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Sete - Samiot pertence a Floresta

Samiot parece florescer, como se a floresta abençoasse a cidade dos magos a cada novo dia.

Não sei como Ragok vai reagir a minha visita, mas não faço isso por ele. Faço por um povo que sofreu muito e que agora merece cada prazer que a liberdade pode proporcionar.

Antes de entrar de fato no caminho que abriga as tendas coloridas, observo como a vida segue seu curso.

Golag tinha razão sobre a fertilidade. Vejo muitas magas barrigudas e felizes.

Obsevo o trabalho braçal, mesmo das grávidas. Ninguém está parado. Todos colaboram com algum tipo de trabalho.

Há grupos colhendo frutos outros tecendo palha. Não há trabalho que machos e fêmeas não possam dividir.

Arva pode ser vista ao longe. Barak e um grupo de jovens estão com ela. Parece que estão aprendendo a usar feitiços.

São os pequeninos que não nasceram com porte de guerra e foram feitos servos. Não aprenderam feitiços antes. Agora podem aprender a usar o Anśa que carregam.

Arva me percebe observando e me chama para ir até ela. Sem querer chamar a atenção, contorno as tendas ao invés de passar entre elas.

Ao passar pela quinta tenda colorida, vejo Ragok carregando uma cesta com flores. Ele para na entrada da tenda mais afastada. Uma sublime coloca a cabeça para fora da tenda e sorri para ele, tirando a cesta de suas mãos. Ela possui longas tranças no cabelo verde e mãos delicadas. Ele sorri para ela e entra na tenda.

Por um momento, o chão me parece faltar. Me apoio em uma Árvore. Não sei se Arva percebeu algo, mas ela e Barak correm até onde estou. Sento na grama e eles fazem o mesmo.

Outros sublimes se aproximam. Já me perceberam.

- Posso falar por todos que ficamos felizes com sua visita. - Arva aperta minha mão.

Barak sorri. Sua expressão pode ser estranha, mas jamais vi sorriso tão sincero.

- Deveria vir mais vezes! - Barak sussurra.

- Virei mais vezes! - prometo. - O que vim dizer é importante.

Arva se levanta e me dá a mão para me ajudar a ficar de pé.

- Venha até a minha tenda. - ela convida. - Será uma honra receber a velha amiga.

Vou com ela. Porque preciso contar o que está acontecendo no mundo sublime. Mas também porque preciso esquecer que Ragok encontrou alguém e está seguindo a vida.

Eu deveria ficar feliz por ele.

Sempre achei que ele teria dificuldades para superar o que Nigde fez a ele. Parece que eu estava errada. Que bom que eu estava errada.

A tenda de Arva está no centro do agrupamento. É a mais enfeitada, com flores e galhos entrelaçados ao tecido colorido, mas nada que não possua nas outras tendas. Todos parecem ser tratados de forma igualitária. Ela puxa algumas almofadas e pede que eu me sente. Barak entra na tenda. Sua felicidade ao estar ao meu lado parece genuína. Algo precisa ser feito a respeito de seu rosto. Doçani talvez ajude.

- Eu acho lindo o jeito como a floresta recebeu vocês, mas fiz algo de que precisam saber.

Arva mantém o semblante sério. Está atenta ao que digo.

- Os sublimes de Kairon trouxeram alguém de outra cidade para me ver. De Cenereth. Assim como vocês, pediram para celebrar o Acharané, como direito de todo o sublime.

Barak parece fazer um pouco de esforço para acompanhar o que digo. Respiro fundo.

- Eu pedi que um ajuntamento fosse convocado em todas as cidades sublimes. Não quero mais cerimônias de agradecimento. Quero que aceitem meu povo como parte dos sublimes livres e que reconheçam Samiot como parte da Floresta Negra.

Arva olha de mim para Barak como se quisesse ter certeza do que ouviu. Barak está mais radiante ainda. Fico aflita, com medo de ter feito uma besteira.

- O que acha, senhora? - Barak pergunta a Arva.

Ela não responde. Parece ponderar sobre o que eu disse.

- Para que isso aconteça, quero que movam Samiot para perto de onde estou, se puderem. Aqui é perto demais do mundo humano. E além disso, ainda vivem em tendas. Posso ajudar construindo casas para cada família. - Explico.

- Sei que sua intenção é boa. Sinto isso, mas não tomo decisões sozinhas. Toda a Samiot precisa decidir comigo. - ela finalmente responde.

- Eu não quis decidir nada assim, Arva... É que eu não acho justo... Nigde fez tantas maldades. Vocês não tinham culpa de nada. Não merecem ficar sem território e expostos ao mundo humano como estão aqui.

- Não estou dizendo que o que fez está errado. Só que não tomo decisões sem falar com os magos. Vou chamá-los.

Fico de pé. Não sei porque estou desconfortável. Essa não era a reação que eu esperava.

Arva sai da tenda. Barak segura minha mão com gentileza e sorri.

- Desculpe por não ter te curado direito. Eu tenho uma amiga que pode curar seu rosto, se você quiser. - digo a ele.

Barak analisa meu rosto.

- Nossos defeitos estão sempre bem escondidos... Quem se aproxima porque gosta do que vê, depois descobre que o desagradável também mora em no que é belo, logo vai embora, nos abandona. A vantagem de ficar assim é saber que se alguém se aproximar de mim, é porque sou tão especial que o que há de desagradável em mim não importa. - ele explica.

A fala de Barak é tão sábia que me faz querer abraçar seu corpo frágil. Ele parece me entender e abre os braços.

Abraçar Barak é o equivalente a abraçar Doçani. Traz uma sensação de renovo. O que me lembra que preciso visitar minha amiga.

- Vem, velha amiga.

Sorrio enquanto ele segura minha mão.

- Sou Aliatra. Sou sua amiga, mas você pode me chamar pelo meu nome.

Barak ri e me puxa para fora da tenda.

Do lado de fora, os magos estão se reunindo. Eles cochicham a meu respeito e me lembro da primeira vez que os vi. Nigde me apresentou para eles. Também cochicharam a meu respeito. Naquela noite, dancei com Ragok. Foi tenso e difícil, porque Nigde, ainda em sua forma perversa, estava nos observando.

Lembro da vontade de escapar que tinham. Quando chegou a hora, nenhum destes pequeninos hesitou. Ragok fez isso por eles. Foi até mim com a intenção de ajudá-los, apesar das ordens da antiga rainha.

Ele merece crédito. Merece seguir em frente. Merece que eu o deixe ir.

- Samiot, a velha amiga tem palavras para nós. Precisamos ouví-la e decidir que atitude devemos tomar.

Por um momento as palavras me faltam, mas logo que vejo Ragok se aproximando, sei exatamente como começar.

- Passei parte da minha vida na ignorância sobre meu povo e sobre minha mãe. Até que Ragok foi ao mundo humano me buscar a mando da rainha. Na ocasião, ele disse que o povo dele precisava de ajuda, mas eu só pude vê-los naquela noite...

Chamo Ragok com um gesto de mão. Ele se aproxima a passos lentos. Não parece feliz ao me ver. Sei que incomodo, mas preciso fazer isso por Samiot. Preciso. Em memória de Ziul.

- Vocês estão livres, agora e sou feliz por vê-los tão bem, mas temo que Kairon e as outras cidades esqueçam o que vocês passaram, principalmente agora que Nigde não é uma ameaça. Então pedi que parem com as cerimônias de agradecimento e reconheçam o território do meu povo dentro da Floresta que também pertence a nós. Reconhecer Samiot como uma cidade livre é o maior ato de agradecimento que poderão fazer por mim. Não só porque agora pertenço a vocês, mas por minha mãe Mistha que sacrificou sua vida para ajudar todo o povo sublime... Por Ziul que mesmo sem chances de ganhar enfrentou a tirania e nos deu a chance de fugir. Por Ragok... - olho nos olhos dele. - Que aguentou tudo o que podia para ajudar minha mãe e Dihdre, seu irmão... Para ajudar a libertar seus irmãos de Anśa.

Ha um silêncio sobre nós. Os cochichos pararam, os magos olham para mim como se não acreditassem no que ouviram. Sinceramente achei que ficariam felizes.

- Kairon está convocando um ajuntamento das outras cidades e juntos, eles vão decidir a respeito do que pedi. Precisamos estar presente. Se não pudermos ir todos, pelo menos alguns de nós.

Os magos olham de mim para Ragok e para Arva. Ela não se pronuncia. Talvez não queira influenciar a decisão deles.

- Kairon é uma cidade tranquila e pacífica. - Ragok diz a eles. - O tempo em que vivi lá com Aliatra, me mostrou como os de Anśa natural se comportam entre si e com a Floresta. Eles também sofreram e vivem bem, agora, graças a presença da velha amiga. Se nos reconhecerem, deixamos de ser uma ameaça e a chance de vivermos próximos a eles como irmãos, aumenta.

Sorrio e agradeço com um aceno. Ele não me olha por muito tempo, mas não se afasta.

- É importante que deixem esse local. Estar perto do mundo humano como vocês estão, não é bom. Muitos deles ainda não estão preparados para a nossa forma de viver. Então poponho que fiquem perto de onde vivo. Posso ajudar a construir casas. - convido.

- Vamos nos aproximar de Kairon mesmo antes do ajuntamento? - alguém pergunta.

- O que estamos pedindo a Kairon e as outras cidades, não é o direito de morar na Floresta. Isso já possuímos. O que estamos pedindo é que nos reconheçam como cidade livre e que respeitem Samiot como igual. Se não aceitarem, não vamos deixar a Floresta, mas vamos criar nossos filhos cientes de que precisam buscar a paz, ainda que haja ameaça de guerra pelas cidades que se negaram a nos reconhecer.

Os cochichos recomeçam. Arva solta uma risada baixa. Ragok parece não acreditar no que eu disse. Barak é o único verdadeiramente entusiasmado.

Só posso pensar que talvez não seja esse o desejo deles. Me precipitei em achar que gostariam de ser reconhecidos pelos outros sublimes.

- Vamos pensar a respeito. Temos até o início da noite para responder.

Rapidamente eles entram em suas tendas. Deixaram tudo o que estavam fazendo.

- Agora só podemos esperar o que vão decidir. - Arva se vira para mim. - Fique tranquila, a maioria de nós possui sabedoria.

- Você não opina? - pergunto a ela.

- Só depois que cada um conversar com suas famílias e com seus próximos. Antes não.

Só posso pensar que Arva é muito justa. A líder que os magos mereciam desde o começo.

- Posso falar com você? - Ragok pede.

Ele não se foi. Seus olhos ainda são lindos e verdadeiros. Eu queria que ele não me desprezasse tanto.

- Claro. - respondo.

Ele começa a caminhar na direção da Floresta. Talvez não queira que nos ouçam.

Paramos em uma clareira. Ragok de costas, nitidamente incomodado comigo.

- Não precisa me dar as costas. Entendi que já seguiu sua vida. Só desejo que você seja feliz.

Ele se vira para me olhar e começa a rir. Como no dia em que Kosnahk despertou, ele está zombando de mim.

- Obrigada por isso! - sussurro.

- Desculpe. - ele para de rir. - Achei engraçado você se sentir assim sobre mim. E só tenho a dizer que depois do que sua amiga me fez, nada vai me tirar a vontade de viver.

É isso. Ele vai viver e eu não preciso ficar e ouvir o quanto ele é feliz.

- Ótimo. Vou voltar pra casa... - sussurro.

Viro as costas para ir, mas sinto sua mão em meu pulso. Quente e macia. E com aquela sensação que jamais vou me esquecer, de ter a pele dele na minha.

- Você vai jogar de forma perigosa, levando os magos para viver perto de Nigde.

- Ela mudou, inclusive de fisionomia. - sussurro, soltando minha mão da dele.

- Arva vai reconhecê-la. Não importa quanto tempo passe. - ele insiste.

Respiro fundo. Não havia pensado nisso. O perigo é real. Algo com o que preciso lidar.

- Não quero ver a decepção que eles vão sentir quando souberem. Concerte seus erros. - ele diz de forma ríspida.

Não sou madura o suficiente para responder. Levanto voo e sigo para casa com as lágrimas molhando meu rosto.

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