Capítulo 25- Reunam-se.
Pelas ordens de Zeus, Hades invocou todos os Deuses de importância no Olimpo, incluindo também algumas criaturas mágicas e semideuses.
Todos debatiam os motivos de estarem ali, não tendo nenhuma resposta do Deus do submundo que apenas se mantinha em silêncio, mesmo que alguns dos Deuses o questionava dele estar ali, pois muitos achavam que o mesmo foi banido pelo próprio irmão.
Não demorou muito para que o soberano do Olimpo chegasse e se sentasse em seu trono dourado, fazendo com que todos ali presentes ficassem em silêncio para que o mesmo pudesse se pronunciar.
— Irmãos, irmãs e todos os seus descendentes, — todos os olhos se dirigiam a ele — estamos em uma situação nada agradável. Estamos todos correndo um grande perigo. — todos se olham.
— Isso tem haver com aquela escuridão que sobrepôs o meu sol? — Um loiro de cabelos curtos e olhos claros levanta de seu trono e fica de frente a Zeus. Sua túnica branca de um ombro só, deixava parte de seu peitoral definido, à mostra. Ele mantinha em sua posse uma lira dourada que emitia um lindo som, e em suas costas preso em seu manto, um arco e flecha de mesma cor fazia-se presente.
— Exatamente! — seus olhos cintilavam fortemente em tons azuis, encarando Apolo.
— Eu duvido que exista um ser mais poderoso do que o senhor, meu pai, e que tenha a força necessária para apagar o meu Sol. Nem mesmo eu, ou o senhor, temos tal capacidade. — o deus do sol se pronunciava enquanto tocava uma melodia harmoniosa em seu instrumento musical.
— Não seja arrogante, Apolo! — Zeus bate com força no braço de seu trono, fazendo o loiro parar de tocar sua música — Há uma entidade que devemos temer, cujo objetivo é destruir tudo e todos.
— Eu consigo senti-lo, sua força é extraordinária, supera até os meus ventos.— Dessa vez, um deus de aparência idosa, com os cabelos brancos e o corpo frágil e muito magro ao ponto de mostrar um pouco dos seus ossos, se pronunciou. — Ele se aproxima. — Sua voz era rouca e frágil, soltando leves ventos no local a cada respiração.
— Éolo tem razão, eu também posso senti-lo. — Diz, Céos, um titã grisalho com o corpo musculoso. Seu poder se assemelhava a um átomo em funcionamento, onde ele o manifesta nas palmas de suas mãos. Ele se aproxima dos deuses — Esse poder… Só pode ser… o Caos! — Ao revelar o nome, todos o olham surpresos.
— Sim, ele foi liberto. — Zeus confirma com frustração em sua voz.
— Impossível! Se isso for mesmo verdade, então nós…— Hera diz em choque, olhando para o seu marido. Ela se mantinha sentada no assento ao lado de Zeus, com a expressão de poucos amigos. Ela odiava o fato de ter que aguentar alguns rostos, a qual ela não gostava, ali presente em sua residência.
— Éolo, continue monitorando o Caos. Me informe de todos os passos que ele der. — viu o mesmo concordar — Mas cuidado, não se aproxime muito dele, ou poderá ser apagado da existência. — assim que terminou de dar a ordem, o deus dos ventos desaparece.
— Eu vou com ele. Não deixarei aquela coisa sair impune depois de destruir a minha obra prima. — Apolo se preparava para sair.
— Não seja tolo! Você não sabe o quão perigoso ele é. — sua irritação estava bastante visível no seu tom de voz.
— Relaxa, eu sei me virar! — um sorriso presunçoso estava presente em seu semblante.
— Eu te…— o Deus do sol desaparece em meio a uma luz forte que apareceu no local — Moleque insolente! — esbravejou irritado. — Ártemis, vá atrás do seu irmão, e o impeça de cometer alguma tolice!
— Como desejar, senhor! — Uma Deusa de cabelos azuis celeste quase brancos, e de aparência idêntica ao irmão, responde acompanhada de um cervo. Seu humor mudava constantemente em cada estação lunar, e justamente hoje, um dia de lua crescente, embora estivesse escondida naquela escuridão toda, a deixava com a sua adrenalina nas alturas. A deusa da lua pega o seu arco e flecha, e corre atrás de seu irmão, seguida pelo seu animal. — Hoje está uma excelente noite para caçar! — diz ela animada.
Zeus apenas respirou fundo, demonstrando a sua impaciência.
— Quero que se preparem, pois iremos atacar o Caos com tudo o que nós temos. — Se levantou de seu trono.
— Senhor, acha prudente fazer isso? — Dionísio perguntou enquanto se deliciava com um dos seus vinhos.
— Oras, e o que você esperava? Que fugíssemos? — o deus do submundo toma a frente — SOMOS DEUSES! Não há nada que devemos temer!
— Exatamente! Todos se preparem! Lute como se a sua vida dependesse disso, porque ela depende. Iremos atacá-lo com tudo o que nós temos!
Pov Zeus
Eu vejo o olhar de preocupação de todos, mas temo que não tenhamos escolha. O inimigo é poderoso demais para subestimar. Afinal, estamos falando do primeiro ser existente, minha força nem se compara a da dele. Infelizmente, não vai ter como evitar ter baixas, mas espero que consiga ao menos sair vitorioso dessa guerra. Eu não posso transparecer a minha dúvida e os meus temores, pois eles confiam em mim, na minha força, não posso parecer fraco diante deles, porque os mesmos precisam que eu tome o controle, que seja a razão deles e que seja aquele em que eles podem se apoiar.
Às vezes, é difícil ser o mais poderoso, ter que tomar decisões que afetam tudo. Eu me sentia confiante com a ajuda da Atena e do meu querido irmão, sem eles eu sinto que vou…NÃO! Eu não vou me lamentar. Eu sou Zeus, o deus dos deuses, eu não posso me deixar levar, tenho que ser firme e continuar sendo o mais poderoso.
— Onde está o Poseidon? Eu não o vejo em lugar algum? — perguntou Hércules, me tirando de meus devaneios. Sua força física sempre me impressionou, eu sempre o considerei o semideus mais poderoso. Com certeza será de uma grande ajuda. — Ele não seria de extrema importância agora?
— Ele…ele está investigando uma coisa que eu pedi, que acredito que irá nos ajudar na batalha. — tomei a frente do Hades, que me fitava com os seus olhares flamejantes prestes a lhes dizer a verdade. — Vamos ter que nos virar até que ele volte para nos ajudar.
Eu reparei que todos se olhavam, provavelmente não acreditando muito nas minhas palavras, contudo, ninguém ali tinha coragem de me contradizer, nem mesmo a minha querida esposa que me encarava.
Agora eu só espero que a nova portadora do tridente do meu irmão, apareça para nos ajudar. O poder dos três artefatos forçados pelos ciclopes não pode ser desperdiçado. Assim como o poder dos três foram necessários para destronar o meu pai do trono na luta contra os Titãs, vai ser necessário agora para ao menos ter uma chance na batalha contra o Caos.
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Pov medusa
Eu ainda não estava acreditando que o meu pai era o próprio Poseidon, e que ainda o seu tridente tenha me escolhido para ser a nova portadora dele, me tornando uma Deusa dos mares. Posso sentir o poder do artefato transbordar por todo o meu corpo. Aos poucos, ele se fundia comigo, se tornando uma parte de mim. Ele me compreendia, assim como eu o compreendia, os seus desejos, as suas vontades, como se ali residisse uma alma. Podia sentir os sentimentos do meu pai transbordando nela, ele ainda estava vivo, presente de alguma forma.
O objeto de três pontas ressoava, me conectando com as suas outras irmãs que foram forçadas no mesmo momento. Embora eu não tenha motivos para acreditar e nem querer ajudar o deus dos trovões, sentia que isso era o mais correto para se fazer, ou o mundo iria ser devorado pelo Caos, levando o meu amado e todos com ele. Eu não posso deixar isso acontecer, não agora, não no momento em que eu finalmente posso me abrir com outro alguém, sem ser obrigada a transformá-lo em pedra, não no momento em que eu possa realmente ser feliz, me sentir amada, desejada.
Alexandre foi o homem que me salvou do triste fim ao qual eu me encontrava. Ele me viu como uma pessoa, e não como um monstro com que todos queriam decapitar. Agora eu tenho a força e o poder para ao menos tentar proteger o seu futuro, nem que para isso eu tenha que me aliar com aquele Deus arrogante.
— Temos que achar um jeito de nos proteger. Seria perigoso ter que enfrentar aquela coisa de frente. — O Alexandre tentava fazer um plano enquanto discutia com o amigo dele. Eu não conseguia parar de admirá-lo, essa sua postura de líder, de querer proteger as pessoas que gosta, é realmente um homem e tanto, o amor da minha vida, meu amado, meu Salvador. — Haja o que houver, você não pode confiar naquele Zeus. Ele é perigoso e nada confiável…— Eu me sinto tão protegida do seu lado, sinto que irá me proteger de tudo e de todos. —...Medusa…? Medusa?
— Oi!? — respondi saindo dos meus devaneios.
— Você concorda com o que eu disse? — ele me perguntou, mas eu não sabia do que ele estava falando, estava distraída demais o admirando.
— S-sim! — Respondi por responder, porém eu não sabia com o que concordei.
Ele começou a falar novamente, contudo o único que prestava atenção era o loiro sentado ao seu lado. Eu só me concentrava em seu olhar penetrante, que me convidava para me perder nele.
O vibrar do tridente de minha posse estava ficando mais forte, claramente implorando para que eu ajudasse os outros. Eu não tinha como ir contra o seu desejo, que supera com facilidade o meu. Eu preciso ir, ou isso me consumirá.
Sinto muito, meu amado, eu sei que não vai gostar, mas eu tenho que seguir com a minha nova obrigação, como a portadora do tridente e a nova Deusa dos mares.
— O que?... o que está fazendo, medusa? — O Alexandre me questiona após eu prender ele e o amigo em uma proteção de água, que era tão forte quanto um muro de aço.
— Me desculpe, Alex, eu sei que não estava nos seus planos, mas eu preciso lutar nessa batalha. Eu quero que viva o maior tempo possível, e o que eu puder fazer para prolongá-lo, eu farei.
— Medusa, não faça isso! Podemos achar um jeito melhor.
— Eu sei que você quer me proteger, fico realmente muito grata por isso, contudo, chegou a minha vez de ajudá-lo.
— Não, por favor, não quero ter que te perder novamente. — pude ver as lágrimas percorrerem o seu lindo rostinho.
Embora eu quisesse muito ficar para beijá-lo e me jogar em seus braços, precisava resolver um assunto antes.
— Eu preciso ir, Alex, e caso eu não consiga voltar, eu te agradeço muito por tudo o que fez por mim…— dessa vez fui eu quem não conseguiu segurar as lágrimas — Eu te amo…— conseguir dizer por fim, antes do tridente me levar em alta velocidade para o local que ocorrerá a grande batalha.
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Pov Narrador
O Caos continuava seguindo em frente, e desintegrando tudo em seu caminho. Seus passos eram lentos, sem pressa, como se quisesse saborear cada momento. A cada passo que dava, os carros, humanos, animais, casas, árvores e tudo que cruzava o seu caminho simplesmente virava pó. Algumas pessoas corriam o mais longe que conseguiam ao presenciar aquele desastre, no intuito de se salvarem, contudo, não era o bastante para escapar de serem desintegrados por um simples olhar obscuro da percussora da morte.
No céu cercado de sombras negras, surge Apolo montado em uma carruagem. Ele estava sendo transportado por três cavalos alados que pegavam fogo em seus cabelos.
— O poder do sol, não pode ser apagado por uma força dessas, ele é imortal! — após avistar a entidade desejada por ele, o deus do sol cria uma enorme bola de fogo com chamas concentrada, cuja força e o calor emitido, se assemelha a um verdadeiro sol nas pontas de sua flecha. — ENGOLE ESSA, aberração! — esbravejou, atirando a flecha com o seu arco e lançando a bola de fogo no alvo desejado.
A bola de fogo seguiu o seu curso, queimando tudo que cruzava o seu caminho sem desviar do objetivo. Entretanto, com uma simples olhada para a ameaça que vinha em sua direção e sem desviar o olhar, o Caos obliterou o poder do sol com uma simples piscadela.
Chocado, e finalmente percebendo a diferença de força entre eles, Apolo tenta retornar para Olimpo, mas a sua distância estava no alcance da entidade de cabelos negros que o exterminou sem pestanejar, o transformando em simples poeira ao vento.
Chegando no momento da morte de seu irmão, Ártemis ficou sem reação, com um único extinto de atirar uma de suas flechas na direção da criatura que sem se importar, continuou a sua caminhada. Assim que puxou uma flecha envenenada de sua aljava e se preparou para lançá-la, foi impedida no último instante pelo Deus dos ventos que a agarrou e a levou de volta para a morada dos Deuses.
— Não seja tola! — foi a única coisa que ele falou após agarrá-la e tirá-la dali.
Assim, Caos continuava seguindo o seu caminho, sempre reto, sem desviar. Apenas olhava para uma só direção como se buscasse por algo, ou alguém.
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