Capítulo 13
Apoio os cotovelos no beiral da janela interna. Ponho o chiclete na boca e começo a mastigá-lo enquanto observo os alunos do Balé Avançado terminando sua aula. Alice hoje está usando um collant regata lilás, com a meia calça cor de rosa por cima da malha de dança – o normal é usá-lo por baixo – e ela executa com a Jordana um grand jeté potente, alto e técnico. As duas meio que levitam no ar antes de pousarem com leveza.
Letícia, com as mãos na cintura, dá a seus bailarinos instruções com voz enérgica, mas não rude. Ela sabe que eles sempre têm algo mais a mostrar. Eles não são só bailarinos, mas artistas que dançam com alma.
Não sei se Letícia não está me vendo ou está ignorando minha presença, mas os olhos dela não se direcionam a mim em nenhum momento, o que me deixa à vontade para continuar olhando para os movimentos elegantes e graciosos dos bailarinos. Pra mim, é um grande aprendizado.
Jordana sorri ao passar diante de mim enquanto gira tour piqués, toda meiga e angelical com seu collant rosa pink e saia tule da mesma cor. Retribuo com um aceno. Fico impressionada com a força de pernas das moças, a ponta dos pés sempre alta, elas sempre em equilíbrio, o que me faz pensar que vale a pena ser cobrada nas aulas; a recompensa é muito maior lá na frente.
Os bailarinos se perfilam em filas, todos em quinta posição de pernas e braços em bra bas para a reverence, e o som dos aplausos se ouve quando a música chega ao fim.
— Muito bem. Mais tarde começamos a ensaiar — Letícia se posta junto ao batente da porta enquanto os rapazes e moças saem um após o outro.
Jordana, sorridente, sai conversando com o Angel e entrelaça seus dedos aos meus no ar ao passar por mim.
— Arrasa na aula — ela me pede.
Retribuo sorrindo. Letícia não demora a sair.
— Oi. Pode ir se aquecendo, daqui a pouco volto — põe a mão no meu ombro.
A única bailarina que resta na sala é Alice. Ela está arrumando as polainas pretas, e passa a seguir uma toalha na cabeça pelada e brilhante. Pelo suor no collant, percebo que está cansada.
A bailarina tatuada se abaixa e apanha sua faixa elástica com os pesos de 2kg, sem perceber que estou me aproximando. Ela tira o collant do bumbum e fica sobresaltada, quando se vira, ao me ver diante de si.
— Bombom — sorri.
— Oi — falo sem graça. — Eu… queria falar com você. Pode ser?
— Não tenho muito tempo. Daqui a pouco vou ensaiar rapidão e ir pro estúdio tatuar um cliente.
— É coisa rápida.
A bailarina rebelde fixa em mim seus olhos cor de avelã.
— Pode falar.
— Eu soube que você dá aulas particulares para a Rebeca.
— Sim?
— Eu queria saber se você poderia me dar aulas também. A Letícia vai me pagar pra ensinar as meninas do Baby Class, então eu tenho dinheiro pra te pagar.
Alice suspira. Consigo captar em sua expressão um desapontamento inconfesso.
— Eu não posso — a resposta direta me deixa sem chão. — Ando muito ocupada. Além das aulas de dança e ensaios, tenho meu trabalho em Higienópolis. Me desculpe, Bombom.
Delineando um sorriso apagado, a garota sem cabelo põe a alça da mochila no ombro e se retira e meus olhos a acompanham até ela atravessar a porta.
Minha boca semiabre. Por um momento fico desapontada, mas no instante seguinte, digo a mim mesma que está tudo bem. Não é a primeira vez que recebo um não.
Ando até a parede de espelhos e me sento, começando meu ritual de preparação para a aula. Desfaço o rabo de cavalo, deixando meu cabelo cacheado caindo sobre meus ombros; Abro minha bolsinha, tiro os grampos do estojinho metálico e faço o coque médio exigido pelas normas da escola.
Letícia não aceita um único cachinho fora do lugar, e eu é que não quero ter minha atenção chamada na frente de todo mundo. Se bem que não preciso me preocupar com isso, porque sei fazer coques caprichados.
Ponho a redinha em volta do coque e o prendo com a redinha e um elástico, e ao me olhar por vários ângulos no espelho, fico contente com minha produção. Nunca fui de usar batom ou gloss labial sabor morango, ou de usar maquiagens elaboradas. Sei que sou bonita. Não preciso lambuzar meu rosto pra chamar a atenção das pessoas.
A parte mais difícil é costurar as fitas nas sapatilhas de ponta. Por distração, acabo esperando meu dedo com a agulha e solto um bosta e uma pequena bolinha de sangue se forma enquanto sinto a dor inevitável da pontada. Mas é uma dor que dá pra passar despercebida. Eu tenho que conviver bem com a dor.
Uma vez costuradas as fitas das sapatilhas de ponta, aparo com o cortador uma unha encravada – outra –, dando um suspiro de dor por ter puxado um pequenino pedaço de carne. Mas isso também não vai me derrubar. Ponho as ponteiras de silicone e enfim me sinto completa quando calço minhas sapatilhas.
Às vezes acho estranho estar numa sala de aula sozinha, sem os sons dos pés dos bailarinos tocando o tablado durante as execuções de seus saltos ou o burburinho das meninas fofocando, falando sobre detalhes de passos. Mas neste momento, preciso de concentração, ter só minha companhia. Bailarinas são seres solitários.
Faço um longo momento de aquecimento e alongo meus músculos, para em seguida executar os passos da variação de Diana. Parece que posso sentir cada nota da música, como se o som da orquestra falasse ao meu coração e tocasse minha alma, e em momentos como este, quando estou imersa, entregue, é que eu compreendo melhor porque o balé é tudo o que eu tenho de importante.
Termino meu ensaio e um sorriso está estampado em meu rosto quando faço uma reverence para minha imagem no espelho, como se aquela garota negra de collant fosse minha avaliadora.
Então escuto um pigarrear e me viro assustada para a porta, encontrando a expressão tranquila de Letícia. Mas a serenidade aparente dela é como um espelho d’água. Eu sei que ela me viu dançando, como sei que viu pontos a serem corrigidos.
— A mão que segura a flecha — ela rompe o silêncio.
Permaneço quieta, boca semiaberta.
— Seu braço esquerdo deve estar mais erguido — ela vem, e se colocando atrás de mim, toma meu braço e o levanta, segurando meu cotovelo e o puxando para trás. — Diana é a deusa da caça, uma amazona implacável, e portanto, tem que mostrar aptidão com um arco e uma flecha, não concorda? Desse jeito você não vai matar nem um elefante a cinco metros à sua frente — agora ela ergue meu braço direito, o que segura o arco imaginário. — E tudo o que não queremos em Barra Bonita é uma deusa da caça que não sabe manejar um arco e flecha.
Fico por alguns segundos mirando o infinito à minha frente. Letícia se afasta um pouco e cruza os braços, atenta. Desfaço a posição quando compreendo que obtive sua aprovação.
— Quando eu tinha a sua idade — Letícia começa a falar —, achava que dançar era tão somente executar passos difíceis, saltar e girar, e ter flexibilidade. Não sabia que fazer balé exigia uma entrega total. Minha professora, Oksana Maznova, a ucraniana mais brava que conheci na vida, dizia: “Letícia, você dança balé como se fosse uma ginasta. Acha que alguém vai olhar para você?” Eu me perguntava: “O que estou fazendo de errado?” Então eu olhava para a Françoise, via ela dançando com leveza, graciosidade e elegância…, o olhar doce em seu rosto de princesa… e eu tinha a impressão de que não era a minha colega que estava dançando, mas a Princesa Odette. O Cisne Branco.
A voz de Letícia falha. Ela está emocionada por se lembrar da mãe da Danielle.
— Françoise nunca se preocupou primeiramente em ter técnica, embora ela fosse a melhor da nossa turma. O mais importante para ela era se despir de si mesma e se tornar a personagem que ela interpretava, alcançar a metamorfose perfeita. E ela conseguiu, como somente a filha dela consegue hoje. Isso é transcendência.
— Eu não entendo o que você quer dizer — estou confusa.
Letícia solta um suspiro. Continua a me olhar fixamente, tentando me sondar por dentro.
— Muitas vezes a dança exige de nós uma renúncia a que não estamos preparadas, Bombom. Você é capaz de renunciar a si mesma para se tornar uma princesa, uma camponesa, uma garota transformada em cisne ou uma wily? Você é capaz de se entregar por completo, sem disfarces ou máscaras, e deixar que tirem todas as suas camadas?
As palavras de Letícia são muito difíceis pra que eu possa responder de pronto. Não são perguntas justas. E não acho que tenho que respondê-las.
— Como eu imaginei — ela toca meu ombro, dando um meio sorriso. A seguir anda para perto do suporte do som, senta-se em sua cadeira. — Você se parece muito comigo, quando eu tinha quinze anos, pois se esmera na perfeição do movimento, do salto, do giro, como uma ginasta olímpica. Não que não seja bonito, mas as pessoas não vão ao teatro para verem movimentos perfeitos. Elas vão para se deixarem ser seduzidas por artistas que sabem se expressar. Se guardar minhas palavras, passará a ver a dança de uma outra forma: mais sublime.
Faço um meneio afirmativo com a cabeça, já que não encontro palavras para refutar as observações da minha professora. Há o que refutar? Ela foi aluna de Oksana Maznova, dançou com a Françoise Shushunova e foi professora da Danny e da Duda. A dança é mais do que uma religião pra ela, é seu oxigênio, sua essência, e por mais que suas palavras me deixem desconcertada, ela tem razão.
Não gosto que me dêem lições de vida. É difícil se reconhecer imperfeito em alguma coisa e eu, Bombom, tenho dificuldade em ser humilde.
Quando sentimos que ao nosso redor existe um mundo hostil, com pessoas querendo te derrubar, nossa reação natural é usar uma couraça. Ao usar essa indumentária, nos tornamos fechados.
Será que é isso que está me impedindo de transcender? Será que minha marra, meu jeito arrogante, ao invés de me ajudarem a alçar vôos mais altos na dança, é que estão me impedindo de dar tudo o que eu sei que tenho? Mas como me tornar uma versão melhor de mim?
Letícia continua me fitando com seus olhos que tudo captam das pessoas, ainda aparentando serenidade. Não tenho presença de espírito de dizer uma única frase. Ao mesmo tempo, sinto dentro de mim um impulso que conheço bem: o de mostrar que o sei fazer.
— Dance mais uma vez a variação — ela faz um gesto com o braço.
Fazendo um sinal afirmativo com a cabeça, inspiro e expiro profundamente e me posiciono no meio da sala.
Pode ser que demore pra eu ser a bailarina que Letícia quer que eu seja. Sei que minha jornada será árdua. Mas por hoje, vou dançar como sempre dancei e ser eu mesma.
…
Recebi de bom grado as orientações e conselhos da minha professora, e pela primeira vez, desde que comecei a estudar na Letícia Ballet, não comparei meus passos aos da Rebeca ou aos das outras alunas. Não dancei pra ser notada, mas pra me sentir realizada, e por isso fiz uma de minhas melhores aulas.
A verdade é que me senti feliz, e sem exagero, mais leve. Não me cobrei tanto. Quando caí no chão ao me desequilibrar nos tour fouettès, ao invés de ficar emburrada e falar palavrão – em pensamento, claro –, eu ri de mim mesma, e me levantando, continuei a executar os giros.
Começamos a ensaiar depois da aula. O que prevaleceu foi um ambiente gostoso, de muito aprendizado e preciosos conselhos, e dicas importantes por parte da Letícia para que a gente faça bonito daqui a alguns dias em Barra Bonita.
Me sinto pronta para representar minha nova escola.
…
Jordana está costurando as fitas de suas sapatilhas. Por respeito a ela, saio já vestida do banheiro, usando um short largo e uma camiseta comprida. Ao lado dela, na cama, um livro aberto que eu imagino que deve ser de um compilado de músicas da Congregação Cristã no Brasil.
— Você voltou mais alegre hoje — ela sorri ao reparar em meu rosto.
— Estou me acostumando à metodologia de ensino da Letícia Espinoza — respondo enquanto termino de enxugar meu cabelo. Me sento na cama.
— Legal.
A ruiva e eu sorrimos uma para a outra, e de repente meu celular toca.
— Oi, mãe.
— Tudo bem, filha?
— Tô sim. E vocês?
— Estamos bem. Seu pai está trabalhando e seu irmão ligou há pouco, dizendo que logo chega.
Conversar com minha mãe pelo telefone é um dos momentos que mais aguardo, embora hoje eu esteja muito cansada.
— Bom — falo de um jeito reticente.
— Alguma novidade?
Meus olhos encontram os de Jordana, que sorri toda simpática fazendo um gesto com a palma da mão pra que eu conte tudo.
— Então, mãe… Daqui a alguns dias vou com o pessoal dançar em Barra Bonita.
— Meu Deus! Longe!
Rio da entonação de voz de dona Marina. O conceito de longe, nesse caso, é relativo. Pra ela, que mora em Campos do Jordão, é muito longe; pra mim, nem tanto.
— São umas três horas de van, mais ou menos — informo. Mas é só um tempo estimado.
Jordana sai sem dizer nada. Acredito que vai à cozinha preparar algo para comermos. Minha mãe e eu conversamos por quase dez minutos. Pergunto sobre meus conhecidos na nossa cidade, sobre dona Cidinha e seu Germano. Minha mãe conta que estão bem.
— Bombom, é daqui a dois dias.
Ponho o braço livre por trás da cabeça, me deixando afundar na cama.
Dois dias.
— É — falo vagamente.
— Queríamos poder ir a São Paulo e comemorar seu aniversário. Mas não podemos — a voz da minha mãe se tinge de tristeza.
— Não precisa se sentir mal por não poder vir. Eu sei que é difícil. Mais importante do que comer um bolo comemorando meus dezesseis anos é estarmos todos bem e com saúde.
Mamãe se cala. Acredito que está chorando, pois a ouço soltando um suspiro.
— Tchau, filha — ela se despede.
— Tchau, mãe.
Fecho o celular, o ponho ao lado da minha cabeça e olho para o teto. Fecho os olhos ao suspirar.
Daqui a dois dias…
Me levanto e caminho quase me arrastando até a cozinha. Eu não estava com tanta fome, mas o cheiro do bife fritando na frigideira é tão gostoso que posso rever meu conceito.
— Pode se servir — Jordana, sempre simpática, põe os pratos e talheres na mesa. Costumamos nos servir no fogão.
A ruiva abre a geladeira e tira uma jarra de suco de abacaxi. Ela não costuma tomar refrigerantes.
Me sento à mesa após me servir de arroz, feijão e carne. Jordana faz uma oração em voz baixa antes de comer o primeiro bocado. Não tenho religião, mas não critico a devoção das pessoas ao Ser Superior em que acreditam. É importante que as pessoas acreditem em alguma coisa.
Trocamos informações sobre o que fizemos durante o dia. Preferi não falar sobre os garotos que me abordaram, me limitando a falar sobre a aula que fiz e sobre os ensaios. Jordana contou que ela, Alice e Angel vão disputar uma competição na Argentina no mês de outubro: O Valentina Kozlova International Ballet Competition. A competição é sempre disputada na cidade de Posadas e o vencedor, além de um prêmio em dinheiro, também ganha uma bolsa e uma indicação pra competir no VKIBC de Nova York.
Não é surpresa que sejam os três a representar nossa escola. Eles são os mais talentosos e têm mais experiência em competições internacionais.
— Pedi a Alice pra me dar algumas aulas particulares — tomo um gole de suco —, mas ela não topou. Disse que não tem tempo.
— Que pena — Jordana lamenta. — Alice tem uma bela bagagem artística, além de muita coisa pra ensinar.
— Ela dança muito. Eu queria fazer um curso de aperfeiçoamento pra poder entrar com tudo na disputa por um título no final do ano. Mas já que ela disse não, vou ter que me virar.
Como devagar a comida, saboreando-a com prazer.
— Se quiser, posso te dar algumas aulas.
Deixo o garfo e a faca sobre o prato, minha atenção se fixando no rosto da minha colega de quarto.
— Você faria isso? — pergunto com desconfiança. — É importante pra mim.
— Sim.
— E quanto vai cobrar pelas aulas? Eu ainda não comecei a dar aula, então…
— Depois falamos sobre isso, está bem? Vamos escolher os dias e horários.
Faço um meneio discreto com a cabeça.
— Obrigada — agradeço.
…
— Ei! — levanto o braço, quase correndo para alcançá-lo.
Ele para e se vira pra mim, me olhando em expectativa.
— O que foi? — Léo pergunta.
— Eu queria te agradecer por você ter me salvado ontem daqueles cuzões.
Os alunos passam esbarrando em nós dois, apressados para chegarem à suas respectivas salas. Minha primeira aula é Geografia – odeio.
— Não foi nada — ele retruca, o jeito folgado e irritante. — Como eu falei, aquela é a minha casa e não gosto de confusões na frente dela. E fazia tempo que eu queria dar uma surra naqueles dois otários. Só não tinha um pretexto.
Mordo o lábio inferior.
— Você é bom de porrada — observo.
Léo dá de ombros ao mesmo tempo em que faz uma careta.
— Quando a gente se propõe a estar no lugar certo pra defender quem precisa, a gente tem que estar pronto pra tudo — o garoto explica.
— Você podia ter se machucado.
— Mas não me machuquei.
— Eram dois.
— Ainda que fossem cinco. Eu não podia deixar que aqueles cuzões batessem em você.
Delineio um meio sorriso, ao que ele corresponde com uma expressão grave.
— Bombom, você é nova aqui, então vou te dar um conselho: não se meta com quem você não conhece, tá? Se for pra entrar numa briga, brigue com alguém de quem você tenha condição de ganhar.
— Então é pra eu levar desaforo pra casa? — cruzo os braços em atitude questionadora.
— Claro que não. Só meça as consequências dos seus atos.
— Se alguém se meter comigo, é claro que não vou deixar barato.
Léo faz um balanço negativo com a cabeça.
— Tem alunos aqui que vendem drogas, gente perigosa. O Vitória Spoladore não é um colégio pra se chamar atenção, você pode se dar muito mal, sabia?
Ainda de braços cruzados, uma risada inevitável foge por entre meus lábios, o que obviamente o irrita.
— Mas se a coisa ficar feia pro meu lado, você aparece e me salva de novo, não é? — brinco.
Léo me olha com uma cara tão engraçada, que tenho vontade de rir de novo. Mas não o faço. Reconheço que ele tem razão.
— O que eu vou ganhar em troca de te proteger? — o garoto de lábios carnudos arrisca mais um passo.
Dou de ombros.
— Minha amizade — respondo.
— Então agora podemos ser amigos?
— Eu nunca me neguei a ser sua amiga.
Nos permitimos a um instante de silêncio, trocando um olhar amistoso. De repente Léo estende sua mão direita pra mim, que eu aceito sorrindo.
— Tenho que ir para a aula agora. Sou nova aqui, e além de encrenqueira, não quero ganhar fama de garota que sempre se atrasa para a primeira aula — minha mão se solta da dele. Recuo um passo e me viro para ir na cola da Jaqueline e da Bárbara.
— Boa aula, garota da serra.
Dou um aceno para o Léo enquanto o olho por sobre o ombro. O sinal toca e aperto o passo para chegar à sala antes que o professor tranque a porta na minha cara.
3,2k de palavras
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