51. Um convite especial
"Há uma beleza em seus lábios, eu me afogo com cada beijo. Não estou acostumado com isso, não existe nada que eu não possa te dar, e não gosto de fazer promessas, mas só lembre disso: Eu vou te amar diferente, do jeitinho que você é... – Love You Different, Justin Bieber (feat. BEAM)"
Alguns dias depois...
As coisas no colégio estavam bem corridas essa semana, com a venda dos ingressos e os convites para o baile de primavera. Quase todas as garotas já tinham sido convidadas. Noah foi o primeiro cara do time a fazer isso, claro que convidou a Emily, com flores e chocolates que ela amava. Ontem, no almoço, foi a vez da Christine, Tayler também trouxe rosas e foi muito fofo, ela ficou toda emocionada. Dylan foi convidado pelo Logan, e claro que aceitou.
Mas Jordan não me chamou. Na verdade, ele nem falou do baile comigo. Nós dois não estávamos brigados nem nada, ele só não me convidou e, confesso que, estava meio triste com isso. A festa seria amanhã a noite. Sabia que íamos juntos, mas esperava um pouquinho mais de romantismo da parte dele. Ir ao meu primeiro baile sem ao menos ser convidada me soava meio deprimente.
– Lizzie, você pegou os passos novos? – Emily me acordou dos meus pensamentos, enquanto seguíamos para o ginásio.
Hoje teria ensaio das Lioness.
– Alguns até que sim. – respondi, fingindo animação.
Não queria que ninguém soubesse o quanto eu estava decepcionada.
– Ai, eu estou perdidinha nos que vem depois das piruetas. – Rose comentou risonha, ela estava radiante após ter sido convidada por três garotos para o baile durante a semana, fiquei muito contente com isso.
Porém, todas nós sabíamos que ela queria mesmo era ir com o Christian, só que ele convidou a Dafne. Por sorte, a Rose levou tudo numa boa. No fim das contas, ela iria com o seu amigo Matthew, que também era um dos editores do jornal do colégio. Eu só o conhecia de vista, mas parecia ser um cara muito gentil, apesar da implicância do Dylan com ele.
– Christine está pegando pesado, colocando ensaio até hoje, um dia antes do baile. – Emily se reclamou, arrancando risadas de nós duas.
Contudo, ao virarmos pelo corredor, avistei a Ashley em frente ao bebedouro, enchendo a sua garrafinha. E, ao notar o garoto loiro ao seu lado, escorado com um pé na parede, senti as minhas pernas ficarem um tanto mais pesadas, o que fez meus passos reduzirem a velocidade. Acontece que eu não tinha topado muito com o Jason no colégio essa semana, meio que estive o evitando nos últimos dias. Desde o que rolou na semana passada, eu não me sentia muito confortável comigo mesma.
Me matava a ideia do Jordan descobrir sobre o nosso encontro, e me sentia muito culpada por ter que mentir para ele em relação a isso. Sem contar com aquele sonho estranho que eu tive... Quer dizer, não fazia o menor sentido. Acho que eu não consegui lidar com tanto numa boa, e se tornou meio difícil encarar o Jason sob tais circunstâncias, mas ele não tinha culpa. Eu que estava sendo uma idiota, e acho que já estava na hora de lidar com tudo aquilo sem me esconder. Quando o seu olhar recaiu sobre mim, lhe cumprimentei com um leve sorriso.
– Ashley, está tudo bem? – Emily perguntou preocupada assim que paramos em frente ao bebedouro e ela se virou em nossa direção.
Nesse instante, me lembrei dela e olhei preocupada em sua direção, em vista daquele terrível episódio que lhe acometeu na Candy's, mas não achei que aparentasse estar desconfortável, apesar disso. Bom, talvez o Jason estivesse mesmo mudando. Ele até estava vindo com mais frequência ao colégio ultimamente.
– Sim. A Christine já está lá dentro, passou agorinha. – respondeu a loira.
Abracei um dos meus braços, e senti as minhas bochechas esquentarem de vergonha quando percebi que o Jason media o meu corpo descaradamente com os olhos. Aquele idiota ao menos se importava em disfarçar. Mesmo assim, tive a ligeira impressão de que ele queria falar alguma coisa comigo, então me afastei um pouco das meninas, ignorando a conversa entre elas.
– O que está fazendo aqui? – perguntei baixinho, e ele finalmente subiu o seu olhar ao meu rosto.
– Apreciando a vista. Vai dizer que é proibido? – perguntou Jason, arqueando uma sobrancelha com o seu típico sarcasmo.
– Não, mas, por que não veio à aula hoje? – me referia a sua falta na aula de estudos sociais.
– Estava... trabalhando. – ele desviou o olhar do meu. Imagino que estivesse se referindo a boate, mas talvez não fosse isso – Achei que não perceberia, já que tem fugido de mim.
– E-eu não...
– Lizzie, nós vamos entrar, você não vem? – Emily me interrompeu, e eu rapidamente me virei em sua direção.
– Vão indo na frente, eu vou já. – respondi e elas assentiram, caminhando para dentro do ginásio.
Soltei a respiração devagar, e voltei a minha atenção ao Jason outra vez.
– Olha, eu não estou fugindo de você, só estive ocupada com as questões do baile. – menti, pois não queria magoá-lo – Mas você veio falar alguma coisa comigo?
– Não. Por que eu viria falar com você? – ele franziu a testa e eu respirei fundo, cruzando os braços – Vim assistir o ensaio.
– Sabe o que fez da última vez, não é? – perguntei num impulso, e ele rolou os olhos.
– Não vou socar nenhuma cadeira. Só quero ver seus traseiros rebolando. – Jason se desencostou da parede e, automaticamente, dei um passo para trás.
– Ah, Jay, conta outra. Você tem uma boate de streapers, e prefere ver líderes de torcida? – rebati risonha, e ele umedeceu os lábios com a língua em um sorriso sacana, dando mais dois passos a frente.
– Quem você acha que prefiro ver dançando, Lizzie? – Jason tocou em meu rosto, alcançando o meu queixo, me fazendo olhá-lo mais de perto – A Shely, ou... – seus olhos mergulharam com intensidade nos meus, e senti meu rosto inteiro se aquecer – você?
– Muito engraçado. – me livrei de seu toque, afastando a sua mão do meu rosto, e ele riu passando por mim – Escuta aqui, a Christine não vai gostar nada.
– Estou me fodendo para essa vadia. – disse ele, e me apressei a acompanhá-lo.
Aquilo não ia dar certo. Talvez até sobrasse para mim, por estar com ele. Mas quem conseguia pará-lo mesmo? Balancei minha cabeça levemente para os lados, vendo-o empurrar as portas. Passamos para dentro e, assim que subi o olhar, notei que algumas das primeiras luzes estavam apagadas. Havia um caminhozinho de velas acesas e pétalas de rosas espalhadas até onde as meninas montavam um círculo, todas reunidas, umas com as mãos nos ombros das outras.
Jason arqueou uma sobrancelha e eu neguei com a cabeça, não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo. Ele fez sinal de seguir para as arquibancadas e dei alguns passos a frente. Ouvi o dedilhar de um violão e as meninas foram se afastando. Cerrei os olhos ao ver que havia alguém no centro. À medida que o círculo ia abrindo, notei que também tinham velas e mais pétalas de rosas espalhadas, deixando o clima mais romântico. Jordan estava sentado em um banquinho ao centro, ele quem tocava. Seu olhar veio de encontro ao meu e sorrimos no mesmo segundo.
Você é tão perfeita,
Espetacular, estou caído aos seus pés
Escute, baby, uma vez seu pai me perguntou
O que posso te oferecer
Quero te cobrir com todo o meu amor
Sim, essa é a minha intenção
Você faz sua própria fama
Tão doce e carinhosa, ganhou meu coração
Garantir esse sorriso em seus lábios
Sim, essa é a minha intenção
Ele começou a cantar e eu paralisei no meio do ginásio, sentindo as lágrimas se acumularem em meus olhos. Não acredito que Jordan esperou para me fazer uma surpresa tão linda. O vi sorrir em meio a melodia e voltei a me aproximar devagar, ouvindo cada uma de suas palavras. Sem me importar com os olhares a volta. Só tínhamos nós dois e as meninas, fora o Jason, mas para mim, só havia ele. O meu amor todinho.
Sim, seus pais fizeram um ótimo trabalho ao conceber você
Quando eu crio, você é minha musa
Tão doce e carinhosa, ganhou meu coração
Faz qualquer cara cair aos seus pés, você é espetacular
Tem o mundo se quiser
Posso entregar o meu para você
Sim, eu quero que pegue
Meu coração é seu, baby
Me sinto grande ao seu lado
Posso ser melhor, sei que sim
Você me faz querer ser, baby
Deixei algumas lágrimas caírem quando ele finalizou a melodia e, rapidamente, as limpei. Jordan tirou a cordinha do violão que se entrelaçava em seu corpo, se levantando do banquinho. Pude ouvir os suspiros das meninas em volta, ele apoiou o violão onde antes estava sentado. As luzes do ginásio se acenderam e o vi sorrir meio tímido, se abaixando para pegar um ursinho de pelúcia muito fofo. Ele se virou para mim, coçando a nuca, dando alguns passos em minha direção.
– Eu espero que não esteja muito brava comigo. Sei que o baile é amanhã e que eu devia ter me adiantado, mas queria te dar uma coisa especial e custou um tempinho para ficar pronta. – ele olhava fixamente em meus olhos – Você ainda aceita ir ao baile comigo, amor?
– Ai, Jordan, como eu te amo! – lhe puxei para um abraço, selando seus lábios, emocionada – É claro que eu aceito, bebê.
As meninas bateram palminhas comemorando. Ouvi alguns comentários como "Que fofinho!", "Que amor!", "Ele fez uma música pra ela, acredita?". Jordan sorriu largo, agarrando minha cintura com a sua mão livre. Me roubando mais dois selinhos seguidos, que me arrancaram um sorrisão.
– Acho que o sr. Ruffus aqui ficou muito aliviado. – ele disse com voz fofa, aproximando mais o ursinho do meu rosto.
– Eu adorei o sr. Ruffus. – comentei risonha, assim que ele me entregou.
– É? – Jordan acariciou meu rosto, delicadamente com o seu polegar, enquanto eu abraçava o ursinho, que tinha o seu perfume – Então olha só o que ele trouxe para você.
– O quê? – franzi a testa e ele apontou para o pequeno bolsinho no macacão vermelho do sr. Ruffus.
Eu dei uma risadinha, rolando os olhos, ainda tinha mais coisa? Como eu pude pensar que Jordan não me convidaria? Meu Deus, ele era tão perfeito. Lhe roubei outro selinho, antes de passar meus dedos para dentro do bolso do meu novo ursinho de pelúcia super fofinho, puxei de lá uma linda pulseira de ouro branco. Haviam três pingentes de coração. Um maior, no centro de dois outros menores. Esse tinha uma pedrinha rosa no meio também, em formato de coração e pelas laterais havia uma frase delicadamente talhada. Meus olhos encheram de lágrimas outra vez ao ler:
"Meu amor por você é constante"
Jordan acariciou minha bochecha novamente, prendendo meu queixo entre o indicador e o polegar, me fazendo olhá-lo. No momento seguinte, nossos lábios se tocaram vagarosamente, iniciando um beijo doce e suave. Entrelacei meus braços em seu pescoço, deixando uma lágrima escorrer. Ele pressionou minha cintura com a destra, emaranhando os seus dedos por entre os fios dos meus cabelos.
Ouvi o barulho da porta do ginásio ao se fechar e rompemos o beijo com alguns selinhos. O abracei de novo, bem forte, escondendo meu rosto na curvatura do seu pescoço, inalando o seu perfume deliciosamente inebriante. Jordan deu um beijinho carinhoso em minha cabeça, me apertando de volta entre os seus braços, o meu lugar favorito de todos no mundo inteiro.
– Você é perfeito demais, Davis! – falei baixinho em seu ouvido, vendo-o se arrepiar, o que me fez prender o lábio inferior entre os dentes em um sorrisinho – Obrigada, meu amor!
Rompemos o abraço e foi quando notei que as meninas tinham se afastado um pouco para nos dar privacidade. Olhei discretamente em volta e Jason não estava mais ali, esqueci dele por um momento, mas acho que foi ele quem saiu instantes atrás. Será que estava zangado? Acho que não, talvez estivesse entediado. Era mais provável, já que ele não acreditava em amor e não era nada romântico. Suas relações eram com dinheiro e sexo, como havia me falado da Shely. Coisas assim deviam ser uma grande bobagem para ele. Mas não pra mim. Eu adorava como Jordan era carinhoso e atencioso comigo, isso me derretia todinha.
– Ah, princesa, você merece muito mais do que eu posso te dar. – Jordan deu um beijinho na minha testa e senti todo o meu rosto esquentar – Posso colocar?
Ele se referia a pulseira em minha mão, eu assenti, espantando meus pensamentos de Jason. Não era da minha conta o que ele fazia. Passei minha total atenção a Jordan, que pegou a pulseira de minha mão e abriu o fecho, passando-a pelo meu pulso e prendendo-a ali. Seus lábios macios tocaram as costas da minha mão e eu me arrepiei toda. Adorava aquele efeito Davis em mim, não me cansava nunca.
– Agora, tenho um segundo convite. – aqueles olhos cor de mel, mergulharam nos meus novamente – Mas esse é da dona Susana.
– Um convite da sua mãe para mim? – arqueei as sobrancelhas e ele umedeceu os lábios rapidamente com a língua, dando um sorrisinho ao assentir.
– Ela vai dar um jantar hoje para aquele pé no saco do namorado dela. – ele me arrancou uma risadinha – E pediu que nós dois fôssemos.
– Nós dois? – perguntei admirada. Susana era tão doce e gentil, sem dúvidas Jordan havia puxado esse lado dela.
– Sim, mas se não quiser, podemos fazer outra coisa. – vi um resquício de esperança em seus olhos ao falar isso, acho que ele estava louco para que eu não quisesse.
– Nada disso, moço. Nós vamos sim! – falei, e ele desmanchou o sorriso fazendo uma leve careta que me fez dar mais risada.
– Hey, pombinhos, tem um ensaio para acontecer aqui. – Christine chamou a nossa atenção.
– Tá. Já estou de saída! – Jordan anunciou em alto e bom som, então voltou a me olhar – Passo na sua casa às sete, pode ser?
– Claro, bebê. Vou estar te esperando. – respondi, e lhe roubei mais um selinho.
Nos despedimos e Jordan juntou seu violão. Apanhei duas pétalas de rosas, guardando-as no bolsinho do sr. Ruffus. Queria guardar no diário que ganhei no dia dos namorados. Eu anotava todas as surpresas e momentos inesquecíveis com Jordan lá. A última coisa que anotei foi com Jason, o momento em que estávamos a beira do mar, conversando tranquilamente, gostaria de me lembrar disso, da calma que ele transparecia para mim aquela noite.
Mas, fora isso, todas as outras páginas eram sobre momentos especiais com o meu Jordan, ele me fazia flutuar nas nuvens. Por Deus, eu estava tão perdidamente apaixonada por aquele garoto perfeito. As meninas juntaram para ver a minha pulseira e Emily foi quem mais se derreteu de amores, porque era muito fofo. Depois disso, começamos a ensaiar. Nem o Jason, nem o Jordan apareceram mais.
– Você vai querer carona hoje, Liz, ou o Dan vai te levar? – Emily perguntou assim que fechei o meu armário.
– Eu aceito. Acho que ele já foi. – respondi, passando minha mochila pelo ombro.
Peguei também o Sr. Ruffus, não o deixaria para trás. Abracei a minha pelúcia bem forte, inalando o perfume do meu loirinho nele. Com o jantar de hoje, o Jordan devia ter saído mais cedo para ajudar a Susana com as compras, ou algo assim e, por isso, não me levaria para casa como de costume. Mas eu já queria vê-lo de novo e encher aquela boca gostosa de beijos.
– Tudo bem. Já estou pronta. Vamos? – Emily se levantou do banquinho e eu assenti.
– Sim. – me prontifiquei.
– Hey-ey-ey! Esperem aí. – Christine nos chamou antes de sairmos – Amanhã de manhã vai haver a organização aqui do ginásio. Então convoco todas para ajudar, sem falta. O pessoal do grêmio estudantil e alguns garotos do time também vão vir.
– Tá. Só isso? – Emily perguntou cansada.
– Sim! Estão liberadas, lindinhas. – Christine sorriu satisfeita e assentimos.
Assim que saímos, Emily me convidou para irmos fazer as unhas juntas, depois de organizarmos as coisas no ginásio pela manhã. Eu aceitei, claro. Queria estar devidamente bonita para o baile. No caminho para casa nós só falamos disso, estávamos tão ansiosas para a noite de amanhã que nem consigo descrever. Quando cheguei, os meus pais ainda estavam no trabalho, eles só chegavam lá por volta das cinco horas. Subi para o meu quarto e coloquei o Sr. Ruffus sentadinho na minha cama.
As duas pétalas de rosa eu levei para a agenda, coloquei a data e escrevi sobre o convite para o baile. Só depois disso que fui tomar o meu banho. Fiz um lanchinho rápido, quando os meus pais chegaram avisei que jantaria na casa do Jordan. Subi de novo e comecei a me arrumar. Sequei os cabelos, fiz uma maquiagem bem leve, com um pequeno e discreto gatinho nos olhos. A parte mais demorada foi escolher a roupa, era sempre assim quando eu saía com o Jordan, ficava tão nervosa.
Acontece que eu queria estar sempre bem arrumada e nada parecia realmente estar bom, mas aos olhos dele acho que eu sempre estava linda, era o que me fazia sentir. Acabei optando por uma mini saia jeans, com alguns detalhes desfiados e um top branco com um nozinho na frente, as alças deixavam os ombros a mostra. Procurava um colar que combinasse com a pulseira que o Jordan me deu mais cedo, quando ouvi batidas na porta do meu quarto.
– Querida, o Jordan já está lhe esperando. – meu pai anunciou entrando no quarto, e eu sorri ao achar uma correntinha, então saí do closet.
– Estou quase pronta. O senhor pode só colocar isso aqui para mim? – perguntei estendendo a correntinha, enquanto caminhava em sua direção.
– Claro, filha. – ele a pegou e eu me virei, puxando os meus cabelos para frente – Quando foi que você cresceu tanto hein, mocinha? – ele deu uma leve risada, passando a correntinha pelo meu pescoço, prendendo-a ali – Já tem até um marmanjo na sala querendo te levar para jantar. Acho que estou ficando velho.
– Pai! – o repreendi ao me virar, e nós dois rimos juntos.
– Está linda, querida. – ele me elogiou quando peguei minha bolsa sobre a poltrona, e senti minhas bochechas esquentarem.
– Obrigada, papai. – falei doce, e ele assentiu sorridente.
– Venha, vamos descer. – ele deu espaço para que eu passasse, e seguimos pelo corredor.
Respirei fundo, descendo as escadas e logo ouvi a voz do Jordan vindo da sala. Meu pai passou por mim, aparecendo primeiro. Jordan levantou do sofá assim que me viu surgir. Ele estava lindo. Usava uma camisa cinza folgada, uma calça jeans preta, desfiada nos joelhos e um supra da mesma cor nos pés, fora aqueles cabelos loiros levemente bagunçados, recaindo por sua testa. Minha mãe também se levantou, abraçando um dos seus braços, os três: ela, meu pai e Jordan, pareciam dispostos a me deixar sem graça com seus olhares de admiração.
– Nossa! Você está linda demais, amor. – Jordan falou primeiro, então se tocou que estava entre os meus pais, o que o fez sorrir envergonhado.
Eu achava isso tão fofinho.
– Obrigada, Dan. – sorri tímida, e ele assentiu meio sem jeito.
– Que horas você vai trazê-la, Jordan? – meu pai arqueou uma sobrancelha, me fazendo rolar os olhos em um sorrisinho.
– As dez, sr. Louis. Se não for nenhum problema. – Jordan respondeu apressado, estava nervoso.
– Não, Jordan. Não é nenhum problema. – minha mãe se apressou a responder, enquanto o acompanhava.
– Sim, senhora. – ele estendeu uma mão para mim.
– Tenham um excelente jantar, queridos. – minha mãe desejou assim que abriu a porta para nós, meu pai também se aproximou, segurando nos ombros dela quando saímos.
– Impressão minha, ou o Sr. Louis está marcando mais em cima de mim agora? – Jordan sussurrou para mim, enquanto caminhávamos até o seu carro.
– Ele só está com ciúmes, porque passo mais tempo com você do que em casa. – respondi risonha, e ele também deu uma risadinha, abrindo a porta para mim.
– Entendo ele. Também tenho ciúmes dessa deusa linda e perfeita aqui. – Jordan deu um beijinho na minha bochecha e senti meu rosto esquentar, mas entrei em seu carro.
Ouvi sua risada anasalada, antes dele bater a porta. Me apressei a colocar o cinto de segurança e ele logo deu a volta, entrando no carro também. Vi minha mãe acenar um tchauzinho da porta de casa e acenei de volta. Dona Elisa adorava o Jordan, meu pai também, mas ele era mais cabeça dura. Dan me roubou um selinho quando foi prender o seu cinto de segurança, depois ligou o carro, dando partida e seguindo pela rua.
– Vamos dar uma passada rápida no mercado para comprar um vinho, tá bom? – ele perguntou dirigindo, e eu assenti – A minha mãe está a flor da pele. Acho que as coisas estão ficando mesmo sérias, amor.
– Ai, que fofinho, Dan. Fiquei tão feliz com esse convite da Susana. – sorri largo, apertando a bolsa em meu colo, muito ansiosa.
Jordan tocou em minha coxa, acariciando-a delicadamente, e me cobriu de elogios durante o caminho inteiro. Ele sabia exatamente como me fazer se sentir especial, como me deixar toda boba e tonta de amor. Paramos no mercado, para comprar o vinho, fiquei no carro, enquanto ele entrou. Estava muito feliz e aliviada pelo Dan finalmente ter aceitado o namoro da mãe. Quer dizer, ainda implicava com o coitado do Gregory, mas não se chateava mais como daquela primeira vez em que o vimos.
– Então só vou te ver de manhã e a noite? – ele arqueou uma sobrancelha quando falei sobre passar a tarde no salão com a Emily.
– Sim. Eu preciso me arrumar e quero fazer surpresa. – dei uma risadinha, e ele assentiu, estacionando em frente a sua casa.
– Está me dizendo que quer ficar ainda mais linda do que já é, mocinha? Porque se for isso você vai me deixar louco. – ele me arrancou um largo sorriso, e nos livramos dos cintos de segurança.
– Seu bobo. – dei um leve tapinha em seu ombro e ele agarrou minha mão, se aproximando rapidamente de mim.
Senti um friozinho gostoso na barriga, quando seus olhos mergulharam nos meus. Ele passou uma mecha de cabelo para trás da minha orelha, desenhando a lateral do meu rosto com as pontas dos dedos, aproximando seus lábios dos meus. Automaticamente, passei a encarar a sua boca levemente rosada e tão sexy. Toquei em seus ombros, fechando meus olhos.
Em seguida, seus lábios se prensaram contra os meus vagarosamente. Jordan pediu passagem com a língua e eu cedi, sua mão esquerda deslizou até a minha nuca. À medida que nossas línguas estimulavam uma a outra, eu podia sentir cada célula do meu corpo vibrar em ondas de arrepios deliciosos. Quando rompemos, apertei uma coxa a outra, sentindo um calorzinho lá embaixo. Jordan me mediu inteira, mordendo o lábio inferior, em um sorriso malicioso.
– Depois do jantar, bem que a gente podia dar um pulo lá em cima, para eu arrancar essa sua roupa e te beijar inteira. – ele sussurrou rouco, apertando a minha cintura, depois depositou um beijo molhado em meu pescoço, me arrancando um suspiro baixinho – O que acha, hum?
– Acho que você é muito safado, Davis. – dei uma risadinha, sentindo-o morder suavemente meu ombro.
– E você é muito gostosa, Andrews! – Jordan sussurrou quente em meu ouvido, me fazendo arrepiar todinha antes de se afastar – Vamos entrar, meu amor?
Apenas assenti, acho que não tinha fôlego para falar mais nada. Jordan se encarregou de arrancar ele todo de mim. Ouvi a sua risada anasalada, enquanto pegava o vinho no banco de trás e respirei fundo assim que o vi sair, tentando me recompor. Desci do seu carro, arrumando a alça da minha bolsa no ombro e ele bateu a porta, travando o carro. Em seguida, me abraçou pela cintura, depositando um beijinho carinhoso em meu ombro direito.
– Amor, acha que essa roupa está boa mesmo? Não estou, sei lá, muito simples? – foi a minha vez de ficar a flor da pele.
– Você está perfeita, a Susana te adora. Só relaxa. Não tem com o que se preocupar. – Jordan abriu a porta da sua casa para mim e mordi meu lábio, assentindo, antes de passar para dentro.
– Será que eles vão oficializar as coisas hoje? – perguntei curiosa, assim que ele entrou também.
– Acho que sim, mas não tenho certeza. – respondeu Jordan, estendendo sua mão para mim, a qual segurei enquanto seguíamos para a sala – Mãe, chegamos! Eu trouxe o vinho.
– Ah, querido, obrigada! – Susana saiu sorridente da cozinha – Meu Deus, como você está linda, minha anjinha!
– Obrigada. A senhora também está maravilhosa. – a elogiei gentilmente, e ela me abraçou de forma carinhosa.
Nesse instante, outra figura se precipitou a sair da cozinha. Era o Jason, ele estava com uma garrafa de cerveja em mãos. Seu olhar veio a mim, assim que a Susana me soltou. Ele também estaria presente? "Que pergunta, Lizzie, claro que sim!", respondi mentalmente. Afinal, ele também era filho dela. Acho que quando a sua mãe é solteira e resolve namorar com alguém, é muito importante os filhos estarem presentes em momentos assim, certo?
– Vou colocar o vinho no gelo, ou vai esquentar. – Jordan me fez despertar dos meus pensamentos, só aí percebi que encarava o Jason fixamente, e me apressei a desviar o olhar.
– Ah, não, querido. Não é necessário. Gregory já deve estar chegando. Abra e sirva um pouco para nós três, aposto que a Lizzie está querendo molhar a garganta. – Susana sorriu, nos apontando o sofá.
– A Lizzie não bebe, mãe. – Jordan deu uma risadinha, e logo nos sentamos um ao lado do outro.
– Ela também não gostava de velocidade. – Jason soltou, em deboche e tomou um gole de cerveja, sentando-se na poltrona ao lado.
Por um segundo, pude sentir meus batimentos congelarem. Ele não contaria, ou será que sim? Mas por que agora?
– Do que está falando, cara? – Jordan franziu a testa, se inclinando para frente e alcançou o saca-rolhas na mesinha de centro.
Jason umedeceu os lábios com a língua, em um sorriso sacana, olhando dele para mim. Jordan, por sua vez, abriu o vinho, o "ploc" da rolha saindo da garrafa me deu um curto susto.
– Nada. – me apressei a dizer – Sexta, o Jason me contou que queria comprar uma moto mais rápida e eu disse para ele que não era seguro. Só isso.
– Lizzie tem razão, querido. Não quero você correndo por aí. Pode causar um acidente. – completou Susana, me ajudando a disfarçar, mas o meu coração estava muito acelerado no peito.
– Ah, não sei não, a adrenalina é gostosa demais, não concorda, Lizzie? – Jason arqueou uma sobrancelha, e sei que só estava fazendo isso para me deixar nervosa.
– Você devia escutar a mamãe, Jason, e parar de ser um idiota. – Jordan serviu uma taça para a Susana e a entregou, voltando a se acomodar ao meu lado no sofá.
– Ah, pelo menos eu não tenho nada a esconder, maninho! – Jason sorriu largo, encarando Jordan fixamente dessa vez – Acho legal compartilhar quando quero experimentar algo novo como... sei lá, de repente uma moto melhor.
Percebi o Dan fechar a cara e encostei meu queixo em seu ombro, fazendo-o me olhar. Um sorrisinho surgiu em seus lábios com a nossa proximidade. Já o Jason se esparramou na poltrona, dando uma risada provocativa. Acho que Jordan estava começando a ficar nervoso, enquanto eu já estava uma pilha de nervos. Jason disse que não contaria nada do que fizemos em nosso último final de semana juntos, mas eu já devia esperar que, vindo dele, teriam pelo menos insinuações para me deixar sem graça.
– Fico feliz de ter contado isso, querido. Mas não quero que compre uma nova moto. A sua está de bom tamanho. – Susana pareceu não notar nenhuma das indiretas em sua sala de estar, mas eu sabia que todas eram para mim, porque havia mentido para Jordan.
– Ah, que pena, mãe, porque eu até tinha feito um bom lance em uma. Lembra, Lizzie? Aquela que te mostrei... sexta. – Jason continuava sorrindo cínico para mim.
– Era uma moto muito bonita. Mas como eu disse, velocidade é perigoso, Jason. – fixei meu olhar ao dele, irritada, e o celular da Susana começou a tocar.
– Ah, queridos, se me dão licença... – ela se postou de pé – É o Gregory, vou atendê-lo.
– Manda esse pé no saco chegar logo, mãe, estou varado de fome. – disse Jason, e ela rolou os olhos, se afastando um pouquinho para atender.
Um silêncio meio constrangedor se instalou na sala. Eu estava muito nervosa entre os olhares daqueles dois. Principalmente de Jason, sei que ele queria me torturar, se divertia com isso. E o pior é que eu não estava em posição de revidar. Jordan me soltou e respirei bem devagar, vendo-o se esticar para frente, para pegar o controle remoto da TV na mesinha de centro.
Encarei Jason, que também me olhou, tentei apelar para o bom senso dele com um "Por favor?" sem emitir nenhum som, o que fez mais um enorme sorriso sarcástico se abrir em seus lábios, mas ele assentiu.
– Como foi o último jogo, Davis? – ele perguntou assim que Jordan ligou a TV – Soube que foram enrabados no campo.
– Perdemos. Só isso. – Jordan respondeu nervoso, mudando de canal.
– Tem certeza? Um final de semana todo fora e tudo o que fizeram foi perder um jogo? – Jason tomou mais um gole da sua cerveja.
– Onde quer chegar, Jason? – Jordan finalmente o encarou e ele baixou a garrafa.
– Ah, não. Só curiosidade. Tipo, deve ser deprimente ser passado para trás na única coisa que faz bem. – Jason estava passando da conta nos seus comentários recheados de maldade.
– Ele não foi. O Dan não estava jogando. – me apressei a responder, e ambos me olharam novamente.
– Meninos... – Susana retornou à sala, chamando nossa atenção – O Gregory não poderá vir, ele mandou desculpas, mas precisou cuidar da mãe essa noite. Ela infelizmente teve um quadro de piora.
– Sério? Estava tão animado para conhecer o meu novo papaizinho... – Jason foi sarcástico, e ela cruzou os braços encarando-o, seu semblante estava tão triste que me partia o coração.
– Será que dá para você calar a boca por um segundo? – Jordan falou entredentes, acho que ele notou que a sua mãe estava tristinha.
– Tá. Mas é sério, sempre que estou em casa esse cara não aparece, daqui a pouco vou desconfiar que ele está correndo de mim. – Jason terminou sua cerveja.
– Talvez o motivo seja que você não tem passado muito tempo em casa ultimamente, meu filho. – Susana o repreendeu – Mas esqueçamos isso. Vamos jantar?
Ela nos chamou, acendendo um sorriso em seus lábios, e assentimos. Jordan desligou a TV. Então, nos levantamos quase no mesmo instante que o Jason. Ele me mediu descaradamente dos pés à cabeça, sorrindo malicioso antes de se virar seguindo para a sala de jantar, onde a mesa já estava toda posta. Estremeci ao sentir o toque do Jordan, assim que ele me puxou para perto de si.
Forcei um sorriso para disfarçar o quão nervosa estava. Seguindo junto com ele, rezando para que Jason não fizesse mais nenhuma piadinha ou insinuação durante o jantar. Esconder coisas de Jordan era horrível demais para mim, se ele descobrisse, eu não queria nem imaginar onde daria...
[...]
💕. Esse Jason cheio de indiretas... o que vocês acham, foi mesmo pra Liz? 👀
💕. Deixem seus comentários, e não esqueçam de votar na ⭐. Um beijo, e até o próximo capítuloooo 🥰😘
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