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43. Babaca Estúpido

"Eu posso parecer melancólico porque estou tão sozinho. Todos os dias e noite só esperando ao telefone... Se você me ligar dessa vez, prometo que atenderei. – Melancholy, Justin Llamas & Covinos."

Estremeci com o estardalhar que a porta do quarto fez ao bater. Nunca tinha visto Jordan assim tão bravo antes, nem mesmo no dia em que brigou com o Jason na boate. Tentei pensar em algo para dizer, mas ele só passou por mim, jogando a mochila com tanta força na poltrona, que ela quase caiu para o lado com o impacto.

Tá que eu também não gostei muito do Gregory a primeira vista, mas Jordan não podia ficar chateado só porque sua mãe tinha um namorado, certo? Ele se jogou na cama, pegando o seu celular em um dos bolsos da calça, e eu apertei a alça da minha mochila, enquanto caminhava até lá. Me sentei do outro lado, mas ele permaneceu de costas para mim, digitando o que eu acho que era uma mensagem de texto.

– O que está fazendo? – perguntei baixinho, colocando minha mochila sobre o meu colo.

– Conferindo com o Chris se posso passar uns dias na casa dele. – respondeu Jordan, meio indiferente, e eu rapidamente me lembrei da Sophie.

– Isso é ridículo e infantil. Você não precisa sair de casa só porque sua mãe tem um namorado. – falei um tanto chateada, só de imaginar aquela garota perto dele de novo.

– E você precisa calar a boca, não tem que se meter nisso! – sua voz soou de forma grosseira, o que me fez franzir a testa, então o vi se virar rapidamente em minha direção – Merda, desculpa!

– Não. Você está certo, eu não tenho mesmo que me meter nisso. – me levantei da cama, pegando meu celular em minha mochila.

– O que vai fazer? – Jordan também se pôs de pé, vindo em minha direção, enquanto eu discava o número do meu pai, seguindo para a porta.

– Vou pedir para o meu pai vir me buscar. Você devia fazer suas malas, quem sabe não tem espaço no quarto da Sophie... – retruquei sem olhá-lo, e trouxe o celular ao ouvido, mas Jordan o tomou de mim e encerrou a chamada.

– Para disso! Já pedi desculpas. Estou de cabeça quente, Lizzie. O que você quer que eu faça? Não quero ficar aqui com aquele cara imbecil lá embaixo. – ele seguiu até a cama, sentando de frente para mim dessa vez – Desculpa, vai? Não queria ter sido estúpido com você.

– Não acho que você deva sair. – passei algumas mechas de cabelo para trás da orelha, e cruzei os braços logo em seguida – Mas se vai, por que pensou na casa do Christian e não na minha?

– Ah, Lizzie, não sei. – disse Jordan, e continuei de cara fechada – Eu... Amor, não posso ficar todo o tempo na sua casa. Tem os seus pais. Na casa do Chris não tem a Sophie, nem garota nenhuma, se é o que te incomoda. Só tem ele e o pai, já fiquei dias lá antes.

– Você não pode só... conversar com a sua mãe como prometeu para mim que faria? – arqueei as sobrancelhas, ele soltou a respiração com força, negando com a cabeça.

– E dizer o que agora? Que não quero que ela tenha um namorado? Não, Lizzie! Eu preciso de um tempo para absorver essa ideia. – ele colocou nossos celulares sobre a cômoda ao lado, então olhou para mim – Vem aqui, vai? Deixa eu me desculpar direito...

Eu estava zangada pelo modo que ele falou comigo, mas aqueles olhos cor de mel estavam me encarando tão profundamente agora, podia sentir que Jordan estava arrependido. Sabia que ele não quis me ofender, apesar de ter feito. Por um momento, ele se pareceu mais com o Jason do que eu imaginei que poderia, não gostei disso, não queria que se repetisse.

– Você... Olha, eu não gostei nada do seu tom de voz. – falei baixo, e ele assentiu estendendo os braços em minha direção, enquanto eu me aproximava.

– Sei disso, linda. Mas alivia para mim, vai? Tive um dia e tanto hoje. E ainda ver minha mãe com aquele... – Jordan me puxou pela cintura, e me sentei em seu colo, com uma perna para cada lado – Sei que parece idiota, infantil, mas não é fácil para mim. Do nada tem um cara, que eu nunca vi antes, socado na minha casa, agarrando a minha mãe.

– Tudo bem, mas se for grosseiro de novo eu vou embora. E isso se aplica para o seu comportamento com a Susana também. Ela foi super gentil, estava muito nervosa e você não foi nada legal. – soltei minha mochila na cama, vendo-o retorcer a boca para o lado.

– Ah, qual é? Eu não bati nele. Então, acho que isso já foi melhor do que ela esperava. – disse Jordan, com um certo tom risonho em sua voz.

Eu segurei o riso, estava dando uma bronca então precisava permanecer séria.

– Não estou brincando, Jordan. – voltei a cruzar os braços, e ele arqueou uma sobrancelha – Você foi muito mal-educado e precisa se desculpar com a Susana também. Disse que não conhece o Gregory, mas com esse seu comportamento de hoje é que não vai conhecer mesmo.

– Nossa, você é mandona, hein... – ele me apertou entre os seus braços, dando uma risadinha – Mas quem disse que eu quero conhecer esse cara?

– Ai, Jordan! Para de ser cabeça dura. Se ele é o namorado da sua mãe, bem... acho que é importante para ela que você o conheça. – pousei minhas mãos em seus ombros quando ele me puxou para mais perto.

– Tá. – o vi rolar os olhos, soltando a minha cintura ao mesmo tempo que jogava seu peso para trás, caindo na cama.

– Jordan?! – apoiei minhas mãos em seu abdome, e ele me encarou.

– Desculpa, mas não estou a fim de falar disso agora, linda. – ele acariciou as minhas coxas, e eu respirei fundo, acho que esse assunto ainda seria bem complicado.

– Tá. E o que vamos fazer? – perguntei, vendo-o sorrir malicioso.

– Se aproxima mais um pouquinho que eu te mostro, Liz. – senti suas mãos apertarem minhas coxas, e rolei os olhos dando uma risadinha.

– Você é tão... – impulsionei minhas mãos em seu abdome, e ele fingiu uma careta de dor – Não vamos fazer isso com a sua mãe em casa.

– Então sugira outra coisa rápido, porque estou louco para te agarrar, Lizzie! – Jordan foi bem direto, o que fez meu rosto esquentar, então desviei meu olhar para a minha mochila, tendo uma ideia.

– Hã... já sei! – sorri, me esticando para alcançá-la, Jordan franziu a testa ao me ver abri-la.

– O que está... – ele se interrompeu quando tirei algumas canetinhas dali, empurrando minha mochila para o lado.

– Toma, essa é a sua, agora me dá a sua mão? – pedi, puxando a tampa da minha, e ele deu uma risada.

– Você vai desenhar em mim? – perguntou, se apoiando com os cotovelos na cama.

– Não. É um jogo de adivinha. Eu vou escrever uma palavra ou frase em você, se acertar o que é, ganha o direito de escrever em mim, aí eu vou ter que adivinhar também, se eu errar, você continua escrevendo. – expliquei e ele pareceu pensar um pouco.

– Posso escrever... onde eu quiser? – sua voz soou extremamente maliciosa, e eu sorri envergonhada, mas assenti – Ótimo. Pode começar então.

Jordan se endireitou, voltando a se sentar na cama, comigo ainda em seu colo, e estendeu a mão para mim. Pedi que fechasse os olhos e respirei fundo, pensando no que escrever. Sorri quando me decidi, então comecei a desenhar letra por letra.

A May que me apresentou esse jogo quando éramos crianças e, sempre que o tédio batia, nós brincávamos. Eu era péssima para adivinhar, mas achava divertido mesmo assim. Serviria para o Jordan relaxar. Era perfeito para o momento.

– Essa é fácil... – ele disse assim que eu terminei – É o seu nome.

– Como? Jordan, você olhou? – arqueei as sobrancelhas, incrédula, ele riu mais ainda, negando com a cabeça.

– Não mesmo. Mas agora é a minha vez. – o vi soltar a tampinha da caneta, afastando a saia do meu vestido para cima – Sem olhar, dona Lizzie, conhece as regras.

Rolei os olhos em uma risadinha, e virei o rosto para o lado. Assim que a ponta gelada da caneta tocou em minha coxa, me arrepiei, cerrando os punhos, numa tentativa de me concentrar no movimento que a caneta fazia ao deslizar sobre a minha pele. Jordan encerrou e eu não fazia ideia do que tinha escrito, claro que errei.

Como nas regras, ele tinha o direito de continuar escrevendo, até eu acertar, e foi isso o que fez. Na segunda tentativa ele escreveu em minha mão, mas só consegui acertar na terceira, quando ele escreveu "Amor" em meu colo, seguido de alguns beijinhos carinhosos naquela região. Então finalmente foi a minha vez, escrevi a seguinte frase em seu abdome "Você é tão gostoso", ele errou e me arrancou risadas, acho que fez de propósito.

No braço, eu coloquei "Eu te amo", quando encerrei, seus olhos mergulharam profundamente nos meus, ele me respondeu com um beijo. Apertou minha cintura, e pediu passagem com a língua, eu logo cedi. Entrelacei meus braços em seu pescoço, e ele me puxou mais contra si, antes de me virar na cama, ficando por cima de mim.

Rompemos o beijo, e Jordan sussurrou um "Eu te amo muito mais, Liz!". Ele era tão intenso que me arrancava o fôlego. Seus lábios desceram ao meu pescoço, onde deu uma leve mordidinha, me fazendo suspirar pesado. Sorri boba quando ele se afastou um pouco, e logo senti a ponta da caneta deslizando lentamente por minha pele.

– Eu... não faço ideia do que seja. – sorri leve ao encará-lo, e ele me roubou um selinho.

– Não acredito. É uma coisa que está bem na cara, Lizzie. – Jordan apertou uma das minhas coxas, sorrindo extremamente safado, então ouvimos batidas na porta.

– Jordan, querido, podemos conversar um minuto? – a voz da Susana soou do lado de fora do quarto, e ele rolou os olhos.

– Jordan! – o repreendi baixinho, dando um tapinha em seu ombro – Conversa com ela?

– Mas eu não...

– Por mim vai, amor? Você disse que faria isso se eu viesse com você, e estou aqui, não estou? – pedi doce, ele respirou fundo, soltando o ar com força no final.

– Isso é jogar muito baixo, Lizzie. – vi um leve sorrisinho em seus lábios, assim que ele saiu de cima de mim, ficando de pé, então me sentei na cama – Pode entrar, mãe.

A porta se abriu, e logo Susana passou para dentro do quarto. Ela sorria um pouco nervosa e sem graça. Por sorte, Gregory não veio junto. Me levantei da cama, e Jordan me olhou confuso. Sei que ele queria que eu ficasse, mas não dava, os dois precisavam conversar a sós.

– Me desculpem, eu... não quis interromper nada. – Susana passou algumas mechas de cabelo para trás da orelha.

Eu peguei meu celular sobre a cômoda.

– Não, dona Susana. Eu ia mesmo descer para tomar um copo d'água. – falei doce, caminhando para a porta, e notei Jordan vindo em minha direção.

– Você... não vai embora, certo? – ele segurou meu braço, me olhando preocupado, e eu neguei rápido com a cabeça.

– Conversa com a sua mãe. Vou estar lá embaixo. – tentei tranquilizá-lo, ele assentiu e logo me soltou.

Susana me agradeceu com o olhar, antes que eu saísse do quarto. Eu estava torcendo para que aquela fosse uma boa conversa. Jordan a amava, só estava sendo ciumento com o seu jeito protetor, o qual eu adorava. Mas ele precisava entender que ela merecia encontrar alguém e ser feliz, sem ter que dar satisfação sobre o que faz, ou com quem sai.

Me afastei o suficiente para não escutar nada, e desbloqueei meu celular, abrindo a câmera. Estava curiosa para saber o que Jordan tinha escrito no meu pescoço. Parei de caminhar para tirar uma foto, duas na verdade, a primeira ficou borrada. Voltei a descer as escadas, dando uma risadinha ao ler "Você é tão sexy!". Isso explicava aquele olhar malicioso dele. Assim que alcancei o último degrau a porta da entrada se abriu.

Engoli em seco ao ver o Jason cruzar a soleira para dentro. Se o Jordan tinha reagido daquele jeito ao namorado da Susana, como diabos ele reagiria ao saber? Seu olhar veio de imediato a mim. Praticamente paralisei por um segundo, mas, no instante seguinte, olhei para o lado, numa tentativa de checar se o Gregory ainda estava em casa. Daquela posição não dava para enxergar muito bem a sala, mas eu torcia que ele tivesse ido embora, ou as coisas podiam ficar bem feias com a Susana lá em cima.

– O que está fazendo? – notei Jason se aproximar, e voltei a encará-lo, um tanto nervosa – Mora aqui agora, por acaso?

– Não, eu... Jordan me pediu para vir com ele. – expliquei, tentando olhar para a sala outra vez, mas não conseguia com Jason tão perto de mim.

– E cadê ele, Lizzie? – seu olhar recaiu aos meus seios, e o vi franzir a testa ao ler a palavra que o Jordan havia escrito ali.

– Está com a Susana no quarto. Os dois estão conversando. – respondi, encolhendo um pouco os ombros, quando ele empurrou o meu cabelo para trás, lendo a frase em meu pescoço.

Senti o meu rosto esquentar, e pisei no degrau de cima, na tentativa de me afastar um pouco. No entanto, quando passei a minha mão pela mecha solta de cabelo, Jason foi mais rápido e a segurou, puxando-a em sua direção para ler o que estava escrito ali também. Havia "Fica comigo", e na minha coxa "Preciso de você". Me soltei dele, morrendo de vergonha, não sei nem quais piadinhas viriam agora, mas segurei no corrimão, apenas vendo-o sacudir a cabeça num sorriso fraco antes de me encarar outra vez.

– Então... – Jason umedeceu os lábios com a língua, eu respirei fundo, pronta para contra-atacar, não ia deixar ele ser um grosseirão sempre que desse na telha – A libélula parou de dar piti por que a Susana está saindo com um cara?

Arqueei as minhas sobrancelhas, quase no mesmo instante em que o ouvi, pois o que ele disse foi de completo inesperado. Achei que falaria alguma idiotice sobre o que estava escrito em mim, mas, aparentemente, ignorou isso por completo. Porém, esse ainda não era o fato mais bizarro, afinal, o Jason já sabia do Gregory? Como? Quer dizer, isso não o irritava? Analisando aquele sorriso de deboche em seus lábios, ele realmente não estava nem aí. Não sei se eu ficava aliviada ou preocupada com isso.

– O Dan ainda está meio chateado pela forma que ficou sabendo, mas acho que logo vai entender. – respondi, tentando não demonstrar que estava surpresa com a sua súbita reação compreensiva – Quer dizer, a mãe de vocês é uma mulher jovem e muito bonita, tem o direito de se relacionar de novo com quem ela quiser.

– É, uma hora o meu irmãozinho bocó precisava descobrir que a Susana não é nenhuma moça virgem, e que não fomos feitos por obra do divino espirito santo. – Jason riu anasalado, passando por mim, subindo as escadas.

Nesse momento, não consegui mais conter a minha reação, e acabei olhando em sua direção com a testa franzida. Por Deus, quem era aquele garoto bem na minha frente, e o que haviam feito com o verdadeiro irmão do Jordan? Aquele mesmo que costumava ser o maior grosseirão... Qual é? Antes que eu desse por mim, já subia as escadas de novo em sua direção, muito curiosa por sinal.

Em qual mundo eu imaginaria que o Jason, logo o Jason, seria o irmão que aceitaria pacificamente o fato da mãe estar num relacionamento com outro homem? Isso não se encaixava na minha cabeça, e estava começando a cogitar a possibilidade do Jordan ter trocado de lugar com ele, só para me pregarem uma peça. Temos que concordar que talvez essa fosse a única explicação racional agora, não é mesmo?

– Espera aí, você não está nem um pouquinho irritado? – não consegui controlar a minha língua que, a essa altura, parecia alfinetar a minha boca quando alcançamos o andar de cima.

– Por que eu estaria? A Susana faz o que ela quiser, se quer dar pra um cara, bom... a vida é dela. – ele me olhou rápido por cima do ombro, enquanto seguíamos pelo corredor.

– Sim, mas achei que fosse ser pior com você do que foi com o Jordan. – o vi entrar em seu quarto, e parei bem na porta.

Minha última lembrança ali, era dele com uma arma apontada em minha direção. Aquela noite foi terrível, me causava arrepios só de lembrar tudo que aconteceu, como foi perturbador para mim. Mas tirei uma lição disso: nunca entrar num carro com o Jason outra vez, principalmente se ele estivesse acompanhado de seus amigos esquisitos e assustadores.

– O que esperava? Umas mesas quebradas, gritaria, sangue? Que imagem horrível você tem de mim, pequena Lizzie? – Jason se fingiu de ofendido, caminhando até o guarda-roupa, onde alcançou uma mochila.

– Ah, claro. Porque você é uma pessoa suave e agradável, mil perdões... – rolei os olhos, e ele jogou a mochila sobre a cama – Mas, se não for ofender muito, por que não se importa? Conhece o cara?

– Não. Mas a Susana largou do meu pé, isso não é algo de que eu me reclame. – ele finalmente tornou as coisas mais claras para mim, e dei um passo a frente, sentindo seu olhar vir em minha direção – Eu não disse que você podia entrar.

– Você... vai viajar? – perguntei, ignorando sua última fala ao vê-lo abrir o guarda-roupa e pegar algumas camisas.

Como eu desconfiava, todas em tons fechados.

– Não. Entrei para uma igreja e decidi fazer caridade. – ele me deu as costas, seguindo até a mala, onde começou a amontoar tudo. Então, finalmente entrei em seu quarto – Eu não quero você aqui, Lizzie.

– Tá. E eu não quero que você seja um babaca estúpido, mas o que ganho? – dei de ombros, e ele se virou em minha direção.

– O que você quer? Fala logo, que estou meio sem tempo. – o vi caminhar até a cômoda, onde pegou algumas cuecas, e assenti, me aproximando da poltrona.

Eu não sabia que estava tão curiosa em relação a algumas coisas, até vê-lo chegar em casa. Não sei se seria bom questioná-lo, pois tinha o alto risco do seu bom humor evaporar em dois segundos e ele me arrastar para fora do seu quarto, ou algo do tipo. Mas não dava para controlar, eu precisava que me respondesse, ou pelo menos tentar que ele fizesse isso.

– Por que te chamam de McClain naquela boate? – perguntei de uma vez, e ele se virou de frente para mim, com a testa franzida – Quer dizer, seu nome é Jason Davis, como o Jordan. Vi na chamada hoje, Jason Aron Davis. Não tem McClain, então de onde veio?

– Anda me espionando, Lizzie? – ele deu uma risadinha, e senti minhas bochechas esquentarem, talvez eu estivesse mesmo – Respondendo a sua pergunta, em qual mundo o sobrenome "Davis" meteria medo nas pessoas?  McClain soa mais... forte.

Explicou ele, e eu já ia questionar quando prosseguiu:

– Fora que no meu mundo, usar nomes verdadeiros dá super certo. Por isso que eu não tenho nenhuma identidade falsa e sou o melhor amigo dos policiais. – o sarcasmo de Jason estava começando a me soar engraçado.

Acho que por não vir acompanhado de um xingamento ou grosseria dessa vez. Ele era bem melhor sem o seu estresse costumeiro. Então, não consegui conter minha risadinha ao ouvi-lo. Assenti em seguida, e ele passou por mim, de volta à mochila sobre a cama.

– E o que acha de Aron? – perguntei risonha, mas vi seus músculos enrijecerem.

– Nunca me chame assim. – ele falou sério, pegando umas calças, as quais também amontoou na mochila e outra pergunta me surgiu.

– Por quê? – estava mesmo curiosa.

– Usei esse nome por um tempo muito ruim, Lizzie. Não quero que me chame de Aron nunca, entendeu? – ele prosseguiu em tom sério – Pode continuar me chamando do que porra quiser, fora isso.

– Babaca estúpido está bom para você, Jay? – perguntei, fazendo graça, para amenizar aquele clima estranho que surgiu do nada.

Jason soltou o ar pesadamente pelo nariz, enquanto se virava de frente para mim.

– É, parece mais original. – ele deu de ombros, mas vi um leve sorrisinho surgir em seus lábios.

– Que bom. Mas agora me diz, você é o dono daquela boate? Por isso as pessoas te obedecem por lá? – mudei o assunto, e foi a vez dele dar risada.

Mordi o canto do meu lábio inferior ao vê-lo entrar no banheiro, e olhei em volta, o seu quarto era muito escuro, mesmo a noite ainda não tendo caído. Encontrei o interruptor e decidi acender a luz, numa tentativa de tornar o ambiente um pouco menos mórbido. Funcionou, eu acho.

– Virou jornalista ou algo do tipo, Lizzie? – Jason saiu do banheiro com algumas coisas em mãos, tratando de guardá-las em sua mochila, junto com todo o resto.

Ele realmente não fazia a linha de "garoto organizado".

– Ah sim, estou pretendendo tomar o lugar do Dylan no jornal do colégio. E como primeira matéria de impacto, pensei na seguinte manchete: "Como se tornar um gangster perigoso de sucesso", o que acha? – ironizei também, acredito que estava pegando o jeito.

Jason riu baixo, negando com a cabeça.

– Vai ficar uma grande bosta. – ele disse com toda a sua doce sinceridade.

– Nossa, estava apostando nisso. – pensei um pouco, e então me sentei em sua poltrona – Mas e aí, é o dono, não é?

– Sim, eu sou, mas as pessoas me obedecem por lá, apenas por terem juízo. A boate ser minha é só um detalhe. Pode colocar isso na nota da sua matéria de merda. – ele me lançou uma piscadela, e eu ri outra vez, negando com a cabeça.

– Ah, claro, pode deixar, vou colocar em letras bem grandes e destacadas. – respondi, girando na poltrona – Para onde você vai?

– Passear... Sei lá, é que, de repente, me bateu uma brisa, e resolvi pegar uma praia, saca? Estou precisando tirar umas férias, relaxar. Isso é bem a minha cara, não acha? – a ironia era incontestável em seu tom de voz, e o vi fechar o zíper da sua vida mochila.

– Ah, é sim. Já imagino você correndo na areia molhada, só sorrisos e camisas floridas. – brinquei de volta, ainda girando na poltrona, ouvindo sua gargalhada.

Era agradável não estar em pé de guerra, ou sendo o seu alvo de piadinhas constrangedoras. Seria legal se o Jason fosse sempre tranquilo assim, mas, na maioria das vezes, estar com ele era mais ou menos como pisar em ovos, ou andar numa montanha russa, com todos os seus altos e baixos.

Qualquer deslize podia ser desastroso, e acho que eu precisava de um tempo para entender como as coisas funcionavam para ele. Queria lhe perguntar sobre a tal "Allana" que ligou ontem no seu número, mas resolvi que talvez fosse um assunto para outro dia, ainda lembrava de como ele ficou irritado só de ver o nome dela no identificador e, por mais curiosidade que isso me causasse, eu não queria estragar aquela conversa que seguia tão calmamente entre nós dois.

– Preciso ir, seria bom se você saísse do meu quarto, não quero que bagunce nada. – Jason passou a alça da mochila sobre o ombro, e se virou para mim, me fazendo rir da sua hipocrisia.

Aquilo era uma zona.

– Tudo bem. Mas... – dei dois tapinhas nos braços da poltrona, antes de me levantar – você acabou de chegar. Qual a pressa de voltar para aquela boate?

– Não vou para lá. – disse ele, se aproximando de mim – Vou mesmo passar uns dias fora, Lizzie, e quando digo fora estou me referindo ao estado. Então, por favor, não apareça naquele lugar de novo, você não é bem-vinda e não sei quando volto.

Seu ar humorado sumiu, e seus olhos caramelados encontraram os meus, fazendo meu sorriso desaparecer também. Jason não estava irritado, mas acredito que triste e, sem dúvidas, preocupado. Tentei dizer algo, mas as palavras sumiram quando ele parou poucos centímetros a minha frente.

Franzi a testa ao vê-lo estender a mão em minha direção, mas entendi assim que passou o seu olhar ao meu celular. Desbloqueei com a digital e o entreguei, tinha uma alta chance de eu estar sendo assaltada? Acho que sim, mas não era isso, eu sabia que não. Ele passou à lista de contatos e digitou um número.

– Isso... Veja bem, se você precisar de ajuda, agora tem o meu contato. Não hesite em me ligar, pode fazer isso a qualquer hora, mas vê se tenta ficar longe de problemas daqui pra frente, tá legal? – ele salvou o seu número ali, e eu cerrei os olhos.

Afinal, por que o Jason faria algo assim do nada? Será que havia mesmo ficado preocupado com o meu recente episódio catastrófico no aniversário do Christian? Bom, parecia que sim pelo menos, apesar desse não fazer lá muito o seu estilo. Resolvi não implicar, pois a qualquer caso ele só estava tentando ser gentil comigo. Além do mais, acho que agora eu me sentia dentro do próprio filme "Sexta-feira muito louca", onde os personagens trocavam de corpos um com o outro. Essa também me parecia uma boa justificativa para o que acontecia nesse exato momento.

– Hã... tá. – forcei um sorriso quando ele iniciou uma chamada para o seu próprio número, mas assim que o seu celular apitou, encerrou e me devolveu o aparelho.

Engoli em seco com aquele olhar repleto de angústia e cansaço. Jason era tão fechado, mas acho que estava começando a demonstrar uma pontinha do que pensava e sentia. Isso talvez fosse algo bom.

– Estou falando sério, Lizzie. Você é muito ingênua, por isso as pessoas se aproveitam. Vê se tenta abrir os olhos. – ele ajeitou a alça da mochila no ombro, ficando bem sério agora.

– Bom, você é muito estúpido, Jason, por isso as pessoas tem medo. Vê se tenta ser mais legal de vez em quando, não dói. – rebati, e ele rolou os olhos.

– Vamos, preciso me mandar antes que a Susana decida me encher o saco. – ele apontou à porta com a cabeça, e eu concordei.

Seguimos para fora do seu quarto, o qual ele trancou a chaves, isso explicava porque nem a Susana entrava para limpar. Ri dos meus próprios pensamentos, eu não era lá um exemplo de organização, mas a minha mãe sim, ela gostava de tudo impecável e não posso mentir que não peguei algumas das suas manias, mas não era tanto assim.

Olhei o novo contato salvo na agenda do meu celular como "Babaca Estúpido", e dei uma risadinha, ele era mesmo isso. Ouvimos uma buzina de carro soar alto na rua lá fora, e logo o Jason passou por mim apressado, seguindo em direção as escadas, praticamente saltando os degraus. Me apressei naquela direção também, mas antes que pudesse dar o primeiro passo para o andar de baixo, vi que ele já estava abrindo a porta.

– Jason?! – chamei seu nome, e ele parou por alguns segundos – Você... vai voltar, não vai?

– Vou. – foi tudo o que ele respondeu, antes de sair e bater a porta com força, me fazendo apertar o meu celular em mãos, respirando fundo.

Estava preocupada por sua reação a instantes atrás no quarto. Ele parecia tenso, não sei se o lance de sair do estado era verdade, se era perigoso, mas decidi confiar nele. Jason iria voltar. Desci as escadas devagar, ouvindo o carro rasgar na rua lá fora. Suspirei baixinho ao alcançar o andar de baixo e olhei pelo vidro lateral da porta, não havia mais ninguém ali.

Abracei meus próprios braços, e balancei minha cabeça para os lados, espantando qualquer pensamento ruim, enquanto seguia para a sala. Gregory não estava mais lá, também não havia mais vinho, nem taças na mesinha de centro. Acho que ele foi embora antes mesmo da Susana subir, espero que não tenham se desentendido por conta da grosseria do Jordan.

Caminhei até a cozinha, pois agora eu realmente precisava de um copo d'água para me acalmar. Coloquei meu celular sobre o balcão, me servi e sentei ali. Meus olhos correram ao celular, e eu neguei rápido com a cabeça, não ia ligar para o Jason, tinha acabado de vê-lo, fora que ele me disse para fazer isso só se eu precisasse de ajuda, não estava precisando de nada agora.

Terminava de beber a minha água quando escutei algumas vozes descendo as escadas. Arqueei as sobrancelhas ao ouvir a risada do Jordan e, automaticamente, um sorrisinho bobo se formou em meus lábios. Amava aquele efeito que ele tinha sobre mim. Em menos de um minuto, ele e a Susana adentraram a cozinha, me pareciam bem, muito bem, o que aqueceu meu coração.

– Vamos, querida? – perguntou Susana, e eu lhe encarei confusa.

– Quero levar as duas mulheres da minha vida para jantar. – Jordan deu a volta no balcão, e me agarrou por trás – Sem o tal Gregory essa noite, dona Susana, pode ser?

– Jordan! – o repreendi, e logo nós três rimos juntos.

– Tudo bem, minha linda. Já me acertei com esse moço ciumento. – Susana falou me acalmando um pouco – Mas é melhor ligar para os seus pais, e avisar que deixaremos você em casa após o jantar.

– Claro. – sorri contente, adorava ver o Jordan feliz.

– Vem, a gente liga no caminho, amor. – ele deu um beijo na minha bochecha e meu rosto todo se aqueceu – Ai, meu Deus! Olha que coisinha mais linda toda tímida, mãe.

Susana deu uma risadinha, balançando a cabeça em confirmação, conseguindo me deixar mais sem graça ainda. Praticamente saltei do banquinho, alcançando meu celular sobre o balcão. Jordan segurou em minha mão e seguimos para a saída, com aquele bom humor entre ambos. Eu estava muito aliviada de terem feito as pazes, já era hora, certo?

Entramos no carro, eu optei pelo banco de trás, para que Susana fosse com ele na frente, assim fizeram. Sentia que devia avisá-los sobre Jason ter passado em casa e feito as malas para uma suposta viagem para fora do estado, mas não faria isso agora, não queria que ficassem preocupados ou nervosos, daria um jeito de falar para o Jordan após o jantar...

[...]

💋. Esse Jason... aiai kkkkkk quem aí ligava para ele assim que saiu?? 👀🤣❤❤

💋. O "Leilão das Lioness" está chegando... Jordan fora, Jason viajando... no fim, quem será que vai dar um bom lance na Liz? 👀

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