. Seus olhos encontraram os meus, e eu pude ver um brilho de ternura neles, um contraste com a tensão dos últimos dias.
Sem dizer uma palavra, Lucas se aproximou de mim, suas mãos encontrando meu rosto com uma suavidade inesperada. Seus dedos acariciaram minha pele, e o toque dele era como um bálsamo para o meu coração agitado. Puxou-me gentilmente para um beijo, e nossos lábios se encontraram em uma dança lenta e apaixonada. A sensação de seus lábios quentes contra os meus era um alívio para toda a dor e ansiedade que havíamos enfrentado.
— Você não tem ideia de como eu senti falta disso — murmurei entre beijos, a voz carregada de emoção.
Lucas sorriu contra meus lábios, e suas mãos desceram para a minha cintura, puxando-me mais perto. Seus toques eram firmes, mas carinhosos, e eu me entreguei ao momento, permitindo-me esquecer todas as preocupações.
Ele começou a despir-nos com um cuidado deliberado, cada peça de roupa caída no chão um passo mais próximo de uma conexão mais profunda. A sensação da água morna caindo sobre nós, misturando-se com o calor dos nossos corpos, era incrivelmente reconfortante. Lucas me conduziu para dentro do box, e a água do chuveiro começou a escorrer sobre nós, envoltos em uma névoa suave.
Enquanto a água nos molhava, Lucas começou a massagear meu corpo com um sabonete líquido, seus dedos deslizando com uma gentileza que fazia meu corpo relaxar completamente. A sensação de suas mãos espalhando a espuma era um prazer sensorial que eu não conseguia resistir. Ele explorava cada centímetro da minha pele com uma ternura cuidadosa, e eu me deixava levar pela experiência.
— Você sempre sabe como me fazer sentir melhor — eu sussurrei, os olhos fechados enquanto ele continuava a massagem.
Lucas inclinou-se para um beijo longo e profundo, e a água misturava-se com nossos corpos em um ritmo sensual. Seus dedos percorriam meu corpo com uma paixão que só aumentava, e eu respondia com toques igualmente carinhosos, explorando cada detalhe do seu corpo.
A sensação de estarmos tão próximos, tão envolvidos um no outro, era uma forma de escapar de todas as adversidades que enfrentamos. A água quente, a presença de Lucas, e a intensidade de nossos toques criavam um espaço íntimo onde as preocupações do mundo não podiam nos alcançar.
Ele se virou de frente para mim, e nossos corpos colidiram suavemente, os movimentos sincronizados ao ritmo da água. Nossos beijos nos levaram até a cama.
O quarto estava mergulhado na luz suave da noite, e o som da chuva caía em um ritmo constante do lado de fora, criando um pano de fundo sereno para o que se desenrolava entre nós. O calor da cama e o toque constante dos nossos corpos aumentavam a intensidade do momento, enquanto as sombras projetadas nas paredes dançavam ao ritmo da nossa proximidade.
Lucas estava ao meu lado, seus olhos fixos nos meus com uma intensidade que fazia meu coração bater mais rápido. Cada toque, cada beijo, estava carregado de desejo e emoção. Eu podia sentir o calor do seu corpo, a pressão da sua respiração em minha pele, e a maneira como seus dedos traçavam linhas de fogo em meu abdômen.
Ele começou a explorar meu corpo com uma lentidão que apenas aumentava o desejo. Seus lábios roçaram meu pescoço e desceram por meu peito, cada beijo era uma promessa de mais, uma antecipação do que estava por vir. Seus beijos se tornaram mais urgentes, seus dedos mais ousados. O toque de suas mãos em minha pele nua me fazia estremecer de prazer.
Com movimentos precisos e apaixonados, Lucas começou a explorar minhas coxas, seus dedos deslizando para o interior, provocando um prazer que fazia minha respiração acelerar. Eu gemia baixinho, a sensação de seus toques era quase demais para suportar. Ele levantou a cabeça, seus olhos encontrando os meus, e eu pude ver a paixão que refletia em seu olhar.
— Você é tudo para mim — ele sussurrou, e eu podia sentir a sinceridade em cada palavra.
Eu o puxei para mais perto, nossas bocas se encontrando em um beijo profundo e cheio de desejo. Suas mãos se moviam para explorar cada parte do meu corpo, enquanto eu retribuía com a mesma intensidade. Suavemente, comecei a tocar seu corpo, minhas mãos traçando os contornos de seu peito e abdomen com uma adoração que só aumentava a tensão entre nós.
Nossos corpos se moveram em perfeita sincronia, cada toque e beijo se tornando mais intenso. Ele começou a explorar minha bunda com uma habilidade que fazia meu corpo arquear em prazer. Cada toque seu era uma mistura de carinho e desejo, e eu respondi com uma entrega total. O calor entre nós era quase opressivo, e a sensação de estar tão intimamente conectado com ele era indescritível.
Quando Lucas finalmente se posicionou sobre mim, a sensação de sua pele contra a minha era um êxtase absoluto. Ele entrou em mim com um ritmo lento e controlado, cada movimento era um misto de prazer e intimidade. Eu me entreguei a ele, nossos corpos se movendo juntos em um ritmo que era tanto apaixonado quanto perfeito. A sensação de estarmos tão profundamente conectados era uma expressão de tudo o que sentíamos um pelo outro.
As sensações se intensificaram a cada movimento, e eu podia sentir o clímax se aproximando. Lucas aumentou o ritmo, e o prazer era quase insuportável, um crescendo de sensações que nos envolvia completamente. Nossos corpos se moviam juntos com uma urgência desesperada, e o prazer atingiu seu auge com uma explosão que nos deixou sem fôlego.
Quando finalmente alcançamos o clímax juntos, a sensação de estar tão perfeitamente alinhados era um alívio profundo e completo. Nossos corpos se relaxaram e se entrelaçaram, e o calor da noite parecia nos envolver ainda mais. Enquanto nossos corações desaceleravam e a respiração se acalmava, nós permanecemos juntos, em um abraço que era ao mesmo tempo carinhoso e possessivo.
Eu estava feliz. Isso era nitido, tinha um homem perfeito que me amava, que me protegia e que o queria ter o mais seguro possível. Não éramos os mais certos um para o outro, mas conseguimos caber na vida um do outro. Lucas era um homem diferente de quando o conheci e isso me realizava, não pelo fato dele ter mudado por mim, mas por querer mudar por si mesmo.
Uma coisa eu tenho certeza, seremos felizes juntos. Não que não aja mais perigo, por que sei que só começamos a enfrentar agora, porém sei que enfrentaremos juntos!
FIM, por enquanto!
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