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Capítulo 10

📚 Milena Louise 📚

Eu sou lésbica. Não é coisa de criança. Nunca foi. Nunca será.

Nunca consegui olhar para um garoto. Eu sempre me preocupei com os estudos e deixei namoro para última hora. Tanto é que recusei ficar com Alisson. Menti a minha vida toda para mim mesma.

Encontrei refúgio no meio dos estudos e do futebol, escapei da verdade, fugi de mim, ocupei minha mente tanto a ponto de não ter tempo para pensar em garoto. Namoro. Compromisso sério.

Meu primeiro amor foi Raíssa do 4° ano e depois dela olhei para outras garotas. Algo que eu percebi, mas não aceitei de primeira. Inventei uma Milena diferente por querer acreditar que eu era normal.

Porém, eu sou normal. Continuo sendo eu mesma. Liana e Manoela podem me aceitar com toda a certeza. Não quero nem saber se Isabelle irá receber bem a notícia. Ela já não é prioridade.

Nada é novidade para mim. No fundo eu já sabia. Eu sabia tanto da verdade que cheguei a me questionar achando estar errada.

Já pensei que um dia tudo acabaria e eu diria: "Foi só uma fase. Eu estava confusa."

Para que fazer uma revelação dessas e depois o sentimento acabar do nada?

Tinha medo de estar me enganando e um dia perceber que foi adolescência querendo me fazer experimentar coisas novas.

Adolescência essa que já passou

O sentimento não vai acabar. Faz parte de mim. Não é um problema.

Queria poder ser forte como Liana que tem orgulho de quem é. Me sinto muito perdida com uma mistura de emoção e alegria. Acho que a alegria é por ter enfim parado de me enganar.

Estou em frente ao ventilador da sala de aula. Raíssa sumiu e agradeci um pouco por ela não ter me seguido. Foi bom ter fugido do assunto.

Normalmente as pessoas iriam querer falar sobre a briga de sexta. Talvez nem se importassem se eu estaria confortável ou não em tratar disso.

Raíssa respeitou meu espaço e entrou na onda de astrologia. Fez a conversa chata e monótona se transformar em uma das conversas descontraídas. Foi bem legal da parte dela.

— Oi. Que bom que te encontrei — Liana entra na sala e vem correndo me abraçar — Não imagina o quanto esperei ansiosa para te ver de novo.

— Tá carente é? — pergunto sentindo vontade de chorar e ela passa a mão no meu cabelo me abraçando. É um abraço capaz de me acalmar.

— Carente não. Só quero te ajudar — me solta — Como você está com o lance todo que aconteceu?

— Estou me perguntando o tempo todo do motivo para Isabelle ter mentido — amarro meu cabelo e me sento logo em seguida ela senta na cadeira da frente — Isso mexeu muito comigo. Somos amigas a anos desde a adolescência.

— O que foi isso? Seus olhos inchados— se preocupa — Andou chorando ou foi outra coisa?

— Tive insônia. Foi só isso — eu menti evitando encarar ela — Conseguiu falar com ela?

— Isabelle sumiu do mapa e não atende as ligações. Apagou até as fotos nas suas redes sociais — ela pega o celular e me mostra — É melhor Isa ter a explicação melhor do mundo para nos convencer. O maior pedido de desculpas não vai adiantar. Tem que ser algo de verdade e de coração.

— Ela vai aparecer e nos explicar. Fica calma. É o mínimo que ela pode fazer — eu pego na mão dela — E o povo daqui não para de falar sobre a briga.

— Tudo povo fofoqueiro amiga — dá de ombros — Viu Livian? Sabe dizer se tá bem?

— Meio difícil saber quando ela tá bem de verdade — estralo os dedos — É um enigma. Tem nada a ver com Isa.

— Você deveria falar com Livian. Já pensou? Fazer amizade — sugere com um sorriso.

— Claro que não. O que deu em você? É difícil ser amiga daquela garota— eu digo gaguejando.

— Difícil é um edifício bem alto e ainda assim os trabalhadores fazem — cruza os braços — É sério. Nunca iria julgar ela. Se quiser pode chamar Livian para ficar com a gente.

— Estou te estranhando amiga — eu fico querendo saber se ela sabe de algo — Pois fique você sabendo que não quero me aproximar dela. Não precisamos ser amigas só porque Isa é irmã de Livian.

O sinal toca. Escutamos a correria dos alunos do lado de fora e a voz de alguns professores.

Espero a professora Cora entrar na sala enquanto observo vários alunos entrando rindo.

Para surpresa de todos quem passa pela porta é o diretor acompanhado de Cora. Peter é o nosso diretor e a maioria aqui não gosta dele, pois tem umas regras sem sentido. Inclusive de fechar quadra quase todo santo dia.

— Bom dia, alunos — o diretor diz com a expressão cansada — Devem estar todos se perguntando o que eu estou fazendo aqui. Pois bem. Fiquei decepcionado ao saber da briga de sexta.

Liana se vira para trás me olhando e eu procuro Ruan. Ele está no fundo da sala usando um capuz. Não tem como ver o seu rosto direito. Parece estar viajando e sem prestar atenção a nada.

Ele também me deve explicações

— Não foi surpresa ser a turma do 2° B. Vocês nunca aprendem mesmo —  balança a cabeça — Me surpreendeu foi as nossas queridas alunas, Isabelle Alves e Livian Alves terem brigado. O 2° A também se envolveu.

Eu afundo na cadeira.Quero ver ela bem  andando pelos corredores de patins.

O que me preocupa é os julgamentos e suposições que provavelmente estão fazendo com Livian

— Com essa briga tive que encerrar as palestras e liberar mais cedo — eu quase podia ver como isso foi difícil para ele — Palestras tão importantes para o aprendizado de vocês. Para representar o 2° B tinha pouquíssimos alunos. Vocês não quiseram assistir.

Todos continuam em silêncio

— A professora também errou de deixar vocês sozinhos na sala de vídeo. Ficaram sem supervisão e o pior veio. Conversei com a professora responsável. Vocês não se preocupem — então começa a andar devagar como se tivesse pensando — Eu já dei chances para mudarem e se unirem.
É muito triste ver as cadeiras do meio desocupadas.

Alguns se entreolham e eu continuo do mesmo jeito

— Cansei de oferecer ajuda. Vocês não querem mudar, porque se quisessem eu já teria visto essa mudança — continua andando devagar passando entre todas as cadeiras — Então eu decidi uma coisa que me pareceu justa. Posso estar errado e tomando decisões precipitadas... Não vejo outra solução a não ser essa.

Professora Cora abaixa a cabeça triste

— Parabéns por terem ganhado aquela competição no 9° ano — sento direito ao ouvir isso — Queria tanto que tudo já tivesse resolvido. Vocês tiveram tempo  para fazerem as pazes e fazer amizade.

Eu troco olhares com Jonas e ele parece meio perdido

— Sabem a viagem para Minas Gerais? A que vocês esperaram tanto — algumas pessoas sorriem animadas — A viagem não irá mais acontecer.

Os sorrisos somem na hora, uns alunos parecem se alertar, se entreolham e eu posso sentir um clima pesado.

— Como assim? Isso não é justo — uma das meninas do trio do grupo 2 diz — A gente tá esperando a tanto tempo.

— Foi Isabelle quem errou, diretor. Não a gente — Formiga diz se levantando.

Todos começam a falar ao mesmo tempo e eu sinto um pouco de dor de cabeça. Não estou acreditando nisso.

— Calem a boca. Caramba — escuto uma pessoa gritar e Raíssa se levanta rápido — Não vão resolver nada com esse bate boca.

— Sente-se Raíssa. Vamos acalmar esses ânimos — diretor grita tentando manter a ordem.

— Me desculpe, diretor Peter. Preciso ficar em pé — ela grita encarando ele e prestamos atenção — Não cancele a viagem. Eu sei que fizemos errado em aceitar ficar sozinhos sem supervisão de professores. Eles lutaram tanto no 9° para ganharem a competição e são anos esperando.

— O problema não tá só aí. Ficarem sozinhos foi ruim e pior ainda é saber que teve esses anos para unirem a turma e permaneceram acomodados em seus cantinhos. Grupo 1 e grupo 2.

— Claro. Eu também não gosto de nada disso — Raíssa olha para mim e eu me surpreendo com sua atitude — Tenho certeza que já está tudo pronto. O transporte, hotel onde vamos ficar, os professores responsáveis em viajar conosco, o guia dos lugares, né?

— Sim. Claro que está pronto. Agora vou fazer uma reunião com os pais de vocês para explicar tudo — continua com a sua decisão e eu penso em me levantar para protestar.

— Imagina o trabalho que o senhor terá para juntar os pais. Nem todos vem para assistir reunião — ela cruza os braços e Formiga sussurra um "a esquisita quer parecer inteligente."

— E sem contar que voltar atrás nessa altura do campeonato não é uma decisão justa — continua a encarar o diretor e tenho medo dele se irritar — Dá mais uma chance. Prometo que o senhor não vai se arrepender. Posso tentar acabar com essa separação.

— A esquisita cansou de falar com os amigos imaginários. Quer socializar com os humanos agora — Formiga diz rindo e reviro os olhos — Bem-vinda ao nosso mundo, esquisita.

— É por essas e outras razões que nós nunca vamos para frente — aponta para Formiga — Por um todos pagam. E aqui tem alguns idiotas — olha de canto de olho para ele de novo — Que não querem cooperar.

— O que pretende? Imagina ser possível unir essa turma desunida? — o diretor mostra interesse no assunto e Formiga fica calado.

— Muito obrigada — Raíssa sorri de um jeito convencido — Ainda não sei como farei. Preciso de apoio — olha ao redor.

O diretor agradece a compreensão e ele decide dá mais uma chance. Pede para a gente ajudar para ele não se arrepender e sai da sala.

Ela usou bons argumentos

Raíssa vai para mesa da frente e Cora pergunta o que ela está fazendo ali.

— Só um minutinho, professora — pede — Eu preciso de reforços. Então quem mais tá comigo nessa? Primeiro aqui disposto a cooperar.

Obrigo meus pés a se levantarem e não me importo com as opiniões dos outros.

— Tô contigo, Ray — digo decidida — Chega dessa desunião.

— Façam como Milena —  aponta para mim e sorri — Quem mais tá comigo?

— Estou aqui se precisarem — Liana fica de pé e me abraça de lado.

— Alguém mais? — ela pergunta e vejo  Cora ficar com a expressão de alegria no rosto.

— Raíssa e Milena vocês vão ser responsáveis de ficar a frente disso — Cora concorda —Eu, como professora, irei ajudá-las e faremos reuniões para encontrar uma solução. O que acham?

— Perfeito, professora — eu digo — Nós vamos provar que somos capazes. Pelo menos eu já estou fazendo minha parte.

— Se tiver alguém mais querendo nos trazer reforços — Raíssa faz uma pausa — Falem agora ou calem se para sempre então se manifestem.

— Procurem as meninas para mostrar que estão do nosso lado — Cora apaga o quadro — Começaremos hoje a reunião.As meninas estarão presentes e iremos discutir a respeito das ideias de vocês.

Ela se senta e Formiga assobia tentando estressar a garota. Ruan e Jonas estão conversando. Agradeço mentalmente de ver ele um pouco melhor.

Liana está animada batendo palmas e pega seu caderno com o livro. Olho para Raíssa bem na hora que ela vira o rosto em minha direção. Está no fundão perto dos meninos nerds. Ela se levanta e me surpreendo novamente.

Se abaixa um pouco, coloca as mãos na carteira, observo as unhas pintadas de preto e arqueio as sobrancelhas

Ela está bem perto de mim

— Ei Milena. Tem lapiseira? Prometo te devolver antes do intervalo.

— É para me devolver mesmo — digo sorrindo e a entrego uma lapiseira.

— Pode deixar. E não se esqueça que tá me devendo uma peruca nova.

Ela sai correndo e eu começo a escrever. Escuto a voz dela falando com o menino nerd e pedindo um papel. Ela trouxe a mochila e não tem nenhum caderno? Ou lápis?

Essa garota não tem jeito mesmo.

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