34. Decepção e despreso (extra)
"E todos os anos estou me afogando em minhas lágrimas. Estou me afogando em minhas lágrimas novamente. Eu não consigo esquecer a dor que você parece causar... – Numb, XXXTENTACION."
Sorri maliciosa, ao vê-lo jogar aquela peça para longe, passando a distribuir beijos molhados pelo meu pescoço e colo, em direção aos meus seios agora expostos. No entanto, ao ouvir passos pesados descendo as escadas, arregalei os olhos sentindo certo desespero me preencher, e meus batimentos rapidamente aceleraram. No mesmo instante, tentei empurrar o Jordan, que me agarrou ainda mais firme pelos quadris, abocanhando o meu seio esquerdo com pressa.
Por mais louco que fosse, ele parecia estar completamente alheio, e me perguntei se não estava ouvindo aqueles passos se aproximando, ou se simplesmente não se importava... Ao olhar nervosa naquela direção, avistei o Jason adentrar a sala cabisbaixo, com os cabelos bagunçados, enquanto escondia as duas mãos dentro dos bolsos do seu moletom. Ao suspender o olhar, ele paralisou no meio do caminho, um tanto confuso com aquela cena e, pelo seu semblante meio cansado, acho que havia acabado de acordar.
– Jordan, para! – o empurrei com toda a força que tinha nos braços, tratando logo de recolher o meu vestido sobre o sofá, o qual rapidamente usei para cobrir o meu corpo.
– Mas o que... – ele franziu a testa, um tanto confuso com a minha reação.
– Você disse... Disse que estávamos sozinhos. – senti as lágrimas alcançarem os meus olhos, e tornei a encarar o Jason parado do outro lado da sala.
Devagar, notei o seu olhar endurecer à medida que ele parecia entender o que estava acontecendo ali, o que me fez sentir ainda mais vergonha naquela situação constrangedora. Meio atordoado, o Jordan acabou acompanhando o meu olhar e, ao também ver o seu irmão completamente parado nos encarando com uma dura expressão em seu rosto, ele rapidamente me puxou contra o seu peitoral, a fim de me esconder, em vista de que eu estava praticamente nua em seu colo.
– O que porra você está fazendo aqui? – seu tom de voz soou ríspido.
– Eu moro aqui, idiota! – Jason rangeu os dentes – Por acaso, você não tem mais um quarto lá em cima, caralho? Sabe, serve pra comer as suas putas com mais privacidade...
– Vê se cala a boca! – Jordan fechou a cara – A gente não sabia que você estava em casa.
– Ah, claro... E estavam tão excitados, que não aguentaram subir alguns degraus para o seu quarto? – seu olhar frio recaiu sobre mim mais uma vez – Que o Jordan pau de mel não tem vergonha na cara eu já sei, mas olha... Achei que você se desse mais valor, Lizzie. Estou vendo agora que não.
– Não vou permitir que fale assim com a minha namorada, seu desgraçado de merda! – Jordan alterou a voz, me apertando mais contra si – Então sai logo daqui!
– É, eu vou voltar para o meu quarto, que eu ganho mais. – de canto de olho, vi o Jason enfiar as mãos para dentro dos bolsos da sua calça moletom antes de se virar e subir as escadas outra vez.
Assim que ele sumiu de vista para o andar de cima, eu rapidamente saltei do colo do Jordan numa mistura de raiva e vergonha. As lágrimas pesadas não tardaram a rolar pelo meu rosto. Ainda não sabia ao certo se ele pensava mesmo que estávamos sozinhos, ou se fez aquilo de propósito para que o Jason nos flagrasse ali.
– Lizzie... – Jordan também se levantou, e eu dei alguns passos para trás, apertando mais firme o vestido contra o meu corpo – Amor, eu não sabia que esse idiota ia resolver dar as caras logo hoje.
– Você não sabia mesmo? – cerrei os olhos, tentando secar as lágrimas com as costas da mão.
– É claro que não! – ele tentou me alcançar pelo braço, mas eu rapidamente me esquivei.
– Então por que não parou quando ouvimos os passos dele descendo a escada? – minha voz soou embargada pelo choro – Por que você continuou me agarrando mesmo assim, Jordan?
– Eu não ouvi nada, linda. – ele negou apressado, mas eu ainda não sei se acreditava nisso – Juro pra você, não ouvi. Acha que se eu soubesse que o Jason estava em casa, não teria te levado para o meu quarto assim que chegamos?
– Eu não sei. – desviei o olhar, um tanto perdida – Quer dizer, acho que sim.
– É claro que eu teria, Lizzie. – Jordan se precipitou a me puxar pelos quadris – Nunca faria você passar por algo assim de propósito, eu nunca permitiria outro cara te ver nua, ainda mais o Jason. Acredita em mim, amor, eu não sabia que ele estava em casa.
– Acho que... – mergulhei o meu olhar no seu e, de alguma forma, senti verdade nele, então finalmente consegui relaxar um pouco – Eu acredito em você.
– Obrigado, isso é importante pra mim. – disse ele, aproximando o seu rosto do meu.
– Não, vamos logo para o seu quarto, tá? – o empurrei com a minha mão livre – Eu não quero arriscar dar de cara com o seu irmão de novo, não assim.
– Tudo bem, você tem razão, mas antes... – Jordan se afastou, tratando de tirar a sua jaqueta, depois fez o mesmo com a camisa, a qual estendeu em minha direção – Veste isso aqui, só para o caso da gente esbarrar de novo com aquele idiota lá em cima.
– Tá bom, obrigada. – tratei de limpar as lágrimas nos cantos dos olhos, antes de alcançar aquela peça de roupa, a qual vesti apressada.
Enquanto isso, vi o Jordan recolher o meu sutiã do carpete, assim bem como o meu vestido e a sua jaqueta sobre o sofá. Quando finalmente nos encaminharmos para a escadaria que dava no segundo andar, eu paralisei antes mesmo de subir o primeiro degrau. "Achei que você se desse mais valor, Lizzie. Estou vendo agora que não...", não conseguia esquecer o jeito que o Jason me olhou, como se sentisse repulsa de mim. Aquilo havia me incomodado profundamente, e não sei se teria cara para vê-lo de novo ainda hoje. Estava morrendo de vergonha depois de ter sido flagrada num momento tão íntimo assim.
Engoli em seco, olhando para o topo da escada, completamente imóvel até que o Jordan entrelaçou os seus dedos nos meus. Seus lábios depositaram um beijo carinhoso no meu ombro, e eu assenti antes que ele passasse por mim, me puxando junto. Subimos aqueles degraus apressadamente, ao passarmos em frente ao quarto do Jason pude ver que a porta estava fechada e tudo estava em completo silêncio. Seguimos rápido por ali também. Após chegarmos no quarto do Dan, agradeci internamente por não darmos de cara com ele outra vez.
– Pronto, linda, agora ninguém mais vai nos atrapalhar. – ao trancar a porta atrás de nós com a chave, Jordan largou nossas roupas no carpete, e me puxou de encontro ao seu corpo.
– Não sei se tem mais clima depois do que rolou lá embaixo, Dan. – fui sincera, aquilo havia me deixado muito nervosa.
– Tem certeza? – seu rosto se aproximou do meu, quando a sua mão esquerda alcançou a minha destra, conduzindo-a em direção ao enorme volume em sua calça – Você não quer continuar, amor?
– Jordan... – arranhei o seu peitoral com a minha mão livre, apalpando o seu pênis rígido por cima da calça.
– Isso, minha gostosa, quero te ouvir gemendo o meu nome bem alto hoje... – seus lábios se esfregaram nos meus, ao mesmo tempo que as suas mãos pousavam em meus quadris.
Fechei os olhos, sentindo o calor ressurgir entre as minhas pernas e, num movimento rápido, o Jordan me virou contra a porta do seu quarto, passando para trás de mim. Gemi baixinho, quando o seu quadril se esfregou com força contra o meu traseiro, fazendo os pelinhos da minha nuca eriçarem, à medida que as suas mãos grandes se espalmavam pela minha pele, passando para baixo do tecido da camisa a qual eu usava. Mordi o meu lábio inferior, rebolando contra a sua ereção, e o seu hálito quente se chocou contra a pele do meu pescoço numa risada provocante.
Logo em seguida, os seus lábios macios depositaram um beijo molhado naquela região, enquanto os seus dedos alcançavam os meus mamilos rígidos. Quando o Jordan começou a puxá-los em apertões deliciosos, tornei a abrir os meus olhos, arranhando a madeira da porta com as pontas das unhas, tratando de intensificar as minhas reboladas. Em resposta, ele prensou o seu corpo contra o meu com força, me fazendo esbarrar na madeira gélida da porta, o que me provocou um arrepio intenso que se estendeu por todo o meu corpo. Então, rapidamente o olhei por cima do ombro.
– Caralho, você é tão sexy, sua filha da puta! – Jordan mordiscou o lóbulo da minha orelha – Afasta as pernas e empina esse rabo pra mim, minha safada. Quero meter a língua nessa sua boceta apertada até você gozar, o que acha?
– Nós não... Não vamos pra sua cama? – senti as minhas bochechas esquentarem feito brasas numa fogueira, sob o seu olhar completamente pervertido.
– Ah, depois a gente vai sim, princesa. – sua mão largou o meu seio, deslizando pela minha barriga até alcançar a minha calcinha, passando a me tocar ali embaixo também – Molhadinha como eu imaginei... Abre as pernas pra mim, que eu vou te chupar aqui mesmo, Liz.
Automaticamente eu o obedeci, quase como se não tivesse mais controle do meu próprio corpo, e o vi sorrir satisfeito antes de selar os meus lábios e descer se ajoelhando atrás de mim. Suas mãos se espalmaram pelas laterais externas das minhas coxas, me fazendo arfar o ar pesadamente e morder o meu lábio inferior com força. Em seguida, o Jordan empurrou a minha camisa para cima, e eu logo tratei de segurar a barra daquela peça, permitindo que o meu traseiro muito bem empinado ficasse completamente exposto para ele ali.
Apertei a minha camisa entre os dedos, recostando a minha testa na madeira gélida da porta, ao sentir os seus dentes mordiscarem carinhosamente a minha nádega esquerda, enquanto a sua destra apertava a outra com força. Não tardou até que seus dedos alcançassem o cós da minha calcinha, a qual ele puxou com certa brutalidade para baixo, fazendo aquela peça escorregar entre as minhas pernas até tocar o chão. Gemi baixinho com o toque quente e firme das suas mãos em minhas nádegas outra vez e, no segundo em que as afastou, tornei a encará-lo por cima do ombro.
– Jordan... – arranhei a porta com um pouco mais de força, ao ver aquele sorriso malicioso em seus lábios, à medida que o seu rosto se aproximava do meu ânus.
Nesse instante, senti um tremor gostoso subir por todo o meu corpo, fazendo todos os meus pelos eriçarem junto, e não contive o gemido manhoso que escapou por entre os meus lábios ao sentir a sua língua quente e macia me tocar ali atrás num beijo caloroso. Extremamente excitada por ser tocada a primeira vez daquela forma, passei a rebolar contra a sua cara a fim de sentir melhor as suas carícias que se estendiam do meu ânus até a minha boceta completamente encharcada.
Jordan repetiu isso algumas vezes, até me puxar mais para trás, me fazendo empinar o máximo que dava para ele, e sua mão esquerda deslizou até o meu clitóris, o qual começou a acariciar em movimentos circulares que se tornavam cada vez mais frenéticos. A certo ponto, eu não tinha mais controle nenhum do meu próprio corpo, quem dirá dos gemidos desregulados que escapavam cada vez mais altos por entre meus lábios. Inclinei a minha cabeça para trás, sentindo o meu ventre queimar de tão quente que estava por dentro, e franzi a testa ao ver o Jordan se erguer de novo atrás de mim.
– Goza comigo, amor! – ele mordiscou o lóbulo da minha orelha, enquanto se punha a desafivelar o cinto e descer o zíper da sua calça após desabotoá-la, a qual empurrou apressado até metade das coxas, junto com a sua cueca – Lambuza os meus dedos com o seu melzinho, minha safada!
Jordan mordeu o meu ombro, depois pressionou os seus lábios em meu pescoço, enquanto forçava dois dos seus dedos para dentro da minha boceta, e batia uma punheta apressada para si mesmo. Gememos juntos quando ele me penetrou, iniciando os movimentos de vai e vem que rapidamente tomaram forma, e voltei a recostar minha testa sobre a porta do seu quarto, rebolando meus quadris ainda mais excitada do que antes.
Sentia que estava quase lá, e o Jordan seguiu soprando algumas sacanagens em meu ouvido a fim de me estimular cada vez mais, o que realmente estava dando certo. Fechei os olhos por alguns segundos, quando percebi as minhas pernas ficarem bambas e, ao abri-los outra vez notei a minha vista ficar completamente turva. Então, no momento seguinte, o meu ventre entrou numa deliciosa erupção, me fazendo gemer alto, se derramando num orgasmo intenso para ele, e lambuzando os seus dedos assim como pediu que eu fizesse.
Em seguida, Jordan urrou feito um animal, possesso de tesão, rente ao meu ouvido, empurrando o seu quadril contra o meu, enquanto gozava com força nas minhas nádegas. Soltei a respiração toda de uma vez, sentindo os jatos da sua porra quentinha me lambuzarem ali atrás, e sorri maliciosa dando algumas reboladinhas. Ao terminar de derramar a última gota, seus dedos se retiraram de mim, seguindo até os meus lábios, e rapidamente passei a chupá-los, enquanto a sua mão livre agarrava firme os meus cabelos.
– Isso, sente o quanto você é saborosa, Liz. – seus lábios macios se esfregaram pela minha nuca, antes de depositarem um suave beijinho carinhoso ali – Agora vem cá, hum?
Sem avisos, Jordan me virou novamente de frente para si, puxando o meu rosto em direção ao seu, o que fez as minhas bochechas enrubescerem rapidamente de vergonha.
– Você foi ótima, amor! – ele selou os meus lábios vagarosamente, enquanto subia a sua cueca e terminava de se livrar da calça.
Assim que o fez, as suas mãos grandes me agarraram pelos quadris, me puxando para junto de si outra vez, e rapidamente ambas me deram impulso para cima. Sorri largo entrelaçando as minhas pernas em volta da sua cintura, ao mesmo tempo que espalmava as minhas mãos dos seus ombros ao seu pescoço. Selei os seus lábios algumas vezes, ao mesmo tempo que o Jordan se virava, seguindo em direção a sua cama comigo em seus braços.
Depois que nos deitamos, repousei a minha cabeça em seu peitoral, enquanto com o indicador começava a desenhar aspirais imaginários no seu abdome. Jordan seguiu fazendo um leve cafuné na minha nuca, mas à medida que a euforia do nosso momento se dissipava, o desconforto voltava a crescer em meu peito. Não era só vergonha pelo que aconteceu lá embaixo, mas talvez também tivesse junto um sentimento de tristeza...
– O que foi, por que está tão calada? – questionou Jordan, chamando a minha atenção após longos minutos de silêncio.
– Não foi nada. – menti, erguendo o olhar em sua direção.
– Ainda está preocupada com o que aconteceu lá embaixo? – suas sobrancelhas arquearam.
– Eu não sei ao certo. – um suspiro cansado me escapou – Você acha que o Jason ficou chateado?
– É sério? – Jordan cessou as carícias entre os fios dos meus cabelos – Você está preocupada se o idiota do Jason ficou chateado? Ele nem tinha que estar em casa hoje. – notei certo tom de indignação em sua voz – Além do mais, se tem alguém que devia estar chateado, esse alguém sou eu, pelo modo grosseiro e desrespeitoso que aquele imbecil te tratou, não acha?
– Bom, sim, mas é que... – passei uma mecha de cabelo para trás da minha orelha – Nós dois podíamos ter vindo direto para o seu quarto, isso teria evitado todo o constrangimento.
– Eu já disse que não sabia que tinha mais alguém em casa. – justificou, como se isso resolvesse tudo – O Jason quase nunca dorme aqui, e já faziam dias que ele não aparecia.
– Ainda assim... Estou tão envergonhada. – fui sincera – Eu nunca passei por uma situação assim antes, e não sei nem com que cara vou olhar para o seu irmão depois disso.
– Não quero que se preocupe. – o vi negar com a cabeça – Aliás, nós não estávamos fazendo nada de errado, somos namorados e é normal sentirmos atração um pelo outro.
– Eu sei, mas é que o Jason vai ficar pensando mal de mim agora. – aquilo escapou sem que eu percebesse.
– Você só pode estar de brincadeira... – Jordan cerrou os olhos, já prestes a perder sua paciência.
– Não, eu...
– Liz, presta atenção, o meu irmão é a porra de um criminoso que tortura pessoas, você mesma viu com os seus próprios olhos, então o que ele pensa ou deixa de pensar não é da nossa conta! – seu tom de voz alteou um pouco.
– É, você deve estar certo. – concordei para não irritá-lo ainda mais.
Não queria terminar a noite brigando por um simples erro estúpido. Quer dizer, o Jordan se esforçou mesmo para que tudo fosse perfeito pra gente hoje, ele caprichou em cada detalhe.
– É claro que estou, esquece o Jason. – seus lábios tocaram carinhosamente a minha testa – Não vamos deixar esse otário estragar o nosso dia, tá legal? – indagou, e eu assenti em resposta – Ótimo, agora vem cá, vamos dormir, amor.
Não falei mais uma palavra sequer, apenas concordei com um leve aceno, antes de repousar a minha cabeça novamente em seu peitoral. Jordan parecia ter razão, pelo menos eu tentei me convencer disso. Ficamos em silêncio outra vez, e ele voltou a fazer cafuné em mim, mas não consegui pregar o olho. O sono simplesmente não vinha, não com aquela sensação ruim que perdurava em meu peito. Tentei ao máximo, mas nada. Por outro lado, completamente alheio, Jordan não custou nada a dormir.
"Ah, Liz, eu não costumo trancar a minha porta, se ficar preocupada, ou entediada demais pode passar lá a qualquer hora...", a voz do Jason soprou em minhas lembranças e, por mais que eu tentasse me convencer de que era uma loucura me levantar aquela hora, fui movida pela falta de sono. Conferi se o Jordan estava mesmo dormindo, e retirei o seu braço de cima de mim com cuidado para não lhe acordar. Em seguida, me levantei da cama sem fazer barulho, e apanhei a sua camisa no chão do quarto, a qual logo tratei de vestir.
Assim que alcancei a maçaneta da porta, precisei tomar um fôlego de coragem para seguir com aquela ideia estúpida, só depois saí para o corredor, encostando a porta bem devagar atrás de mim. Em passos lentos e temerosos, caminhei até o quarto do Jason, ainda me questionando em silêncio por qual motivo estava fazendo tal coisa? Será que era tão importante assim o que ele pensava ou não de mim? Não importava mais quando parei em frente a porta do seu quarto.
Pensei em bater, mas desisti, afinal havia uma grande probabilidade do Jason já estar dormindo, e não era minha intenção acordar ninguém. Recuei minha mão em direção ao meu peito, olhando de um lado para o outro daquele extenso corredor, até finalmente criar coragem de checar a maçaneta. Estava trancada. Suspirei baixo, sacudindo a cabeça para os lados enquanto me obrigava a recuar. O que eu estava pensando? O mais prudente era esperar amanhecer para podermos conversar de forma civilizada.
Já que, aparentemente, eu era a única pessoa acordada naquela casa, decidi descer as escadas e preparar um chá que me ajudasse a dormir. Por sorte, havia chá de valeriana no armário, o qual possuía propriedades sedativas que estimulavam o sono, fiz questão de misturar junto um sachê de camomila já que estava mesmo precisando relaxar. Fiquei observando a água ferver na panela, depois me sentei ao balcão para tomar aquela xícara de chá bem forte.
No caminho de volta, me obriguei a não parar em frente a porta do quarto do Jason de novo, caminhando direto para o quarto do Jordan, meu namorado. Ele continuava dormindo quando tornei a me deitar ao seu lado na cama, mas logo me puxou contra o seu corpo ao sentir a minha presença. Isso me arrancou um sorriso bobo, enquanto me aconchegava melhor entre os seus braços. Dessa vez, o sono não demorou a vir...
Pela manhã...
Um chiado ao longe ressoava baixo em meus ouvidos, até que finalmente despertei, abrindo os olhos com certa relutância. O quarto do Jordan ainda estava completamente escuro, já que as cortinas em suas janelas permaneciam fechadas, mas ele já não estava mais ali na cama comigo. A julgar pelo barulho do chuveiro ligado, acho que ele estava tomando banho. Me espreguicei embaixo das cobertas, abrindo a boca num enorme bocejo, depois me sentei, esticando os braços para cima.
Encarava a porta fechada do banheiro, ainda tentando sintonizar os pensamentos em minha cabeça, quando uma ideia acendeu. Jordan tomava banho, então eu tinha tempo de descer e preparar o nosso café, isso antes que ele o fizesse como de costume. Praticamente saltei da cama, me apressando a sair do quarto. Fiz minhas necessidades matinais no banheiro do corredor e, sem muitas opções, improvisei o dedo para "escovar os dentes", o que eu sei que era meio nojento, mas também a única opção viável no momento.
Desci as escadas prendendo os meus cabelos num rabo de cavalo alto, sem me preocupar se ficaria bagunçado ou não, só precisava que quebrasse o galho por ora. Entretanto, reduzi os passos ao alcançar a sala, pois ouvi duas vozes vindas da cozinha, as quais não demorei a reconhecer. Jason e Susana conversavam em bom tom, de muito bom humor, o que me permitiu respirar mais tranquila, pois aparentemente me preocupei por nada. Ele não parecia nem um pouco chateado.
– Oh, Lizzie! – Susana sorriu simpática, ao me avistar na porta da cozinha – Bom dia, querida! Acordada tão cedo?
– Ah, bom dia! – abracei um dos meus braços, meio sem jeito – Eu acabei de acordar.
– Venha, puxe uma cadeira, ainda estou terminando de passar o café. – ela se virou em direção a cafeteira sobre o balcão de mármore.
– Obrigada! – agradeci, caminhando em direção a mesa onde o Jason estava sentado de costas para mim.
Contudo, antes que eu sequer pudesse me sentar, ele se levantou abruptamente e, tanto eu, quanto a sua mãe tivemos um curto susto com o ranger da sua cadeira no assoalho. Parecendo não perceber, ou simplesmente não se importar o suficiente, Jason apenas se pôs a apanhar o seu capacete e mochila bem ao lado, indicando que já estava de saída.
– Não vai ficar para tomar café, querido? – questionou Susana, com o semblante confuso.
– Sinto muito, eu me enganei. – o vi passar a mochila por cima do ombro – Tenho que resolver umas paradas agora.
– Mas você disse que queria uma xícara de café bem forte, e já está quase pronto agora. – insistiu sua mãe, visivelmente preocupada com aquela pressa repentina.
– Fica para a próxima. – ele se virou para ir embora, sem ao menos olhar na minha cara – Se cuida, dona Susana.
O acompanhei com o olhar, enquanto se afastava caminhando para fora da cozinha e, somente ao sumir de vista, me sentei à mesa. Me questionava agora se eu havia sido o motivo para o Jason ter saído assim? Quer dizer, antes de chegar e atrapalhar sua conversa com a Susana, ele parecia leve, até estava dando risada, mas bastou o meu nome ser mencionado que toda a sua postura mudou. Primeiro ficou completamente calado, e depois...
– Eu estou sonhando? – a voz animada do Jordan me fez estremecer com outro susto, e logo suas mãos grandes pousaram em meus ombros – As duas mulheres mais importantes da minha vida resolveram fazer o café juntas hoje, é isso mesmo?
– Ah, eu... Acabei de chegar. – respondi baixo, e ele me roubou um selinho.
– Bom dia, querido. – disse Susana, com voz cansada.
– Aconteceu alguma coisa? – Jordan percebeu de cara.
– Não, é só o seu irmão... – ela negou com a cabeça – Você sabe como ele é. Acabou de sair todo apressado, sem nem dizer pra onde estava indo.
– Já vai tarde, por mim não tinha nem que ter voltado! – Jordan puxou a cadeira para se sentar ao meu lado.
– Não fale assim do seu irmão! – repreendeu sua mãe.
– Tá bom, mas passar pano para as merdas que o Jason faz, não torna ele um santo, mãezinha. – ele alcançou uma maçã na fruteira sobre a mesa.
– Quer saber, é melhor mudarmos de assunto enquanto tomamos o nosso café. – sugeriu ela, e concordamos com um aceno de cabeça.
Para ser sincera, eu não fazia a menor ideia do que pensar agora...
[...]
🍁. Lizzie com insônia pela noite, e o Jason todo frio com ela de manhã... Aiaiai 🥺
🍁. Será que o Jordan realmente não sabia que o Jason estava em casa? 👀
🍁. O que você achou do capítulo? Deixe seus comentários, e até o próximo 😘
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