Capitulo 92: Patinagem no gelo...
O Justin fez a sua magia e saiu, à minha espera lá fora. Só pela forma como ele tratou a Alexa também eu queria ser uma destas pobres crianças em fase terminal. Não, é exagerado, nem é bom pensar... foi um pensamento egoísta e de mau gosto.
Entrámos no caro e voltámos para casa.
- Ei, o que é aquilo?- Perguntou quando parámos num sinal vermelho, no Terreiro do Paço.
- É só uma pista de gelo. Está aqui montada durante o tempo de Natal, nada de...
- Uuu!! Nós vamos!- Disse estacionando o carro.
A criança acabou de receber o seu presente de Natal! Estou feita, Deus...
- Tens mesmo a certeza? Parece que vai chover...
- Anda lá, avó!- Disse saindo do carro, e eu meio insegura. Trancou o veiculo e fomos até à pista.
- Mais depressa!- Sorriu para mim e pegou-me na mão, obrigando-me a correr à mesma velocidade dele.
Eu aposto que aqueci o suficiente com aquele simples gesto que até dava para derreter a pista toda em segundos!
- Dois pares de patins, por favor!- Pediu em português à senhora da recessão.
Calçámos os patins pretos e entrámos na pista... Ok, ele entrou na pista!
- Não vens?!- Perguntou surpreendido.
- Ham... sabes... é muito engraçado, vais rir-te de certeza... eu... nunca patinei na minha vida! Só nos patins em linha e aterro sempre de rabo.- Disse envergonhada.
- Bem... pois a mim era raro o dia que não patinava e como sabes, praticava hóquei no gelo, e vou ensinar-te a patinar!
- A única coisa a que vais dizer: Impossível em toda a tua vida!- Ri-me.
- Anda!- Disse com um sorriso.
A pista estava praticamente vazia, era-mos só nós, um casal e um grupo de 4 amigos a divertirem-se. Tendo em conta o tamanho da pista era muito pouco.
- Ok...- Entrei na pista e escorreguei de imediato: isto ia ser bonito, ia... Agarrei-me com força à barra de apoio.
- Tem calma... estás muito tensa... vá, agarra a minha mão.- Disse simpático. Eu devia estar um pouco cor-de-rosa e hesitei.
- Confia em mim, eu não te deixo cair!- Disse firme e confiante.
Ok, malta: tragam o extintor eu sinto-me tão vermelha que acho que dava para estrelar um ovo na minha testa!
Ele pegou na minha mão com cuidado, olhando-me para ter a certeza que eu concordava. Fechei os olhos e respirei fundo, não para ganhar coragem (eu estava-me lixando para a coragem neste momento), mas para controlar os meus batimentos cardíacos que deviam estar a 1000 à hora!
Ele levou-me devagar até ao meio da pista e começou a andar devagarinho comigo. Eu apenas olhava para os meus pés para ter a certeza que não tropeçava e lhe caía para cima. Eu tinha as mãos a transpirar, ou então eram as dele... Sim, claro!! Acorda e faz esta porra como deve de ser!
- Tudo bem... mas agora olha:- Ele largou-me por um momento.- Tens de fazer assim com os pés, virá-los ligeiramente para fora e dar impulso. Assim, vês?
Assenti com a cabeça e comecei a tentar o que me tinha explicado. O resultado foi fantástico: Aterrei de rabo!
- De preferência sem usar o Air Bag traseiro!- Disse a rir-se.
- AhAhAh... tão engraçado! Também me quero rir!- Disse tentando meter-me em pé.
Ele continuou a rir-se:
- Tu estás a rir-te de mim?!
- Talvez...
- Ai é?- Meti-me de pé com um pulo e comecei a correr atrás dele até o tentar apanhar.
Ele era muito ágil, patinar de costas, enquanto fazia piruetas, dando saltos... não importa era tinha imenso jeito e vamos ser sinceros: um tipo loiro que patina tão bem que parece nem tocar no gelo e tem um sorriso de deixar exércitos abaixo.... O meu anjo da guarda finalmente encontrou-me!!!
- Ham... Bia?- Perguntou a rir-se.
- Que foi, hã?!- Perguntei ainda irritada.
- Estás a patinar, princesa!
Olhei para os meus pés assustada e tropecei imediatamente, mas não doeu tanto assim, porque bem...
- Estás bem?- Perguntou tentando encontrar os meus olhos.
- Eu acho que sim... pelo menos acho que ainda não senti o frio do gelo.
Ambos rimos.
- Obrigada.- Disse recompondo-me.- Como é que tu és tão bom?
- Para um canadiano não saber patinar no gelo é como um português não saber surfar ou assim... Tu...
- Sim eu sei surfar, mas ficas sabendo que aí... 60% dos portugueses não sabem surfar, podes começar pelo resto da minha família!
- Não foi um bom exemplo...- Disse atrapalhado.
- Pois não.
Continuamos a patinar. Eu nem me saía assim tão mal, mas corava e sorria a cada segundo de cada vez que me lembrava de como o Justin tinha tido paciência comigo. E para não se notar tinha de morder o lábio para não deixar sair daquele comentários humilhantes em publico do tipo: "Own... foi tão foooofo!!"
Eu já passo demasiadas figuras sozinha, não preciso de companhia!
- Consegues patinar para trás?- Perguntou interrompendo os meus pensamentos.
- Não vamos abusar da sorte que hoje me caiu em mim...
Ele riu.
- Tudo bem. Tu é que sabes, mas não é assim tão complicado.
Tentei virar-me de costas e patinar dessa forma, a principio correu bem, mas depois tropecei nos meus próprios pés e cai de costas: Que.ver.go.nha!!
- Sabes o que é fiche no meio disto tudo?- Veio ter comigo.
- Boa, existe algo bom...- Revirei os olhos e aceitei a mão que me ajudou a levantar.
- Por muito tempo que eu fique fora, vou voltar e tu vais continuar a mesma: Adorável e desastrada!
- Quanto muito sexy e desastrada!- Que porra é que acabou de sair da minha boca, hã?! Por favor, não faças uma cara estranha.
- Também pode ser.- Disse divertido.
Olha tem assim tanta graça que eu me ache sexy que tu nunca paras de rir?! O que é que andas-te a cheirar lá na América?
Ficámos perto de 1:30H a patinar depois fomos embora. O rádio só passavas as melhores músicas, ou seja algumas músicas de JB, Ariana Grande, Maroon 5 e o melhor de tudo: O meu conjure com o Justin. As pessoas gostaram assim tanto que até pediam na rádio?
Fomos os dois a cantar e divertímo-nos imenso, mas a minha mãe ligou. Eu ei de estar a dizer "sim" no altar com alguém e ela a ligar para interromper a cerimónia.
O Justin baixou o rádio.
- Disse que iam chegar tarde: transito pela ponte... mais umas 3 ou 4 horas e estão em casa.
- Ok...
Ouvimos o Kill em with Kindness passar pela rádio:
- Que diria... a menina a cantar Selena Gomez...- Provocou.
- Eu engulo algumas músicas dela, mas a personalidade daquela americana com pernas não vale a ponta de um corno! caso não te lembres, eu tive para lhe ir aos cornos.
Disse com um sorriso superior.
- O que não aconteceu porque a menina Swift se meteu no meio... Aquela coisa ainda é mais chata que a amiga!
- Tu não lhe abrias os concertos, em pequeno?- Eu estava super-surpreendida.
- Sim, mas ela apresentou-me a Selena...
- Mais uma para a minha lista negra!
Ele riu e continuou.
- Depois começámos a conhecer-nos melhor e começámos a andar...
Bia sentiu um nó no estômago. Taylor Swift estava oficialmente fora dos seus planos!
- Mas a Taylor fazia de tudo para nos separar... algumas coisas que foram feitas e ditas, não tiveram remédio por sua causa.- Justin parecia tenso.
Bia refletiu e ninguém tinha o direito de se meter no meio dessa relação, mas Taylor conhecia Justin e sabia como ele funcionava, logo só queria proteger Selena...
- Lamento.- Disse com sinceridade.
Ele olhou para mim surpreendido.
- Quer dizer... eu não sou a maior fã da Miss Texas, mas o que Taylor fez com vocês não foi certo. Ela não tinha o direito de se meter entre vocês...
Ele sorriu, vendo que eu estava a falar a verdade.
- Mas...
- Tinha de ter um "Mas". Porque é que há sempre um "Mas"?!- Perguntou chateado.
- Temos de dizer que o que te levou a acabar com a Selena, não teve nada haver com a Taylor...
- Não vamos por aí. Cá para mim ela meteu a casa sob vigia...
- Nenhuma rapariga tem o direito de ser traída, muito menos dessa forma!- Fui firme. Eu nem queria pensar o que seria encontrar o rapaz que estava comprometido comigo, na cama com outra.
Ele não comentou, mas o seu olhar assentia que o que eu dizia era verdade.
O que volvia na minha mente era porque é que ele o tinha feito se dizia que era o mais importante para ele, e se a amava tanto. Não tem explicação.
O caminho foi todo um pouco tenso, mas finalmente chegámos a casa.
- Queres comer alguma coisa?- Perguntei tirando o casaco, o gorro e a gola.
- Eu estou bem.- Disse com um olhar firme.
Levámos as malas para o quarto e depois descemos para a sala. Ele já parecia mais calmo. Estava imenso frio e mesmo estando ao lado dele tapada com uma manta, ele chegou-me para mais perto, fazendo-me ficar muito rubra e nervosa... e desta vez eu não me estava a conseguir acalmar!
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