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Prólogo

      Dançar sempre foi algo natural pra mim.

      Quando calço um par de sapatilhas de ponta, é como se eu me tornasse outra pessoa, uma garota que não sabe o que são limites. E se alguém duvida que tenho talento, as medalhas e troféus guardados na minha estante estão lá pra confirmar.

      A dança fez toda diferença na minha vida, foi o que me resgatou de uma vida sem graça e fez com que eu, uma garota pobre e negra, me sentisse boa em alguma coisa.

      Isso mesmo. Sou negra. Na verdade, a única bailarina negra de uma turma de garotas brancas e com uma arrogância do tamanho do mundo. O que não é motivo para eu me sentir menor, pelo contrário. É o que me dá motivação pra vencer e provar que talento não tem cor.

      Mas até que o mundo me aplauda em pé, danço todos os dias pra obter técnica, expressão artística e força.
     
      Sou a primeira a chegar ao estúdio. Gosto de me aquecer na sala antes da aula começar, porque preciso treinar passos, giros e saltos, e isso só é possível quando não ouço aquelas conversas tão nada a ver, sobre meninos, que algumas bailarinas sempre têm.

      Assim que visto meu collant preto de manga comprida e amarro as fitas de cetim das minhas sapatilhas, faço o coque, prendendo-o com grampos, e saio do vestiário em direção à sala. Nas duas paredes do corredor há quadros de bailarinos que estudaram na Escola de Dança Fernanda Rossini. Nosso estúdio é pequeno, mas também um dos mais tradicionais de Campos do Jordão. Dona Fernanda pode se gabar de ter formado bailarinos que hoje dançam em boas companhias.

      Na pequena tv de tela plana acoplada no suporte da parede da secretaria, cujo balcão é ocupado pela eficiente Marta, uma repórter transmite a cobertura de um festival de dança na Alemanha. Me junto a Nádia e Heloísa; vejo uma garota de cabelos castanhos e olhos azuis, pele branca e aparelho de dente, concedendo uma entrevista à mulher. As pessoas consideram essa garota simplesmente a melhor bailarina da atual geração.

      Simone Candice Brooks. A bailarina americana famosa não só por se desnudar nos palcos, por dar tudo de si em performances incríveis, mas por ser ousada. E claro, por ser bonita.

       A garota conquistou medalha de primeiro lugar em todas as modalidades que disputou nesse festival, destronando as autosuficientes russas e coreanas, o que faz dela uma princesa de sapatilhas.

      — Será que é possível vencê-la? — Nádia pergunta, sem esconder que é fã da bailarina.

      Mordo os lábios, cruzo os braços, viro as costas para minhas colegas. Me direciono para meu lugar na barra.

      Sim, é possível vencê-la, digo a mim mesma.

      Seguro com ambas as mãos a barra e parece que já sinto, dentro de mim, os primeiros acordes de uma música clássica, me arrebatando e me dando vigor.

      Só uma última vez mentalizo imagens da tv mostrando Simone, saltando e girando como se nada pudesse pará-la.

      Fecho os olhos, iniciando meu aquecimento nas pontas.

      Eu posso vencê-la.

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