O Perigo
- Malú? - chamou e eu me virei para ela - não precisa babar no garoto. - disse com um sorriso malicioso no rosto.
- Não é nada disso, só estava pensando no que meu pai disse sobre os Shaldon. - não era em tudo uma mentira.
- Sabe que não pode me enganar,né? - dura realidade - não vou negar que fiquei curiosa, afinal, por que o sr. Jhonattas Shaldon veio com essa proposta só agora? que tipo de pessoa deve ser o primogênito dele? porque para aceitar se submeter a essa loucura absurda ele não deve ser boa gente.
- Espero que ele não tente nada, já basta o que ele fez no passado. - disse, mas logo alguém se intrometeu.
- Bom dia Marriê! - Andrew falou com sua voz grave e eu me pergunto por que meu Deus? até a voz do cara é inebriante. Mas eu não posso perder a compostura.
- É srta. Mollo, para o senhor e sim, está um excelente dia. Muito bom dia para você também sr. Shaldon. - disse fria, esboçando um sorriso cínico ao final da frase.
- Não precisa ser tão formal comigo, srta. Mollo? - falou claramente desconfortável em ter que usar um pronome de tratamento tão formal acompanhado pelo meu nome. Liz abafou o riso com a cena.
- Acredito que seja um necessidade. - falei ainda fria.
- Por que está...? - ele ia perguntar algo que sei bem o que era, mas foi interrompido pela gazela saltitante e exibida.
- Querido? - disse cantarolando e eu não sei o que é pior sua voz ou fato e ela ter o chamado de "querido" na minha frente e ele parecer aceitar ser chamado assim por ela. - O que faz aqui com essa criatura vulgar? - eu não acredito que essa mocreia me chamou de vulgar.
- Olha aqui sua mal amada - A Liz, em minha defesa, como se percebesse que eu estava por um triz de ralar a cara da Stacye no chão e ser expulsa. - Guarde seu veneno para você e os da sua laia, porque as únicas criaturas vulgares que estou vendo aqui é você e essa sua manada ridícula - disse apontando para as amiguinhas venenosas da Stacye. - Sua Barbie de garrafa. Não é por você ser essa pessoa idiota que é a Malú te lembra todo dia do quão nojenta e desnecessária você é, seu projeto de assombração que deu certo. - A turma explodiu em gargalhadas, a Stacye ficou mais vermelha que um tomate e saiu da sala rapidamente,visivelmente constrangida. Como eu amo minha amiga!
Liz veio na minha direção rebolando de cabeça erguida, apenas levantei a mão e ela me deu um "toca aqui" passando por mim e se sentando em seu lugar atrás de mim, Eu por outro lado continuava a fitar como um sorriso irônico um Andrew que se encontrava ainda sem reação.
O professor entrou na sala e mandou todos se sentarem em seus respectivos lugares e só então o Andrew despertou e foi se sentar. A aula passou bem rápido e logo o sinal tocou; Andrew ia tentar falar comigo de novo, mas a insuportável entrou no caminho apressadamente e o convidou para algo que não consegui ouvir. Por que isso me importa? que droga!
- Ei amigaaa? - cantarolou Liz e eu ri de sua infantilidade irremediável. - tudo certo para hoje?
- O que tem para hoje? - pergunto tentando parecer séria.
- Tá brincando, né? - eu não consegui segurar mais o riso diante de sua cara de frustrada, confirmando que ela estava certa. - que horas vamos ao shopping hoje?
- Que tal agora? - perguntei logo vendo que a ideia lhe agradou. - do jeito que você demora para escolher as coisas talvez eu chegue em casa antes das aulas de amanhã - provoquei rindo.
- Há há! engraçadona você, em? - revirou os olhos - não sou eu que está com dificuldade para escolher - rebateu e eu parei de rir - Então vamos! comemos algo lá mesmo.
Decidimos ir a pé para aproveitar melhor o passeio; liguei para casa e mandei o Jheffrey, motorista da família, buscar meu carro no estacionamento da universidade. Conversamos e sorrimos o tempo todo atraindo olhares por onde passamos, sempre foi divertido sair com a Liz. Chegamos ao shopping e fomos para a praça de alimentação, porque a Liz não parava de reclamar do quanto estava faminta, me pergunto para onde vai tudo que esse alfinete come, mas é como dizem " corpo de princesa e prato de pedreiro". Compramos sapatos, roupas, joias e maquiagem; o que quer dizer que a Liz comprou bastante eu acabei com apenas duas sacolas. Nem vimos a hora passar, já era noite, deveria ser umas oito da noite quando saímos do shopping, optei por ir a pé para casa. As ruas estavam um pouco desertas, mas não tinha medo pois meu pai me fez ter aulas de defesa pessoal desde que eu era criança, além de ainda ter aulas de esgrima na qual eu me esforço em ser a melhor.
Continuei andando pelas ruas desertas até ver algo que me chamou a atenção. Em um lugar próximo a um beco escuro, dois caras agarraram uma menina e a estavam arrastando para o beco próximo. Tentei desviar o olhar, sem sucesso.
- Vamos Marriê, você consegue. - falei para mim mesma - continue andando, isso não é da sua conta. - meus passos foram diminuindo o ritimo a medida que me afastava do local. - não banque a heroína Marriê Lucie - disse, mas não adiantou muito pois quando o som dos gritos da garota chegaram em meus ouvidos eu me vi voltar correndo rumo ao beco. - droga!
Entrei no beco e o que vi me enraiveceu, a menina estava com o rosto inchado e os lábios sangravam, seu cabelo estava desgrenhado e sua blusa social aberta, os botões se encontravam no chão. Parti para cima do primeiro lhe dando um soco do qual ele desviou por reflexo, proferi um impropério mentalmente, ele me olhava com incredulidade, acho que não acreditava no que seus olhos estavam vendo, ele estava sendo desafiado e enfrentado por uma garota tão pequena. Ele tentou me socar, mas esquivei com agilidade, dei-lhe um soco no estômago antes que ele recuperasse a postura, botei toda a minha força e peso do meu corpo no golpe o que o fez ficar sem ar e cair de joelhos, aproveitei a oportunidade e dei um chute em seu rosto e ele caiu de lado ainda sem ar e com o nariz sangrando. O outro que assistia a cena, soltou a garota que caiu sentada no chão com um olhar vago e taciturno visivelmente desolada; ele tentou me socar mas abaixei , investi contra ele também, mas ele era mais rápido que o outro; me deu um soco no rosto que me fez cambalear para trás desorientada, senti o sangue escorrer pelo meu nariz. Ele tentou me agarrar porém me desvencilhei de suas mãos, ainda estava meio grogue, mas logo tratei de consertar minha postura com os punhos erguidos em posição de luta; avancei sobre ele e dei três socos em sequencia dois dos quais ele desviou contudo o terceiro lhe acertou no flanco direito.
Ele veio para cima de mim mais uma vez, me esquivei de sua sequencia de dois socos e um cruzado, deu um um quarto soco do qual também desviei, mas no quito não consegui pois já estava exausta. Cambaleei para trás e ele logo me prendeu pelos braços me fazendo perder totalmente a postura, tentei chuta-lo porém foi em vão. O outro já se erguia proferindo impropérios e vindo em nossa direção ao ver que eu estava rendida deu uma gargalhada cruel.
- Não esperava apanhar de uma garota, principalmente uma tão pequena - tentei avançar contra ele mas o outro me apertou ainda mais. - Você é bem fortinha, mas não tinha chances contra dois caras. - falou sorrindo e tirou um canivete suíço do bolso de sua calça.
Não tinha percebido o tamanho da loucura que tinha feito,até ver ele vindo em minha direção. No que eu tava pensando? Vou morrer aqui ? se eu morrer meu pai me mata pela minha imprudência.
- Vai aprender a não se envolver em assuntos que não lhe dizem respeito. - disse se aproximando de mim lentamente e me beijou, um beijo nojento, parou ao ouvir o som de um aparelho vibrando. Ficou alguns segundos parados próximo ao meu rosto com os olhos fechados; então se virou, cerrou o punho e apertou o canivete com mais força, começou a caminhar pacientemente em direção a garota como se saboreasse o que estava por vir. - você só pode ser burra. O que fez? - Perguntou a menina.
- Não! NÃO! PARE!- eu dizia tentando me soltar - NÃO A MACHUQUE! POR FAVOR! eu imploro e... faço qualquer coisa. - ele parou e se virou para mim com um sorriso malicioso.
- Qualquer coisa? - perguntou e eu estremeci; ele caminhou em minha direção novamente, com calma. No que eu tava pensando? agora, por minha culpa, dentro de poucas horas estaremos as duas morando em um lindo jardim sete palmos em baixo da terra. - você falou qualquer coisa? - apenas assenti. - e o que você acha que pode me oferecer que eu já não tenha? dinheiro? prazer? acha que não posso conseguir essas coisas por outros meios? - seu sorriso desapareceu dando lugar a sua expressão raivosa, o que me fez congelar. - talvez eu me satisfaça vendo-a se contorcer em agonia.
Ele puxou seu braço para trás se posicionando para me apunhalar com o canivete eu apenas fechei os olhos e esperei a dor vir e a morte iminente, pois estava ciente de que ele não erraria meus pontos vitais daquela distancia, além disso seu alvo estava parado e rendido, no caso eu. Esperei o inevitável e um grito se enganchou na minha garganta, imagens da minha vida toda passou diante dos meus olhos, continuei aguardando a estocada da lamina, a essa altura já chorava por ter um fim tão medíocre, mas nem a morte, nem a dor vieram, apenas ouvi um baque surdo; criei coragem e vagarosamente abri meus olhos. O homem que antes estava diante de mim havia sumido, a menina continuava deploravelmente no chão aos prantos, logo os braços que me prendiam afrouxaram e corri para junto da garota. Olhei em volta a procura de meus agressores e logo os encontrei, mas meus olhos se recusavam a crer no que estava vendo.
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É isso aí meus amores. Tonara que estejam gostando de ver essa história junto comigo.
Em breve teremos outro capitulo.
Deixem seus comentários e não esqueçam da estrelinha se gostarem do capitulo.
Amo vocês.
É nois! falou! tamo junto!
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