Capítulo 24- Caos
Antes dos humanos, deuses ou qualquer outra criatura existir, havia uma força inigualável, única e completamente sem limites existente no mundo. Ficou conhecida posteriormente como; Caos. Um ser tão poderoso que mal conseguia controlar a sua força, descontrolando-se a todo momento. Em um desse descontrole, acabou fragmentando um pouco de seu poder e gerindo uma alma que tinha como função, ajudá-lo a se controlar. Gaia, a primeira Deusa gerada com êxito por Caos, conseguiu mantê-lo sob controle, porém mais tarde, ela planejou uma traição junto com outros de seus filhos, o trancafiando em um amuleto por longos anos...até agora.
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No momento de distração, um raio atinge o corpo do Alexandre com mais força, o levando para o chão.
— Você não sabe o que liberou, seu humano estúpido! — a voz do Deus dos céus se tornou ainda mais ameaçadora, mas ao mesmo tempo dando leves alterações, como se temesse o que estava por vir.
— Irmão...aquele poder estrondoso só poderia ser...— Hades parou após reparar no semblante de Zeus, que o mesmo havia chegado na mesma conclusão que ele — Eu nunca pensei que veria ele pessoalmente. As coisas se tornaram interessantes e perigosas.
— Com aquela coisa a solta, teremos que ter muita cautela. — observou o ar tenebroso — Agora sem o Poseidon, não sei se seremos capazes de detê-lo. — Seu olhar recai no humano que tentava se levantar — Você me causou problemas pela última vez! — aumentou a intensidade dos raios, fazendo o Alexandre se ajoelhar novamente.
— Espere Irmão, não mate ele ainda. — um sorriso malicioso aparece em sua face — Vamos fazer ele assistir primeiro a morte dos seus amigos. — Ele desaparece envolto as chamas, e reaparece atrás do Rafael, sem que o mesmo percebesse o que estava acontecendo.
— Não...Rafa... cuidado... — Alexandre tenta avisar o amigo da ameaça que surgiu atrás dele enquanto se esforça para se mover, porém, o seu corpo não correspondia às suas necessidades, o impedindo de chegar a tempo de ajudá-lo —NÃO!!!...
Antes que o Rafael pudesse perceber o ser na sua retaguarda, sente uma enorme dor lhe atingir pelas costas, o fazendo cuspir muito sangue. Ao olhar para o seu peito, avista uma mão esquelética envolto de chamas.
— Oras, — sua pupila cor de fogo vai de encontro com os olhos cristalinos quase sem vida do loiro, que cai de joelhos — observa bem o olhar de desespero do seu amigo que se esforça para te ajudar. Dá até uma pena, não concorda? Não? — Seu deboche saia em gargalhadas. — Eu também acho. — seu olhar recai na do Alexandre, que o fitava com um olhar de tristeza e raiva — E pensar que por culpa dele você será torturado eternamente e sem nenhuma misericórdia lá nos meus domínios, hahaha!
— Rafa...— o Alexandre ergue a sua mão no intuito de alcançá-lo, mas ele estava longe demais para isso — Rafa...
De repente, uma jorrada de água é lançada no deus do submundo que consegue se esquivar ao afastar-se do Rafael, fazendo com que a água atinja somente o loiro parado. Um outro ataque de água é direcionado ao Zeus, que apenas se defende com o braço como se aquilo não fosse nada.
— Argh! QUEM FOI O TOLO QUE FEZ ISSO? — expressa-se Hades após se esquivar do ataque.
Ambos os deuses direcionaram os seus olhares na mesma direção, espanto e surpresa foi o que encontraram após avistar a imagem do tridente dourado do Deus dos mares lampejando na mesma cor da arma e em posse de uma górgona que também brilhava em dourado.
— M-medusa...? C-como você...?
— Eu não sei, Alex, mas sinto que eu fui escolhida pelo tridente. Ele e eu compartilhamos a mesma intenção, de salvar aqueles que ama.
— Isso é impossível! Não tem como uma insignificante como você conseguir empunhar a arma do meu irmão. — Seu espanto ainda estava muito em evidência.
Zeus não desgrudou os olhos da medusa, a analisando.
— Entendo... o tridente deve ter sentido que você tem sangue do Poseidon correndo em suas veias, e a escolheu como sucessora dele.
O Deus do submundo, assim como o Alexandre, ficaram surpresos com tal informação, embora a mulher no recinto não parecesse ter ficado.
— Então é verdade...Poseidon é o meu pai...— disse ela, pensando alto.
— Como pode ter certeza disso? — Hades pergunta ao irmão, que apenas revira os olhos.
— Veja por você mesmo. — ele aponta em direção ao Rafael que estava completamente curado.— Esse poder demonstra que ela é a nova Deusa dos mares.
— Isso...é impossível! — seu olhar surpreso é trocado por um de raiva — Vamos matá-la! Vamos matar todos e...
— Não podemos! — Zeus o corta — Precisaremos dela viva se quisermos ter alguma chance de deter aquele monstro. Ele não pode...argh!
Aproveitando as brechas dada pelos seus inimigos, Alexandre aproveita uma poça de água que havia se formado perto de sua cabeça para se curar, e quando já estava completamente curado, ergueu uma barreira feita de eletricidade e fogo para afastar o deus que estava te torturando, e correu para perto do melhor amigo erguendo outra barreira em volta deles.
— Alex, você está bem? — Medusa se aproxima de seu amado, entrando com facilidade pela barreira que ele impôs.
— Sim, estou! — deu um selinho nela sem desviar a sua atenção para os seus inimigos.
— Mano? Eu não tô legal não...— O loiro ergue a sua mão e a deposita em sua cabeça — eu estou com uma enorme dor de cabeça...acho que alguém me dopou, pois eu estou vendo coisas...aquele é...— seu espanto foi eminente ao se lembrar de já ter visto o grisalho a sua frente — Z-Zeus?
— Eu fico aliviado que não tenha morrido, Rafa. Eu te explico tudo depois.
O amigo apenas assentiu com a cabeça, enquanto observava tudo ao seu redor, principalmente o abdômen definido do Deus dos deuses.
— Onde é que estamos...? — perguntou ele desviando o olhar, após perceber que já estava babando — O que foi que aconteceu aqui...?
— SILÊNCIO! Chega de conversas, humanos, e me entreguem, ela! — Zeus encara a mulher em posse do tridente de seu irmão — Ou mataremos todos vocês sem misericórdia!
— O que querem comigo?
— Querendo ou não, você agora é uma de nós. Precisaremos do poder do tridente se quisermos ter alguma chance de nos salvar. — seus olhos brilham intensamente ao encarar o céu — Não consegue sentir? O poder avassalador que paira no ar?
— Aquilo que eu libertei, o que era? — Alexandre pergunta encarando o deus dos céus à sua frente, mas sem desativar a sua barreira.
— "Aquilo" como menciona, não passa do ser mais poderoso de todos. Não tem forma, não tem sentido, tendo como o único propósito de destruir tudo. — encara de volta o humano — Você acabou libertando o Caos no mundo, a primeira entidade. Ele não parará, até que tudo volte a ser como era, um vazio, um nada.
— Ele ainda não está com cem por cento das forças, não é, irmão? — Hades se aproxima do Deus dos céus.
— Não. Ele ainda está incompleto. — analisa a situação — Precisamos atacar antes que ele se recupere por completo, ou o nada retornará.
Alexandre escutava atentamente as palavras ditas pelo Zeus, e mesmo que ele fosse um inimigo que não se podia confiar, ele estava certo. O seu pressentimento alertava que algo pior estava por vir.
— Porque eu sinto que algum babado fortíssimo vai acontecer? — diz Rafael, percebendo o clima intenso que pairava no ar.
— Hades, vá e reúna todos os deuses! — ordena, após sentir uma mudança perturbadora no clima. — Diga a todos para comparecerem no Olimpo. Agora! — Sem precisar que o irmão repetisse duas vezes, o deus do submundo desaparece, deixando apenas faíscas e cinzas para trás. — Ele encontrou um receptáculo. — diz olhando para o céu.
Enquanto isso...em uma cidade não muito longe dali...
— VAMOS DEPRESSA, MULHER! — Gritou um homem baixinho para a sua esposa. Ele mexia em seu bigode grande que escondia a sua boca pequena, e com a outra mão, segurava o corrimão da escada olhando para o andar de cima, enquanto esperava a sua mulher descer. Ele usava um óculos redondo no rosto, e um terno azul que combinava com a sua gravata amarela. — NÃO ME FAÇA SUBIR AI EM CIMA, OUVIU?
— Sim, marido, já estou indo marido. — Uma mulher de cabelos ruivos e cacheados descia as escadas às pressas. Ela usava um vestido longo branco por debaixo de um sobretudo marrom, e um chapéu elegante da mesma cor cobria a sua cabeça. Ela tentava terminar de pôr os seus brincos a cada degrau que descia.— Eu estou...— uma ardência percorre o seu rosto após ser atingida por um tapa forte de seu marido.
— Quando eu chamar, você vem na mesma hora! — levanta a mão ameaçando dar outro tapa - Nunca mais me faça esperar! — exclamou ele — ENTENDEU?
— Sim, marido. — ela enxuga as suas lágrimas. — Isso não vai voltar a se repetir.
— Espero mesmo, pelo seu bem. — Caminha para pegar o carro, seguido pela esposa.
Assim que saíram de casa, o marido foi até a garagem para retirar o automóvel do local, enquanto a esposa esperava do lado de fora da residência. Ela olha para cima e percebe a mudança no clima, o tempo que antes era ensolarado, se torna completamente negro. A mulher se espanta ao notar um rosto no meio das nuvens, a chamando pelo nome. Ela grita pelo marido, mas é atingida por umas sombras que entram no corpo dela como fumaça.
— Pare de gritar aí, mulher. Quem pensa que é...??? — os olhos dele se arregalaram após avistar uma mudança súbita em sua esposa. Os cabelos que antes eram ruivos, passaram a ser longos e pretos, cobrindo a metade do rosto dela, suas vestes mudaram para tons mais escuros e o que mais assustou ele, foi a mudança no olhar dela, sentia que fosse uma eterna escuridão que iria devorá-lo. — Margareth? — ele chamou por ela, mas a mesma não reagia, seu olhar estava mais além. — Margareth?— tentou chamá-la novamente — EU TÔ TE CHAMANDO MULHER, NÃO TÁ ME...? — Ele ameaça bater no rosto dela, mas a mesma segura a sua mão.
— (...)
Ela o encarava sem dizer nada, e num piscar de olhos, o homem baixinho é desintegrado, sobrando somente um monte de pó que é levado com o vento. A mesma começa a caminhar, enquanto mantém o seu olhar fixo no horizonte, e desintegrando tudo em seu caminho, não restando nada a não ser um punhado de areia.
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Pov Alexandre
Uma sensação estranha percorreu todo o meu corpo, conseguia sentir uma sutil, porém, perceptível mudança no clima. Algo havia mudado, estava estampado no rosto daquele ser em minha frente que demonstrava estar preocupado, embora permanecesse com o seu semblante sério e postura rígida.
O tal de Zeus continuava insistindo que a Medusa fosse com ele para algum lugar, e eu conseguia perceber que ela estava em dúvida quanto a isso.
— Queiram vocês ou não, o mundo que conhece está prestes a acabar. — Seus olhos não demonstram excitação — Embora eu odeio admitir, vocês são fortes, apesar de serem de raça inferior, não nego isso. Precisaremos de toda ajuda possível para deter o que está por vir. O inimigo, não só da humanidade, quanto de tudo que é existente, se aproxima. — barulhos de trovões são audíveis e raios começam a cair sobre si. — Estejam preparados! — disse antes de sumir em meio aos raios.
Eu devo acreditar no homem que matou a minha mãe, sequestrou a minha namorada e que quase me matou? Eu não sei. Não confio nele, mas as suas palavras não me pareceram ser mentiras.
— E agora, querido, o que devemos fazer? — perguntou Medusa após eu desativar a barreira sobre nós.
— Eu não sei...mas alguma coisa me diz que é melhor estarmos preparados... "querido "? - Fiquei corado ao repetir a sua fala, acho que foi a primeira vez que ela me chama assim.
— Dá para os pombinhos aí pararem de serem tão melosos e me dizerem, O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? — o chilique do Rafael me lembrou que ele ainda não estava por dentro de tudo.
— Senta aí, amigo, eu vou lhe contar tudo o que aconteceu por aqui, e o que acho que vai acontecer. — ele prestava atenção em cada palavra dita — Tudo começou com...
Eu contei tudo a ele, desde os acontecimentos antes de eu entrar em coma, e tudo o que ocorreu posteriormente. Contei sobre a minha mãe, sobre o homem que a matou, ou melhor dizendo, o Deus que a assassinou, e tudo o que ele precisava ouvir. Ele pareceu completamente intrigado e não demonstrava nenhuma desconfiança na veracidade da minha história. Por fim, depois de já ficar por dentro de tudo, nos ajudou a pensar em como devemos seguir.
Não importa o que aconteça, não vou deixar mais ninguém que eu me importe morrer! Nem que para isso eu tenha que sacrificar a minha própria vida.
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