Capítulo 13
»Capítulo 13
Estávamos deitados abraçados, estava bem confortável, mas fiquei com bastante vergonha e ela também ficou.
Me levantei do sofá tentando disfarçar o nervosismo e fui para o meu quarto trocar de roupa.
— Eu vou comprar pão, já volto.
Beatrice olhava pra mim sorrindo, ela estava tentando esconder o nervosismo também.
No caminho para a padaria, fiquei pensando se Beatrice se sentia confortável comigo, fiquei pensando o porque dela gostar de mim. Esses pensamentos me rondavam, eu me sentia invisível, em uma rua que logo cedo já haviam muitas pessoas nela.
Chegando na padaria, ouvi uma voz de longe gritando meu nome, era uma voz de mulher, mas não era Beatrice, então decidi ignorar, afinal, em uma rua com muitas pessoas provavelmente vai ter mais de um Adam.
Voltando para minha casa, passei pela portaria, as pessoas que me xingaram no outro dia estavam lá, elas me encaram com olhares de raiva, ignorei, então só subi as escadas e fui para o meu apartamento.
Quando cheguei, encontrei Beatrice com um terninho e uma calça social cinza, ela estava pronta para ir ao trabalho (e estava linda também, como sempre, estava fofa também, mas não quis discutir).
— Uau!
(Eu não tinha palavras para descrever o quão linda ela estava, então essa acabou sendo a palavra)
— Só faltou um salto pra ser um "mulher empoderada starter pack" — Beatrice dizia enquanto engraxava um sapato, que até então eu não tinha visto — Mas eu não gosto de salto.
Que mulher! Meu deus!
Eu mereço ela?
Eu não sabia o que dizer a ela, então só a abracei.
— Vou fazer nosso café!
Eu estava me sentido como uma esposa século XX para baixo, tendo que ficar em casa enquanto o marido vai trabalhar, no caso o marido é Beatrice e eu a esposa.
Fiz nosso café e nós nos sentamos para comer.
— Adam, posso te perguntar uma coisa?
As perguntas dela de novo não.
— Pode!
— Por que tá faltando um espelho no seu guarda-roupa?
Que maravilha, eu sou um idiota por tentar esconder algo dela.
— Bom, já vi que não dá pra esconder nada de você, não é mesmo?
— Isso mesmo, pode ir contando.
— Tá bom, só me promete que não vai ficar com raiva por eu não ter te contado.
— Eu prometo.
Contei tudo o que tinha acontecido a Beatrice e também expliquei o motivo de não ter contado a ela.
— Tudo bem Adam, eu entendo o seu medo, mas da próxima vez que acontecer algo assim, me promete que vai me contar.
— Tá bom, eu prometo que te conto.
Nos abraçamos e senti como se tudo ficasse bem. Mas infelizmente, o momento foi interrompido quando Beatrice olhou para o celular e viu que estava atrasada.
— Eu tenho que ir agora.
Ela me abraçou uma ultima vez antes de ir e logo após, foi embora.
Fiquei sorrindo para a porta que nem um idiota, como se Beatrice ainda estivesse ali e foi aí que percebi que eu também estava atrasado para começar meu trabalho. (Bom, não é como se eu fosse demorar para chegar no trabalho, eu só tenho que sentar em uma cadeira na frente do meu computador para chegar ao meu trabalho.)
Quando estava fazendo meu trabalho, fiquei pensando em Beatrice e no que tinha acontecido mais cedo, será que alguém realmente estava me chamando? Bom, eu acredito que não, praticamente ninguém me conhece, então, por que alguém chamaria logo a mim, no meio da rua? Ainda tem uma pequena possibilidade de alguém estar me procurando, mas, quem? Meus pais? Duvido muito, além do mais, o que eles iriam querer comigo? Me baterem ainda mais? Disso eu não duvido, depois de 2 anos de "pura saudade", por que não repor dois anos de porrada em seu amado filho Adam? De qualquer forma eu não acredito que foram logo os meus pais que me chamaram, o melhor mesmo é eu só esquecer logo disso.
Como eram poucos artigos para escrever, acabei terminando meu trabalho rápido, então decidi iniciar uma nova leitura, eu tenho vários livros que ainda não li, acabei escolhendo a clássica tragédia "Antony and Cleopatra" ou Antônio e Cleópatra de William Shakespeare (uau! Como sou cult). Eu sempre gostei muito de ler, prefiro livros físicos do que virtuais, eu poderia muito bem achar qualquer livro de graça pela internet, mas como sou fresco prefiro gastar meu salário com livros físicos e assim, ir para a falência, então mesmo que vire um mendigo (de novo), eu vou ser um mendigo feliz e com livros para ler (plano de vida incrível).
Fiquei lendo a tarde toda, só parei quando começou a escurecer, que foi aí que percebi que Beatrice ainda não tinha chegado, acho que talvez eu esteja muito acostumado a ficar sozinho, como eu consegui "esquecer" a pessoa tão maravilhosa que é Beatrice? Bem, talvez eu tenha ficado muito concentrado no livro que acabei esquecendo ela, mesmo que tenha sido por apenas algumas horinhas.
Decidi esfriar minha cabeça um pouco em relação a isso, então fui praticar um pouco o meu canto, acabo não fazendo muito isso, porque mesmo quando fico sozinho na minha casa eu sinto vergonha de cantar, não sei como criei coragem pra fazer isso hoje. Optei por cantar alguns clássicos do power metal que eu gosto muito, por algum milagre acabei ficando confortável enquanto cantava e me distraí do resto do mundo, cantei por mais alguns minutos e quando eu parei...
— Lindooooo! Arrasou! Canta mais!
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