Capítulo 155: Notre-Dame
Ok a Ana mais parecia uma coelhinha da playboy, porque estava mesmo no cio quando o Justin lhe cantou o Be Alright.
Eu não vou mentir: amuei!
Ele diz que vai lutar por mim, mas faz uma serenata à minha melhor amiga?!
- E tu Bia?- Perguntou com um sorriso doce, os seus olhos brilhavam muito.
- Eu não quero nada!- Voltei a sentar-meu no meu banco amuada. Ele era um idiota chapado!!
- Let me tell you a story,
About a girl and a boy...
... Did you know your an angel?!
Who forget how to fly...
Começou a cantar no espaço entre o meu banco e o da Ana.
Eu não me movi, a sua voz eram como penas nos meus ouvidos.
Que parvalhão!!! Agora já tenho uma outra música favorita.
Vi-me virar para ele de forma inconsciente. Ele tinha um sorriso tão lindo, e tinha uns olhos tao lindos... e
Ele é todo lindo! Não admira que a Ana e o resto do mundo o queiram!
Ele acabou de cantar e eu não sabia se havia de chorar de felicidade, essa música nunca tinha batido tão cá dentro como agora. Eu só o queria abraçar e nunca mais largar. Não me importava se ele ia para a América, China, Lua... Eu ia com ele, eu queria ir com ele!
- Fazemos assim: eu troco com a Mara (que estava ao lado da Mariana), o Kico vem para aqui e a Bia vai para o lado do James. Que tal?
Eu corei muito.
- Na... Não! Não é preciso!
- Eu aceito!- Disseram todos depois do Justin.
- Por essa ficam todos nos bastidores no final do ano!
- Iupi! Vou conhecer o Justin!!!- Mara rebentou os tímpanos de todo o autocarro.
- MARA!!!
- Desculpem...- Murmurou.
- Alguém me pode dizer porque é que ela não fez metade deste festival quando lhe pedi para ser minha namorada?!- Disse irritado na brincadeira.
- Porque tu és uma cana rachada, e ele não!- Explicou.
- Admite de uma vez que ele é muito menos sexy que o Bieber!- Atirou o Justin a rir.
O Kico quase lhe deu um enxerto.
- Nem pensem! O meu bebé é bem mais sexy que JB!- Mara abraçou o namorado com força.
O Justin levantou a camisola e olhou-se.
- Mara, quando fizeres anos, eu compro-te óculos!
- Fico à espera!
O Kico deitou-lhe a língua de fora todo contente e o Justin estendeu-lhe o dedo do meio.
Eu ainda estava absorvida no meu mundo Fall.
A Ana agarrou em mim e sentou-me ao lado do Justin: parva!
Revirei os olhos, cruzei os braços e pendurei os pés no banco da frente amuada.
- What's up?! I'm Justin!- Disse na brincadeira.
Eu queria rir, mas fui forte! (Muito mesmo, porque o meu sonho sempre foi encontrar JB numa pastelaria e que ele me dissesse isto!)
- Que bom, porque... realmente ninguém sabia!- Dei-lhe a minha maior cara de desprezo.
- Que bom feitio!- Ironizou.
Eu disse que não lhe ia facilitar. Continuei amuada.
- Daqui a bocado vamos parar em Espanha, queres...
Ouvi ressonar imediatamente.
- Ok!
- Estás a ser impossível com ele!- Advertiu a Ana no banco à minha frente.- Ele ainda pensa que és bipolar!
Eu ri:
- O meu nome não é... Justin Bieber.- Baixei o tom.
- Ele está a tentar fazer a coisa certa, e ok, eu percebo o que ele te fez, mas... estás a ser casmurra com ele!
- Queres que eu seja como?! Ainda chegamos a Paris, ele encontra a Selena e começa:"Oi Bia, desculpa, mas eu gosto dela!"
- Eu sei. Ele humilhou-te algumas vezes, e tu já disseste que ele é impossível de ler e prever, mas... sesta vez, eu acho que... devias confiar nele, quando te sentires preparada para isso claro.
Justin acordou com um solavanco do bus, mas deixou-se ficar quieto, a ouvir a conversa de Bia.
- Eu quero, mas tenho medo...- Murmurou Bia.
- É claro que tens sempre um pouco, vais competir com Kendall Jenner, Hailey Baldwin, Nicola Peltz e não sei se mais alguma.
- Não é isso.- Murmurei.- Eu só... e se isto não der em nada outra vez? E se eu não tiver o que é preciso? Eu não quero que ele pense que gosto dele pela fama e pelo dinheiro. Eu... eu só queria o Butler...
- Eu sei Bia, mas o Butler é o Justin...
- E se ele deixar de gostar de mim pela minha falta de jeito?! Eu não sou especial! Eu não faço capas da Vogue, eu... não sou ninguém ao lado dele, Ana. Isso ainda lhe vai lembrar um dia e vai estar tudo acabado.- Disse baixinho.
- Já pensas-te que ele te prefira àquelas todas, por seres normal? Bia, tu és especial. Tu marcas os que te rodeias, tu influencias as pessoas, tu vaia trazer as estrelas do momento à desta da escola! Nem Scooter Braun conseguia isso! Tu és a melhor dançarina da europa e a Europa tem bailarinos fantásticos! Tu és especial Bia, e o Justin sabe disso!
- Mas... e se não for suficiente?
- Sabes que mais, não é por ganhares mais prémios que ele te vai amar mais.
Olhei-a confusa.
- Poupa-me!- Riu.- Não achas que é um pouco suspeito, nunca quereres ir ao campeonato nacional e agora até chegas aos mundiais?! Querida, na escola onde tu andavas eu era professora!
Eu atrapalhei-me toda:
- Eu só queria mostra-lhe que era boa em alguma coisa, pelo menos...
- Não tens de mostrar, ele sabe. Confia nele Bia, não te vais arrepender.- Voltou-se para a frente.
- Eu espero bem que não!- Desabafei.
Olhei para o corredor do autocarro e o Kico apontava para trás de mim divertido. Revirei os olhos.
Dizem-lhe que é mais sexy que JB e fica todo gajo. Sentei-me como deve de ser e senti uma aragem no meu pescoço.
Own... Ele estava a querer dizer que o Justin já tinha acordado e que ouviu tudo... EU QUERO UM BURACO BEM FUNDO!!!
Olhei finalmente para o meu lado.
- Que tal a sesta?
Eu devia estar mais vermelha que a filha da bandeira do Canadá!
- Muito boa até...- Tinha um sorriso divertido.
O autocarro parou e descemos para comer qualquer coisa.
- Uma sandes mista e um sumo de laranja, por favor!- Pedi em espanhol.
Entregaram-me o pedido e sentei-me no exterior com o resto da malta.
- Como é que falas espanhol??- Justin.
- O espanhol é a língua do amorrr!- Ri usando a sua frase.
- Ei!! Isso tem direitos de autor!- Fingiu-se zangado.
- Perdon, mas vocês não são as chicas que ganaram a competição de dança da Europa?- Uns rapazes espanhóis que falaram em metade português, aproximaram-se do nós.
Olhamos umas para as outras, seria mesmo?!
- Sim, somos nós.- Margarida.
Eles pareceram que tinham ganho a lutaria.
- Podem dar-nos um autógrafo?!- perguntaram estendo papel e caneta.
Nós ficamos tipo: Amo-te Espanha!!!
- Claro!
Autografamos os blocos dos 4 rapazes e tiramos foto.
- Gracias!- Agradecemos.
Eles sorriram todos contentes e firam embora.
- Que fixe!!- Dissemos todas.
- Acho que vou ter de começar a treinar os autógrafos!!- Brincou a Mariana.
- Eles não eram nada feios!- Margarida.
- Eu amo os meus fãs!- Atirou a Ana.
Tossimos:
- Nossos fãs!- Emendou.
- Parece-me bem!- Disse assim que recuperei a consciencia.
- Não sei... acho que devemos começar a impor a regra das fotos...- A Ana lançou uma indireta dispensada ao Justin.
Ele por eu lado, deu-lhe uma pancada tão forte na tola que eu pensei que a cabeça dela ia a sair a rebolar.
- Não era preciso isso!- Disse irritada.
- Nem o teu comentário e mesmo assim abriste a boca.- Respondeu calmo. Pela primeira vez calmo.
Eu comi a minha sandes ainda a pensar no que tinha acabado de acontecer: com fãs e fama o Justin ia ver que eu era importante, logo não me metia de lado!!!
*
- Que é que tanto vês?- Ana virou-se para trás farta de ouvir o barulho das teclas do telemóvel de Justin.
- Nada...- Disse sem a olhar, concentrado no que fazia.
Bia dormia no seu ombro.
- A menos que estejas a ter um ataque informático no telemóvel, algo de grave se passa...- Tentou outra vez.
- Não é nada...
Ana continuou a olhá-lo, Justin já estava tão habituado a ter olhares em cima de si que nem se incomodou.
- A Bia está completamente insegura contigo.- Informou, olhando a amiga.
- É... eu sei.- Justin olhou-a e deu-lhe um beijo na testa, Ana olhou com carinho.- Se fosse eu no lugar dela, também estaria... provavelmente nem dava mais nenhuma oportunidade.
- Justin... tem cuidado com ela, por favor.- Implorou Ana.
- Eu vou ter, prometo.- Sorriu-lhe.
O telemóvel acabou de carregar a página.
- Achas que ela prefere um jantar na Torre Eiffel ou no Alain Ducasse au Plaza Athénée?!- Perguntou indeciso.
(Alain Ducasse au Plaza Athénée)
(Restaurante na Torre Eiffel: As reservas chegam a ter 6 meses, no mínimo, de reserva. Os preços não são assim para qualquer um...)
- Hã?!- Ana parecia confusa.- Não, espera... não achas que ela se vai sentir um pouco estranha num restaurante tão caro assim?! Eu percebo que queiras fazer algo em grande, mas... menos é mais, estás a ver? Quando ela estiver completamente confortável podes levá-la a esses sítios todos pipis, mas e que tal... algo um pouco mais simples, à luz das velas... estás a apanhar a ideia? Só vocês dois, com vista para o Sena e Torre Eiffel... Ei, por acaso tens mesmo a certeza que queres levar a Bia?!- Brincou um pouco ao ver a cara de Justin, ela já se estava a ver ali com ele.
- Sabes?! Acho que uma vez na vida tens razão!- Disse refletindo nas palavras da amiga.
- A sério?! IUPI!! Estou pronta às 7H!- Disse contentíssima.
- Hum... não, não essa parte a parte do mais simples... isso fica para outra altura tipo... nunca!
- Essa doeu no orgulho...- Disse magoada.
- Sorry.- Sorriu divertido.
- 'Cause I'm missing much than just your body!- Aproveitou.
- Mais ou menos isso, sim.- Piscou o olho.- Onde é que eu vou arranjar um restaurante simples?!- Perguntou intrigado.
- Ok, eu vou deixar-te a pensar... P.S: Não faças asneira desta vez.
- Com a sorte que eu tenho vai ser difícil...- Revirei os olhos.
Ela olhou-me espantada.
- Ok, vá... não tão difícil assim.
Olhei a paisagem pensando no que fazer. Nunca conquistar alguém foi tão difícil assim para mim, mas... aí é que está a graça da coisa, não é verdade?!
Olhei para a princesa que encostava a cabeça no meu ombro. Dormia como o anjo que era, o anjo que eu precisava de mostrar que era digno da minha confiança para consigo, eu só queria dizer-lhe que a amo, mas tinha de ir devagar.
A Ana tinha razão, a Bia é simples, ia sentir-se desconfortável num restaurante muito caro, mas também não podia ser qualquer restaurante... nenhum restaurante é digno de a ter, mas há de haver algum contemplado.
*
O autocarro parou 7H depois e Bia acordou:
- Paris!!! Segunda cidade mais linda do Mundo!! Te amo!! Je t'aime!! I Love you! Amo-te! Mais alguém se lembra de outra língua?
Todos ficaram a olhar-me. Peguei na minha mala e saí do autocarro, sentindo o rabo dormente por causa de tanto tempo sentada.
Espreguicei-me e tirei as malas do autocarro.
Um monte de pessoas vieram a correr na minha direção e do Justin com folhas e canetas na mão.
- Cá está!! O pai já tinha saudades vossas, mas cuidado com as camaras, eu...
- Beatriz, tu travaille c'est fantastique! T'adore!
O queixo do Justin bateu no chão e os seus olhos saltaram das órbitas. Eu não sabia o que raio é que eles estavam a dizer, mas era bom de certeza.
- Eles disseram que te adoram e coiso e tal...- Disse vindo para o pé de mim, traduzindo as coisas com umas grandes trombas.
- Own... que queridos!!- Disse tirando uma foto com alguns e assinado outros.
Eu consigo habituar-me a isto. As raparigas saíram do autocarro e foram buscar as malas também. A Ana estava a dar autógrafos também, todos queriam um autografo de todas. Eu era a mais concorrida por ser... modéstia à parte, a melhor da europa!
- Merci!!- Dizia com as suas palavras chinesas para mim... a esta hora a minha professora de francês devia de estar a ponderar seriamente na minha nota...
Eu só via o Justin bufar... Não podia ser sempre eu a fazer de vela!
Uma senhora veio ter comigo e já se viam alguns fotógrafos de revistas e jornais franceses, para além dos muitos telemóveis a tirar fotos amadoras.
A senhora falou muito depressa e eu não percebi nada.
- Ela disse que quer fazer-te uma entrevista na NRJ, hoje às 4H da tarde.
- Sim!- Disse contendo o histerismo.
Ele disse qualquer coisa e ela sorriu, entregando-me um cartão:
- Ela disse que espera lá por ti, para não te atrasares. Deseja-te felicidades e boa sorte. No cartão tens a morada.- Acho que alguém prefere ser o centro das atenções do que estar a fazer de Sr. Invisivél.
Despedi-me dos fãs (que os professores começavam a afastar) e fomos para o hotel. Por onde passava as pessoas tiravam fotos e faziam comentários. A rainha chegou para tomar o seu lugar... na cama do rei... ao lado do rei... eu espero, não é?! Eu não quero que o rei fique de azedume comigo, por isto. Eu só quero brilhar um pouco, isso é errado?
Atirei as malas para cima da cama, partilhava o quarto com a Mara e a Ana.
- Já sabes que levar para a entrevista?- Mara.
Assim que lhes contei, elas ficaram mesmo felizes por mim. Elas também lá estariam. Elas iam dançar comigo, como a senhora informou pelo telefonema que o Justin fez por mim.
- Acho que isto... não sei... eu nunca fui a uma entrevista. Vou ter de dançar no final...
- Acho que já que não temos oportunidade de ir todas de igual, devíamos levar uma peça em comum ou uma cor.- Acrescentou a Mara.
- Sim, acho que têm razão...
Combinamos que todas íamos usar lenços ou encharpe.
- James, vamos dar uma... Porque é que vocês estão todos em boxers?!- Abri a porta do quarto do Justin, do Kico e do Alex.
- Porque não eras para entrar aqui assim!- Atirou o Kico vestindo umas calças.
Eu ainda não tinha tirado as mãos da cara. O Justin era o mesmo... eu tenho um monte de posters dele em boxer, por causa da CK (na verdade ele tem um pinto mais pequeno que na foto... a Ana disse que mudava com a ereção, eu não vou testar a teoria!!), mas os outros... Deus! Porque é que eu não aprendo a bater à porta
O Justin apareceu:
- Ok, eu fico com a cama da janela e não mexam nas minhas coisas sem pedir primeiro, e alguém me diz porque é que deixaram entrar uma fã fanática no meu quarto?! Vocês são os piores seguranças que já arranjei alguma vez!- Ele estava mesmo a precisar de atenção!
O Alex olhou para ele como se fosse idiota.
- Eu só queria saber se vinhas dar uma volta comigo... eu não conheço Paris, talvez pudesses...
- E eu tenho cara de quem conhece Paris?!- Pergunto feito idiota cortando-me, vestindo a t-shirt. Por muito que eu o odeie, ele fica sempre muito sexy a vestir t-shirts! (Cada rapariga é como cada qual, tá?! Não me julguem!)
- Não sei, mas já cá estiveste, eu não...
- Então é uma boa altura para começares a observar e descobrir não?! Tu aqui só estás a perder o teu tempo comigo.- Atou os ténis e nem me olhou ao falar da maneira mais rude possível comigo.
- Desculpe o incómodo!- Disse de forma irónica indo embora dali, saindo com as minhas amigas.
- O James?- Ana.
- Está a fazer birrinha!- Respondi.
*
- Porque é que lhe falaste assim?- Alex.
- Porque me apeteceu?! Não se vê logo?!- Continuou.
- Não se fala assim com ninguém, a Bia nem te fez nada para falares assim com ela!- Defendeu.
- Own... agora o loirinho vai defender a namorada!- Justin começou a atirar a lanha para a fogueira.
- Pelo menos eu sou loiro natural, não tenho de me pintar feito gaja!- Alex defendeu-se.
- Feito quem?!- Justin entrou em ebulição e levantou-se.
- Parem quietos! Parecem duas putinhas no cio! James anda cá fora!- Kico puxou-o pelo braço.
- Que é?!
- Porque é que falaste assim com a Bia? E eu quero saber! Porque tu foste péssimo com ela! Se a queres conquistar, tenho a informar-te que estás a começar pessimamente!
Justin baixou a cabeça:
- Eu sei...- Murmurou.- É só que... eu não gostei de ficar na sombra dela, é sempre ao contrário, eu gosto que seja ao contrário, talvez eu esteja com um bocado de... inveja da Beatriz...
- Justin, não tens de ter. Tu aqui és o único que não tens de ter. A Bia chegou agora, daqui a uns meses ninguém se lembra dela. Ela sabe que vai ser assim, ela também não quer aquela carruagem de gente atrás dela como tu tens. Ela só quer aproveitar isto um pouco, todos gostam de ser o centro das atenções às vezes. Foste tu que a incentivaste a fazer isto, não sejas assim com ela. Veste outra coisa e passeia por Paris, a ver se a França toda não te vai beijar os pés. Só... tu não podes ser assim com ela, ela não merece isso de ti!
Justin refletiu um pouco:
- Sim... tens razão... eu tenho de ir, até depois!- Disse correndo dali para fora.
Cheguei à emissora NRJ, eu ainda não sabia que fazer acerca do Justin, mas neste momento tinha de me concentrar noutra coisa.
Havia uma tradutora. Eles perguntaram algo geral sobre mim, como quando comecei a dançar, como foi o caminho até aqui, o que mais gostei, etc. e depois começaram para perguntas mais pessoais, em que eu só respondia se quisesse:
- Então, Beatriz, és uma rapariga muito bonita, tens namorado?
Eu sorri, eu gostei do elogio:
- Não, de momento não.
- Estão a ouvir rapazes, a latina está disponível façam fila!- Disse e eu ri.
- Então... mas diz-nos, se fosses até Hollywood que é que mais gostavas de fazer... resumidamente claro.
- Se calhar... entrar na Purpose Tour, ser considerada a melhor bailarina do "plantel" assim por dizer, ficar famosa, fazer um filme e ganhar um Óscar! Eu gostava muito de ser atriz, quem sabe um dia...
- Tens tudo pensado.- Disse o senhor surpreendido.
- Quando temos sonhos pensamos até no vestido que vamos usar, é um esboço do que queremos fazer no futuro, é naquele esboço que temos de nos focar e o projeto não tem de ficar exatamente igual, pior ou melhor, mas foi o que sonhámos.
O senhor concordou.
- E agora... disseste que eras belieber, certo... pelo que encontrámos algo aqui em Paris...
A porta do estúdio abriu-se e vi o Justin passar. O Justin Bieber, não o James Butler. Eu acho que dei um gritinho para o micro, porque o francês contraiu-se todinho.
Cumprimentou-me calorosamente como se não me conhecesse e eu fiz o mesmo (eu não estava a fingir, eu tinha JB nos meus braços!!!!!)
Falámos um pouco e assim, mas... daí para a frente a entrevista foi toda dirigida para o Justin, eu só respondia sim e não às perguntas que me eram feitas, enquanto revirava os olhos mentalmente.
Ele já veio aqui várias vezes, ele todos os meses tinha perto de 400 entrevistas para todo o lado e se eu dou um fraco raio de Sol, uma vez que seja ele tem de estar lá a sugá-lo para ter a certeza que não cresce demais. Ele é tão idiota!!! Como e que eu gosto dele sequer?!
Ele olhava-me com pena e entretanto o jornalista mandou-me para o palco com as raparigas e dançámos umas 2 músicas. Assim que pude virei costas e fui embora.
- Bia, onde estás?
- Algures!- Respondi firme e rude na chamada enquanto caminhava ao lado do Sena.
- Eu quero ir ter contigo, onde...
- Vai trocar de roupa, eles sabem como estás, topavam-nos aos dois.
- Tudo bem, ate já.
Arrumei o telemóvel dentro do bolso. Estava sozinha na rua de Paris a caminhar junto ao rio. Acabei por me sentar num banco. Havia uma névoa estranha no ar... calculei que fosse smoke, uma névoa provocada por gazes e fumos de fábricas. Isso não havia em Lisboa... nem no Porto!
Haviam ali dois passarinhos a picar o chão, à procura de algo, talvez comida, não sei.
Levantaram voo, o que me fez olhar para cima... e ver a catedral de nossa senhora, ou... a catedral de Notre-Dame.
Lembrei-me do corcunda de Notre-Dame. Era um filme que eu via às vezes, o meu favorito era o segundo filme.
Será que havia mesmo um corcunda a bater o sino da catedral?! Bem... eu vou descobrir.
Havia uma ponte de barcos ali, portanto atravessei-a. A Catedral estava aberta e vazia. Estava frio ali dentro. Do lado de fora as gárgulas assustavam-me um pouco e a estrutura da época gótica não era a mais acolhedora, mas lá dentro cheirava a cera e madeira.
Entrei silenciosamente pelo corredor principal, só se ouviam os meus passos. Se as pedras nestas paredes falassem... tinham tanto para contar, pensei: tantos pecados ouvidos, lamurias implorantes, salmos rezados, lágrimas derramadas...
Estava tão entretida nos meus pensamentos que assim que o sino bateu as 18:30H assustei-me e dei um grito. Subi umas escadas que davam para o capitólio e descobri que não era um corcunda, mas um pequeno martelo automático que fazia o sino bater... Ó bem, não pode ser tudo vindo da terra dos sonhos.
Desci. Haviam quadros de padres, cardiais e padres nas paredes, bem como as paragens da via sacra. Subi lentamente para o altar. Os vidrais coloridos de santos e anjos iluminavam o local.
A Bíblia estava aberta no pódio da leitura, onde um vidral a iluminava individualmente, dando-lhe um aspeto místico. Olhei o vidral. Era um anjo, o bonito anjo de olhar sereno e asas brancas, no mesmo momento senti um alivio estranho por dentro, como uma respiração ser solta de mim, ou um peso tirado... Comecei a desfolhar a Bíblia, estava em francês mas eu conseguia perceber um pouco.
"(...)Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei(...)"
- Tá certo! Deus anda um pouco desactualizado quanto a Justin Bieber!- Ri com os meus pensamentos.
O altar, ou seja onde eu estava, era o único sitio iluminado o bastante, o resto da igreja tinha apenas velas e era muito sombria.
Peguei na Bíblia e comecei a lê-la, sentada no chão, enquanto passava as páginas, ali no meio do altar. Eu não pegava neste maço da papel à anos... mas ainda sabia algumas coisas.
O órgão da catedral foi tocado e assustei-me pondo-me imediatamente de pé e arrumando a bíblia no sitio onde a encontrei. Não vi ninguém, apenas ouvi uma música... bastante familiar até... eu diria... "O fantasma da ópera".
Alguém cantava, com uma voz poderosa e tocava ao mesmo tempo. Eu não sabia que fazer, mas aquela música envolvia-me, como se alguma força se puxasse comecei a aproximar-me devagar para o centro da catedral.
O órgão parou. A minha respiração estava descontrolada, sem eu ter feito nada e o meu coração batia depressa, com o medo e Adrenalina.
Ouvi alguém descer escadas devagar e um vulto a alguns metros de mim, mas com contraste da luz e da escuridão não conseguia identificar quem.
- Eu... eu não queria incomodar, eu não estraguei nada sequer, está tudo no mesmo sitio, mas... quem és tu... você?
- Provavelmente o teu atual pesadelo, outrora sonho.- Disse aproximando-se.
Eu reconheci a voz:
- Justin?- O seu cabelo brilhava com a luz do vidrais a poucos centimetros de mim.
- Perdoa-me Bia, eu não queria magoar-te, eu só fiquei com um pouco de... inveja por tu seres o centro das atenções e eu não. Não é algo que costume acontecer-me. Tu tens todo o direito nisso, eu é que fui um autentico idiota contigo. Eu não queria estragar o teu momento na entrevista, eu senti-me mal, mas ligaram-me e... eu devia ter dito que não estava aqui.- Baixou a cabeça.- Desculpa, Bia, desculpa-me.- Ele parecia estar verdadeiramente arrependido.
- Justin...- Abracei-o com força, minutos depois abraçou-me a mim e senti o seu coração bater mais depressa, aquele abraço era tão bom. Eu queria dizer algo, mas não sabia o quê.- Eu adoro-te Justin, aconteça o que acontecer eu adoro-te!
- Bia... minha princesa.- Beijou-me a testa.
Apareceu da sacristia um senhor a gritar connosco:
- O que é que ele está dizer?- Perguntei assustada.
- Ham... que se não sair-mos daqui estamos fodidos e mais algumas expressões ilegais!- Disse correndo para a saída comigo pela mão.
Eu ri e saí dali com ele.
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