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O DEVORADOR

"Há três demônios que não foram criados pelo inferno. Eles foram criados pelo homem. E um deles é o Devorador. "

Sexta-feira, 13 de Abril de 2019.

A mulher loira e semi-nua levanta-se da cama com seus olhos vidrados no horizonte noturno, que estende-se pela janela aberta do seu apartamento no quadragésimo quinto andar. Frente mar. Praia de Long Beach, na cidade de Los Angeles, Califórnia. Estados Unidos.

Ela caminha igual uma rainha. Soberana.
O vento frio, esvoaça suas poucas roupas que cobrem seu belíssimo corpo dourado pelo sol. Os seus cabelos cacheados, mexem-se seguindo o descompasso provocado pelo vento desse dia quente.

Ela atravessa sua janela determinada. O olhar fixado no infinito. Parando no parapeito, que fica fora do seu quarto, ela vê toda Long Beach dali.

E com um movimento brusco, contra sua própria vontade, ela usa a faca de cabo prateado para cortar o próprio pescoço. E com os braços abertos, como se estivesse pendurada numa cruz, deixa-se cair rumo mundo a baixo.

Enquanto ela cai, seus pensamentos são iguais a um louco filme de terror, que mostra-lhe as consequências dos terríveis atos, que ela julga serem sua culpa.

Seus olhos azuis e lânguidos, querem dar uma volta de cento e oitenta graus para dentro da cabeça, como quem busca uma redenção da qual não precisava, enquanto que ao mesmo tempo, na agonia do seu desespero, busca o ar para respirar.

A morte vai levá-la antes que seu corpo despedace no chão... essa, é a sua inefável certeza.

Sexta-feira, 13 de Abril do ano 33 D.C, Jerusalém, Cidade Estado do  Império Romano.

— O que você está esperando? — Pergunta o soldado romano, que tem uma cicatriz profunda na face.

— Sua mãe vir parar na minha cama! — Responde o outro, desaforado.

— Seu imbecil! Isso é um jogo de dados. Coisa simples! Eu sei que você não sabe ler, mas não saber jogar a porcaria de uns dados, mostra o quão bosta você é!

Os outros dois soldados, que também querem jogar os dados, gargalham com a resposta do primeiro soldado.

A túnica colorida, que está vermelha por causa do sangue da vítima, encontra-se no meio deles. Os três dados, repousam sobre o manto que pertence ao homem crucificado na cruz do meio.

— Galantes está certo. Se não sabe jogar dados... não serve nem para limpar as latrinas cheias de fezes da infantaria. — Avisa Tóffoles.

Nova gargalhada dos três soldados.

— Vamos Marcus. — Pede Galantes com um sorriso maligno — O que o impede de jogar?

O homem mais baixo pega os três dados. Sopra-os. Seus olhos estão vidrados no manto colorido. As multicores parecem rodar-lhe a visão, o tentando. Chamando. Encantando-o. Marcus, leva suas mãos juntas, com os dados dentro delas, até sua boca e assopra.

Ao terminar de fazer isso, fricciona as mãos novamente, como quem deseja esmagar os dados dentro delas, para depois passar cada mão nas laterais de seus quadris.

Os dados alçam voos!

Os oito olhos acompanham a trajetória dos três dados. Eles tomam uma certa altura e caem. Cada um rodopia quatro, cinco e sete vezes, respectivamente.

O primeiro dado o resultado é: seis.
O segundo dado rodopia mais uma vez, 6.
O terceiro dado, rodopia mais três vezes e... 6.

O resultado é medonho. Maligno. Bestial. Usurpador. Seis. Seis e seis.

A mensagem foi dada na noite passada,
pelo crucificado: "Não se esqueça, o número da besta é o número de um homem: 666.

Marcus sorri pelo canto da boca. Os outros três soldados olham atônitos para o resultado. Não acreditam no que veem: O triplo 6.

Ainda sem ação, eles vem Marcus pegar a túnica colorida para ir embora.

— Onde você acha que vai? — Pergunta Galantes.

— Quer tentar a sorte? — A pergunta de Marcus é cínica. Irritante. E fora feita mastigando a língua. Era um hábito dele.

— Você trapaceou! — Denúncia o perdedor.

— Deixe de ser um maldito e idiota perdedor! Foi a sorte seu imbecil. A sorte do acaso que determina como viveremos. O manto do rei dos judeus é meu. Somente meu. — Responde o vencedor regurgitando a saliva para fora da boca. 

Galantes empunhando sua espada, a coloca no pescoço de Marcus e com a mão esquerda pede o dardo.

— Se não há trapaça, então posso usar os dados para jogar?

— Um dedo por outro! — Pede Marcus.

— Fechado. Se eu perder, decepo meu dedo. — Anuncia Galante. — Mas, se os dados estiverem viciados, eu pego sua mão para mim. — Os olhos de Marcus fervem de ira com a resposta dada por Galantes.

— É dedo por dedo. — Reforça Marcus.

— Não! Melhor! Agora é mão por mão! — Galantes percebe a hesitação do soldado nascido nas Ilhas Canárias, ao escutar sua resposta enfática.

— Mão por mão! De acordo! — Os outros dois soldados recuam impressionados com a loucura tomada pelos dois. Tudo por causa de um manto igual a tantos outros? Loucura.

Marcus, entrega os três dados para Galantes, que sorri. Ele puxa a túnica da mão de Marcus, a joga no chão e faz um ritual com os dados em suas mãos.

Eles voltam a voar.

Os olhos, diretamente conectados com seus corações, parecem bater em "câmera lenta" e descompassados.

O resultado surge:
O primeiro dado é 6
O segundo dado: 6.
O terceiro dado, três.

O soldado de cabelos pretos iguais a noite, urra um grito silencioso. Um pontente "NÃO" mudo.

— Você trocou os dados! — Marcus em silêncio levanta suas mãos. Permitindo que procurem nele, os dados. Os dois soldados que acompanhavam a disputa, fazem a revista cuidadosamente — Não pode ser! Não pode ser! — Fala Galantes diante dos fatos. Os outros dois nada dizem. Inclusive o Marcus. O seu olhar é frio. Mesquinho. Maldoso e maldito.

Sem esperar, Galantes é seguro pelos outros dois, que antes revistavam seu desafeto.

— NÃO! EU SOU UM SOLDADO! COMO VOU VIVER SEM UMA MÃO? NÃO SEI FAZER MAIS NADA NA VIDA!

— Deveria ter pensado nisso, antes da aposta. — Marcus, sentencia e desfere o golpe cego. E escrevo cego, é sem precisão. O acordo havia sido a mão... o gume da espada destroça tudo que está a baixo do cotovelo.

O antebraço fica pendurado. Ligado por pedaços de carne e ossos quebrados. O sangue de Galantes, jorra sobre os homens que estavam o segurando.

— O QUE VOCÊ FEZ? — Marcus nada diz ao ser perguntado. Apenas observa o soldado delirando com a dor do membro semi-amputado. — ELE VAI MORRER! — O soldado vencedor, pega o manto do chão, vira-se dando as costas para os demais, e deixa o local sem dizer nada para os dois homens que estão segurando o quase morto.

Depois de cruzar três becos, e sentir que não é perseguido, Marcus sorri. Depois gargalha, e levando sua mão direita até a boca, ele tira um dado.

O dado viciado. Aquele que Galantes desconfiara, mas que no momento da confusão, somada a distração criada pela aposta de Marcus, ele trocou um deles, colocando-o na boca, como sempre fazia.

— Ele mereceu. Essa túnica era para ser minha. — O soldado romano vencedor segue na direção da sua casa.

Marcus morava sozinho numa pequena casa com sala e dois quartos. Nunca traria mulher e filhos para viver numa cidade que parecia mais um vulcão prestes a entrar em erupção.

O soldado levanta o manto diante do seu rosto como um trofeu, e sente um frio percorre-lhe a espinha.

Um vulto passa-lhe as costas.

Um gosto ruim chega-lhe na boca. É amargo. Podre. Com cuidado desembainha sua espada e segue com ela em punho, pronta para usá-la, na direção do primeiro quarto.

Não há ninguém.

Porém, seu coração acelera ao ouvir passos ligeiros vindos do seu quarto. Ele corre ainda com a espada em riste, e percebe que não tem ninguém.

Com violência, vira sua cama de ponta cabeça. Nada. Depois transpassar com sua espada, a única porta do seu guarda-roupa. Ninguém.

A janela está aberta!

Porém, a danação, é que as cortinas brancas de algodão, dançam sem seu parceiro... o vento. Tudo em volta está quieto. Somente as cortinas que movem-se. Como pode ser isso?

Marcus fecha a janela e as cortinas continuam dançando. O soldado afasta-se. Caminha para trás. Topa no móvel que segura o espelho. Ele sente um sopro na sua nuca.

Ao virar-se para o espelho, ele vê uma figura medonha o olhando de volta. As duas íris, dos olhos da profanação, são amarelas.

Elas viram quatro.

A mandíbula do demônio cresce ficando maior que a boca de um hipopótamo, e com dentes mais afiados do que um tubarão branco.

O ataque no rosto do homem é brutal.

Ele sente a dor dos dentes do demônio quebra-lhe os ossos da face. A língua de Marcus é trucidada pelas suas próprias mandíbulas, que viraram-se contra o músculo.

Marcus mastiga língua e dentes sem querer. Seu rosto, é uma peça única. Total. Ele já passou de sentir as dores físicas... o que ele sente agora, é a dor do fogo do inferno tocando-lhe a alma.

Ele não sabia que a alma podia sentir dores. Dores que se repetem. Dores provocadas pelas dilacerações. Dores e mais dores. Como alguém sente dor depois de morto? Como a dor pode ser pior quando se estar morto, do que quando se estar vivo?

O demônio continua mastigando o soldado, igual uma anaconda que quebra, tritura e mastiga sua presa. Markus, sente as chamas do inferno esquartejarem sua alma.

Sexta-feira, 13 de Março de 2020, Orto de Dois Irmãos, Recife/Pernambuco

Um homem caucasiano, magro, usando um terno cinza, corre por entre as árvores do zoológico de Dois Irmão, Recife.

Sua respiração está ofegante, pesada. Sua roupa começa a rasgar-se... igual a sua carne, que está sendo lapiada, cortada, fatiada pelos galhos que insistem açoita-lo.

O homem é um alto empresário. Único dono de uma fábrica de móveis. Ele abandonou o carro na BR-101, Norte, e saiu correndo gritando igual um endemoniado. Uma pessoa que está possuída por um espírito imundo.

— Não chegue perto de mim! — Grita o rapaz cansado de correr do que não se pode ver. — Não fui eu!

— Foi sim... — Ecoa uma voz dentro de sua cabeça. — Eu vi. Esqueceu que eu estava lá?

O executivo chuta um pedaço de tronco, tropeçando, cai de cara no chão. Outra raiz beija-lhe a face, estourando-lhe o nariz afilado.

Como um gato, o empresário já coloca-se de joelhos e com mãos trêmulas investiga a face tomada pelo sangue. Seus olhos verdes, de tão arregalados e assustados, se sobressaem da escuridão.

—Gustavo... — A voz sussurra atrás da sua nuca. As árvores agitam-se. Parecem gesticular com seus galhos: "Corre!"; "Foge!".

Gustavo obedece. Levanta-se e corre. Embora não saiba para onde. Como fugir de si mesmo? Enquanto corre, as árvores vão se mexendo, parecendo indicar o destino final para ele.

O pulmão sem ar, queima no peito de Gustavo. Ele parece está com uma crise de asma. Mas, só parece.

— Gustavo... eu não fui criado pelo inferno. Eu fui criado pelo homem.

— QUEM É VOCÊ?

— Eu sou a desordem. Eu sou Asduj — A voz soa atrás de Gustavo, que vira-se repentinamente, medonhamente assustado e preso dentro da escuridão das matas atlânticas do zoológico. — Eu moro em você. — Gustavo rasga com violência sua camisa branca, e ver uma mancha escura...  negra, ao redor do seu peito esquerdo.

Flashbacks. Lembranças. Sons. Visões. Mulher. Marido. Criança.

Como se estivesse descendo numa montanha-russa, assim acontece com as lembranças de Gustavo.

Pedro. Célia. Tadeuzinho. Trabalho. Casamento. Família. Inveja. Cobiça. Desordem. Desordem. Desordem. Trama. Planejamento. Ambição. Avidez. Ciúmes. Sede. Fome. Apego ao mal. Célia. Estupro. Pedro. Fotos. Gustavo. Mentira. Pedro. Decepção. Guatavo. Felicidade. Tadeuzinho. Assassinado. Tiro. Cabeça. Célia. Suicídio. Faca. Pescoço. Pedro. Pólvora. Ouvido. Gustavo. Alegria. Dinheiro. Devorador. Ganância. Apetite. Trinta. Milhões. Trinta. Tilintar. Prata. Moeda. Viagem.

— Eu não queria...

— Você queria sim. Olhe em meus olhos. — Pede o Devorador.

— Não vou olhar.

— Eu estou mandando! Olhe dentro dos meus olhos! — Guatavo obedece e é abduzido pelas quatro íris.

Ele vê um homem ajoelhado na frente de outros homens que vestem túnicas?

— Sacerdotes? — Pergunta Gustavo perdido em seu devaneio. Sim! São sacerdotes que estão negociando valores com o homem que encontra-se na frente deles. Todos chegam num valor. Trinta. O homem, recebeu trinta moedas de prata dos sacerdotes, para trair seu mestre. Seu mentor e amigo.

— Eu não fui criado pelo inferno. — Fala o ser que acaba de materializa-se na frente de Gustavo. — Naquele dia — O demônio caminha sorrateiramente —, foram criados três demônios pelos homens... eu sou um deles... O Devorador.

O demônio humano, agora, sai da frente de Gustavo, deixando três sombras aparecerem.

— Não pode ser! — Exclama em agonia — Vocês morreram.

— Tio, sou eu, o Tadeuzinho. — A criança de seis anos, caminha na direção de Gustavo e o abraça. Os pais continuam parados na escuridão, ao lado do Devorador. — Por que tio? Por que fez aquilo. — Gustavo sente o cheiro da carne podre vinda do sobrinho. E antes que possa responder, o empresário sente os dentes sendo cravados em seu corpo. A mordida foi dada na altura da clavícula.

O menino enquanto morde com ferocidade o tio, tenta arrancar-lhe a clavícula peito à fora.

O pequeno crava-lha as dez unhas em volta do pescoço do tio, para que seu apoio seja completo sobre a carcaça humana à sua frente.

Os pais do menino, caminham na direção deles. O homem luta contra a criança. Luta de todas as formas contra a inefável morte que o devora.

Como Guepardos que ficam por cima de uma zebra, assim são os três integrantes da mesma família, devorando o Gustavo.

O empresário sente uma mordida na carne do seu braço. Depois vem a dor dilacerante dos nervos sendo extraídos do seu corpo pelos dentes do irmão.

O menino, não larga o peito dele.

A cunhada, morde-lhe por dentro da coxa. A mordida é próxima ao sexo dele.

Célia, arranca-lhe os testículos com unhadas. Como um animal que está cavando um buraco. Apesar, que não deixa de ser verdade. Haja vista, onde era a virilha de Gustavo, agora há um buraco que cabe uma bola de voleibol, dentro dele.

O Devorador apenas observa, olhando com prazer megalomaníaco a cena. Ele foi criado por um homem. Aquele que lhe deu a vida. O seu espelho. Mentor.

Não foi o primeiro homem a matar pela cobiça, mas foi aquele, que inaugurou um novo tempo. O tempo do amor pelo que é mau.

"Quanto querem me pagar para entregá-lo?"

Essa pergunta cria um mal, nunca vista antes. O pai do Devorador, estava ali pela mais pura e simples maldade. Parecia até que havia incorporado o próprio Lorde do Inferno... mas, não. Era ele mesmo. A medonha maldade de ser mau por querer fazer o mal.

O prazer de devorar a inocência. A bondade. A pergunta era a própria resposta: "Eu estou aqui para fazer o mal. Não é pelo dinheiro. Terras. Vingança. Mas, eu quero fazer o mal. Eu amo o mal."

O Devorador, foi criado por Judas Iscariotes. Seu pai. Judas deu vida a Saduj, O Devorador. Um dos três demônios criado naquele dia...

Fim.

2534 Palavras.

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