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Capítulo 01: Mudança.

*Lia Harvelle narrando *

Inglaterra – Londres.

Meu nome é Lia Harvelle e aqui estou eu, arrumando o resto das coisas para a me mudar para o morro do alemão com o meu sobrinho de três anos, meu costumava ir visitar alguns amigos quando eu era mais nova e depois da sua morte, prometi que iria voltar lá, não esperava que fosse para morar, mas as vezes, o pior caminho se torna a melhor solução.

Respirei fundo e entrei no quarto de Thomas, a única razão pela qual eu ainda tento sobreviver nessa casa.


Meu irmão, Bryan, e a sua mulher, Melissa, sofreram um acidente fatal quando ele ainda era um bebê de apenas seis meses, semanas depois o advogado do meu irmão, me procurou para avisar sobre o testamento que ele havia deixado, nele dizia que apenas eu deveria cuidar do Thomas, desde então eu cuido dele, minha mãe, Pietra Harvelle, me ajudava no começo, mais agora as coisas mudaram desde que ela se casou novamente, depois de uma das nossas várias discussões, ela me mandou embora, agora, na manhã em que minha vida começa a mudar novamente, minha primeira missão é acordar Thomas.

_ Meu anjinho acorda precisamos ir, levanta Thomas! – Falei e ele coçou os olhinhos, me olhando.

_Ah, Lili não podemos ficar com a vovó? – Thomas fala e faz bico de choro.

_Não meu anjo precisamos ir. - Falei e peguei ele no meu colo, saindo do quarto com ele.

_Lili onde está me levando? – Ele perguntou.

_Vou te levar para tomar café! – Falei e ele sorriu.

_Eba. Te amo titia! – Falou e eu ri com a sua reação.

Desci as escadas e vi minha querida mãe e seu marido tomando café.

_Bom dia vovó! – Thomas falou animado.

_Bom dia! – Pietra respondeu seca.

_Thomas, vou preparar seu café e já venho! – Coloquei ele sentado e andei até a cozinha fazer o seu café, chegando na cozinha, vi Márcia a empregada da casa.

Marcia foi quem criou eu e o meu irmão depois que nosso pai morreu, também em um acidente, desde que Bryan morreu ela me ajudou a cuidar do Thomas.

_Bom dia Marcia! – Falei, beijando seu rosto.

_Bom dia querida! Já preparei o Nescau do Thomas. – Falou me entregando o copo de Nescau quente que o Thomas costuma tomar pela manhã, ela coloca algumas frutas para ele comer também.

_Não precisava Marcia. – Falei pegando o copo de Nescau e o pequeno recipiente com as frutas.

_Que isso querida você e como uma filha pra mim, vou sentir falta de vocês! – Marcia me abraça.

_Você é mais minha mãe do que a mulher que me colocou no mundo, nunca vou esquecer o que fez por mim! – Falei e ela marejou os olhos.

_Você vai mesmo? – Falou se referindo a minha mudança para o Brasil.

_Sim, eu já aluguei até uma casa lá – Falei e ela sorriu.

_Fico feliz, dizem que lá e um lugar ótimo – Falou.

_Vou lá levar o café da manhã para o Thomas – Falei.

_Antes de ir me avisa – Marcia fala.

_Claro. – Falei indo para mesa para dar o Nescau para o Thomas, atravesso a sala, onde deixei Thomas me esperando, ele estava sozinho na mesma e chorando

_O que foi meu amor? – Perguntei pro Thomas.

_Lili a vovó falou que é culpa minha o papai e a mamãe virar estrelinha, é verdade? – Perguntou soluçando.

Thomas sequer teve a chance de conviver com os pais por tempo suficiente para se lembrar deles, mas, algo nele também morreu naquele dia.

_Eu não acredito! – A pouca paciência que ainda me restava, foi embora.

_Thomas olha para a titia. – Ele olhou ainda com as lagrimas escorrendo.

_Seu pai e sua mãe não viraram estrelinha por sua culpa, você foi o maior presente que o papai do céu deu para eles, não chora está bem? Nós já vamos sair daqui! – Falei e ele me abraçou.

_Okay Lili – Ele falou e começou a finalmente comer.

Pedi para que a Marcia olhasse o Thomas por alguns minutos até que eu terminasse de fazer as malas. Subi as escadas e fui pegar as malas do Thomas em seguida, que foram a primeira coisa que arrumei, ontem à noite, sabendo que hoje o tempo seria mais curto, entrei no meu quarto arrumei o resto das coisas e desci com as malas do meu pequeno, deixando-as na sala, facilitando leva-las depois para a garagem.

De volta ao meu quarto, terminei de guardar as coisas que ainda restavam, passei pela sala e vi Thomas brincando alegremente com Marcia.

_Thomas recolhe os brinquedos que nós já vamos! – Falei e ele começou a guardar as coisas.

Desci novamente para a garagem com as mãos lutando para segurar as malas, abri o porta malas do meu carro, guardando as malas dele só então, fui chamar o Thomas na sala.

_Marcia, o Thomas está aqui? – Perguntei, quando não o encontrei brincando na sala.

_Não, ele estava brincando! – A Marcia falou.

Segundos depois de começar a andar novamente em direção a sala escutei um grito vindo do andar de cima.

" Não me bate vou contar pra Lili "

A voz do Thomas ecoou alto, subi as escadas correndo e entrei no escritório empurrando a porta com toda a força, assim que abri a mesma vi a Pietra, acertando um tapa no rosto dele o fazendo cair no chão, começando a chorar, meu sangue ferveu.

_VOCÊ É LOUCA! – Gritei encarando a mesma que ainda estava com a mão para cima.

_TIA! – Thomas grita e corre em minha direção ficando atrás das minhas pernas e abraçando as mesmas.

_Moleque idiota – Pietra fala e eu bufo de raiva.

Marcia apareceu na porta do escritório com os olhos assustados.

_Marcia leva o Thomas daqui, coloca ele na cadeirinha no carro que eu já vou! – Falei e ela pegou o Thomas no colo, que ainda estava chorando, e o tirou do escritório.

Não quero brigar com ela na frente do Thomas, ele já sofreu demais.

_Quem você pensa que é pra bater nele? Perdeu a noção? Ele e seu neto! – Falei me segurando para não bater nela.

_Cala a boca sua vadia, bati e bato de novo se for necessário, esse moleque nunca deveria ter nascido, ele e aquela vagabunda da mãe dele, só estragaram a vida do seu irmão! – Falou.

Não tive muito tempo para pensar acertei seu rosto com um tapa, fazendo o mesmo virar a seus olhos me encararem com muita raiva.

_Olha o que você está falando. O Bryan mesmo falou na sua frente que a Melissa era a melhor coisa da vida dele, você viu a alegria dele quando ela ficou grávida. Mas ele sabia, de alguma forma quem você era tanto que não deixou a guarda do Thomas para você, para ver o tipo de mãe que você é! Thomas é seu neto, mas infelizmente você não liga. Você não merece uma criança tão boa quanto o Thomas você não merecia o Bryan esquece de uma vez por todas que um dia você teve uma filha e um neto Pietra, você nos mandou embora e nós vamos ir, Bryan não ia querer que o Thomas vivesse com essa pessoa que você se tornou! – Falei e virei as costas indo em direção a porta.

_Já vai tarde vadia! – Ela falou olhei pra ela e ri

_Vadia? Eu sou a vadia que abriu mão de ir para a faculdade e de ter uma vida cheia de luxos para cuidar do sobrinho e honrar a memória do irmão! Devo ser mesmo a vadia da situação, mas entre nós duas, foi você quem expulsou sua família por um macho! – Sai do escritório batendo a porta.

Fui para o carro, Thomas já estava dentro dele sentado na sua cadeirinha e junto com ele estavam Marcia e George.

George é o marido da Marcia e também melhor amigo do meu falecido pai.

_Você volta pra nos visitar? – George perguntou

_Não nessa casa, mas prometo vir buscar vocês pra irem passar uns dias no Brasil com a gente. – Nesse momento, Marcia começou a chorar e vi os olhos do George marejarem.

_Vou sentir saudades minha menina! - Marcia falou chorando.

_Não chora, tenho que ir mais antes quero dar um presente pra vocês e não aceito não como resposta! – Falei e eles riram fraco peguei a chave do apartamento e a do carro onde Thomas estava e entreguei para eles.

_Que chaves são essas? – George perguntou

_As chaves, na sua mão são desse carro e do meu apartamento a dois quilômetros daqui, sei que vocês sempre moraram com a gente mais queria dar um presente para vocês, por tudo que vocês fizeram por mim e pelo meu irmão! – Falo e eles sorriem sem parar.

Comprei o apartamento três meses antes do Bryan sofrer o acidente, meus planos naquela época eram ir para a faculdade e ter a vida que sempre planejei, as coisas mudaram.

Não que tomar conta do Thomas seja um fardo, mas eu já não me vejo tendo um futuro em Londres.

_Ah! Meu Deus obrigada Lia! – Marcia fala. Ela e George me abraçaram.

_George me leva para o aeroporto? – Falei sorrindo.

_Nem precisa pedir. – Ele falou, entro no carro.

Saímos da minha antiga casa, depois de vinte minutos chegamos no aeroporto, George me ajudou a colocar as malas em um carrinho peguei a mão de Thomas fomos andando até o balcão de check-in, depois de fazer o mesmo, fomos para o avião, assim que sentamos nas nossas poltronas, Thomas me olhou com os olhos atentos.

_Lili para onde vamos, vou ter amiguinhos? – Ele perguntou fazendo bico

_Claro que vai, muitos. – Falo e ele sorri.

_Lili! – Thomas chamou.

_Oi. – Falei, olhando para ele.

_Posso dormir no seu colo? – Sorri com a pergunta dele.

_Claro, meu amor! – Falei, pegando-o no colo, logo que Thomas dormiu o piloto veio falar comigo.

_Srta. Lia Harvelle!? – Perguntou.

_Sim! – Falei.

Ele é bonito, moreno dos olhos verdes e com um sorriso lindo.

_Gostaria de agradecer por escolher nossa companhia de viagem! – Falou formalmente.

_Obrigada! – Agradeci.

_Esse é o pequeno, Thomas? – Perguntou.

_Sim – falei.

_Como ele cresceu, só o vi ele recém-nascido, ele é a cara do Bryan! – Ele falou.

Ele tem razão, Thomas realmente é a cara de Bryan.

_Obrigada. Desculpa, mas como e seu nome? – Pergunto na esperança de reconhecer ele do ciclo imenso de amizades do Bryan.

_Eu nem me apresentei, sou o Leon! – Falou.

_Prazer Leon. – Falei.

_Vi que está indo para o Brasil, vai morar por lá? – Ele perguntou.

_Sim, vou morar lá! – Falei.

_Se importa se eu pedir seu número, moro no Brasil e queria ver mais o Thomas e você também. – Leon me olhou, visivelmente interessado.

_Não me importo não, anota aí! – Falo e passo meu número para ele.

_Bom vou voltar para a cabine. – Leon falou se despedindo.

_Não deixe o avião cair. – Falei.

_Não vou! - Falou e voltou para a cabine.

Coloquei um filme para assistir e deitei a poltrona, acabei dormindo.

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