CAPÍTULO 1
Capítulo 1 - Ο Início (PASSADO)
A chuva caía pesada sobre as ruas de Moscou, transformando o reflexo das luzes de neon em manchas distorcidas. Dmitri Ivanova ajustou a gola do casaco enquanto descia do carro preto. O clube Nocturne, com sua fachada discreta, parecia um lugar inofensivo, mas Dmitri sabia melhor. Ele não estava ali para dançar, e sim para lembrar à máfia rival que linhas haviam sido cruzadas.
Seu braço direito, Victor, insistira para acompanhá-lo, mas Dmitri recusara. Às vezes, uma conversa era mais eficaz quando conduzida sem testemunhas. O cheiro de cigarro e álcool o envolveu assim que entrou no clube. Homens e mulheres dançavam ao som pesado de uma música eletrônica, alheios à tensão que fervilhava no canto mais escuro do salão.
Cruzando a multidão com passos firmes, ele avistou os homens que esperava. Três figuras sentadas em um sofá de couro preto, bebidas em mãos e sorrisos frios nos rostos. Dmitri não se deu ao trabalho de cumprimentá-los.
"Onde está ele?" - Dmitri cortou o silêncio, sua voz baixa, mas afiada como uma lâmina.
O líder rival, um homem chamado Sergei Volkov, sorriu. Era o tipo de sorriso que Dmitri desprezava: arrogante e calculado.
"Está com pressa, Ivanova? Relaxe. Estamos entre amigos."
Dmitri não teve tempo de responder. A porta atrás dele se fechou com um baque surdo, e o clique de armas sendo engatilhadas ecoou pelo salão. O erro foi óbvio, mas tarde demais para corrigir.
Uma armadilha.
Ele girou, sacando a arma, mas já estava cercado. Cinco, não, seis homens se aproximavam, as armas apontadas diretamente para ele. Dmitri lutava por controle, seus pensamentos pulsando com adrenalina. Ele podia lidar com Sergei, mas a superioridade numérica era inegável.
Antes que o primeiro disparo fosse feito, uma explosão de movimento veio do fundo do salão. Uma figura emergiu, ágil e implacável, movendo-se como um raio. Dmitri mal teve tempo de processar antes que três dos homens armados caíssem, nocauteados.
O desconhecido, um jovem magro, mas surpreendentemente forte, virou-se para Dmitri. Seus olhos castanhos brilhavam com intensidade.
-"Se você quer sair vivo, sugiro que me siga."
Dmitri hesitou por um instante. Quem era aquele garoto? Mas a alternativa era morrer ali mesmo, e Dmitri não tinha intenção de virar manchete no dia seguinte. Ele assentiu e seguiu o jovem, derrubando um dos últimos homens que tentou barrá-los no caminho.
O som dos tiros ficou para trás enquanto escapavam por uma saída lateral. Quando finalmente chegaram a um beco deserto, Dmitri se encostou na parede, tentando recuperar o fôlego.
-"Quem diabos é você? - ele perguntou, entre ofegos."
O garoto deu de ombros, um sorriso despretensioso surgindo em seu rosto.
-"Alejandro. E você me deve uma."
Algo na confiança de Alejandro, combinado com sua aparência juvenil e ousadia, atingiu Dmitri como um soco. Ele se sentiu inexplicavelmente fora de equilíbrio. Era como ser um adolescente de novo, lutando contra uma onda de emoções que ele não sabia como controlar.
Mas ele era Dmitri Ivanova, e não ia deixar isso transparecer.
-"Vamos ver, garoto" - ele respondeu, ajustando o casaco. deva. -"Talvez eu te deva."
Enquanto seguiam para longe do clube, Dmitri não conseguia afastar o pensamento de que Alejandro era um enigma que ele ainda precisava decifrar.
O silêncio entre os dois era denso enquanto caminhavam pelas ruas molhadas de Moscou, iluminadas apenas pelos postes distantes e pelos faróis dos carros que passavam. Dmitri observava Alejandro com o canto dos olhos, tentando entender quem era aquele garoto que tinha aparecido do nada e o tirado da morte certa.
Alejandro parecia calmo, como se não tivesse acabado de enfrentar uma dúzia de homens armados. Seu rosto jovem estava parcialmente escondido pelo capuz de um casaco velho, mas os olhos, escuros e penetrantes, brilhavam com uma confiança que parecia desconcertante para alguém de sua idade.
- Então... - Dmitri quebrou o silêncio, sua voz carregada de curiosidade. - Como exatamente você sabia que eu estava lá?
Alejandro não parou de andar. Ele deu de ombros, como se aquilo fosse óbvio.
- Não sabia. Eu estava no lugar certo, na hora certa. - Ele virou o rosto para Dmitri, com um sorriso travesso que parecia fora de lugar naquela situação. - Ou talvez você estivesse no lugar errado, na hora errada.
Dmitri arqueou uma sobrancelha. A ousadia do garoto o intrigava tanto quanto o irritava. Ele era Dmitri Ivanova, um homem que comandava medo e respeito onde quer que fosse. Não era comum alguém tratá-lo com tanta leveza.
- Sorte minha, então, que você é um bom samaritano, - Dmitri respondeu, seu tom carregado de sarcasmo.
Alejandro riu, um som leve e despreocupado que contrastava com a escuridão ao redor deles.
- Não diria isso. Eu só gosto de ver caras como Volkov se ferrando. Você estava no caminho, só isso.
Dmitri parou de andar, obrigando Alejandro a fazer o mesmo. Ele o olhou fixamente, sua expressão agora mais séria.
- Não acredito em coincidências, garoto. E você não parece o tipo que se envolve sem motivo.
Alejandro sustentou o olhar de Dmitri, seu sorriso desaparecendo lentamente. Por um momento, parecia que ele ia dizer algo, mas, em vez disso, deu outro daqueles encolher de ombros descontraídos.
- Você está certo, não sou. Mas, por enquanto, é só isso que você precisa saber.
Dmitri sentiu uma irritação crescente, mas também uma faísca de curiosidade que ele não conseguia apagar. Alejandro era um enigma, e Dmitri odiava não ter controle sobre uma situação - ou sobre uma pessoa.
- Você é audacioso para um garoto. - Dmitri estreitou os olhos. - Quantos anos você tem, afinal?
- Dezessete. - Alejandro sorriu de canto, como se soubesse exatamente o impacto que essa informação teria.
Dezessete. Dmitri engoliu em seco, sentindo-se desconcertado. Ele tinha dez anos a mais, um homem formado, acostumado a lidar com desafios e traições. Mas havia algo em Alejandro - sua ousadia, sua energia crua, sua aparência - que fazia Dmitri sentir algo que ele não sentia há anos. Como se fosse um garoto outra vez, cheio de emoções caóticas que ele não sabia controlar.
Dmitri balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos.
- Você deveria estar em casa, estudando ou jogando videogame, não lutando com criminosos.
- E você deveria saber que confiar em Volkov é pedir para morrer, - Alejandro rebateu, cruzando os braços. - Acho que nenhum de nós está onde deveria estar.
Dmitri não conseguiu evitar o sorriso que se formou em seus lábios. Esse garoto era realmente impressionante.
Dmitri apenas assentiu, sabendo que aquilo era o começo de algo que ele ainda não conseguia compreender completamente. Algo perigoso. Algo inevitável.
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