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Capítulo 16

🛸 Raíssa Valentina 🛸

Agarro com força o controle remoto sem desviar os olhos da TV.

Me aproximo um pouco mais da tela, aponto o dedo para TV e me levanto quando tomo um susto.

Estou acostumada a levar sustos quando se trata de jogos de terror. Como é bom poder passar a tarde jogando.

As minhas tardes de sexta-feira são solitárias.

Fernanda sempre fica fazendo alguma coisa e eu fico no quarto. Jogando, lendo histórias em quadrinhos, lendo fanfics ou escutando alguma playlist aleatória.

Porém, quase sempre prefiro ler do que escutar música. Ou jogar a tarde toda. Eu ainda jogo videogame e não ligo para quem diz que são velhos.

Pauso o jogo e pego o celular. Na tela eu vejo o capítulo daquela fanfic sáfica que eu estava lendo na escola. Lembro logo da vergonha que passei.

Milena agora sabe o que eu gosto de ler no meu tempo livre. O meu histórico de leitura me entrega tanto quanto todas minhas playlists de músicas.

Não me sinto pronta para mostrar quem eu sou de verdade. Essa Raíssa, a pessoa que eu sou sem máscaras, não sei se eu quero deixar ela sair e se revelar para o mundo.

Os motivos? O primeiro é a minha ex namorada, Karen, nosso relacionamento ter acabado e me deixado tão mal, acho que o segundo pode se dizer que é eu não me sentir preparada de fato e assim o terceiro é...

Eu tenho medo. Medo de mostrar quem sou. Acho que é fácil aconselhar alguém dizendo para essa pessoa não ter medo, arriscar, ir sem pensar muito.

É como dizem... É simples falar. Agora o difícil é fazer.

Tiro da fanfic e vou para o Instagram. Respiro fundo tentando não colocar do lado das pesquisas para resistir a essa tentação de procurar um sinal de vida de Karen.

Coloco na minha lista de seguidores e fico olhando os nomes de cada um. Me sinto um pouco solitária agora.

Quando de repente aparece na tela do computador uma chamada de meu pai esperando para ser atendida. Corro até o computador e aceito a chamada.

— Pai. Que milagre você estar ligando hoje — digo sorrindo e vejo os seus olhos se iluminarem ao me ver. Ele arquea as sobrancelhas.

— Liguei para minha filha ou liguei para um anime? — ele pergunta sorrindo — Acho que estou... Como você diz mesmo? Estou em um universo paralelo.

— Para de graça, pai. É só a fantasia — balanço a cabeça, levanto mostrando o casaco para ele e as meias. Papai sorri mais ainda e o encaro.

Como sinto falta das suas gargalhadas

Queria estar perto dele o abraçando sem precisar ter esse computador nos separando

— Sua filha é cosplayer esqueceu? Esse é o cosplay da Runa. De um mangá — eu explico me sentando — Pode falar. A sua filha ficou linda.

— Está parecendo fofa — responde e eu reviro os olhos — Como estão as coisas? Sua mãe tá em casa?

— Ela voltou de viagem sem me avisar — pego no mouse — E eu estou... Sei lá. Acho que bem. Como tá seu trabalho?

— Eu te conheço, Raíssa. Desde quando você era uma bebezinha — sorrio um pouco — Não quer me contar? Tem algo te incomodando?

Conversas sérias com meu pai

Isso eu sempre tento evitar.

— O papai tá aqui viu? Do outro lado da telinha, mas eu estou aqui — ele chama minha atenção.

— O senhor sempre engraçado — olho para ele novamente — Só estou cansada. Deve ser isso. Como tá seu trabalho?

— Tina, Tina... Tudo bem. Vamos mudar de assunto — suspiro agradecendo em pensamento dele não ter insistido — É uma correria. Estou sobrevivendo.

— Queria tanto poder te abraçar — eu pego na tela — Você me entende. É bem diferente da minha mãe.

— Dê um tempo para ela, pois acabou de chegar de viagem — ele pede calmo — Vou ligar para sua mãe e teremos uma conversinha.

— Não precisa, pai. Deixa que com ela eu me entendo — falo rapidamente e meu celular vibra — Eu ligo depois, pai. Vou continuar jogando.

— Pode jogar e depois estude — sorri — Não deixe de estudar. Eu te amo minha filha cosplayer.

— Te amo, pai. Até mais — mando beijo e pego o celular novamente.

Milena

As letras parecem piscar enquanto eu tento entender. Uma mensagem nova de Milena.

E aí, Raíssa. Quer ir no parque hoje? Soube que a maior atração já chegou na cidade

Mandou errado, Petúnia?

Digito enviando em seguida. Ela só pode ter se confundido. Nunca que ela iria me chamar para passear. Não faço parte do seu grupo de amigos.

Digitando

Não me confundi. É para você mesmo. Quer ir no parque?

Quem mais vai? Porque Milena nunca sairia sozinha assim

Liana, Manoela, Jonas e Ruan. Somente os meus amigos

Nossa, Petúnia, me surpreende você estar me convidando

Espero alguma nova mensagem e não tenho mais retorno.

Se insiste tanto então vamos

Alguém abre a porta sem me avisar.
A voz de minha mãe me pega de surpresa. Giro a cadeira para trás a olhando. Fico de costas para o computador.

— Fernanda disse que você estava no quarto — ela para de falar e fica parada na porta — Que lugar é esse? Meu Deus, parece que entrei em um novo universo.

— Sem drama, Emanuelly — saio da cadeira passando a mão na peruca — Gostou do meu quarto novo?

Esse é o quarto dos meus sonhos.

Tem um papel de parede com desenho de planetas do lado da minha cama e na parte do computador tem um papel de parede adesivo gamer.

Uma televisão led, cadeira gamer, no lado direito tem a janela que eu deixo quase sempre fechada, o guarda roupa preto, uma mesa de cabeceira preta do lado da cama.

Na mesa de cabeceira tem uns cristais e um incensário.

Perto da janela tem uma prateleira com minha coleção de Funko Pop.

Por último uma estante no canto da parede com meus livros de histórias em quadrinhos e o livro dos cristais.

— Dessa vez você se superou — a única coisa que ela diz depois de observar — Essa nova Raíssa tem nada a ver com você.

— Acorda, Emanuelly, sua filha cresceu  — estralo os dedos chamando atenção dela — O que você quer?

— Te chamar para comer. Está tarde já. Ficou jogando esse tempo todo? — ela coloca as mãos na cintura.

— São 16:00 horas, mãe. Está cedo ainda — fico girando na cadeira — E eu vou para o parque com uma amiga.

— Parque agora? Joaquim está aqui e você vai deixar ele sozinho? — paro de girar na cadeira.

— Meu bebezão chegou? Ótimo — eu tiro do jogo — Faz assim. Vou trocar essa fantasia, desço, falo com Joaquim e vou para o parque.

— Pelo menos sua vida continua agitada — dá de ombros — Ah, filha, não sabe o quanto senti sua falta. Quando vai ser essa viagem da sua escola?

— Nas férias de junho. Finalmente tá mostrando interesse em saber da vida da sua filha? — abro o guarda roupa.

— Sempre tenho interesse em saber sobre sua vida — se aproxima de mim e eu continuo procurando roupa —
O que não entendo até hoje é toda a mudança que você teve. Era minha princesinha com quartinho rosa, vestidinhos, os seus lacinhos, as botas. Tinha a Karen, né? Até dela você se afastou.

— A vida continua. Karen seguiu sem mim e fez novos amigos — falo rápido e passo a mão no rosto — Pode sair? Vou trocar de roupa.

— Espera, filha, por que nunca mais quis falar com Karen? Vocês eram muito grudadas — pega no meu braço — Você contou para o seu pai a verdade. Tenho certeza.

— Karen é passado, lacinhos rosa, botas, vestidinhos — me afasto dela — Tudo isso passou. Supera, Emanuelly. Cresci e você nem percebeu.

Minha mãe me olha surpresa pelo o que eu falei. Fica olhando ao redor. Encara os papéis de parede, o controle remoto, os cristais.

— Vou te deixar sozinha. Você tem razão em partes — pega na maçaneta da porta — Teremos tempo para mim te conhecer melhor.

Minha mãe sai e finalmente sinto essa tensão ir embora. É sempre assim. Com a presença dela tudo fica tenso. Sem ela posso viver em paz.

Fico me perguntando se papai também sentia isso

Escuto algo na janela e me aproximo. Eu olho ao redor do jardim procurando.

Uma pedrinha bate contra a janela me fazendo dá um passo para trás.

Abro a janela olhando para baixo. Três garotas estão abaixadas procurando pedrinhas. Milena se levanta prestes a jogar outra e eu levanto os braços.

— Quer me machucar é? Estou aqui — digo alto e elas sorriem — Entrem pela porta da frente. Fernanda vai atender vocês.

Milena, Liana e Manoela saem andando. Ainda estou tentando me acostumar. É estranho saber que eu vou sair com as amigas de Milena.

Ainda bem que Isabelle não vai.

Porém, ainda é estranho. Acho que irei me sentir como uma intrusa no meio dos populares.

Guardo a fantasia, tomo banho, visto minha roupa. Uma camiseta de botão e shorts. Me olho no espelho.

Essa sensação estranha de que estou sendo uma intrusa volta.

É só a jogadora. Ela não tem nada a ver com As Meninas Malvadas do filme

Estou começando a conhecê-la melhor

Não preciso agir como se conhecesse a Liana ou a Manoela

Só preciso ser eu mesma. Não tenho que fingir

— Já achei, Fernanda. Obrigada — ouço um grito e logo Milena entra — Raíssa, cadê você?

Saio da frente do espelho ajeitando o cabelo rosa. A garota coloca a mão na boca ao entrar no quarto. Milena está com uma camisa de futebol da cor azul, shorts preto e um tênis.

Nossa, nossa, nossa

A camisa e o short ficam perfeitos nela. Mais uma vez está de boné e delineador. Não sabia que tinha como ela ficar mais bonita.Estava enganada.

Ela vai até a minha cama, pega minha fantasia, anda pelo quarto passando a mão nos papéis de parede.

Meu coração acelera.

Só mais uns passos e ela ficaria bem na minha frente. Eu dou um passo para trás esbarrando na plateleira de Funko Pop.

— Por que me pediu uma peruca nova? — pergunta rindo — Se já tem perucas maneiras. Não preciso comprar nada.

Fala logo, Raíssa. Abra a boca. Ficou calada do nada?

Eu nem sou assim

Nem se aproxime, Milena. Estou quente. Estou morrendo de calor. Nem parece que acabei de tomar banho. E olha que meu cabelo está molhado.

— Eu... Essa é minha peruca. É de um mangá — minha voz falha — Cadê suas amigas?

— Elas estão conversando com sua... A sua babá — tosse disfarçando um outro riso e pega no computador — E então você é mesmo gamer.

— Joga comigo e verá o quanto sou boa — falo rapidamente sorrindo nervosa.

— Eu dispenso. Já disse. Não gosto de jogos — levanta as mãos — Fico feliz de ter aceitado meu convite.

— Não precisa agradecer, Petúnia. Acho que vai ser divertido — abaixo a cabeça pegando o controle da TV. Fico trocando os canais.

— Ei espera. Volta ali — ela interrompe minha busca — Você tem o canal de futebol feminino?

— Está brincando? Eu tenho todos os canais — digo encarando a TV.

— Você se acha muito, garota. Sério — sorri se afastando — Posso te fazer uma pergunta?

— Estranho seria se não pudesse — eu relaxo a postura quando ela se afasta.

— Essa sua fantasia de um mangá... Você por acaso faz cosplay? — a vejo arquear as sobrancelhas — Só por curiosidade mesmo.

— Não. Eu me visto assim só para andar disfarçada na rua. E ninguém perceber que sou aquela menina famosa por ser a melhor jogadora de videogame — dou de ombros.

— Eu tô falando sério. Você leva tudo na brincadeira — balança a cabeça — Faz ou não cosplay?

— Faço sim. Já tava meio que na cara né — passo a mão no pescoço disfarçando o nervosismo — Com o cosplay posso ser quem eu quiser.

— É interessante. Isso aí de ser cosplayer — diz distraída.

— Por que a pergunta? — paro de trocar os canais e a encaro novamente.

— Ah... Foi só por curiosidade. Você fica bem com essas roupas — ela tosse e logo desvia o olhar — Tem um bebezinho muito fofo lá em baixo.

— Eu sei. É Joaquim — sorrio um pouco — Filho de Fernanda. Ele é a criança mais encantadora que já vi.

— Raíssa gosta de crianças. Olha quem diria — diz ainda distante de mim — Eu acho melhor irmos logo para o parque. Eu espero que você goste.

— Relaxa. Eu... Vou adorar — minha voz falha de novo e me sinto uma boba ali na sua frente — Vamos conhecer esse parque.

Saio primeiro e ouço a sua risada. Ela sorri me acompanhando. Descemos as esscadas. Ouço uns gritinhos de alegria e Joaquim me olha levantando os seus bracinhos.

Ele quer ficar nos meus braços

Sorrio o pegando nos braços e abraço ele. Joaquim ainda solta uns gritinhos de alegria. Liana e Manoela estão de mãos dadas, Fernanda nos observa sorrindo.

Não vejo minha mãe e penso que ela pode estar no quarto. Eu ainda brinco com meu bebezão e faço cócegas nele. Nem me importo com a presença das meninas.

Fernanda pega seu filho e se despede de Liana e Manoela. Eu abro a porta com uma certa felicidade, porque estar com esse bebê é o suficiente para mudar o meu humor.

— É, Raíssa, você realmente tem suas qualidades — Milena vem correndo e andamos lado a lado — Você é gamer, cosplayer, se da bem com as crianças, sabe sobre celebraçoes antigas. O que mais tem para me mostrar?

Continuo andando sem ter coragem para olhar para o lado. Sinto como se ela tivesse ainda mais perto de mim. Então ela realmente se aproxima mesmo sem querer.

Continuamos andando sem falar mais nada. Ela distraída e eu evitando contato visual

Sua mão esbarra na minha sem querer por estarmos perto. Eu cruzo os braços. O céu está nublado.

A previsão é de uma possível chuva. Está ventando bastante.

Mas nossa. Eu não estou com frio. Pelo contrário estou morrendo de calor.

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