- Acorda...- Ouvi nos meus sonhos, mas só me virei na cama.

- Acorda!!- Gritaram e eu levantei-me assustada.

- Que foi?!- O Justin e a Miranda estavam a rir à minha frente.

Olhei para mim e tapei os meus seios o maia depressa que pude. Que vergonha Deus!!

- Eu acabei de fazer uma tour! No meu contrato estava estipulado que eu tinha horas ilimitadas de sono!

- Não me lembro de ter isso escrito.- O Justin deu-me um beijo e sentou-se ao meu lado.

- Porque é que tens marcas roxas?

- Ham... eu... Foi um bicho! Sim, isso mesmo: um bicho!- Disse feliz com a minha ideia, o Justin ria com um olhar maléfico. Bem... nós... coiso à uns dias e ainda não desapareceu.

- Que bicho tão estranho, como era?- É hoje que fica sem pau.

- Era grande, e se eu o encontrar outra vez fica sem órgão genital!- Apertei o pau dele com força e com as unhas.

- Au porra!- Disse contorcendo-se de dor.

- E se hoje fossemos ao parque?- Perguntei mudando de assunto.

- Podemos?- Perguntou com os olhos a brilhar.

- Ah não sei.- Provocou o Justin tapando a cara.

- Vá lá, vá lá, vá lá papi!! Por favor.- Pediu saltitando em cima do Justin.

Eu ri ao vê-los.

- Ok, ok...- Cedeu com um sorriso.- O pai adora-te.

- Eu também gosto de ti.- Disse com um sorriso.

- Quem é que não gosta?- Perguntou irónico.

- Os haters, os invejosos, os perdedores...- Enumerei.

- Já percebi.- Beijou-me.- Pipoquinha, porque é que e não vais pedir à Lisa para preparar o pequeno-almoço? O pai tem de falar com a Bia.

Oh não...

- Ok.

Ela saiu e o Justin trancou a porta.

- Agora nós!

- Ah não! Eu tenho de...

- Deixar-me ver as marcas desse bicho? Também me parecia.- Disse atirando-se para cima de mim.

- Justin... não, a Miranda...- Tentei ser forte.

- A porta está trancada.- A sua mão deslizou pata dentro da minha cueca.

- Acho que 5 minutos não fazem mal...- Cedi puxando o lençol para cima de nós.

...

- Tem cuidado, pipoca!- Advertiu o Justin, quando a Miranda correu para o parque.

- Já sabes para que infantário é que ela vai?- Perguntei.

- Ah... claro.

- Justin...?

- Ok não.

- Justin!- Repreendi.

- Tem mal eu querer ficar com a minha filha?!

- Não, claro que não, mas... ela tem de fazer amigos, mudar de ares. Faz-lhe bem. É bom para o seu desenvolvimento. Ela não vai deixar de te amar por ir para uma escola.- Confortei.

- E se houverem rufias?! E se ela não se souber adaptar? E se não fizer amigos?

- Justin, estás a exagerar.

- Não estou não!

- E estás a ser egoísta.- Cruzei os braços.- Porque é que não perguntas à Miranda?

- Parece-me uma ótima ideia!- Disse fazendo beicinho.- Miranda! Chega aqui ao pai!

A pequena largou o escorrega e correu até nós.

- Miranda... tu queres ir para uma escola?- Perguntou com algum receio.

- Faz-se amigos?

- Sim, muitos.- "Ajudou" a Bia.

- Quero! Quero muito!

Quebrou! My heartbreaker.

- Tu não gostas de ficar com o pai?

- Sim, eu gosto muito, mas também quero fazer amigos. A avó diz que é divertido.- Sorriu. Sem eu saber como conseguiu arrastar-me até ao baloiço.- Empurra pai!

Pai.

Essa palavra ainda me era tão estranha, mas era tão doce de ouvir.

Sorri e comecei a empurrá-la, com muito cuidado, como se pudesse partir. Olhei de soslaio a Bia. Observava-nos com um sorriso tão grande.

Ela foi tão compreensiva... Se fosse ao contrario eu sabia que não ia reagir de igual forma. Eu tive tanta sorte em encontrá-la.

- Mais alto pai!- Deu balanço.

- Mais?! Depois vais cair.- Disse o óbvio.

- Não vou não!

- Tudo bem.- Dei mais impulso.

A Miranda ria divertida e eu também. Estava tudo no seu devido lugar, finalmente.

- E se amanhã tu e a Bia fossem às compras?- Perguntei depois de ir-mos comprar um gelado.

- Ham... eu e a Bia?!- Perguntou olhando o chão e balançando as pernas no banco de jardim.

- Por que não?- Indaguei.

- Não, nada... é só que... não podemos ir só os dois?- Perguntou baixinho.

Eu tentei raciocinar. A Miranda não gostava da Bia?! Porquê?! Assim não dá!

- O pai tem de ir trabalhar, pipoca.

- Own... ok.- Disse triste lambendo o gelado.

- Mas o pai sabe que te vais divertir muito com a Bia.- Eu não queria que a Beatriz se sentisse posta de parte, claro que não.

- Quando é que vou para a escola?- Mudou de assunto.

Ela era inteligente. Sai ao pai!!

Mas é desconfiada também... ela parece pensar mais do que diz, pensamentos negros. Sai à víbora da mãe!

- O pai vai ver.- Sorri com o seu entusiasmo.

Depois do gelado fomos para casa, a Miranda correu para o quarto.

- Desculpa por ela...

- Justin, eu percebo a Miranda. Não faz mal. Não há nada a desculpar.- Sorriu-me.

Sentei-me ao piano e ela sentou-se ao lado comecei a dedilhar sem nada em mente.

A Miranda apareceu nas escadas e quando me viu sorriu e saltitou, aproximando-se de nós. A Bia afastou-se e sentou-a ao meu lado.

A minha filha encarava os meus dedos a flutuar pelas teclas, completamente em êxtase. Parece que tenho uma nova fã n° 1.

- É tão giro!- Disse batendo palmas animada.- Ensina-me, por favor!- Pediu sentando-se ao meu colo e virando os dedos para fora como uma profissional.

Eu ri com a Bia.

- A mãe tocava para ti?- Eu tinha esta curiosidade.

- Um pouco. Nunca me ensinou, disse que eu tinha de crescer mais um pouco. Eu gosto de a ver tocar: a mãe tem simpre as unhas tão impecáveis... e parece que os seus dedos flutuam nas teclas sem as afundar.- Tocou o piano de leve e sorriu lembrando-se das recordações.

Eu toquei piano com a Selena algumas vezes e a descrição da Miranda era tal e qual a minha.

- Pões este dedo aqui...- Peguei na sua pequena mão. A minha parecia a de um gigante ao seu lado.- E com a outra mão tocas deste lado.

Comecei a tocar uma melodia básica com os seus dedinhos. Ela sorria atarefada tentando acertar todas as notas.

- Consegui!- Abraçou-me com força.- Viste pai? Eu consegui!

- Pois conseguiste pipoca.- Alegrava-me a sua felicidade. O modo como as coisas simples a faziam feliz. Eu não me lembro de ter sido criança sequer.

- Posso pintar as tuas tatuagens?- Perguntou.

Eu ri admirado.

- Não.

- Vá lá! Eu prometo que pinto por dentro das linhas.

- Ah não! Justin Bieber não vai virar instrumento de pintura!- Desfiz o seu plano.

- Tudo bem.- Anuiu amuada.- Eu gosto das tuas tatuagens. São mais bonitas que as do Zayn.

- O Zayn?!

- Sim, ele ia lá a casa algumas vezes, brincava comigo, mas parecia sempre obrigado a isso.

Aquele resto de aborto soube primeiro que eu que eu tinha uma filha?!

- Tu também és mais bonito que ele.- Admitiu mirando as minhas tatuagens.

Agora começo a gostar...

- Aham, e porquê?! Como é que eu sei que isso não é só para teres uma sobremesa extra ao jantar?!- Abracei-a e beijei-a enquanto lhe fazia umas cócegas.

- Porque tens tatuagens bonitas, porque tens um sorriso bonito, porque tens uns olhos castanhos bonitos e porque tens uns músculos enormes, porque brincas comigo, porque me fazes as melhores cócegas, porque me fazes rir e porque és meu pai!

"e porque és meu pai!" Nossa... eu mesmo pai.

- Isso foi muito grande! Acho que tens direito à tua sobremesa!- Ela riu quando cutuquei o seu corpo onde tinha cócegas.

- Justin, o Sr. Scooter quer falar consigo.- A Lisa veio à sala, ficámos todos a encará-la.

- Mande-o entrar, por favor.

Ela assentiu e deu meia volta.

- Quem é Scooter?- Perguntou.

Beijei toda a sua face e os seus dedinhos.

- Justin, posso saber quando chegará o dia em que não me lixes as vendas?!

- É meu avô?- Perguntou baixinho.

- Felizmente não, é o agente do pai.- Sorri, esclarecendo no seu ouvido.

- Sempre é verdade!- Cuspiu.- Tu sabes o que fizeste?!

- Scott acalma-te, toma um wiskysinho... Não há aqui nada demais.

- Não há nada demais?! HÁ UMA CRIANÇA BIEBER!! Se Jelena estivesse no ativo, muito bem, mas assim?! Se as miúdas não aguentavam a Bia imagina agora?! Vão rir-se na cara dela.

Ele tem de tomar uns antidepressivos.

- Ninguém vai rir de ninguém! A Miranda é minha filha, e as pessoas têm de aceitar isso. Quem não o fizer sabe bem o caminho para casa!- Disse zangado.

Ele tentou pensar racionalmente, a Bia já tinha levado a Miranda para o quarto, felizmente.

*

- Então... estás a pensar investir em quê amanhã?- Perguntei.

Não era assunto para a pequena ouvir.

- Ham... não sei.- Abraçou o seu peluche e olhou numa direção completamente diferente à minha.

Com o Justin ela era toda extrovertida, comigo... era mais reservada.

Se eu estivesse no seu lugar agiria de forma igual.

- Gostas de sapatos?- Perguntei com um sorriso.

- Sim, eu gosto muito de tênis e também gosto de camisolas e camisas.

- Podíamos começar por aí amanhã.

Ela assentiu. Tentei saber um pouco mais sobre ela.

- O que é que gostas de fazer, Miranda?- Ainda lhe tentei chamar pipoca, mas podia levar a mal.

- Gosto de ver televisão, ouvir música e de pintar.

- Boa! Eu gosto de desenhar e de dançar. Gostas de desporto?

- Eu prefiro ver. Gosto de praticar alguns, mas tenho preguiça.- Sorriu.

Já estamos a quebrar o gelo...

- Quais são as tuas músicas favoritas?- Perguntei.

- Ham... Monster da Rihanna, We are never get together ou qualquer coisa assim da tia Taylor... Pouco mais. Também gosto das músicas dos desenhos animados. Gosto da Galinha fura o chão, do Gato maroto, da Raposa Ricky...

- Mostras-me alguma?!- Por respeito não ri, mas eu já estava a ver o Justin numa bancada de concerto a apanhar uma seca e rodeado de produtos de marketing pirosos.

É para ele ver o que muitos papás passaram na Purpose.

Ela mostrou. Ieue! Era horrível!! Será que ela já ouviu os CD's do pai?

- Vou mostrar-te eu agora.- Disse com um sorriso, pondo o CD On my world no rádio.

- Que fixe! Quem é?- Sorriu entusiasmada.

- Bem...- Sorri. Ela pegou na caixa do CD.

- O meu pai?! O meu pipocão?! Como é que o meu pai tinha a minha voz?! Ele era tão fofo!- Disse abraçando a embalagem.

Ora aqui estão alguns comentários que não se vêem todos os dias.

- Olha só este cabelo!! Peraí, porque é que o pai anda sempre de calças para baixo?- Perguntou de forma estranha.

- Se estás assim, então não pesquises de 2013 a 2015.

- O pai é famoso?- Perguntou intrigada.

Espera, o quê?!

- Bem... sim.- Disse sentando-me ao seu lado novamente.

- Como a mãe?

- Um pouco mais que a mãe.- Informei.

- Está tudo bem?- O Justin entrou no quarto.

- Sim.- Sorri.

- Porque é que não me disseste que eras famoso?- Perguntou.

- Bem... porque o pai achava que sabias.

- A mãe só disse que tocavas piano e cantavas, que ganhavas a vida a enganar raparigas ricas.

- A versão está mal contada...- Antes que dissesse mais alguma coisa interseptei-o.

- Como é que sei que não estás a ser convencido?!- Cruzou os braços.

- É justo.- Sorriu divertido.

Tirou a camisola e meteu uma foto no Instangram.

Segundos depois apitou.

"Que gostoso!"

"Casa comigo!"

- Uau!- Disse a pequena quando o pai lhe leu os comentários.

"Fode-me!! Estou loquinha por te ter na minha cama!"

- Ok, este é improprio.- Disse arrumando o telemóvel.

- Então, se tu és famoso, eu sou famosa, certo?!- Sorriu entusiasmada.

- Mais ou menos, mas podes crer que sou o teu fã n° 1!!- Disse beijando a sua testa.