Capítulo 171: 1° Discussão
- Olá querida...- A minha mãe chegou a casa, carregada das compras do mês.- Ajuda-me aqui.
- Tudo bem.- Fui arrumar as coisas da despensa.- Ei, sabes quem...
- Alô, alô!!!- O Justin bebia um iogurte na cozinha.
A minha mãe quase deixou cair o frasco da pimenta ao chão.
- Justin, querido! Como é que estás? Sentimos a tua falta.- Disse abraçando-o de forma maternal.
- Eu lá bem no fundo sabia que não me odiava...- Brincou. Eu ri.
- Eu não te odeio! Eu não te desejo mal nenhum, muito pelo contrário, mas não duvides, partes o coração da minha menina e nunca mais sais de uma cela fria e húmida!
Ele riu.
- Tudo bem.
- Acho que é isto que falta.- A Pattie entrou com um ramo de hortelã na cozinha.
- Muito obrigada, Pattie.- Sorri e juntei aquilo à canja.
Aquilo era uma canja metade minha, metade dela.
O Justin escapou para a sala pegando numa fatia de bolo disfarçadamente, eu ri baixinho. Afinal de contas, aquele bolo era para ele.
Sentei-me ao lado dele. Estávamos a ver um documentário qualquer. Pousei a minha cabeça no seu ombro e ele deu-me um beijinho na testa.
- Quando é que começam os meus ensaios?
- Daqui a uns dias. Isso é tudo vontade de voltar ao ativo?!- Sorri, olhando-o.
- Eu gosto de estar aqui, não me entendas mal, mas de vez em quando ter umas miúdas atrás de ti a gritarem: "JUSTIN BIEBER!!!" também tem a sua piada.
Eu ri.
- Está quase... só mais umas... semanas.- Disse sentindo o ar faltar-me ao aperceber-me da realidade.
Ele mesmo fez uma cara assustada, nenhum de nós se tinha lembrado disso.
- E depois uma Purpose Tour com a minha namorada!- Tentou aliviar.
- Pois... eu estive a lembrar-me do óbvio... Por muito que eu deseje isso, eu não posso. Tenho de fazer o 12º ano primeiro e depois então logo de vê. Se os meus pais não me deixam ir a um concerto iam deixar uma tour mundial, anos longe deles?!
- Tu prometeste!!- Ele estava furioso e com razão.
- Eu disse apenas que era o meu sonho...- Argumentei.- Justin, vamos ser sinceros: O teu mundo é muito diferente do meu, não que isso seja mau... só... não convergem...- Tentei explicar.
Ele não se conformou e voltou a olhar para a televisão.
- Tens o teu sonho à distancia de um oceano apenas e não o agarras...- Riu sem graça.
- Justin...
- Sabes quantas pessoas é que queriam estar na tua posição?! Milhões! E tu só não cumpres o teu sonho pelos teus pais e por um ano, que podes fazer depois da Tour!
- Sim, porque esqueci-me que estou a falar com o Sr. Fácil!!- Ok, esta era a nossa primeira discussão. Não era nada swag!
- Fácil?!
- Sim!! Tu estalas os dedos e tens um jato privado, miúdas, dinheiro, carros... Eu tenho que acabar a escola, ok?! No meu país não dá para viver da dança, no meu país nem dá para viver de qualquer tipo de arte! O meu país só come futebol, ao contrário dos EUA!
- Então vem comigo para os Estados Unidos!- Atirou olhando-me.
- Eu... eu não posso, eu tenho a minha vida aqui.
- E eu tenho a minha vida lá! Eu não posso adiar mais esta digressão, andei 4 anos a prepará-la.
- Eu sei, eu percebo isso mas... eu não posso. Desculpa, mas eu não me sinto confiante o suficiente para largar tudo e ir contigo.
- Não confias em mim, é isso?!- Ele possuía um sorriso retórico agora.
- Claro que confio, mas não é ir ali e voltar, é estar na América e mundo restante por 3 anos!!- Porque é que ele não me compreendia, ou pelo menos tentava?!
- Eu não tenho mais nada para te dizer.- Encolheu os ombros e mudou de canal.
- Eu também não tenho mais nada a justificar!- Levantei-me e fui para a sala de dança treinar as minhas várias coreografias.
*
Eu olhei-a quando foi embora.
Ela sempre me prometeu que ia comigo, o sonho dela estava a um milímetro de distância, ela não me podia fazer isto.
Não agora.
Ela não confiava em mim. Isso desfez-me por completo.
- Posso sentar-me aqui?- A minha mãe perguntou.
- A casa não é minha portanto...
Ela sentou-se e ficou a olhar-me.
- Que foi?!
- Nada, queres contar-me alguma coisa... algum problema...
- Não, nada mesmo!- Disse desinteressado olhando o programa de TV de baixo orçamento.
- Justin, nós ouvimos tudo e se queres a minha opinião foste muito... incompreensível com a Bia.
- Eu não perguntei!
- Achas que foi correto o que lhe disseste?- Insistiu.
- Claro que foi!! Ela diz que quer fazer uma tour comigo, depois arranja uma desculpa que não pode ser e ainda por cima não confia em mim!!- Passei-me de vez.
- Justin, ninguém disse que a tua vida é simples, mas... tu estás habituado a ficar fora de casa. A Beatriz, tem aqui os pais, os amigos, a escola... Ela confia em ti, mas esta relação é recente. Ela tem medo de que um dia vocês acabem a vossa relação e depois como é que ela fica?! Ela foi contigo, e apostou no teu amor e depois fica sozinha, sem nada nem ninguém.
- Isso não é desculpa!
- Tenta pelo menos pôr-te no lugar dela e depois... um pedido de desculpas ajuda sempre.- Deu-me um beijo na bochecha e voltou para o lado da Raquel.
Eu conseguia ouvir a música que passava no andar debaixo, mas ignorei. Eu não sei. Eu tinha uma ligeira sensação que a Bia não me estava a dar tudo o que tinha. Não me estava a dar todo o amor que eu sei que tem para dar.... À séculos que eu não recebo um abraço! (Ok, horas, mas eu carente, sim?!)
- Deixa ver o que é que está a dar.- A minha mãe pegou no comando.- Uuu! Masters of sex! Adoro esta série!!
- Estás a brincar?! Isso é tao mau, mãe!! E isto vem de um tipo que ia a uma putaria 6 dias por semana!- Disse irritado. Eu estava a gostar do meu programa.
Dei conta que a música tinha parado. Merda!!!
- Han!- Ouvi cuspir. Agora não... por favor.- Boa! Afinal sempre é verdade... não que eu desconfiasse que era mentira.- Riu sem graça cruzando os braços.- Eram loiras ou morenas, Bieber?!
Ela estava tao irritada. Deu um gole na garrafa de água desportiva... Como eu queria que aquela garrafa fosse o meu pau!
- Não é isso que estás a pensar, princesa!- Assegurei depressa indo ter com ela.- Eu só... falei da boca pra fora. Não ligues.
- Sai da minha frente.- Disse olhando-me com o maior desprezo.
- Bia, vamos...
- Agora, Bieber!!
Desviei-me e minutos depois, observei a janela da sala, vendo que estava no quintal segurando toda a raiva que tinha.
Passei as mãos pelo pescoço de forma nervosa.
- Uau! O meu filho não tem tanto charme quanto pensava...
- Mãe, deixa-me em paz!- Disse indo até ao quintal.
Entrei em silêncio.
Ela estava com um casaco desportivo preto e passava as mãos pelo cabelo, tentando acalmar-me. Eu só esperava que ela não estivesse a chorar, isso ia desfazer-me...
- Anjo, desculpa.
- Pelo quê?! Por seres um idiota de 5 em 5 minutos?! Não me parece!- Voltou-se furiosa a gritar. Ela não ia chorar, por isto. Era preciso bem mais.- Eu sei que acabaste de chegar e eu só faço dramas mas... Magoa-me, ok?! Magoa-me que me esfregues isso na cara a toda a hora, que eu sou uma no meio de muitas, e que posso ser trocada a qualquer momento...
- Não digas isso!- Emendei aproximando-me.- Isso é mentira, eu amo-te.- Murmurei.
- Da mesma forma que amavas a Selena? Da mesma forma que amavas a Baldwin? Da...
Beijei-a. Ela estava tao insegura... Eu não a julgava.
- Eu amo-te a ti, tu és a pessoa que mais amo e não existe mais ninguém, apenas tu, meu amor. Vai ser sempre assim.- Abracei-a e ela abraçou-me.- Desculpa, por ter sido um egoísta idiota à bocado eu...
Ela pousou o indicador sobre os meus lábios e acariciou o meu rosto com uns olhos muito doces.
- Tudo bem. Tu só não queres que eu me afaste, eu percebo.- Sorriu de forma fraca.
- Bia, posso perguntar-te uma coisa?
- O que quiseres.- Beijou o meu queixo, eu sorri e puxei-a para mais perto.
- Tu... porque é que me parece que queres manter a distância? Eu percebo que não te sintas confortável, eu vou com calma, eu não quero dizer que queira... bem, tu sabes... mas às vezes eu tenho a sensação que tu queres mais um beijo, mais um carinho, mais um abraço... mas vais embora, eu sinto-me mal com isso.
Ela olhou-me com atenção.
- Eu só... Claro que eu te quero encher de beijos até os meus lábios incharem e abraços até os meus braços doerem, eu só tenho receio que aches que estou a ser pegajosa demais e me aches muito chata e não me queiras mais.
- Bia, isso suou como se fosses um objeto que eu uso... Não! Eu amo-te! Eu quero que faças isso tudo comigo, eu quero fazer tudo isso contigo! Não tenhas medo, não tenhas medo que eu me vá, ok?! Eu amo-te e podes falar comigo sobre qualquer coisa.
Ela assentiu, um pouco embaraçada. Achei que era altura de aliviar o clima:
- Uau! A nossa primeira discussão! Devíamos ter metido num álbum de fotos, para depois juntar ao primeiro gelado!
Ela riu.
- Algo me diz que não vai ser a ultima...
- Podes crer! Ei! Lembras-te daquele chocolate que me mandaste pelo nosso 1° mês?- Perguntei entusiasmado.
- Como me poderia esquecer?!- Olhou-me de forma doce sem me largar, eu puxei-a para mais perto ainda, acabando com o espaço que havia.- Aqui está a minha prenda!
A sua língua dançava com a minha, os seus lábios encaixavam-se nos meus lindamente nos meus, de forma molhada e apaixonante. Deus, como eu a amo!! Eu sou louco por esta rapariga!
Acabei com vários beijos maia levesinhos e fiz uma coisa que sempre quis fazer...
Deixei uma trilha de pequenos e carinhosos beijos pelo seu pescoço e deixei um chupão, ficou bem roxo, talvez daí a minha cor favorita.
Ela gemeu um pouco. O seu primeiro chupão, assim eu espero.
- Quanto é que falta para o 2° mês?!
Eu ri e beijei os seus lábios novamente.
- 17 dias!
- Justin, eu sei que hoje não te dei muita atenção, e provavelmente não irei dar tanta daqui para frente, infelizmente, mas com isto da mostra...
- Está tudo bem, amor. Estás a falar com o tipo que quando está a planear uma tour dá tampas à família toda e arredores, mas como está a sair?
- Eu acho que bem. Sinto-me nervosa, apenas isso.
- Tens dormido, certo?
- Sim, Justin!- Revirou os olhos.
- Eu estou preocupado com o bem estar da minha baby, problema?!
- Não, não à problema nenhum. Eu gosto de quando dás uma de protetor!- Sorriu.
Ela usava um crop top, não muito curto, eu tinha reparado em algo.
- Tens quase tantos abdominais que eu!- Finji-me irritado.
Ela baixou o top o mais que pôde e riu envergonhada.
- A Mara e a Ana obrigaram-me. Acho que para se vingarem um pouco do meu regime ditatorial.
Eu ri.
- Eu não gosto de me ver assim... gosto de uma barriga lisa, mas não disto.
- Tragam o bolo de chocolate!- Gritei.
Ela riu muito.
Aproveitei e fiz os meus adorados ataques de cócegas, levando-a até à rede, onde se contorcia de todas as formas.
- Eu amo-te!- Parei e disse ao seu ouvido.
- Eu também te amo.- Garantiu beijando o meu pescoço e deixando um chupão lá. Eu esperava que estivesse bem marcado.- Au!! Isso doeu!!
- Desculpa!! Eu não queria...
- Eu estava a brincar, lindona! Adoro quando me fazes chupões e vê se não disfarças muito o teu...- Sussurrei no seu ouvido.- Quero que todos saibam que não podem aproximar-se da miúda do Bieber!!
Os pelos dela enriçaram-se por completo.
Assim sim: é bom estar de volta!
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