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8. Uma noite especial

"Então, quando você vai dizer a ela que nós fizemos isso também? Ela acha que é especial, mas é tudo reaproveitado... – Deja vu, Olivia Rodrigo"

O jantar com o Jordan na minha casa foi muito agradável, e os meus pais simplesmente adoraram ele. A minha mãe notou de cara que estava rolando algo entre a gente, por isso tivemos aquela tal conversa de mãe para filha. Eu achei que aquilo seria meio embaraçoso por ela ser a minha mãe, mas não foi, o que eu agradeci profundamente. Ela me deu bons conselhos e ficou toda bobinha quando eu contei como me sentia perto dele.

Já o meu pai, bem... Acho que ele não tinha notado nada, mas gostou do Jordan e ficou mesmo animado para ir ao jogo na próxima sexta. Na verdade, depois que Jordan se foi aquele dia, eu acabei ouvindo uma conversa dele com minha mãe, disse que estava impressionado por um rapaz da idade do Dan ser tão maduro e responsável. Me senti aliviada por saber que haviam aprovado ele, isso era muito importante para mim.

– Vem, entra, eu só vou buscar minha carteira lá em cima e a gente vai encontrar com os outros. – disse Jordan, abrindo a porta da sua casa.

– Tem certeza que a sua mãe não está? – questionei, quando ele me deu espaço para entrar.

– Não tem ninguém em casa, relaxa. – explicou, a fim de me tranquilizar.

– Tá legal. – assenti, passando da soleira para dentro.

Aquela era a primeira vez que eu ia à sua casa, e acho que estava um pouco nervosa com o fato de estarmos sozinhos ali, mas acontece que íamos ao cinema com os nossos amigos hoje, e já estávamos no caminho quando Jordan percebeu que havia esquecido sua carteira. Ele perguntou se tinha algum problema fazermos um pequeno desvio para buscarmos, e eu respondi que não, então cá estávamos nós dois agora. Apertei minha bolsa entre os dedos ao ouvi-lo fechar a porta atrás de nós, enquanto meus olhos corriam pelo pequeno corredor no hall da entrada, analisando atentamente cada detalhe.

O chão era coberto por um carpete na cor creme bem clarinho, o qual combinava com o tom leve das paredes as quais carregavam alguns quadros com pinturas bem vivas. Logo à frente ficava a escadaria que dava no andar de cima, e em cada lado havia pequenas mesas com jarros enormes e alguns porta-retratos da família Davis. Numa das fotos, Jordan segurava o troféu do campeonato de futebol do ano passado com o resto do time, mas as outras eram todas de quando ele e o Jason ainda eram crianças, muito fofas por sinal. A foto que me chamou mais atenção foi a que os dois estavam com o pai, sem dúvidas haviam puxado seus traços.

– Você quer subir? – seus dedos tocaram carinhosamente os meus, e tornei a encará-lo.

– Ah, não... – neguei, um tanto sem graça – Eu acho melhor esperar aqui embaixo.

– Está bem, eu não demoro, linda. – Jordan sorriu leve, e eu apenas assenti – Pode ficar na sala se preferir.

Concordei, e ele rapidamente selou os meus lábios antes de subir as escadas, então segui para a sala, onde também dei uma boa olhada. Era uma casa bem espaçosa, maior que a minha pelo menos, e muito bem organizada, tudo em seu devido lugar. No entanto, não deu tempo nem de me sentar no sofá quando ouvi passos pesados descerem as escadas, pensei que Jordan havia sido rápido em encontrar sua carteira, mas infelizmente ao me virar não foi ele quem eu vi.

Engoli em seco sob o olhar nada satisfeito do Jason, à medida que ele se aproximava, vestindo nada mais que uma calça moletom. A julgar pelos seus cabelos molhados, e a toalha que segurava em volta do seu pescoço, acredito que havia saído do banho não fazia muito tempo. Apertei minha bolsa entre os dedos, tentando não demonstrar o quão nervosa e envergonhada sua presença ali me fazia ficar, ainda mais sob tais circunstâncias.

– Posso saber o que você está fazendo na minha casa? – questionou ele, parando a certa distância de mim.

– O Jordan esqueceu a carteira, estamos indo para o cinema com o pessoal, só viemos buscar. – expliquei o mais breve possível.

– Ah, o velho truque da carteira... – Jason riu anasalado, apertando as pontas da toalha em volta do seu pescoço – Então, você não vai subir pra ajudar o meu irmãozinho a procurar? Aposto que ele ia adorar a companhia.

– Não foi nenhum truque, ele realmente esqueceu a carteira. – rebati, um tanto incomodada pelo seu comentário com fundo malicioso.

– É, continua pensando assim. Afinal, tem dado certo pra você, não é? – sua pergunta carregava certo tom de deboche – Quem diria que o Jordan ia se amarrar nesse seu joguinho de garota ingênua...

– Vem cá, por que você é sempre tão desagradável comigo? – franzi a testa.

– Talvez porque eu não vá com a sua cara. – o vi dar de ombros, me deixando completamente perplexa – O que foi? Está surpresa? Eu não sou obrigado a distribuir simpatia não, meu bem.

– Bom, pra sua informação eu também não vou nada com a sua cara. – torci o nariz, de jeito nenhum ficaria por baixo.

– É mesmo? – suas sobrancelhas arquearam em puro sarcasmo – E quem foi que te perguntou isso, Lizzie?

– Você é irritante, e muito mal-educado, sabia? – cerrei os olhos.

– Ah, e suponho que você seja a rainha da educação... – desdenhou ele – Faz favor, e não enche o meu saco, garota.

– Eu nunca fiz nada com você, seu...

– Achei a carteira, vamos? – a voz do Jordan descendo as escadas interrompeu aquela conversa desagradável – Jason? – ele pareceu surpreso ao dar de cara com o irmão – O que está fazendo aqui?

– Eu moro aqui, caso não lembre. – respondeu Jason, ainda com o olhar fixo em mim.

– Depois de tantos dias sem aparecer, a mãe e eu pensamos que você quem tivesse esquecido. – Jordan se aproximou mais.

– Por falar nisso, onde ela está? – Jason finalmente dirigiu sua atenção ao seu irmão.

– No trabalho, teve que cobrir o plantão de uma amiga. – explicou Jordan – Será que você pode buscá-la hoje?

– É, vejo que você pretende ficar ocupado essa noite. – Jason olhou dele para mim outra vez, o que fez minhas bochechas esquentarem de vergonha.

– Jason...

– Relaxa, maninho. Eu passo no trabalho dela no seu lugar. – disse ele, por fim – Agora se me dão licença, estou indo bater um rango na cozinha, tô cheio de fome.

– Tá, só não esquece... – repetiu Jordan, e o vimos assentir em silêncio – Vamos, Liz?

– Ah, claro. – ajeitei a alça da minha bolsa no ombro.

Contudo, ao olhar para frente, notei Jason me esquadrinhar, nada discreto, dos pés a cabeça antes de sorrir sacana e dar um único passo para trás. Era nítido que aquele idiota se divertia em me irritar, mas não dei muita atenção e logo passei apressada por ele, até me agarrar num dos braços do Jordan e seguirmos em silêncio em direção a saída. Respirei mais leve ao sentir a brisa gélida soprar as minhas bochechas, e agradeci mentalmente por não nos demorarmos lá dentro. Seu carro estava estacionado bem à frente da calçada, e educadamente ele abriu a porta pra mim.

– Eu não sei como duas pessoas tão parecidas, podem ser tão diferentes assim. – deixei escapar, quando ele deu partida outra vez – Quer dizer, se não fossem gêmeos, acho que ninguém diria que são irmãos.

– O Jason implicou com você lá dentro? – Jordan me olhou preocupado.

– Não, só... – tentei pensar em algo – Olha, é que eu acho o seu irmão muito desagradável, ele me deixa desconfortável.

– Posso conversar com esse idiota se estiver te incomodando. – disse ele.

– Não é que esteja me incomodando, o Jason só não é o tipo de pessoa que as outras gostam de ficar perto ou conversar, sei lá... – fui sincera – Ele é meio estranho.

– Estranho ainda é um elogio para o Jason. – ele riu fraco.

– É, você tem razão, mas não vamos falar dele hoje. – neguei com a cabeça – Será que os outros já chegaram no cinema?

– O Tayler mandou mensagem dizendo que já estavam a caminho. – respondeu Jordan, finalmente seguindo pela rua.

A conversa se deu leve dali em diante, e tentei esquecer o meu breve e infeliz encontro com o detestável do Jason, pois não deixaria aquele curto episódio fatídico estragar nossa noite. E daí que ele não ia com a minha cara? Como se isso fosse fazer grande diferença na minha vida... Para falar a verdade, era até melhor que não gostasse de mim, pois assim ficava longe e me deixava em paz, o que eu só tinha a agradecer, não é mesmo? Deixei isso de lado sem esforço, me focando somente no Jordan e em seu bom humor contagiante.

Estávamos bem animados para assistir ao lançamento de "Homem-Aranha: De volta ao lar" com os nossos amigos, eu adorava programas assim, era mesmo divertido sair com o pessoal. O clima entre nós dois era tão bom que mal vi o tempo passar, e já estacionávamos em frente ao cinema, por coincidência Tayler também acabava de chegar com as meninas naquele exato momento. Então, nos cumprimentamos e seguimos todos juntos para a enorme fila que se formava em frente a bilheteria. A certo ponto, percebendo que o tempo começava a esfriar, Jordan tirou sua jaqueta e a pousou delicadamente sobre os meus ombros.

– Não está muito frio aqui fora para você, linda? – sua voz rouca soou doce em meus ouvidos, e senti os pelinhos da nuca eriçarem.

– Ora, sua jaqueta é bem quentinha e confortável. – o olhei por cima do ombro – Estou bem aqui.

– Bom, ainda prefiro que espere lá dentro. – ele tocou a pontinha do nariz carinhosamente em minha bochecha, me arrancando um sorrisinho bobo – Que tal chamar a Christine e a Rose para irem com você? Prometo que não demoro.

– Tudo bem. – soltei a respiração com força, estava mesmo frio – Mas você fica com a jaqueta.

– Nada disso, eu já estou acostumado, não se preocupe comigo. – ele negou prontamente, ao tempo em que me apertava entre seus braços – Além do mais, ela fica muito melhor em você.

Ele sussurrou a última parte bem baixinho no meu ouvido, fazendo minhas bochechas esquentarem rapidinho. Antes que eu pudesse dizer algo, seus lábios selaram os meus discretamente, então ele chamou Tayler, Christine e Rose nem pensaram duas vezes ao ouvir sua proposta de esperarmos lá dentro. Nos despedimos deles por ora e entramos.

– Lá fora está um gelo. – disse Rose, passando as mãos pelos braços numa tentativa de se esquentar – Jordan é um fofo por comprar nossos ingressos, depois agradeça a ele por mim, Lizzie.

– Ah, claro. – sorri tímida, e Christine me cutucou com o cotovelo.

– Tá ficando sério mesmo, né? – ela arqueou as sobrancelhas e eu franzi a testa – As coisas entre você e Jordan... Vocês são tão bonitinhos juntos, aquece o coração só de ver, darling.

– Ah, isso é verdade. – concordou Rose, e senti minhas bochechas queimarem violentamente de tanta vergonha.

– Bom, eu ainda não sei. – falei nervosa – Quer dizer, ele ainda não disse nada sobre nós dois. Depois que nos beijamos uns dias atrás, ele só... Tem se mostrado mais fofo.

– Espera aí, vocês se beijaram? Quando foi isso, e por que não me contou, raiozinho de sol? – Christine arqueou as sobrancelhas.

– É que... Foi aquele dia, lembra? Quando fomos à Candy's, e aí ele resolveu ficar na minha casa. Acabou que minha mãe convidou ele para o jantar. – expliquei, e tanto ela, quanto Rose sorriam animadas – Meus pais gostaram do Dan, e aí quando fui deixar ele na porta...

– Que romântico. – os olhos de Rose brilhavam, eu apenas sorri – Digo, que garoto conhece os pais da garota antes mesmo de beijá-la? Isso é tão...

– Ele tá caidinho por você, darling. – Christine tocou em meu ombro – Vai por mim, o Jordan nunca faria nada parecido por garota nenhuma. Ele é diferente com você, e até acho que prefiro essa versão.

– A-ah... – minha fala foi interrompida quando ouvimos a catraca ser empurrada.

Ao olhar para o lado, sorri largo por ver Jordan seguido de seus amigos, eles davam risadas enquanto criavam teorias sobre o filme. Contudo, o sorriso em meus lábios se desfez ao ver Ashley aparecer por detrás dele, eu sabia que ela também viria, mas não quer dizer que isso me agradasse. Ainda me lembrava de como ela foi maldosa e super desnecessária comigo no teste das Lioness, e nem me pediu desculpas depois, na verdade, sempre que nos esbarrávamos, fosse nos treinos ou nos corredores, ela me olhava com desdém.

– Então, as moças aceitam um chocolate quente para aquecer um pouco? – perguntou Jordan, muito bem humorado, correndo seus olhos por nós três.

– Eu aceito. Estou morrendo de frio, Dan. – Ashley se apressou a respondê-lo, agarrando seu braço num impulso idiota.

– Ah... – ele olhou dela para mim, mas apenas forcei um sorriso, não cairia naquela provocação estúpida.

– Pode ficar com a minha jaqueta, Ash. – ofereceu Johan, rapidamente se livrando daquela peça para entregá-la.

– Muito obrigada pela gentileza, Johan. – ela respondeu não muito contente ao soltar-se de Jordan.

– Bom, vamos lá, pipocas e chocolate quente para as moças. Um filme incrível nos espera atrás daquela porta, rapazes. – Jordan usou de tom divertido, arrancando algumas risadas a volta.

Ashley e as outras garotas que também estavam ali se juntaram a nós, enquanto os meninos seguiram para comprar os lanches. Fiquei mais perto de Rose, até eles voltarem. Ao entrarmos na sala de cinema, lotamos quase metade do lugar, Jordan encontrou duas cadeiras vazias mais a frente, então seguimos para lá. Durante o filme, ele segurava em minha mão, fazendo suaves carícias. A certo ponto, recostei minha cabeça em seu ombro, e sorri quando depositou um beijinho carinhoso bem no topo dela.

Era realmente bom estar com ele, independente de qualquer coisa ou pessoa a nossa volta. Nas cenas mais fortes, eu apertava sua mão, e ele respondia com gentileza, sei que assim como eu, também estava feliz por dividirmos aquele momento juntos. Dava para ver isso em seus olhos sempre que olhava em sua direção. Jordan até mesmo secou minhas lágrimas quando me emocionei, e trocou alguns selinhos comigo para me acalmar. Até esqueci de Ashley e dos outros, era como se só tivesse nós dois.

Quando o filme chegou ao fim, Tayler propôs de irmos à Candy's para tomarmos um bom milkshake de "saideira", apesar de estar um pouco frio, todos concordamos, era impossível recusar depois de ter provado aquela delícia. Rose e Christian vieram comigo e Jordan no carro, mas nem se olharam durante todo o caminho. Para ser sincera, o silêncio entre eles chegava a ser constrangedor.

– Então, o que achou do filme, Rose? – indagou Jordan, só para puxar assunto.

– A-ah... É, foi bom. – ela falou apressada, quase tropeçando nas palavras, e tive a impressão de que estava nervosa.

– E você, Christian? – o encarei pelo retrovisor.

– Eu gostei, mas nenhum bate o do Pantera Negra. É o melhor filme da Marvel até agora. – ele respondeu um pouco mais entusiasmado.

Dali por diante, ele e Jordan seguiram conversando, mas notei Rose um tanto murchinha e encolhida no banco de trás, me perguntei se ela não estava se sentindo mal, talvez estivesse com cólica... Não sei, mas devia ser algo, porque geralmente ela falava pelos cotovelos. Bom, quando estivéssemos sozinhas, eu daria um jeito de saber. Mal percebi e já estacionávamos em frente a lanchonete.

– Eu vou indo na frente, pra pegar uma mesa. – Christian foi o primeiro a descer do carro.

– Beleza. – confirmou Jordan, ainda tirando o cinto.

Demorei um pouco mais fazendo aquilo, e quando ele desceu, rapidamente me virei para trás. Franzi a testa ao ver Rose quase tão pálida, quanto uma folha de papel, mas não foi só isso, seus olhos também se arregalaram assustados ao me encararem.

– Está sentindo alguma coisa? – perguntei preocupada – Pode falar pra mim, a gente dá um jeito.

– Nã-não. Está tudo bem. – ela se apressou em responder, e eu soltei o ar pesadamente pelo nariz.

– Tem certeza? – arqueei as sobrancelhas, mas ela apenas assentiu – Certo. Qualquer coisa, eu estou aqui, ok?

– Obrigada, Liz. – um sorriso doce se fez em seus lábios, e ela pareceu relaxar um pouco.

Trocamos um olhar amigo, e então descemos juntas do carro. Jordan me recebeu com um abraço e um selinho, sei que nos deu privacidade para conversarmos e depois lhe agradeceria por isso. Rose veio junto com a gente, o sininho soou ao entrarmos na lanchonete e Christian ergueu seu braço, nos chamando para a mesa a qual havia encontrado vazia, foi para lá que seguimos. Assim que nos sentamos ali, uma garçonete veio prontamente anotar nossos pedidos.

Os outros foram chegando, e logo aquilo estava praticamente lotado. O som de conversas e risadas preenchiam o ambiente, tornando tudo ainda mais aconchegante. Teorias sobre o próximo filme eram criadas e comparações eram feitas, arrancando mais burbúrios. Percebi quando Jordan passou seu braço por cima dos meus ombros, e me juntei mais a ele, repousando minha cabeça em seu ombro. Ficamos assim durante um tempo, era indescritível sentir o cheirinho amadeirado de seu perfume.

– Podemos ir embora se estiver cansada, bebê. – ele falou baixinho quando toquei a pontinha do nariz em seu pescoço.

– Estou bem, Dan. – olhei para cima, encarando diretamente o mar de mel que eram os seus olhos – Com você, eu ficaria aqui até o sol raiar.

Ele sorriu ao me ouvir, e eu fechei os olhos devagarinho, apenas sentindo o suave toque das pontinhas dos seus dedos em meu rosto. Então, seu polegar e indicador prenderam meu queixo, e seus lábios selaram os meus carinhosamente, fazendo as borboletas em meu estômago baterem suas asas numa explosão de felicidade.

– Você é tão linda. – seus olhos voltaram a mergulhar nos meus – Eu sou um cara sortudo, não sou?

– Ah, Lizzie... – a voz da Rose chamou nossa atenção – Desculpa. Eu não queria atrapalhar.

– Tudo bem, Rose. Não está atrapalhando. – sorri doce, me desencostando de Jordan – Pode falar.

– Bom, eu... Você pode vir comigo ao banheiro? – ela perguntou extremamente envergonhada.

– Claro. Não se importa não é, Dan? – o olhei brevemente, ele apenas negou com a cabeça – Vamos?

– Obrigada. – ela se levantou junto a mim.

– Vou pagar nossa conta, e quando vocês voltarem, vamos embora. Pode ser? – Jordan alcançou minha mão antes que eu me afastasse.

– Por mim, tudo bem. – confirmei, e ele sorriu, então me soltou.

No percurso para o banheiro, agarrei o braço de Rose. Ela se manteve calada boa parte da noite, mas não parecia estar tão nervosa quanto ficou dentro do carro, eu realmente não sei o que aconteceu. Mas também não forçaria que me contasse. Quando ela se sentisse confortável, me deixaria saber o real motivo, eu podia aguardar até lá. Ao adentrarmos o banheiro, demos de cara com Ashley e uma de suas amigas, ambas interromperam o assunto no mesmo segundo que nos viram.

– Não demoro. – avisou Rose, antes de adentrar um dos box.

Eu apenas assenti, e logo em seguida me direcionei até os espelhos, aproveitaria para retocar o batom. Pelo reflexo, vi quando Ashley e sua amiga se entreolharam, não sei explicar, mas tive a impressão de que as duas falavam de mim antes de chegar com a Rose. Contudo, tentei não dar bola, sabia muito bem que meninas podiam ser más quando queriam, mas só cabia a mim mesma me importar ou não, e a decisão mais sábia era ignorar.

Abri minha bolsa para pegar o meu gloss, e ouvi quando a porta do banheiro se fechou. Automaticamente olhei para trás, avistando apenas Ashley agora, num súbito tremor de mão, deixei o gloss cair ao chão. Praguejei mentalmente, mas logo me apressei em apanhá-lo, ao me erguer novamente a loira traiçoeira sorriu amigavelmente para mim. Correspondi apenas por educação, me virando em direção ao espelho outra vez.

– Está se divertindo, lindinha? – Ashley parou bem ao meu lado, amassando seus cabelos dourados enquanto fitava seu próprio reflexo no espelho.

– Ah, o filme foi legal. – respondi, me apressando a passar o gloss em meus lábios, mas percebi quando seus olhos azuis se direcionaram a mim.

– Não seja estúpida, estou falando do Jordan. – seu tom de voz soou um tanto áspero, mas ela logo tornou a sorrir – Ele é um sonho, não é?

– Ele... – franzi a testa, não me sentiria intimidada só por ela ser ex-namorada dele, isso seria ridículo da minha parte – Sim. Jordan é incrível.

– É, eu sei. – o sorriso dela aumentou um pouco mais – Pena que é assim com todas. Quer dizer, como se sente sabendo que é só o novo macaquinho de estimação dele?

– Isso não é...

– Verdade? Ah, meu bem, é sim. – Ashley virou de frente para o espelho de novo, limpando o cantinho da boca – Mas se quer pagar pra ver, vai fundo. Depois que ele tiver o que quer de você, vai te trocar num piscar de olhos. Quando isso acontecer, nós duas vamos ver ele fazer as mesmas coisas com a próxima "garota perfeita".

Engoli em seco ao ouvi-la, e estremeci ao som da descarga sendo puxada. Ashley me deu uma piscadela junto de um sorriso desdenhoso antes de se virar, praticamente jogando o seu cabelo em minha cara. Fiquei ali, parada em frente ao espelho por alguns instantes, até mesmo depois de ver seu reflexo sumir porta a fora. Não sei exatamente o que senti com suas palavras, mas posso dizer que ela conseguiu me deixar desconfortável. E se aquilo fosse verdade?

Todos me diziam quase a mesma coisa sobre Jordan, que ele era um cafajeste sem coração, e mesmo assim eu estava me deixando se envolver sentimentalmente por ele. Eu sabia que era arriscado, mas a questão em si era se estava emocionalmente preparada para ter meu coração destruído em milhões de pedacinhos outra vez... Não queria acreditar que Jordan faria algo assim, mas como ignorar todos os comentários maldosos das pessoas a nossa volta?

– Lizzie, você está chorando? – despertei dos meus pensamentos ao ouvir a voz da Rose bem ao meu lado – Aconteceu alguma coisa?

– Não. Está... – me apressei a secar as lágrimas nos cantos dos olhos – Está tudo bem, Rose. Não se preocupe.

Foi tudo o que eu disse, antes de mergulhar minhas mãos debaixo da água fria, numa tentativa de acalmar os ânimos. Ela não insistiu, e eu agradeci internamente por sua compreensão. Secamos as mãos, e então deixamos o banheiro. Jordan já estava no caixa àquela altura, ele sorriu ao me ver, mas apenas consegui cumprimentá-lo com um singelo aceno de mão. Ao passar pela mesa de Ashley, senti seu olhar se direcionar a mim, não precisei olhar em sua direção para saber que ela estava rindo de mim, isso realmente me incomodava.

No caminho, deixamos Rose em casa, ela preferiu vir com a gente, dessa vez estava bem mais falante, e o silêncio só se instalou quando ela desceu. Pelo reflexo da janela, eu podia ver que Jordan parecia inquieto, às vezes até me lançava olhares preocupados, mas preferiu ficar calado. Enquanto isso, eu observava os enormes arranha-céus passarem lá fora, à medida que avançávamos as ruas. Dessa vez, pareceu se passar uma eternidade até finalmente estacionarmos em frente a minha casa.

– Obrigada por hoje. A gente se vê no colégio. – me apressei em tirar o cinto de segurança, Jordan não disse uma só palavra, apenas me observava – Boa noite.

Desci de seu carro antes que aquilo pudesse ficar ainda mais constrangedor, mas ao bater a porta, ouvi o barulho da sua abrir. Rapidamente me virei, caminhando nervosa até o cercadinho branco, o qual logo tratei de abrir. Sabia que Jordan me encarava confuso agora, e isso tornava as coisas ainda mais difíceis, eu não queria estragar nossa noite, mas também não conseguiria fingir que estava tudo bem.

– Lizzie, espera... – sua voz rouca soou tristonha, o que me fez paralisar completamente – O que tá acontecendo? Por que...

Ele bateu a porta do carro, e logo em seguida pude ouvir seus passos se aproximarem de mim. Automaticamente, encolhi meus ombros, apertando minha bolsa em mãos. Estava envergonhada, e confusa por tudo que Ashley me disse naquele banheiro. Eu queria acreditar que eram apenas mentiras, mas nem sabia explicar o que era aquilo entre Jordan e eu.

– Eu fiz alguma coisa? Te deixei brava, ou magoei você? – ele parou bem atrás de mim, e eu precisei respirar fundo para conter as lágrimas que chegavam com força aos meus olhos – Me diz o que está errado? Eu... Desculpa, se eu fiz qualquer coisa, não foi minha intenção.

– Você... – minha voz soou baixinho, então neguei com a cabeça antes de me virar para encará-lo – Não foi sua culpa.

– Então o que foi, me diz? Eu vou ficar louco se você entrar por aquela porta sem me dizer o que está acontecendo. – ele deu um passo em minha direção, e eu acabei recuando um pouco para trás – Por favor, me deixa saber, linda?

– Eu... Jordan, me sinto uma idiota por estar tão confusa. – me virei, caminhando lentamente em direção a varanda da minha casa.

Ele veio junto, e parecia extremamente preocupado comigo. O que, por sua vez, conseguia me fazer se sentir ainda mais estúpida. Acho que realmente precisávamos conversar sobre isso, eu tinha que deixar minha timidez de lado e ser sincera com o Jordan.

– Confusa com o quê? – questionou ele, arqueando suas sobrancelhas.

– O que está acontecendo entre a gente... é real pra você? – encarei seus olhos diretamente dessa vez, eu precisava saber o que ele sentia por mim.

– Claro que é. Por que isso agora? – Jordan ao menos tomou tempo para me responder, estava mesmo disposto a me convencer de que suas palavras eram sinceras.

– Bom, é que as pessoas falam coisas muito ruins sobre você o tempo todo. E eu juro que tento não me importar, mas às vezes... – passei uma mecha de cabelo para trás da orelha – É que às vezes machuca muito. Não quero me magoar.

– Acha que eu magoaria você? – paramos de caminhar, e Jordan olhava profundamente em meus olhos.

– Eu... Eu realmente não sei, Jordan. – suspirei pesado ao ver uma certa angústia tomar sua face – Mas estou gostando de você pra valer, e isso é incrível, só que também me assusta.

Ele me deu um leve sorriso, antes de tocar minha mão, conduzindo-a até os seus lábios. Senti um arrepio me percorrer ao vê-lo depositar um beijinho carinhoso nela.

– Acontece que eu também gosto de você. Gosto pra caramba. – disse ele – Consigo imaginar o que as pessoas falam de mim, e não vou mentir que sou um anjo. Não sou. A maior parte deve mesmo ser verdade, mas eu não me orgulho disso, não mais. Se eu pudesse mudar o meu passado agora, eu juro que mudaria, só pra não te ver sofrer com isso. Mas tudo o que eu posso fazer agora, é pedir que confie em mim, eu nunca faria nada para magoar ou ferir você, posso ser um cara melhor, Liz, mas preciso que confie em mim. Pode ser?

– Acho que... – fiz uma breve pausa, tocando carinhosamente em seu rosto. Jordan fechou os olhos brevemente, tornando a me encarar logo em seguida – Sim. Eu confio em você.

– Ah, Liz... – ele segurou meu rosto entre as duas mãos, se aproximando dois passos de mim – Prometo que não vai se arrepender. Eu te dou minha palavra.

Não consegui conter meu sorriso ao sentir sua testa recostar-se sobre a minha, de alguma forma eu sabia que Jordan estava sendo sincero comigo, ele não falava apenas palavras jogadas ao vento, eu sentia seu coração nelas, e por coincidência ou não, ele batia no mesmo ritmo que o meu. De repente, um fino sereno começou a cair, pude sentir o gotejar em minha cabeça, nós dois olhamos para o céu no mesmo segundo, e ao nos encararmos outra vez, caímos numa risada gostosa.

À medida em que a chuva se encorpava a nossa volta, nossos lábios eram atraídos um ao outro até que finalmente se tocaram, dando início a um beijo recheado das mais belas emoções. Naquele momento, eu tive plena certeza de que Jordan criaria raízes bem firmes em meu coração, porque eu queria que ele ficasse, abri a porta para que entrasse e agora não queria mais que fosse embora. Sorri entre o beijo, e ele apertou minha cintura, me puxando para mais perto.

Não me importava em ficar ensopada, não se fosse para beijá-lo, eu acho que faria qualquer coisa só para sentir aquele gostinho delicioso de menta que seus lábios carregavam. Deslizei minhas mãos pelo seu peitoral, até entrelaçar meus braços em volta de seu pescoço. Em resposta, Jordan me fez caminhar para trás, senti quando minhas costas tocaram a pilastra da varanda, então a luz se acendeu, e nós sorrimos ao romper o beijo. Olhei para trás, por cima do ombro, a tempo de ver a cortina da janela se mover.

– Aposto que seus pais querem que você entre. – Jordan sussurrou rente aos meus lábios quando voltei a encará-lo.

– É, eu acho que querem sim. – lhe puxei pela camisa, selando seus lábios outra vez.

Jordan entendeu o recado, e logo voltou a me beijar, um pouco mais intenso que antes...

[...]

🍁. E esse Jordan, está ou não está caidinho pela Liz? haha

🍁. Deixem seus comentários, e apertem na ⭐ isso ajuda muito. Obrigada e até o próximo capítulo 😘😘

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