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7. Jantar em Família

"A imagem perfeita, você não precisa de filtro. Maravilhosa, faz os caras caírem duros, você é espetacular. Parabéns aos seus pais por fazerem você, aplausos de pé, eles fizeram um ótimo trabalho te educando... – Intentions, Justin Bieber."

Abri minha boca para falar alguma coisa, mas, de repente, a porta da minha casa se abriu, me fazendo engolir em seco ao me virar. No instante seguinte, minha mãe passou para fora, seus cabelos castanhos estavam presos em um coque frouxo, e o seu cardigan longo de cor cinza, estava pela metade dos braços. Mas me detive em seus olhos que estavam visivelmente marejados, indicando que talvez fosse me dar uma bronca daquelas.

– Mãe? – disse baixinho, com um certo receio, e ela desceu os batentes da casa, apressada.

– Uma mensagem, Lizzie, você não deixou uma mensagem. – ela me abraçou com tanta força, que achei que fosse me partir ao meio.

Fiquei meio sem graça, afinal, eu não estava sozinha.

– Desculpe, senhora Andrews, nós perdemos a hora fazendo um trabalho. – Jordan inventou aquilo bem rápido, chamando a atenção dela para si.

– Ficamos na biblioteca e o meu celular descarregou, mãe. – completei a mentira, na verdade, era muito boa, válida para a situação.

– Me desculpe, querida. Fiquei preocupada. – dona Elisa falou, em um tom mais calmo agora, depois olhou para Jordan outra vez – Mas e você, quem é?

– Jordan, senhora. Jordan Davis. Estudo no mesmo colégio que a Lizzie. – ele estendeu sua mão para a minha mãe, que logo a apertou de volta, em um cumprimento formal.

– Prazer, sou Elisa, mãe da Lizzie. É muito bom ver que a minha menininha está fazendo amigos. Mas, por favor, não façam que ela se atrase sem me avisar. – minha mãe pediu, com um leve sorrisinho nos lábios, e Jordan assentiu.

– Mãe, pelo amor de Deus! – falei super envergonhada, o que arrancou risadinhas de ambos.

– Desculpe? Mas venham, entrem? Estou preparando o jantar. Se a sua mãe não se importar, Jordan, você pode jantar aqui conosco. Meu marido foi até o mercado, já deve estar chegando. – ela o convidou, gentilmente, eu ainda não sabia se era uma boa ideia, nós dois mal nos conhecíamos.

– Adoraria, dona Elisa. – respondeu Jordan, educadamente, minha mãe também sorriu, então ele olhou para mim.

– Mãe, eu e Jordan precisamos terminar o trabalho. – segurei em uma das mãos dele, puxando-o para dentro de casa.

– Tudo bem, querida. Podem subir. – dona Eliza falou, nos acompanhando ao entrarmos, mas apenas continuei puxando Jordan em direção as escadas – Deixem a porta do quarto aberta!

– Mãe! – a reprendi no meio da escadaria, depois voltei a puxá-lo para cima, ouvindo sua risada.

– Desculpa? – pediu minha mãe, quando chegamos ao andar de cima.

Bufei o ar pelo nariz, puxando Jordan pelo corredor até o meu quarto. Fiz sinal para que ele entrasse primeiro, e agradeci internamente por tudo já estar em ordem. Geralmente eu era bem organizada, mas com a mudança demorei um pouco com a arrumação. Fechei a porta devagarinho para não fazer barulho, notando o Dan analisar cada centímetro daquele cômodo. Era bem espaçoso, com a decoração e os móveis em branco e lilás suave, minha cor favorita.

– Deixa eu adivinhar... Sua cor favorita é lilás, acertei? – Jordan se virou em minha direção, e desviei o olhar, um tanto envergonhada.

– Por que ficou, Dan? – coloquei minha mochila sobre a poltrona ao lado.

– Não sei. Acho que não queria ir embora. – ele deu um passo em minha direção, mas parou assim que o encarei outra vez – Posso ir agora se você achar melhor, não quero incomodar.

– Não. Você não está incomodando. – me apressei a falar, numa tentativa de tranquilizá-lo – Só... Bom, desculpa pela minha mãe. Às vezes ela exagera.

Suspirei baixinho, e ele se aproximou um pouco mais.

– Ela só estava preocupada. – ele pousou suas mãos em minha cintura, então apoiei as minhas em seu peitoral.

– Sim, você acertou, minha cor favorita é lilás. – sorri leve ao responder sua primeira pergunta.

– É, acho que eu tive um pressentimento. – seu rosto se aproximou um pouquinho do meu, e senti as borboletas acordando em meu estômago – Tem um belo quarto.

– Você... gostou? – apertei sua camisa, e ele me puxou um pouco mais para perto.

– Sim, em especial da dona. – fechei os olhos ao sentir a pontinha do seu nariz tocar o meu.

Nossas respirações se misturavam devagar, enquanto a fragrância amadeirada de seu perfume inebriava meus pensamentos. Jordan esfregou sutilmente seus lábios nos meus, e um arrepio gostoso me percorreu o corpo inteiro. Nunca quis tanto beijar alguém, quanto queria beijá-lo agora. Desde o primeiro "oi", ele ganhou espaço em meus pensamentos, e foi ficando, se tornando mais forte, mais real. Eu precisava sentir o gosto que seus lábios carregavam, ou enlouqueceria.

– Lizzie! – ouvimos a voz da minha mãe vindo lá de baixo, olhei nervosa para Jordan, por um segundo, esqueci que estávamos em minha casa – Seu pai chegou, querida. Desçam aqui!

– Já vamos, mãe! – respondi apressada, ao ouvir seus passos subindo a escada.

– Ah, certo! Quero a sua ajuda para servir o jantar. – disse ela, e recuou.

Jordan sorriu quando o encarei de novo.

– Vamos? – perguntei.

– Claro, linda. – o vi dar alguns passos para trás, cedendo espaço suficiente para que eu passasse.

Ao descermos a escada, meu pai, que conversava com a minha mãe, logo se virou em nossa direção. Engoli em seco, sentindo o olhar apreensivo de Jordan recair sobre mim, mas forcei um sorriso para acalmá-lo. Gostaria de ter dito a ele como agir com o sr. Louis, que era inofensivo apesar da cara de poucos amigos, mas agora já era. No fundo, sentia que se fosse ele mesmo os dois acabariam se dando bem.

– Boa noite, senhor Andrews. – Jordan estendeu a mão para cumprimentá-lo, e ele logo a apertou firme.

– Não nos disse que traria visita, Lizzie. – disse meu pai, sem tirar os olhos de cima do Jordan, como se o avaliasse a primeiro instante.

– Bom, eu que o convidei, querido. – minha mãe tentou amenizar o clima – Jordan e Lizzie ficaram no colégio até mais tarde, fazendo um trabalho, e ele se preocupou em trazer nossa garotinha em segurança.

– É mesmo, filho? – meu pai soltou a mão dele, mas ainda o encarava de forma intimidadora.

– Pai... – o repreendi, e ele finalmente pareceu notar que eu estava ali.

– Sim, senhor. Não fiz mais do que minha obrigação já que a Lizzie se atrasou por minha conta. – Jordan sorriu, e percebi que não estava mais nervoso.

– Não é verdade, Jordan. Eu quis ficar e terminar o trabalho com você. Foi bondoso e gentil de sua parte me trazer até aqui. – franzi um pouco a testa, e ele sorriu sem graça.

– Jordan está certo, filha. É o mínimo que um homem comprometido e preocupado pode fazer. – disse meu pai, ainda em tom bem sério – Venha, filho. Sente-se um pouco, enquanto as moças põe à mesa.

– Sim, senhor. – Jordan assentiu, seguindo-o pela sala.

– Mãe... – dei um passo a frente, e ela negou com a cabeça.

– Deixe os dois conversarem, vão se dar bem, tenho certeza. – ela sorriu, entrelaçando seu braço ao meu, ao tempo em que me puxava em direção a cozinha.

– Mas o papai parece que...

– Não o julgue. Você é a garotinha dele, é normal que sinta ciúmes. – ela deu uma risadinha, e ao passarmos por eles na sala Jordan me deu um sorriso despreocupado – Agora venha ajudar sua querida mãe a pôr à mesa.

– Certo. – concordei ao perceber que não tinha mais o que fazer.

Seguimos direto para a cozinha. Minha mãe disse para eu cuidar da louça, enquanto ela ia colocando as comidas nas tigelas e travessas. Eu concordei, e logo comecei a levar os pratos e talheres para a mesa. E, enquanto fazia isso, observava de longe os dois conversando, não conseguia escutar sobre o que se tratava. Meu pai estava sentado em sua poltrona, com o seu paletó dobrado sobre a parte de trás, ele era advogado de uma multinacional, minha mãe era secretária de um dos executivos da mesma empresa.

Os meus pais se davam muito bem no trabalho e principalmente em casa. Quero dizer, eles se amavam e eu os achava muito românticos. Eles se conheceram ainda no colégio e pareciam não ter esfriado nada até hoje. Tá, talvez eu fosse uma idiota, mas queria um relacionamento assim para mim também.

Vi o meu pai sorrir enquanto coçava a barba meio grisalha, abrindo seus olhos verdes, eu havia puxado dele, geralmente as pessoas diziam que eu me parecia com a minha mãe, já que o rosto do meu pai era meio gordinho, mas sem dúvidas os meus olhos eram iguaizinhos aos dele. Sorri automaticamente, me lembrando que ele só coçava a barba quando estava pensando.

Aquela conversa devia estar interessante, mas o Jordan se encontrava sentado no sofá à esquerda de costas para mim, eu não conseguia ver as suas reações, só quando ele assentia com a cabeça. Sorri, meio distraída enquanto ajudava a minha mãe e senti o cotovelo dela bater contra o meu braço, o que me deu um curto susto, fazendo-a rir baixinho.

– Bonitão ele! – ela cochichou e eu senti as minhas bochechas esquentarem.

– Mãe, o Jordan é só...

– Aham! – ela rolou os olhos, sorridente – Seu pai gostou dele, olha lá, estão falando sobre futebol.

Terminei de pôr o último copo na mesa, olhando em direção a sala outra vez. Eles estavam rindo de algo, o que me fez sorrir também.

– Como sabe? – perguntei, voltando a encará-la.

– Sou casada com o seu pai a mais de vinte anos, conheço aquele sorriso. Número um, futebol; número dois, vence um grande caso; e número três, sexo. – ela completou e eu abri a boca, incrédula.

– Mãe! – não pude conter o meu ar de riso, ela também acabou dando uma risadinha.

– Ele joga? Essa jaqueta aí é dele, não é? – ela perguntou apontando para mim, então eu me lembrei que ainda estava vestida com a jaqueta do Jordan.

– Ah, sim ele joga. E sim, estava meio frio quando saímos do colégio. – respondi seguindo a dona Elisa para a cozinha de novo.

– Filha, ele tá a fim de você. – ela pegou a travessa com macarrão sobre o balcão e eu engoli em seco – Ele que te trouxe em casa no outro dia, não foi? Eu vi pela janela do quarto.

– Mãe! – franzi a testa e ela riu balançando a cabeça – Ele não tá a fim de mim, só... quis ser gentil.

– Querida, eu já estudei. Sei muito bem que vestir a jaqueta de um jogador é tipo ele dizendo que você é a garota dele. – senti minhas bochechas corarem violentamente – Meu Deus, vocês não fizeram nenhuma besteira hoje né, Lizzie?

– Não, mãe! Só estávamos estudando. – menti na cara de pau, e ela sorriu aliviada.

– Ótimo. Mas se por acaso rolar alguma coisa, filha, lembrem de usar camisinha. – ela saiu da cozinha e eu peguei a tigela com o purê, rolando os olhos.

– Mãe! – a repreendi outra vez, seguindo-a de volta até a sala de jantar.

– Não se atreva a mentir para mim, Lizzie. Vi o jeito que você olha para ele, também está caidinha. Acho que eu preciso te dar alguns conselhos. – minha mãe era boa com aquilo, ela tinha mesmo notado – Não se preocupe, filha, não estou brigando com você. Ele parece ser um rapaz gentil, isso é bom.

Senti as minhas bochechas queimarem de tão vermelhas que deviam estar, mas assenti, não dava para mentir sobre aquilo para a minha mãe, ela me conhecia muito bem.

– Mãe, só peço que não faça esse tipo de comentário no jantar... eu não quero que o Jordan ache que eu sou... – interrompi minha fala, vendo-a assentir enquanto tirava o avental.

– Ele não vai achar, fica tranquila, querida. Essa é uma conversa de mãe para filha. – ela tocou no meu ombro e pendurou o avental.

– Obrigada. – agradeci assim que ela deixou um beijinho em minha testa e, logo em seguida, pegou a tigela que eu segurava.

– Meninos! O jantar está servido. – ouvi minha mãe chamá-los, e respirei fundo.

– Ah, claro, querida. Vamos, Jordan? – disse meu pai e ambos ficaram de pé.

– Olha, o cheiro está uma delícia, dona Elisa. – Jordan sorriu simpático ao se aproximar.

– Obrigada, Jordan. – minha mãe sorriu de volta.

– Querida, tire a jaqueta, vai acabar sujando. – sugeriu meu pai, tomando o seu lugar à mesa e eu assenti.

Jordan me olhou enquanto puxava uma cadeira, eu forcei um sorriso pendurando sua jaqueta junto ao avental da minha mãe. Todos se sentaram à mesa e eu me apressei a sentar ao lado de Jordan. Meus pais deram as mãos para a oração de agradecer o alimento, como de costume, mas ele pareceu meio perdido, me olhando confuso. Eu apenas segurei uma de suas mãos e a do meu pai estendida sobre a mesa. Vi o Dan segurar a mão da minha mãe, imitando o meu gesto, e sorri, fechando os olhos. Agradecemos a comida em silêncio e soltamos as mãos, começando a nos servir.

– Então, Jordan, – minha mãe chamou nossa atenção, ela tinha prometido não fazer nenhum comentário vergonhoso – Lizzie me falou que você joga no time do colégio.

– Ah, sim, senhora. Eu jogo no time de futebol americano, os Tigers. – explicou ele, fazendo meu pai arquear uma sobrancelha.

– Nossa! É mesmo, Jordan? Então por isso conhece bem o futebol. – disse o sr. Louis, fazendo minha mãe me encarar, eu dei uma risadinha. É, ela conhecia bem o meu pai – Qual a sua posição no time, filho?

– Ah, eu jogo como quarterback, sr. Louis. – Jordan respondeu e meu pai sorriu animado.

– É uma excelente posição no campo, garoto. Mas você joga bem? – ele questionou curioso, mas Jordan sorriu meio sem jeito.

– Ele é um dos melhores do time. – respondi em seu lugar, todos me olharam, causando um rubor intenso em minhas bochechas – Foi o que eu ouvi no colégio. Todos adoram ver o Jordan... jogando.

– Isso me parece bom. Quando será o próximo jogo, rapaz? – meu pai estava entusiasmado e minha mãe me encarou, um tanto surpresa.

– Na próxima sexta à noite, senhor. A Liz, – Jordan olhou para mim, sorrindo, e umedeceu os lábios rapidamente com a língua – ela vai abrir com as meninas da equipe das líderes de torcida.

– Ah, querido, você se esqueceu? Nossa Lizzie contou sobre isso. – minha mãe recordou de nosso café da manhã ontem, e o meu pai assentiu.

– Acho que... muito trabalho na cabeça, querida. – ele se explicou, sorrindo docemente – Mas então, quem sabe nós aparecemos por lá. Sexta à noite, irei me lembrar.

– Seria uma honra, senhor. – Jordan sorriu contente.

– Você é um bom garoto, Jordan. Seu pai deve ter orgulho, não é mesmo? – Louis questionou afetuoso, mas logo depois eu vi Jordan desmanchar o sorriso.

– O meu pai, ele... não está mais conosco, senhor. – respondeu Dan, pude compreender o motivo de sua mudança de humor.

– Me desculpe, eu não...

– Tudo bem, senhor. Não tinha como o senhor saber, não é mesmo? – Jordan forçou um sorriso, mas eu notei os seus olhos entristecidos.

– Nossas condolências a você e a sua família, Jordan. – minha mãe tocou a sua mão que estava sobre a mesa e eu segurei a que se encontrava em seu colo, o que o fez olhar dela para mim.

– Eu sinto muito. – falei baixinho, ele apenas assentiu, entrelaçando nossos dedos.

– Obrigado. – disse Jordan, e olhou para a minha mãe outra vez, sorrindo leve – Obrigado, dona Elisa.

– Mas e então, querida, – meu pai me chamou, tentando mudar o assunto, acho que Jordan agradeceu internamente por isso – o trabalho é sobre o que?

– O trabalho? – franzi a testa, um tanto confusa, mas logo me lembrei da desculpa que inventamos.

Em seguida eu falei "Artes" e Jordan "História" ao mesmo tempo, nos entreolhamos e ele me pareceu um tanto nervoso. Assenti, pegando a jarra de suco, notando os meus pais nos encararem com as testas franzidas.

– É um trabalho sobre a história da arte local, papai. – tentei remediar, com voz doce, enquanto colocava suco em meu copo, eles assentiram.

– E o que vocês estão fazendo? – ele perguntou parecendo interessado, Jordan me olhou meio preocupado, acho que estava sem ideia nenhuma agora.

– Ah, precisamos construir uma linha do tempo com algumas artes importantes de artistas locais. – falei a primeira coisa que me veio a cabeça e dei uma garfada no macarrão, Jordan fez o mesmo.

– Interessante, querida. Assim você conhece um pouco mais daqui. – meu pai pareceu comprar a mentira e eu assenti.

Jordan pousou sua destra na minha coxa, dando um leve apertão como uma forma de me agradecer. O jantar se deu tranquilo dali por diante, em meio a conversas sobre times de futebol e o colégio. Ao final, nos oferecemos para lavar os pratos, mas minha mãe se negou a aceitar e nos mandou rapidinho para a sala. No início, acho que estava meio sem jeito de conversar com Dan, só que ele deu um jeitinho de tornar tudo descontraído, e puxar conversa. Agora eu já terminava de lhe contar sobre o episódio com Jason no ginásio.

– Ligação, é? – Jordan arqueou uma sobrancelha e eu assenti – Olha, o meu irmão não é um cara mau, Liz. Não de tudo, sabe?

– Dan, ele...

– Eu sei. Ele arruma muita confusão. Esquentado o Jason sempre foi, mas as coisas só pioraram depois da morte do meu pai. – ele continuou a explicar e eu engoli em seco.

– Você não tem que me contar isso se não quiser. – falei um tanto apreensiva, mas Jordan assentiu.

– Não, tudo bem. Acho que eu preciso te falar. – prosseguiu ele, então apenas confirmei com a cabeça – O meu pai era um policial, Liz, dos bons, sabe? Nós dois tínhamos muito orgulho dele, mas o Jason era mais apegado do que eu. Eles gostavam das mesmas coisas, saíam para caçar juntos e tudo mais. Só que aí o Martin morreu em serviço a dois anos atrás. O Jason não conseguiu lidar muito bem com a perda.

– Não deve ter sido fácil para vocês. – tentei compreender seu ponto de vista.

– Não foi. E piorou quando a polícia arquivou o caso ano passado. Simplesmente não conseguiram pegar o cara que fez isso com o meu pai, porque o desgraçado era o chefe de uma gangue poderosa aqui. – senti uma certa raiva tomar o seu tom de voz e acariciei suavemente a sua mão com o polegar.

– Eu... eu sinto muito mesmo, Dan. – falei doce, vendo-o forçar um sorriso logo em seguida.

– Obrigado. – Jordan se esticou um pouco, deixando um beijinho em minha testa, depois voltou a se endireitar no sofá – Mas continuando, foi aí quando o Jason desandou de verdade. Ele não conseguiu aceitar que ficasse impune e procurou um meio de fazer justiça com as próprias mãos.

– Está me dizendo que ele entrou para uma gangue? – arqueei uma sobrancelha.

– É. Para ele esse era o único jeito de acabar com o filho da puta. – respondeu Jordan, o que me fez respirar fundo – Ele entrou para os Black Wings, a única rival forte dos Darks aqui. O chefe da BW prometeu ao Jason a cabeça do chefe dos Darks, se ele o ajudasse.

– Mas ele sabe que o seu pai não ia...

– É, no fundo ele sabe. Mas o Jason... não dá para controlar. – Jordan me interrompeu, eu assenti novamente – Ele conseguiu, ajudou a destruir o império dos Darks de dentro para fora, mas o cara que matou nosso pai fugiu, dizem que ele morreu, mas eu não sei.

– Mas, se o Jason já se vingou, por que ainda continua nisso? – franzi a testa, completamente confusa ao vê-lo sorrir sem vida.

– Não dá para sair de uma gangue depois que se entra. – Jordan falou aquilo em total desânimo – Era o que o meu velho dizia. Mas acho que o Jason sente que deve lealdade a eles agora.

– Isso é muito triste, Jordan. – eu podia sentir o peso de cada uma das suas palavras, o que era visivelmente bem doloroso para ele.

– Mas ele é o meu irmão e eu não posso mudar isso, Liz. – Jordan soltou um leve suspiro, e automaticamente toquei seu rosto em uma suave carícia – Não estou querendo justificar os atos do Jason. Só tô dizendo que, seja o que for, ele não quis assustar vocês. A ligação... deve ter sido algo perturbador. Ele decidiu carregar um fardo enorme sozinho. E eu, bem... me esforço para ser bom para a minha mãe, ela sofre muito com isso.

– Acho que... eu entendo um pouco melhor agora. Tenho certeza de que a sua mãe se orgulha muito de você. – disse aquilo no tom mais doce que pude.

No mesmo instante, Jordan segurou em minha mão, aproximando o seu rosto do meu.

– Hum-hum! – alguém pigarreou nos fazendo se afastar automaticamente, era a minha mãe seguida de meu pai.

– Ah... o jantar estava uma delícia, dona Elisa. – Jordan se pôs de pé.

– Obrigada, Jordan. Pode vir mais vezes, quando quiser. – ela sorriu gentil e eu logo tratei de me levantar também.

– Eu que agradeço. Mas acho que já está ficando tarde agora, é melhor eu ir. – Jordan se despediu educadamente, e meus pais assentiram.

– Você quer uma carona, rapaz? – meu pai perguntou quando agarrei sutilmente o braço direito do Dan.

– Não, senhor. Muito obrigado. Tem um ponto de ônibus bem aqui perto, não precisa se incomodar. – Jordan sorriu simpático entrelaçando seus dedos aos meus.

– Tem certeza, rapaz? – meu pai insistiu.

– Sim, senhor. – Dan respondeu por fim, e meu pai concordou com a cabeça – Boa noite e muitíssimo obrigado pelo jantar.

– Ah, boa noite, Jordan. – eles responderam assim que eu o puxei pelo braço.

– Vou levá-lo até a porta. – anunciei educadamente.

– Tudo bem, querida. – minha mãe sorriu enquanto seguíamos pela sala.

Jordan se despediu uma última vez, vendo meus pais se sentarem ao sofá. Assim que saímos, fechei a porta cuidadosamente atrás de mim, soltando a respiração com força ao me encostar nela. Ele estava uns passos mais a frente, e me peguei correndo os olhos por suas costas, até que se virou em minha direção com um sorriso delicioso nos lábios, o qual fez as borboletas se acordarem inquietas em meu estômago. Ele deu alguns passos a frente, após rapidamente verificar visualmente a janela ao lado, e senti minhas bochechas esquentarem quando sua destra pousou em minha cintura.

– Obrigada por ter ficado. – agradeci em voz baixa, e seu polegar fez um suave carinho em meu rosto.

– Não foi nenhum sacrifício pra mim. Digo, gostei dos seus pais, mas faria qualquer coisa para passar mais tempo ao seu lado, linda. – seu rosto se aproximava vagarosamente do meu e, a certo ponto, eu podia sentir o calor de nossas respirações ao se misturarem.

"O mocinho, corteja a mocinha por dias, e somente longe das vistas de todos lhe rouba o primeiro beijo.", pensei e um doce sorriso se fez em meus lábios. Os olhos cor de mel de Jordan pareciam dispostos a engolirem os meus, e talvez eu quisesse me afogar neles agora. Um arrepio intenso percorreu por todo o meu corpo quando pousei minhas mãos em seu peitoral. Fechei os olhos lentamente e seus lábios macios finalmente tocaram os meus, dando início a um beijo calmo e lento.

Apertei sua camisa, e ele me puxou um pouco mais para junto de si, quase acabando com todo o espaço entre nós dois. Cedi passagem à sua língua assim que pediu, e senti os pelinhos da nuca eriçarem ao suave e discreto toque dela na minha, me fazendo provar o doce sabor refrescante de menta em sua boca.

Não havia pressa nenhuma de sua parte, e dava para sentir que Jordan ansiava por aquilo tanto quanto eu, sem dúvidas guardaríamos aquele beijo em nossas memórias por tempos e tempos. Ao rompermos com alguns selinhos carinhosos, senti minhas bochechas inflamarem feito brasas numa fogueira e rapidamente pousei minha cabeça em seu peitoral.

– Valeu esperar por isso cada segundo, Liz. – Jordan sussurrou para que somente eu ouvisse, então sorri – Não vou esquecer o gosto doce que seus lábios tem.

Um barulho na maçaneta ao destrancar a porta, me fez soltá-lo rapidamente, e assim que olhei para trás, avistei minha mãe passar para fora.

– Oh, Jordan, que bom que ainda está aqui. – ela sorriu, passando seu olhar dele para mim, antes de encará-lo outra vez – Quase esqueceu sua jaqueta.

– Ah, é. Obrigado, sra. Andrews. – ele pegou a peça que minha mãe estendeu em sua direção – Então, acho que... Eu já vou agora.

– Sim, ou vai acabar perdendo a hora. – disse ela, em bom tom e me encostei no pilar ao lado.

– Boa noite. – ele deu um passo para trás – A gente se vê no colégio amanhã, Lizzie?

– Claro. – sorri tímida – Até amanhã, Jordan.

Aquilo pareceu ser o suficiente para motivá-lo, então assentiu e se virou descendo os batentes, acho que estava nervoso agora, mas isso lhe caía tão fofo. Ao vê-lo cruzar o cercadinho para rua, minha mãe pediu que entrássemos, pois a noite estava começando a esfriar, eu concordei, mas olhei em sua direção uma última vez...


[...]

⁜ Esses dois... haha o que acharam? Deixem seus comentários, basta clicar nos parágrafos e deixar sua opinião, votem também, basta clicar na estrelinha, me ajuda muito... Até o próximo capítulooo ❤️

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