É com pesar que eu anuncio a minha morte

E não sei porquê e nem para quem isso vai

Ter sequer importância e mereça a menção

Foi esdrúxula e patética, como a minha vida

Andava bêbado pela rua, tropecei na calçada

Bati a cabeça no meio fio e morri e foi só isso

Agora é que começa a ficar mais interessante

Desvelando-se o mistério da sombra do além

Vejo uma luz diáfana que se propaga cansada

E oscila, como a respiração de alguém exausto

Ouço sussurros ao meu redor e olhos soturnos

Que me observam levitantes e trêmulos em volta

O pavor me congela, quando pela mão, sou tocado

Sumindo e inexistindo, sem saber onde estou indo