Capítulo 14
»Capítulo 14
Quando olho para o lado, vejo Beatrice me elogiando e apontando a câmera do celular para mim, ela estava me filmando. Fiquei com tanta vergonha que queria enfiar minha cabeça no chão, que nem um avestruz em desenho animado, mas acabei só tendo uma tentativa falha de esconder meu rosto com as mãos.
— Ah poxa, não precisa ficar com vergonha, Adam. — Beatrice dizia enquanto abaixava o celular já parando de filmar.
— É que eu não sou acostumado a cantar na frente de pessoas. Eu tenho um sonho de ser vocalista ou guitarrista de uma banda, mas eu sou muito tímido para isso e também não gosto muito de ficar entre muitas pessoas.
— Se alguma banda te convidasse para ser vocalista, você aceitaria?
— Eu não sei... Acho que sim.
— Bom, então acho que posso te ajudar.
— Me ajudar? Como?
— Se você me autorizar a postar seu vídeo cantando em alguma plataforma, eu posso divulgar até chegar em alguma banda e podem te convidar a participar a dela, então, o que me diz?
Era uma proposta boa, mas eu tenho muito medo de algo dar errado e eu acabar desenvolvendo ainda mais traumas e ficar ainda mais doente do que já sou.
— Ah, Beatrice, eu não sei... Acho que vou aceitar, mas eu não estou 100% com isso.
— Que bom que concordou! Mais ou menos mas concordou, eu vou postar o vídeo então.
E ela postou mesmo, na legenda do vídeo ela colocou meu nome, a cidade onde moro e o bairro.
Fiquei conversando mais com Beatrice sobre o meu sonho, mostrei a ela algumas músicas que eu compus desde a época que morava com meus pais, nunca mostrei minhas músicas para ninguém, então fiquei com medo dela não gostar, mas fiquei surpreso quando ela disse que amou.
Conversamos por pelo menos uma hora, só paramos porque ficamos com fome, então decidimos ir no mercado para comprar algumas coisas para fazermos um jantar. Eu odeio ir no mercado, porque todo mundo me olha com um olhar de estranheza, mas eu não ia deixar Beatrice morrendo de fome, então fomos para o mercado mais próximo do prédio.
Chegando no mercado, peguei um carrinho e fui para o corredor onde Beatrice estava me esperando.
— Me leva! — Ela dizia entrando no carrinho e sentando nele como se fosse uma criança — Vamos comprar café?
Me senti como se fosse o pai dela levando ela para comprar besteira no mercado.
Enquanto passávamos pelos corredores, Beatrice apontava o que poderíamos levar, ela realmente estava parecendo uma criança. As pessoas olhavam para ela e davam risadas, como Beatrice é bem extrovertida acabou não ligando muito, mas confesso que tive vontade uma pequena vontade de largar ela lá, eu odeio ter atenções voltadas a mim, eu me sinto como se estivesse sendo meio humilhado e fico com bastante medo.
Depois de quase termos enchido o carrinho de compras, fomos para o caixa e finalmente Beatrice saiu do carrinho. A mulher que atendia no caixa ficou me olhando com um olhar desconfiado e curioso, estranhei, mas não disse nada. Quando saímos do mercado, a mulher chamou Beatrice para falar algo a ela.
— Que mulher louca! — Dizia Beatrice enquanto voltava para onde eu estava.
— O que ela disse?
— Ela perguntou se você era doente, eu mandei ela ir tomar aonde o Sol não bate.
Fiquei um pouco triste com a pergunta da moça, mas ao mesmo tempo dei risada do que Beatrice disse a ela e fiquei com um pouco de pena dela também.
Depois, voltamos pra casa e fomos fazer uma lasanha e uma bandeja de cookies.
Bom, eu sei fazer uma lasanha muito boa, um total de uma pessoa falou isso, eu mesmo, então eu fiquei encarregado de fazer a lasanha e Beatrice de fazer os cookies para a sobremesa.
Nos divertimos fazendo o jantar, na real, eu e Beatrice ficamos mais comendo o chocolate do cookie do que fazendo o nosso jantar e no final, acabou não tendo tanto chocolate para fazer nossa sobremesa, mesmo assim fizemos os cookies (mas sem o chocolate, porque não resistimos e acabamos comemos tudo mesmo).
Quando finalmente terminamos de preparar o jantar, fomos comer, porque já estávamos mortos de fome. Peguei um pequeno castiçal, o coloquei na mesa, acendi uma vela e a botei no castiçal (bem clichê mesmo) e então, nos sentamos.
— Nossa, que romântico! — Beatrice dizia rindo.
— Você gostou?
— Amei! — Ela deu aquele sorriso de novo, fiquei todo bobo sorrindo de volta eu até tinha me esquecido de comer.
Beatrice é muito engraçada, então mesmo quando estávamos comendo, ela me fez engasgar de tanto rir, acho que nunca fui tão feliz como estou sendo agora (bom, na realidade eu nunca fui feliz e estou sendo só agora, que surpresa! Não é mesmo?).
Quando terminamos de comer, fomos ver quantas visualizações tinha o meu vídeo cantando que Beatrice havia postado e tivemos uma certa surpresa... CINQUENTA MIL VISUALIZAÇÕES, quando vi isso fiquei bastante espantado e ansioso, como tantas pessoas viram isso? Na real, como alguém viu isso? Eu simplesmente não sei como tantas pessoas viram esse vídeos e nem como gostaram, mas eu estava quase desmaiando de tanta ansiedade.
— Meu deus! E eu nem divulguei tanto assim. — Beatrice dizia, ela parecia bastante surpresa também.
Eu a abracei na tentativa de me acalmar e de acalmar ela, acho que deu certo.
Eu estava feliz, mas também estava com muito medo, o abraço acabou me acalmando e acredito que acalmando ela também.
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