Capítulo 31
É hoje.
Desde ontem à tarde, depois que voltei da casa do Léo, estou aguardando pela mensagem de áudio do Odin, que disse para eu estar preparada uma hora antes dele chegar.
Mas me preparar pra quê?
Enquanto ele não chega, tento passar o tempo zapeando pelo Instagram, e tirando os vídeos e fotos que a Simone Brooks postou do festival que venceu neste fim de semana em Varna¹ - a americana ficou em primeiro lugar na modalidade Clássico e em segundo no Solo Livre -, não tem tanta coisa que valha a pena olhar.
Ter ganho tudo na Argentina e ter sido eleita a melhor bailarina aumentou bastante minha confiança. Agora sei que posso ser melhor que qualquer uma. Letícia pode repetir o quanto quiser que uma bailarina tem que se esforçar para ser melhor que ela mesma, mas eu sempre vou dançar pra vencer. Eu não consigo ter motivação se não for pra ser a primeira colocada.
Vencer Simone não representa só ser a melhor bailarina júnior do mundo. Vencer Simone significa coroar de glória minha história de luta e deixar para sempre meu nome entre as melhores.
Eu quero ser a melhor entre todas as mulheres que dançaram, e não aceito menos que isso.
Alguns podem me criticar, me acusar de ser arrogante e pretenciosa, e podem dizer que eu me acho demais. Mas se eu não chegar ao topo inalcançável para os mortais, se eu não for lembrada como a maior de todas, algo importante ficará faltando na minha vida.
Mas se ser a lenda entre as bailarinas é primordial pra mim, por que de repente isso parece tão sem importância quanto saber qual a surpresa de Odin?
Sentada na cama, só de calcinha e camiseta, zapeio sem interesse por redes sociais e aplicativos de música, e de vez em quando leio artigos sobre a tatuagem que a MC Lara fez no ânus. Tudo isso só para tentar disfarçar a ansiedade, o que se mostra inútil, já que não paro de tecer teorias.
Merda! Odeio surpresas.
Cansada de gastar a superfície dos meus dedos de tanto deslizá-los pela tela do celular, atiro o aparelho do meu lado e abraço os joelhos, bufando e escondendo a cabeça entre eles. Me levanto, dou uma volta pelo pequeno espaço entre a minha cama e a de Jordana, ando até o banheiro.
Do pequeno vitral da janela escuto os gritos, cantos e barulho de tambores e instrumentos de percussão provindos do Allianz Park. Haverá jogo às 16 horas.
Então, meu celular toca. Volto ao quarto num átimo de segundo e um sorriso se desenha em meu rosto quando vejo a foto de Odin.
Oi, bailarina, tudo bem? Abra teu guarda roupa e tira do cabide a tua camiseta do Corinthians. Vou te levar à Neo Química Arena pra gente assistir Corinthians e Flamengo.
Fico em choque por alguns segundos. Minha boca se abre, não consigo formular uma frase.
Devo estar sonhando. Eu vou ao estádio do Timão?
Cara, eu não acredito! Meu, eu nunca pisei no estádio do meu time de coração, que eu só não amo mais que o balé. Até fui convidada, quando eu morava em Campos de Jordão, a vir assistir uma partida; um vizinho meu, corintiano doente, tinha alugado uma van. Mas meus pais não me deixaram vir, pois eu tinha só catorze anos.
Eufórica, na hora respondo por áudio:
Ok, já vou me arrumar. Beijo.
Abro o guarda roupa e reviro minhas roupas, tomando cuidado para não desarrumar as de Jordana, e encontro lá embaixo uma camiseta nova, que comprei há dois meses. Faz parte do uniforme nº 1, e tem meu nome atrás: Bombom. O número dela é 10.
Visto um jeans desbotado, tiro a camiseta preta e a troco pela camiseta do meu time. Em seguida olho para o espaço dos sapatos, constatando com um pouco de frustração que ainda não é o momento de eu usar o par de botas de cano alto que comprei há dois dias no West Plaza. Escolho um ALL Star preto.
Cantarolo toda alegre um trecho do hino do clube enquanto prendo meu cabelo crespo num coque frouxo, e a seguir, borrifo um pouco de perfume.
Corro para o porta de entrada logo que Odin me manda outra mensagem de áudio, avisando que chegou. Ele está montado sobre sua moto Hayabusa, já sem o capacete - que está em sua mão esquerda. Também está usando uma camiseta do Corinthians.
Homens perfeitos são sempre corintianos.
Ando sorridente até ele, me adiantando para que ele me cumprimente com um beijo no rosto.
— Você fica mais linda usando o manto — o elogio provoca aquecimento instantâneo nas minhas bochechas cor bombom.
Embaraçada, tocada por palavras tão gostosas de serem ouvidas, tento fugir de seus olhos azuis penetrantes. Mas não adianta, porque a visão de seu rosto bonito é irresistível.
— Eu não sabia que você era corintiano — é a primeira coisa que consigo falar.
Ele acha graça nas minhas palavras e ri de um jeito nasalado.
— Gostou da surpresa, bailarina?
Balanço a cabeça, mexo os braços tentando verbalizar.
— Não sei o que dizer.
O louro assente, seus olhos se fixando ainda mais nos meus e o sorriso teimando em permanecer em seus lábios. Com uma torção de tronco, leva a mão direita para trás e desprende o outro capacete, me entregando.
— Põe e sobe aí.
Diferentemente daquele dia - de quando ele me levou para a Paulista -, desta vez acoplo com facilidade o capacete e o travo abaixo do queixo. Subo em sua garupa e passo os braços em volta da cintura de Odin, que arranca.
O louro passa bem em frente ao posto e ao estádio do nosso maior rival, onde pessoas passam com camisetas alviverdes. Percebo logo de cara que Odin quer provocá-los, o que acho excitante. Imagine palmeirenses vendo um casal de corintianos passando de moto em frente ao seu estádio, olhando-os com altivez.
Odin pilota com arrojo pelas ruas e avenidas que levam à Artur Alvim, bairro da Zona Leste. Sinto pulsar dentro de mim uma adrenalina vibrante, tomada por um sentimento de liberdade, como se eu estivesse longe da terra.
Ao ver a cúpula gigante da Neo Química Arena, parece que um cisco cai no meu olho. A emoção é tão grande que meu coração bate forte, e esse sentimento incontrolável se torna mais forte quando nos aproximamos do entorno do estádio e vemos uma multidão de loucos¹ com camisas alvinegras, cantando e vibrando.
Odin margeia a calçada, disputada palmo à palmo por esses torcedores apaixonados, pessoas que eu não conheço mas com quem estou unida por um sentimento que nunca vai acabar. Sempre me perguntei, enquanto assistia às partidas pela televisão, o que essa galera sentia, como era o sentimento de estar num estádio.
Pois bem, hoje sei. Enquanto andamos até nossas cadeiras, eu sinto meu corpo vibrar como os bancos das arquibancadas onde está a geral. É de lá que vem os mais apaixonados cantos, é de lá que explode a alegria de um povo que ama o Corinthians e o considera uma religião.
Não é a toa que somos chamados de loucos.
Odin, sentado ao meu lado e olhando o jogo, de vez em quando troca comigo um olhar cheio de significado, com mensagens que não consigo decifrar por completo, mas que deixam pistas no ar. Meus olhos vão de seu rosto à sua mão direita, que toma a minha e a acaricia. Dou um sorriso, e enquanto seu rosto se aproxima devagarinho do meu, o calor em meu rosto se intensifica junto com o arrepio nos pelinhos do meu braço.
Meus lábios semiabrem por instinto, à espera de seu beijo. Tudo acontece de forma sutil, singela. Fecho os olhos, suspirando baixinho, curtindo o momento tão incrível, tão esperado por mim.
Parece que estou num sonho. Não quero acordar. Os gritos dos torcedores se tornam sussurros até que só nós dois passamos a existir.
Correspondo ao beijo, me entregando por completo à incursão de seus lábios nos meus. Sua língua toca a minha, buscando mais contato e sugando parte do ar dos meus pulmões.
Quando abro os olhos, vejo diante de mim um homem com olhar terno, sem vestígios do garoto que se esconde por trás de uma couraça de autoconfiança. O Odin que se apresenta agora diante de mim é aquele que eu sempre imaginei como o verdadeiro.
Nossos lábios se desprendem e ficamos nos olhando por vários longos segundos, sem dizer uma única palavra, apenas sorrindo.
Foi tão bom. O gosto de sua boca colada à minha, esse contato tão desejado e tão sonhado por mim.
Me atrevo a um gesto mais ousado e seguro sua mão, levando-a ao meu seio esquerdo para que ele escute meu coração batendo.
De repente gritos explodem de todos os lados, nos arrancando de nossa abstração. Olhamos ao mesmo tempo para o campo e vemos um dos jogadores do Corinthians correndo em direção ao corner sendo seguido por três ou quatro companheiros, comemorando o gol.
— Não acredito, a gente perdeu o gol! — levo a mão diante da boca, balançando a cabeça numa lamentação teatral.
— Tranquila, gata. Vai passar no telão — ele indica com o dedo a enorme tela diante de nós.
Para ser sincera, não entendo de esquemas de jogo, de variações táticas, nada. Sou só uma corintiana fanática. Porém, o lance que originou o gol foi quase um balé, de tão lindo: o atacante se infiltrou na defesa, driblou os zagueiros e marcou o gol.
À partir desse momento, nossa torcida não parou de gritar. Até Odin passou a mostrar uma faceta que eu desconhecia (a de um torcedor empolgado), batendo palmas a cada drible genial ou lamentando uma chance perdida. Quanto a mim, fiz o que sei fazer melhor: mandei um monte de gente tomar no cu.
Nosso time venceu a partida por 2 a 1. Placar apertado, mas está de bom tamanho, já que a mídia esportiva adora inflar o ego do time adversário.
Odin e eu saímos do estádio de mãos dadas, alheios às comemorações dos outros torcedores. Ele sobe na moto enquanto ponho o capacete, em seguida ele também o põe na cabeça.
Quando chegamos à porta do estúdio, ele pede que eu desça para que possa estacionar a moto. Tiro o capacete e lhe devolvo, sorrindo. Odin o prende no apoio traseiro para as mãos, tira o próprio capacete passando os dedos nos cabelos lisos. Se virando para mim, aproxima seu corpo do meu.
Meu coração volta a bater de um jeito descompassado, igual a uma bailarina desengonçada que está aprendendo uma coreografia nova. Meus lábios tremulam, semiaberta, um sorriso se insinuando enquanto seus dedos tocam meu rosto com delicadeza.
— Obrigada — agradeço.
Odin não responde, se limitando a sorrir. Sua outra mão me puxa pela cintura, pra junto de seu sexo. Ele está excitado. As maçãs do meu rosto se esquentam no instante em que sinto seu pau duro pressionar meu sexo, umedecido.
Mas por que estou tão derretida assim? Eu não devia achar isso uma novidade. Não mais.
— Odin... — meus lábios balbuciam uma frase que fica em suspenso, já que ele os sela com seu indicador.
Sem dizer nenhuma palavra ou esperar por minha aprovação, sua cabeça refaz o mesmo caminho atrevido. A trajetória que causa ansiedade, expectativa. Seus lábios selam os meus num beijo longo, propositalmente prolongado, ao mesmo tempo em que meus braços envolvem seu pescoço e os braços dele puxam minha cintura ainda mais para si.
É como se todo o meu corpo pegasse fogo e a qualquer momento nossas roupas fossem se transformar em cinzas. E é só um beijo.
Não me faço perguntas idiotas como por que isso está acontecendo?, ou no que isso pode dar? Só quero curtir esse momento, já que o tempo é curto e eu quero viver tudo o que uma garota normal vive.
Quando nossas bocas se desprendem e só nossos olhos mantém contato, me lembro que todo sonho tem seu fim. Mas eu queria ficar dentro dele por mais tempo. Explorar mais, ter mais.
Balanço a cabeça levemente para os lados, franzo o cenho. Acho que mereço respostas.
— Não quero que você brinque comigo — me esforço para não parecer ríspida, mas a mudança em seu semblante me diz que ele ficou confuso com meu tom de voz.
Não o espero dizer nada. Me afasto, andando até a porta em passos lentos, olhando-o por sobre meu ombro. Ponho a mão na fechadura.
— Qual é o problema? — ele empina o queixo, abrindo para os lados os braços.
Envergonhada mas não arrependida, aceito sobre mim seu olhar inquiridor. Fecho os olhos, dou um suspiro, inclinando a cabeça até tocá-la na porta de vidro fumê.
— Sobre isso que a gente viveu hoje... — minha voz vacila.
Ele empina o queixo, à espera de uma resposta.
— O que você quer comigo, Odin? — pergunto, enfim.
A boca dele semiabre em surpresa. Pelo menos parece que ele está surpreso.
O modelo elimina a distância entre nós, se aproximando de mim e voltando a colar seu corpo ao meu. Seu abraço afetuoso, com intenções implícitas de máximo contato possível, evolui sutilmente para carícias nas minhas costas. Uma de suas mãos desce e acaricia minha bunda.
— Pensei que estivesse na cara — Odin me dá um beijo.
Por mais que eu esteja gostando que sua mão atrevida tateie minha bunda, minha pergunta ainda precisa de respostas.
— Eu não sou igual as garotas com quem você ficou — espero pôr às claras que não quero ser passatempo.
Seu rosto adquire brilho quando um sorriso se desenha nos lábios.
— Você é melhor que todas elas juntas.
Como se eu me desse por satisfeita com uma resposta tão vaga, o garoto louro volta a me beijar, e desta vez seu beijo é mais longo.
— Nenhuma delas me fez sentir tão vivo quanto você consegue me fazer sentir — ele confessa enquanto seus lábios estalam ao tocar os meus. — Você é um enigma, uma força da natureza, uma pessoa incrível...
— Odin... — o interrompo
— Shhhh!
Selando novamente meus lábios com seu dedo indicador e enrolando nele uma mecha do meu cabelo crespo, sua fisionomia assume um ar grave e ao mesmo tempo gentil. Minhas defesas caem.
— Você é adolescente e eu sou adulto, mas eu não ligo para a nossa diferença de idade — nossos rostos ficam tão próximos que consigo sentir seu hálito refrescante.
— E eu acho que você também não liga — ele segue pela linha de raciocínio mais óbvia.
Balanço a cabeça num movimento de concordância.
Odin para de acariciar minha bunda, deposita um selinho em minha boca. Suas mãos tomam minha cintura num movimento felino, me puxando contra seu pau ereto. Solto um gemido seco, surpresa com essa ação.
— Namora comigo? — Odin fixa seus olhos nos meus.
Ofereço meu sorriso mais lindo. Mais cristalino, mais faceiro. Puxo-o pra mim com um abraço em seu pescoço e desta vez eu é quem tomo a iniciativa, depositando um beijo em sua boca, tão gostosa de ser explorada.
— Sim! — respondo.
Sem me deixar ver e saborear o brilho de felicidade em seu rosto, ele retoma a iniciativa do nosso jogo e volta a me beijar intensamente. Desta vez não há carícias, nem mãos atrevidas. Apenas uma longa e demorada troca de beijos.
Quando Jordana volta da igreja, estou deitada de costas na cama e olhando para o teto.
— Oi — ela tira os sapatos de salto ao se sentar na beirada da cama, tomando cuidado para que sua saia social não amasse. - Como foi seu passeio com o Odin?
Como Jordana não vê maldade em nada, nem nas pessoas – um traço de seu encanto angelical –, quando contei há alguns dias que Odin viria hoje a tarde para me levar para um passeio, ela pensou que não havia nada de mais nesse convite. Ela sempre achou que eu estava a fim do Léo, mesmo eu afirmando com todas as palavras que ele era só meu amigo.
Como ela vai reagir? Só contando.
Me levanto num salto ginástico, pulo sobre a cama da ruiva, ficando de frente pra ela e segurando suas mãos.
— Eu tenho uma novidade pra te contar.
Sempre calma, Jordana só delineia um meio sorriso.
— Então conta.
— O Odin me pediu em namoro — junto as palmas das mãos diante da boca.
A ruiva semiabre os lábios em surpresa.
— E você aceitou? — pergunta com cautela.
Outro traço de Jordana é sua lentidão em captar as coisas nas entrelinhas, mesmo meu rosto dando os sinais que uma recusa está fora de cogitação.
Balanço a cabeça em afirmação.
— Eu nunca iria imaginar isso — minha amiga crente não consegue ocultar sua sua surpresa. — Eu achava que você estava ficando com o Léo. Santo Deus, você dizia que não suportava o Odin, dizia que ele era... eu não vou dizer essa palavra!
— Que ele era um cuzão?
— Bombom!
— Ah, Jô! Ele era. Ou eu achava que ele era. Mas nesses momentos em que a gente ficou junto, fui entendendo que por trás daquela fachada de durão, existe um cara legal que sabe dar valor a uma garota, que sabe ser carinhoso e fazê-la se sentir especial. Sabe, quando estou com ele, eu me sinto protegida, me sinto... completa.
Jordana sorri, mas parece que existe preocupação em seus olhos. Segura minha mão por entre as dela.
— Eu não consigo ver com bons olhos o namoro entre um adulto e uma adolescente, e nem sei como Tânia ou Letícia vão reagir - ela sustenta meu olhar. — Mas a vida é sua. Um dia você teria que trilhar essa etapa, e Deus quis que fosse com ele.
Essas palavras produzem em mim uma sensação de conforto. Não que eu precise da aprovação de alguém. Sempre faço o que quero. Mas ter o apoio da minha irmã mais velha é muito importante nesse momento.
...
Não era para ele ter reagido dessa forma: como se eu o tivesse enganado. Acredito que essa reação, tão imatura, é exagerada, porque nunca lhe dei esperanças.
— Então, é isso? Você está namorando?
Solto um suspiro entediado, fechando os olhos.
— Sim — confirmo.
Léo se mantém impassível, sentado de frente para mim no banco de madeira que estamos dividindo. Sua mão direita se fecha, dá soquinhos na superfície. Toc toc toc. Sua cabeça vira para os lados, evitando me olhar.
— Então tá — ele diz. — Seja feliz.
Esboço um meio sorriso, que não dura meio segundo, pois Léo se levanta, magoado, e puxando o zíper de sua mochila, tira de dentro um bolinho disforme, amassado.
— Acho que não faz sentido eu ficar com isso.
Esticando seu braço grosso e abrindo a mão, ele pede com um olhar perdido que eu pegue a minha calcinha branca.
Olhando para os lados, me certificando de que ninguém está nos observando, tomo minha peça íntima e a guardo na minha mochila.
— Obrigada — agradeço.
— Isso quer dizer que não vamos mais estudar lá em casa, né?
Respondo que não com a cabeça.
— Você me ensinou bem mais do que eu queria, Léo.
O garoto negro assente. Fica me encarando por alguns segundos, e em seguida me dá as costas.
3,1k de palavras
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¹cidade búlgara, centro de importantes atividades culturais e considerada a Las Vegas europeia.
²denominação dos torcedores do Corinthians.
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