28. Me deixa ajudar você?
"Eu sei que ele não é o cara certo para você. Pode me dizer se eu estiver enganado, mas eu vejo isso em seu rosto. Me diga por que estamos perdendo tempo? Quando, em vez disso, você deveria estar comigo... – Treat You Better, Shawn Mendes."
– Jason? – chamei seu nome em um impulso, e ele me olhou rapidamente por cima do ombro, franzindo a testa.
Normalmente, eu teria ficado extremamente constrangida com o olhar que ele me lançou ao se virar em minha direção, afinal, eu usava apenas uma camisa do Jordan. Foi o que ele me emprestou para dormir. Contudo, sabia que o Jason não estava pensando nisso, ele devia era estar se perguntando o que eu estava fazendo na sua casa aquela hora.
Com cuidado para não pisar em nenhum caco de vidro, já que estava descalça, me aproximei um pouco. Mas o Jason rapidamente deu um passo cambaleante para trás, esbarrando sem querer na mesa onde antes ficava o jarro que ele havia acabado de espatifar no chão do hall de entrada.
– Você está bem? – perguntei preocupada.
Em resposta, ele apenas rolou os olhos, soltando a sua mochila ao chão, visivelmente tonto. Seguido disso, levou a garrafa em suas mãos, a qual eu não havia percebido antes, até a sua boca. Agora as coisas pareciam fazer sentido. Aquele idiota estava completamente bêbado.
– Hey, você... – tentei tocar em sua mão, para fazer com que parasse de beber, porém ele me impediu ao recuar para o lado – Não devia encher a cara, não assim machucado.
Cerrei os punhos com força. Vê-lo bebendo sem controle me incomodava profundamente. No entanto, tudo o que eu conseguia pensar era: "O que estava acontecendo? Por que ele estava ferido e bebendo desse jeito?". Dei mais alguns passos em sua direção, mas tive os meus movimentos congelados quando o vi afastar a garrafa de seus lábios, me lançando um olhar tão gélido, que por um segundo me fez sentir um calafrio desconfortável me percorrer.
– Volta para o seu Jordanzinho e me deixa em paz, garota! – seu tom de voz estava tomado de uma frieza assustadora.
No entanto, ao vê-lo cambalear para o lado, rapidamente me apressei em segurá-lo, antes que caísse ao chão. E, no segundo em que lhe toquei, pude sentir que sua pele ardia em febre. Ao perceber o contato, Jason tentou se soltar de mim, mas não permiti, e nós dois esbarramos contra a parede. Ouvi minhas costas estalarem contra a superfície dura e gélida, então fechei os meus olhos espantando a dor.
O seu corpo era bem mais pesado do que o meu, e eu tinha total consciência de que não conseguiria apoiá-lo totalmente. O ouvi resmungar baixo, então tornei a abrir os olhos, a tempo de ver seu maxilar travar. Novamente, Jason tentou tirar o seu braço de cima dos meus ombros, mas eu o segurei firme dessa vez, encarando-o feio, o que o fez me olhar de volta com raiva.
– O que foi, caralho? Nunca viu ninguém bêbado, não? – sua voz soou pesada, numa grosseria só.
– Por que está bebendo tanto? – perguntei em tom sério, impulsionando um pouco os nossos corpos para frente.
– Hum... adivinha? Não é da sua conta! – ele respondeu como uma criança birrenta.
Rolei os olhos. No mesmo instante, Jason puxou o seu braço, me arrastando junto, apenas para tomar mais alguns goles daquele maldito whisky. O cheiro forte de álcool invadiu minhas narinas, causando um ardor que se estendeu aos meus olhos, quando meu rosto encostou quase contra o seu pescoço. Então, rapidamente me soltei do seu braço, recuando alguns passos, enquanto o via dar alguns goles no gargalo da garrafa. Ver isso me irritou ainda mais. Tentei puxá-la de sua mão novamente, mas ele me impediu, e seus olhos me encararam com reprovação.
– Não encosta, Lizzie! – suas palavras saíram entredentes – Qual foi? Só você pode se divertir aqui, por acaso?
Um sorrisinho maldoso surgiu em seus lábios, e eu fechei ainda mais a cara.
– Do que está falando? – perguntei, ao vê-lo tomar outro longo gole da bebida.
Assim que o Jason abaixou a garrafa, limpou os lábios com as costas da sua mão. Em seguida, seus olhos pareceram percorrer por todo o meu corpo, analisando minuciosamente cada centímetro, o que me deixou bastante desconfortável. Automaticamente, puxei a barra da camisa, a qual eu usava, um pouco mais para baixo, enquanto apertava uma coxa contra a outra, extremamente envergonhada. Afinal, Jason estava parado a um pouco menos de meio metro de mim. Escutei ele bufar o ar pelo nariz, balançando a cabeça em negação, antes de finalmente encarar os meus olhos.
– Tava trepando com ele? – seu semblante voltou a ficar irritado.
– Quê? – perguntei confusa, e o vi dar um passo para trás, apoiando a mão na borda da mesinha, em busca de equilíbrio.
– Quero saber se abriu as pernas ou não, Lizzie... – percebi uma fúria inexplicável surgir em seus olhos, que continuavam a encarar os meus, sem piscar uma só vez – Está surda? Eu te fiz uma pergunta. Responde!
– Isso... não é da sua conta! – falei firme, ao me aproximar dele novamente – Agora para de beber!
Tentei pegar a garrafa pela terceira vez, mas ele a suspendeu numa altura a qual seria impossível de eu alcançar. Bufei o ar com raiva pelo nariz, vendo-o sorrir maldoso.
– Parar? – Jason arqueou as sobrancelhas – Por que eu faria isso, pequena Lizzie?
Sua voz soou em completa ironia ao chamar meu nome imitando um bebê, e precisei respirar fundo para me controlar.
– É bem simples. Porque você está agindo como um babaca! – respondi sem rodeios, minha paciência tinha limites.
Ao ouvir aquilo, sua feição mudou completamente. O vi ranger os dentes, dando um passo em minha direção, o que me fez querer recuar, mas permaneci no mesmo lugar.
– Quem porra você pensa que é para falar comigo assim, garota? – seu tom de voz era desdenhoso – Não é ninguém! Não passa de mais uma que aquele imbecil está traçando. É só o brinquedinho novo dele, Lizzie!
– Você está bêbado, e está me ofendendo. – respirei devagar, espantando as lágrimas que insistiam em alcançar os meus olhos – Eu só... Eu não te fiz nada, só quero te ajudar.
Seus olhos encararam os meus com uma raiva inflamada que chegava a ser assustadora, e o vi se aproximar um pouco mais. Senti minha respiração pesar com o cheiro forte de álcool que me embrulhava o estômago. Então recuei dois passos para trás, esbarrando contra a mesinha ao lado da escada.
– Só vou falar uma vez... – ele dizia entredentes – Não preciso da droga da sua ajuda, então sai de perto de mim!
Jason tornou a levar o gargalo da garrafa aos seus lábios, o que provocou uma certa adrenalina dentro de mim. A princípio, eu queria cobri-lo de tapas por ser tão estúpido, tanto na forma grosseira que se referia a mim, quanto na insistência de continuar bebendo aquela porcaria, mas cerrei os punhos com força, me controlando.
– Jason, – usei um tom menos agressivo que antes – para de beber, por favor? Você não está bem, e está me assustando.
Ele afastou a garrafa dos seus lábios, dando uma boa olhada para ela, depois para mim. Então sorriu sem vida, cambaleando um pouco para trás. Respirei fundo, numa tentativa de permanecer calma, e ele estendeu a garrafa em minha direção, balançando ela de um lado para o outro, mas assim que fiz menção de pegá-la, ele a puxou de volta, travando o maxilar.
No momento em que abri minha boca para repreendê-lo, o vi arremessá-la com toda força contra a parede. O estardalhar de vidro quebrando, me fez gritar pelo susto. Estremeci, segurando firme na borda da mesinha atrás de mim, sentindo o meu coração acelerar dentro do peito. Olhei para a parede manchada pela bebida, e logo senti o cheiro forte de álcool que se espalhava pelo hall de entrada.
– SATISFEITA? – gritou Jason, cerrando o cenho ao me encarar, o que me fez encolher os ombros, sentindo meus olhos arderem pelas lágrimas.
– Para! Para de ser um babaca! – tentei parecer firme, mas a minha voz soou quase num apelo embargado pelo choro – Eu só quero te ajudar, seu estúpido!
– CALA A BOCA, PORRA! – Jason tornou a gritar, passando sua mão pelos cabelos, num claro sinal de que estava extremamente nervoso – Já disse que não preciso da sua ajuda, sai daqui!
Ele completou entredentes e, ao ver o ódio estampado em seus olhos, não consegui mais controlar minhas lágrimas. Sei que o Jason estava bêbado, mas não justificava me tratar mal só porque eu estava preocupada e queria ajudá-lo. Desviei o olhar, apertando a borda da mesa atrás de mim, numa tentativa de fazer as minhas pernas se moverem para longe dali.
Contudo, pelo reflexo consegui ver sua mão se erguer, o que me fez olhá-lo assustada ao sentir o seu toque suave em meu rosto. Arregalei os olhos, ao perceber que Jason tentava limpar minhas lágrimas. Nesse instante, também notei seu semblante mudar. Toda aquela irritação de segundos atrás pareceu esvair. Sua testa franziu, e ele me pareceu tão... confuso?
– Por que... Hey, por que você está chorando? – sua voz soou extremamente rouca, mas rapidamente afastei sua mão com aspereza, limpando eu mesma as minhas lágrimas.
– Por que estou chorando? – franzi a testa, e ele pareceu não entender – Você é um babaca estúpido, e eu sou uma idiota por tentar te ajudar.
Foi tudo o que eu disse, antes de finalmente recobrar meus movimentos, passando por ele tão apressada, que acabei esbarrando em seu braço ferido sem querer.
– Porra! – Jason murmurou de dor, mas não me virei para conferir.
Apenas segui em direção as escadas, tentando secar mais algumas lágrimas que rolavam quentes pelo meu rosto. Subi os primeiros degraus tão rápido, que realmente não sei como não tropecei e caí, mas o fato é que eu não queria mais olhar na cara do Jason, ele era um grosso, insensível e sem escrúpulos, que não merecia a minha atenção. Sei que estava bêbado, mas isso não era desculpa para deixá-lo me tratar mal.
– Caralho! Espera aí, Lizzie? – já estava quase na metade da escadaria, quando escutei ele me chamar, então parei, cerrando os punhos.
"Você não tem que se sentir culpada por machucá-lo, ele que foi um babaca!", tentei me convencer disso. Em seguida, fechei os olhos com força, contorcendo os lábios com raiva. A verdade é que eu já estava me sentindo culpada, ele estava bêbado, nervoso e machucado, fora a febre... Suspirei em uma visível derrota com os meus próprios pensamentos.
– O que foi, Jason? Ainda não cansou de me ofender? – perguntei de costas para ele, pensando em subir mais um degrau, mas não foi o que fiz.
– Só... Me desculpa, vai? – estremeci ao ouvir sua voz rouca soar tão descarregada dessa vez – Não queria te ofender, nem te assustar. Eu... Desce aqui, por favor? Acho que preciso de ajuda.
Jason pediu sem usar do seu costumeiro tom arrogante, mas sua voz ainda estava pesada pelo efeito da bebida. Respirei fundo, buscando um auto equilíbrio, então tornei a abrir os olhos, me virando em sua direção novamente. Ele estava ao pé da escada, com seu braço direito envolto ao seu abdome, me parecia estar mesmo sentindo dor agora.
"Merda, Lizzie!", me auto repreendi por ter esbarrado nele, pois vê-lo daquele jeito me incomodava muito mais do que as grosserias as quais gritou para mim. Balancei a minha cabeça para os lados, na tentativa de espantar as recomendações do meu cérebro de voltar a subir a escada para me manter distante.
E, sem demoras, me rendi a descer os degraus, um por um dessa vez. Pois, apesar de toda a falta de educação de sua parte, eu sabia que Jason estava mal, isso era visível, e me fazia se sentir na obrigação de ajudá-lo.
– Desculpa, tá? – ele pediu mais uma vez.
Ao encarar seus olhos, pude ver arrependimento sincero, então assenti, parando bem a sua frente.
– Vem, deixa eu te ajudar... – pedi calmamente, e ele estendeu o braço esquerdo para o lado.
Aquilo me arrancou um leve sorrisinho, afinal, um grandalhão daqueles admitindo que precisava da minha ajuda não era uma coisa que acontecia todos os dias. Passei seu braço por cima dos meus ombros, e logo seu peso recaiu um pouco sobre mim. Suspirei ao ceder apoio as suas costas, pois o tecido da sua camisa estava ensopado de suor por conta da febre alta.
Começamos a subir devagar, um passo de cada vez, pois ele era muito mais pesado do que eu, qualquer deslize... Se ele ao menos pendesse para trás, eu não conseguiria segurá-lo, e nós dois acabaríamos caindo juntos. Notei seu olhar sobre mim depois de um certo tempo, só que não me importei, estava concentrada demais nos degraus abaixo dos nossos pés.
– Você é irritante! – disse Jason, e logo depois deu uma curta risadinha, a qual foi interrompida por uma careta de dor.
Seu descontrole, nos fez pender um pouco para o lado, mas consegui recuperar o equilíbrio ao esbarrar contra o corrimão. Provavelmente ganharia uma roncha dolorida pela manhã, mas a essa altura isso era o que menos me preocupava.
– Se você fizer a gente cair, eu te mato lá embaixo! – tentei soar ameaçadora, mas pude escutar a sua risada abafada, enquanto voltávamos a subir – Estou falando sério, Jason!
– Vai se foder! Você não mata nem mosquito. – seu tom de voz soou com um fundo de risada – É toda delicadinha e frágil...
Senti minhas bochechas esquentarem, e seu olhar tornou a recair sobre mim.
– Cala a boca, seu idiota! – falei risonha, quando finalmente alcançamos o topo da escada.
– Idiota é você! Me fez quebrar a garrafa. – ouvi sua voz soar em um tipo de arrependimento ao olhar para baixo por cima do ombro – Droga! Aquele whisky era muito bom, Lizzie!
– Eu pedi para você parar de beber. – lembrei a ele, enquanto caminhávamos pelo corredor – Não mencionei que deveria bancar o imbecil irritado e arremessar a garrafa na parede.
– Mas você que me irritou! – seus olhos me encararam bem mais calmos que a poucos minutos atrás.
– Não irritei nada! – me defendi ao pararmos em frente a segunda porta a esquerda.
– Ah, irritou sim. Sabe quantas pessoas me xingam e saem ilesas? – Jason continuava me encarando fixamente, mas me concentrei em abrir a porta do seu quarto.
– Então só você pode xingar as pessoas? – o encarei de volta, por alguns segundos, ouvindo sua fraca risada.
– Eu preciso mesmo responder? – ele soou sarcástico, então desviei o meu olhar rapidamente, rolando os olhos.
Passei minha atenção ao seu quarto, que era mais ou menos do mesmo tamanho do de Jordan, talvez só um pouco maior. Cruzamos a soleira da porta para dentro e seus olhos ainda estavam fixos em meu rosto, como se Jason estivesse procurando por algo em mim, isso me deixava um pouco sem graça, mas resolvi não me importar. Afinal, ele estava caindo de bêbado.
Corri meus olhos pelo seu quarto que, diferente do de Jordan, parecia um mausoléu. Haviam latas de cerveja amassadas sobre a escrivaninha, e uma pilha de roupas sujas caindo para fora do cesto. A cama, com o edredom cinza, estava desforrada. E, bem no centro, tinha um saco de boxe, o carpete estava manchado com o que eu acho que era molho, a não ser que o Jason tivesse matado alguém ali dentro.
– Muito melhor do que o quarto daquele idiota, não é? – ele disse risonho, em uma extrema ironia, e eu rolei os olhos, rindo.
– Ah, claro que sim. – usei do mesmo tom irônico, e acabamos rindo juntos.
– Tá, mas agora que já viu, vai embora que eu preciso dormir. – Jason coçou a sua nuca, caminhando lentamente em direção a cama, o que me fez franzir a testa.
– Nada disso, você precisa de um banho gelado, está ardendo em febre. – lembrei, enquanto o via soltar os sapatos dos seus pés, mas ele não pareceu me dar ouvidos – Jason, você me ouviu?
– Sim! E não vou fazer isso. – ele respondeu, preparado para saltar na cama, então rapidamente passei a sua frente.
– Não vai deitar antes de tomar um banho! – falei firme, cruzando os braços ao ouvir sua risadinha.
Jason negou com a cabeça.
– Se continuar na minha frente, eu vou deitar em cima de você. – ele ameaçou, agora em tom sério – A escolha é sua, Lizzie.
Engoli em seco ao ouvi-lo. Não o queria em cima de mim, mas realmente não podia deixar que se deitasse daquele jeito, provavelmente a febre dobraria, e o Jason passaria mal. Podia até vomitar a noite pelo tanto que bebeu, ou sei lá... ter uma convulsão. Respirei fundo, tentando me acalmar, e apertei os meus braços quando ele olhou em minha direção outra vez, só precisava convencê-lo de ir para o banho, assim como o convenci de aceitar minha ajuda para subir as escadas.
– Jay, por favor? – tentei soar o mais doce possível.
Geralmente, isso funcionava com os meus pais quando eu queria que fizessem algo para mim. No entanto, o Jason continuou me encarando, como quem busca um auto controle para não partir uma coisa ao meio, ou não empurrar uma garota chata que lhe impede de dormir. O ouvi bufar o ar pelo nariz com força, e sorri quando ele olhou em direção ao banheiro. Acho que estava pensando em fazer o que pedi, o que já era muito bom.
– Não posso. – ele falou por fim, entredentes, e eu franzi a testa, como assim não pode?
– O quê? Por quê? – perguntei confusa, sentindo seu olhar recair novamente sobre mim.
– Primeiro, essa porra de braço tá fodido. E segundo, eu estou bêbado demais para conseguir me livrar dessa roupa com um braço só. – explicou ele, dando um passo a frente, mas o impedi de passar, estendendo minhas mãos ao seu peitoral.
– Como se machucou assim? – perguntei quase que por impulso, vendo-o cerrar os olhos ao me encarar – Quem fez isso com você?
Estava mesmo preocupada, geralmente as pessoas tinham medo dele, certo? Então quem teria feito isso? Alguém de uma gangue rival? Jason estava em perigo? Interrompi meus pensamentos ao escutar sua risada, vendo-o negar rapidamente com a cabeça.
– Fica tranquila, o cara pagou com juros por isso... pode acreditar! – ele respondeu risonho, o que me fez encará-lo confusa. Como assim com juros? – Mas agora anda, sai do meu quarto.
– Não até você tomar um banho. – continuei com as mãos postadas em seu peitoral, impedindo-o de passar em direção a cama.
Jason interrompeu sua risada no mesmo instante, arqueando as sobrancelhas em total confusão.
– Você é surda ou o quê? Não consigo tirar a porra da roupa sozinho! – repetiu ele, agora impaciente, fazendo seu hálito de álcool se chocar contra a minha cara.
Suspirei, relaxando os meus ombros.
– Posso... – pensei bem nas próximas palavras que iam sair da minha boca, mas não tanto que lhe desse tempo de se livrar de minhas mãos – Eu acho que posso te ajudar com isso.
O olhar de Jason me pareceu ainda mais confuso, mas em segundos ele conseguiu absorver a informação, então um sorrisinho malicioso se formou em seus lábios. Seus olhos mediram o meu corpo outra vez, o que fez meu rosto inteiro ferver, devia estar muito vermelha agora. Não me ofereci para tirar a sua roupa com segundas intenções, ao contrário do que ele provavelmente tinha entendido.
– Tá dizendo... Você quer tirar a minha roupa, é? – sua voz rouca soou extremamente maliciosa, enquanto ele tirava minhas mãos do seu peito, se aproximando até parar poucos centímetros a minha frente – Foi isso que eu ouvi?
– Não. Não do jeito que está pensando. Só vou te ajudar para que tome banho. Essa febre precisa abaixar. – respondi rápido, desviando de seu olhar.
Mas pude ouvir sua risada, ao tempo em que ele balançava a cabeça em afirmação, prendendo seu lábio inferior entre os dentes.
– O Jordan ainda não te comeu, certo? – sua pergunta me fez encará-lo com os olhos arregalados – Sei que não. E agora você está se oferecendo de bom grado para arrancar a minha roupa?
– Jason, eu já disse que...
– Tá bom. É para eu tomar banho. Que gentil e meigo, pequena Lizzie. – sua voz rouca soou extremamente maliciosa – Já que insiste, pode começar desabotoando o cinto.
Engoli em seco ao ouvi-lo. "Que ideia idiota, Lizzie!", a voz na minha consciência me condenava. Pensei em desistir, sair e deixá-lo cair sobre a cama, mas neguei com a cabeça, espantando aqueles pensamentos maldosos. Não me custava nada ajudá-lo com isso, mesmo sabendo que ele encararia com malícia, o que Jason Davis não encarava com malícia?
Respirei fundo, tocando o fecho de seu cinto, percebendo o seu olhar um tanto surpreso, seguido de um sorriso sacana que se formou em seus lábios. Assim que desabotoei o cinto, seu rosto se aproximou mais do meu, me fazendo estremecer, então desviei para o lado, enquanto meus dedos passavam a desabotoar a sua calça. Não sei explicar, mas nesse instante, Jason pareceu inalar o perfume dos meus cabelos.
– Tem alguma coisa diferente. Você trocou o shampoo? – ele perguntou próximo ao meu ouvido, e me arrepiei toda.
Como assim troquei o shampoo? Tá, eu usei as coisas do Jordan para tomar banho hoje, já que não planejava dormir aqui, mas desde quando o Jason sabia distinguir o meu cheiro a ponto de notar a diferença? Não sei explicar como me senti em relação a isso, talvez surpresa.
– Usei o shampoo do Jordan. – respondi, tentando não demonstrar o quão estranha foi aquela pergunta.
– Prefiro o seu. Tem um cheiro doce tão bom que me faz imaginar que é tão docinha quanto. – senti minhas bochechas queimarem de vergonha – Ele já provou o sabor que a sua boceta tem? Já te mostrou o quão gostosa você é? Aquele idiota já fez o favor de te dar um orgasmo? Ele te fez gozar?
– Jason, por favor, pare com essas perguntas?! – pedi, um tanto nervosa, enquanto tateava os dedos atrás do zíper.
– Hey-ey-ey! Calma aí, assim o meu amigão acorda aí embaixo. – ele deu uma risada maliciosa, e eu rolei os olhos.
– Deixa de graça, seu idiota! – acabei rindo também, mas de nervosismo.
Finalmente desci o zíper e, logo em seguida, enganchei os dedos nas laterais da sua calça.
– Assim eu não resisto, Lizzie. – sua voz soou ainda mais rouca que antes, e senti seu hálito quente se chocar contra a minha orelha, o que fez meus pelinhos eriçarem com força – Agora é a parte que você ajoelha e desce a calça pra mim.
– Vai se foder, Jason! – forcei um tom risonho, mas na verdade estava muito sem graça por fazer aquilo.
Em seguida, abaixei sua calça sem me ajoelhar, apenas inclinei o meu corpo um pouco para frente.
– Wow, caralho! Que belo traseiro esse seu, pequena! – ele falou extremamente safado, e rapidamente olhei para trás – Nada faltando ou muito exagerado, você tem as proporções certas, como se tivesse saído de um conto erótico. Eu te deixaria toda marcada.
Acontece que a camisa a qual eu estava usando havia subido, expondo mais do meu corpo do que eu gostaria naquele momento. Então me endireitei apressada, vendo-o apertar o enorme volume que o seu pênis formava em sua cueca, enquanto terminava de se livrar da sua calça com os pés. Senti minhas bochechas queimarem feito brasas, ao mesmo tempo que tentava puxar a minha camisa para baixo, a fim de me cobrir melhor.
– Podia ter ajoelhado. – Jason sorriu com malícia, se aproximando um pouco mais de mim – Eu já estava até imaginando como seria sexy você arrancando a minha calça nessa posição.
Sua mão tocou meu rosto em uma suave carícia, antes dele prender meu queixo entre o polegar e o indicador.
– Mas te contar, ver esse traseiro redondo e empinado foi bem melhor, Lizzie. – Jason falou completamente malicioso, aproximando o seu rosto lentamente do meu.
– Dá para você parar de...
– Ah, qual é? Só estou te elogiando. Bem que você podia me mostrar mais, o que acha? – ele me interrompeu, arqueando as sobrancelhas, e rapidamente afastei sua mão do meu rosto – Eu já vi os seus peitos rosados, e agora esse rabo gostoso... Então, o que preciso fazer pra você abrir as pernas e me deixar provar o quão saborosa deve ser a sua boceta?
– Ja-Jason...
– Não fica nervosa. – Jason deu um passo à frente, quase emparelhando os nossos corpos – Eu só quero te mostrar como um homem de verdade consegue dar prazer para uma mulher como você.
– Para com isso! – pedi, mas ao tentar passar para o outro lado, ele agarrou o meu braço, me virando de costas.
– Não dá uma de difícil... – seu corpo quente se colou ao meu, me fazendo estremecer – Eu sei que te deixo excitada, você também se sente atraída por mim, não é?
– Nã-não! – gaguejei nervosa, à medida que a sua mão livre acariciava minha coxa esquerda.
– Não minta pra mim! – rosnou Jason, em meu ouvido – Vamos lá, eu sei que você também quer. – sua destra me apertava para que eu não saísse do lugar – Você quer ser minha, Lizzie Andrews. Quer que eu te faça mulher, não é?
Confesso que suas provocações me desestabilizaram por um instante, fazendo um calor inexplicável surgir entre as minhas pernas, à medida que se esfregava atrás de mim, acariciando a parte interna da minha coxa esquerda. Enquanto sua mão subia por baixo da minha camisa, aquela voz rouca seguia sussurrando safadezas estimulantes no meu ouvido, me fazendo imaginar o quão gostoso seria ceder pra ele. Contudo, ao sentir o toque macio dos seus lábios quentes em meu pescoço, eu finalmente despertei do transe.
– Não, isso não está certo! – neguei rápido com a cabeça, me soltando dos seus toques num solavanco.
– Como não? – seu semblante me soou confuso, ao me virar de frente para ele novamente – Se for pelo Jordan, eu já disse que não conto nada pra ele... Aquele otário não precisa saber.
– Está muito enganado se pensa que eu sou assim! – passei algumas mechas de cabelo para trás da orelha, antes de cruzar os braços – Sei que está bêbado, mas exijo respeito. Então é bom você parar com esse tipo de provocação indecente!
– E por que eu faria isso? – sua pergunta tinha um fundo risonho, e senti sua respiração quente se chocar contra o meu rosto pela proximidade entre nós dois.
– Bom, para começo de conversa, porque eu estou com o seu irmão. – tentei lembrá-lo disso, mas o Jason negou com a cabeça, rindo anasalado.
– Está, é? Engraçado, não estou vendo ele por aqui agora. Aew, Jordan, pode entrar! – seu típico sarcasmo voltou a atuar, e ele olhou para a porta, por cima do ombro – Acho que ele não quer entrar não. O que quer dizer que agora você está só comigo.
– Deixa de ser idiota, seu mongol bêbado! – dei um leve tapinha em seu ombro esquerdo, vendo-o enfatizar uma dor inexistente com uma expressão facial que me fez dar risada.
– Gosto desse som. – Jason encarou os meus lábios, enquanto eu sorria, e franzi a testa em confusão – O som da sua risada, Liz. É bom de ouvir.
Aquela era a primeira vez que Jason me chamava por um apelido sem usar de ironia, sarcasmo ou malícia. Seu semblante estava totalmente calmo.
– Ah, hã... obrigada? – arqueei as sobrancelhas e ele ficou em silêncio.
Não sei o motivo, mas seu olhar me pareceu um tanto frustrado, e isso fez com que meu sorriso se dissipasse lentamente.
– Preciso que você sente na cama, para que eu tire a... – senti sua mão extremamente quente tocar meu rosto outra vez, o que me fez estremecer inteira.
Foi quando dei por conta de que estávamos perto demais e, antes que eu pudesse me mover, seus lábios ardentes se pressionaram contra os meus...
[...]
💎. MEU DEEEEUS! Jason bêbado é uma montanha russa de emoções, tadinha da Liz, sozinha para lidar com isso 🤦🏻♀️
💎. Como será que esse menino se machucou? Algum palpite? 👀
💎. E esse final? Jason não tem freios... kkkkkk como será que a Liz vai reagir a um beijo roubado?? 😳
💎. Se estão curiosas, deixem seus comentários, e apertem na 🌟 para votar no capítulo, que eu volto rapidinho com o próximo procês. Beijinhos 😘❤
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro