- Pai... papá do meu coração... luz dos meus olhinhos...

- Que foi Miranda? Eu já te disse que esta semana não comias mais gomas.- Disse o Justin de forma firme, quando a Miranda começou a ser "persuasiva".

- Não, não é isso. É que sabes, eu estive a ver e os DinoGreen vêm a Los Angeles daqui a uns meses e os bilhetes começam à venda em poucos dias.

- E...?! Bom pra eles. Se estavas preocupada com a minha carreira, querida filha, deixa-me dizer-te que o meu tipo de publico é outro, mas obrigada pela preocupação.- Disse como se não soubesse o que a crianças.

- Sim, porque ver um velho em tronco nu a fazer playback é o que qualquer rapariga gosta!- Revirou os olhos.

- Disseste alguma coisa?- Levantou uma sobrancelha.

- Nada de importante.- Eu só me aguentava para não rir.

- Posso ir pai? Por favor! Eu quero muito!

- Eu também queria que não tivesses puxado as cuecas ao teu amigo, mas não aconteceu.- O Justin disse e eu explodi a rir.

- Se ele fosse meu amigo eu não lhe puxava as cuecas: ele que não me chateasse! Mete-se com as minhas bonecas: mete-se comigo!- Disse evasiva.

Eu sorri, com um pequeno orgulho que não sabia bem de onde vinha.

- Pai... por favor...- Sentou-se ao colo do Justin e fez beicinho.

- Ah não! O beicinho não!- Disse o Justin cerrando os olhos.

- Por favoooooorrrr!- Disse abrindo-lhe um olho com os dedinhos e eu ri.

- Não Miranda!- Disse firme.

- Como não?! O concerto do DinoGreen é o concerto do século!- Onde é que eu já ouvi isso...? Sorri com o meu pensamento.

- Eu não me vou meter numa fila interminável de bilhetes.- Explicou.

- Podes comprar na net.- Simplificou.

Para quem andava a estudar filosofia, o Justin estava uma vergonha a argumentar!

- Eu não vou fazer de figura de urso a ouvir músicas de embalar no meio de crianças de chucha na boca.

- Ah pois! Não te esqueças disto!

- Ei! Miranda já ouviste BTS?!- Atirei.

- Se isso é um abrevio para Justin Bieber, não!

- Ouve:

- Que som!- Disse pegando no telemóvel.- Olha para estes passos!

- Não nego que tenham uma boa onda...- Sorriu o Justin ao ver também.

- O que é que estão a dizer?- A Miranda perguntou.

- Que interessa?! Têm ritmo! Isso é o importante! Eu sou bailarina procuro este tipo de sons!- Admiti.

- Esquece o Dino! Isto é música!

- Oh não! Olha para eles: usam brincos!! Isso é muito gay!- Negou o Justin.

- Pai, tu não gostavas de mulheres?- A pequena perguntou na inocência.

- Depende, o pai gosta apenas de uma mulher.- Olhou para mim, acho que corei.

- Mas também usas brincos.

- Mas os meus são mui macho e de diamante! 

- Os deles também.- Disse olhando o ecrã.- Olha este é tão fofo!!

- São todos iguais, só mudam a cor do cabelo.

- One time, one time...- Provocou Miranda e o Justin amuou.

- Para que conste, eu era muito fofo!

- Ninguém disse o contrário... Olha estas bochechinhas!!- Disse apertando as bochechas do pai e dando-lhe um beijo no nariz.- Que in, são badboys!!- Focou-se novamente no ecrã.

- Ah não! Está fora! A minha filha não vai ouvir essas músicas!

- Porquê?!

- Porque por várias experiências feitas e cientificamente provadas, as músicas deles não são inocentes, e viram má influencia com facilidade!- Uau... foi ele mesmo que disse isso.

- Antes eles que eu.- E foi para o quarto ver mais vídeos.

- Que foi?!- O Justin olhou-me. Deve de ter sido por eu ainda o encarar pasmada.

- Nada, absolutamente nada.- Sorri para comigo.

- Agora queria que me metesse numa fila. Eu! No meio da confusão!!

- Justin!- Disse a rir.

- Que foi?- Perguntou sério.

- Estás a provar do teu próprio veneno.- Sorri.

- Hã?

- Podes não saber, porque estás lá em cima no teu pedestal, mas o problema de não ir ao concerto do século e conseguir bilhete, é algo muito comum entre beliebers também. E não são todos os pais que estão para levar os filhos a um concerto em que aparece um tipo semi-nu em cima do palco.

- Oh tá! Mas a Miranda só tem 4 anos! Aos 10, quando ela tiver uma banda definida, eu não me importo de a levar a um concerto.

- Assim é melhor.- Concordei.

- Bia, ajudas-me a fazer esta coreografia?- Voltou para o meu lado.

- Porque não?!- Sorri.

- Mas não é agora, porque está na hora de ires para a cama!- O Justin falou com um sorriso.

- Mas eu não tenho sono.- Disse enquanto coçava os olhos.

- O pai conta-te uma história.

- Ok.- Saltou da cadeira e foi escolher o livro.

- Amanhã tens tempo de ir às compras com ela? A professora pediu mais materiais e vou chegar tarde.- Pediu o Justin acabando de jantar.

- Tudo bem, eu cuido da Miranda.

- Obrigada.- Sorriu calorosamente.

- Pai!!- A Miranda chamou.

Rimos os dois e ele foi.

- Boa noite!- Disse dando-me um beijo nos lábios.

- Dorme bem!- Segui-o.

Na manhã seguinte a Miranda foi para a escola com o Justin e depois de almoço fui busca-la, já que tinha um horário bem flexível (eles estavam no infantário, a única matéria que perdiam era pintar uma pedra a menos para o dia da criança, ou assim.)

- Vamos às compras?- Perguntou tirando o bibe que tanto odiava. Eu sorri.

- Sim.- Sorri no meu Mini dos 18 anos. Eu não quero mais carro nenhum se não este. O Justin até me disse um dia destes: "Podes usar um dos meus carros se quiseres, sabes disso certo? Não tens de me pedir." eu só respondi: "Não te preocupes, eu estou bem com o meu Mini!"

- O pai disse que ia comigo anteontem.- Disse baixando a cabeça na sua cadeirinha.

Mordi o lábio, eu odiava vê-la tristinha.

- Porque é que depois de acabarmos não vamos ter com o teu pai ao estúdio?- Sugeri.

- Ele deixa?!

- Nem sempre temos de fazer o que nos deixam, Miranda.- Sorri sapeca olhando a estrada.

Ela pareceu satisfeita com a minha resposta. Eu só espero que ela não a use como lição de vida: O Justin matava-me!

Chegámos ao Shopping, achei que depois de comprar-mos os seus materiais, podíamos ir fazer uma compras.

- Uau... isto é muito grande!- Disse quando entrámos na papelaria do Centro Comercial.

A pequena mexia em tudo e perguntava para o que servia e tentava usar. Eu sorri com a sua curiosidade, o meu pai disse-me que eu era igual.

Compramos tudo o que precisávamos, pagámos e saímos.

- Queres ir a outra loja ou assim?

- Eu precisava de comprar mais uns fones. Os outros estragaram-se.

- Tudo bem, vamos lá!- Entrámos numa loja onde ela viu que haviam uns fones de que gostava.

- Podemos ir.- Disse pronta.

Assenti e fomos em direção à saída, mas ouve algo que prendeu a minha atenção.

Umas leggings cor de rosa chock e preta a dizer JB94.

- Oh não... Tu eras fã do pai?! Afinal o que é que vocês vêem nele?!

- Eu vejo o meu atual namorado, o qual sempre foi a minha Crush!! Anda!

Entrámos na loja e procurei o meu tamanho indo experimentá-lo.

- É isto mesmo!!- Paguei e fomos ao McDonalds.

- Tenho de fazer xixi.- Disse depois de comer tudo.

- Vamos lá então.

Claro que por onde passávamos as pessoas olhavam e comentavam, mas ninguém se aproximou logo estávamos bem.

Depois, quando saímos, não vimos ninguém. Ninguém na zona de refeições, noa corredores, dentro das lojas... Nem se viam funcionários sequer. Olhei o relógio: 17:27H da tarde, não era a hora do feicho.

- O pai e a mãe fizeram um concerto de graça?!- Perguntou tão confusa quanto eu.

Sorri de leve com o seu comentário.

- Sim, tudo vazio. Vou já chefe. Não, ainda não vi a miúda. Sim. Até depois.

Passou por ali um homem de cabelos loiros escuros e olhos quase negros, vestindo cabedal preto com taxas e uma tatuagem no pescoço. Usava um daqueles skates eléctricos que o Justin tem vindo a usar.

Eu já visto acontecer!!

- Quem era aquele?

- Shhh...- Escondi-me com a Miranda.

- Bia...- Disse começando a assustar-me.

- Policia de Los Angeles: rendam-se e soltem os reféns! Nada vos acontecerá se se entregarem agora! Saiam de mãos no ar!!

Oh não. OH NÃO!! WHAT I'M GONNA DO?! JUSTIN WILL KILL ME!!

OH DEUS!!!

- Bia... o que é que fazemos?!- A Miranda estava em pânico, mas eu sabia que não ia chorar.

- Eu vou ligar à polícia saberão o que fazer. Miranda, tu vais ficar aqui Escondida e só sais quando eu voltar, certo?- Deixei bem claro. Não queria que corresse perigo.

- Bia, não me deixes aqui sozinha! A policia já vai tratar disto, por favor...

Eu pensei em ceder, mas precisava de tirar isto a limpo.

- Miranda...- Comecei.- Eu sei que tu sais ao teu pai: tu és inteligente, és empenhada, gostas das coisas à tua maneira e não dás ponto sem nó, mas também és como a tua mãe: gostas de surpreender, gostas da tua independência e não precisas de ninguém e aprecias a beleza interior das pessoas. Miranda, tu és muito inteligente, tu tens capacidades que ainda não descobriste, mas estão à vista... mas tens de ficar aqui. Eu não vou embora sem te vir buscar. Confias em mim?

Ela olhou à volta e pensou de forma forçada.

- Acho que vou ter de confiar...

Que bom!! A Miranda não confia em mim. Eu fazia uma crise se não quisesse dar nas vistas.

Ela escondeu-se atrás do caixote e depois de eu me certificar que estava bem fui tentar arranjar um plano para sairmos daqui... e com os reféns.