PRÓLOGO 2
Erick sumiu de novo. Não sei por que vivo sonhando com ele... Que saco! Ele é um aproveitador, deveria ter o denunciado depois que me pediu dinheiro, e sumiu. Mas como faria isso? Eu que fui tonta e estava apaixonada demais para notar que ele não tinha a intenção de me pagar. Como fui idiota.
Posso dizer que mudei um pouco, agora sou ruiva, quer dizer quase, estou com umas mechas vermelhas apenas, pois meu pai quase surtou quando viu e começou dizer que uma Benacci tinha que ser uma mulher de caráter e não sei o quê.
Como se a cor do cabelo de alguém definisse o caráter dela.
Enfim, ainda sou menor de idade e meus pais vivem dizendo que estou na fase de ser rebelde, mas na verdade essa sou eu. Nunca fui patricinha como as meninas no colégio e o fato de ser rica e famosa, me fez conhecer muitas, mas nunca consegui seguir o padrão. Gosto de zoar, falar alto, gesticular e adoro adrenalina. Sou louca por corrida e moto, mas claro... "isso não é comportamento de moça, Helen". Minha mãe sempre estraga minhas expectativas.
A parte boa de ser rica é que não preciso trabalhar duro para conseguir o que quero. Pelo menos achei que era assim...
Meses mais tarde
Agora sou maior de idade. E bom... Papai começou com seu sermão sobre a empresa ser algo da família, que eu teria que dar continuidade e não sei o que mais. Raramente o escuto... O que deveria fazer com mais frequência. Se tivesse feito, não estaria aqui agora.
— Bem, vamos aprender as funções de uma empresa, como administrá-la de forma lucrativa e como mantê-la sempre no topo...
Isso mesmo... Faculdade! Que saco, eu nem queria estudar mais quando estava no ensino médio, como pude aceitar estar na faculdade? E pior! Administração de empresas.
Preciso parar de escutar música quando papai está falando comigo ou só vou me ferrar. A parte boa é que posso mandar nas minhas roupas e cabelos, ou quase, só preciso seguir o padrão e ser certinha nos eventos da empresa e agora eles não se importam com o vermelhão do meu cabelo já que seus sócios vivem elogiando o quando sou linda.
Meus pais sempre foram ligados aos sócios, tanto que por conta da empresa e de suas responsabilidades, demoraram para se livrar de João, mas claro, depois do ocorrido no dia em que Erick me salvou, ele nunca mais chegou perto da minha casa ou de mim. E agora ele não é mais sócio, graças a Deus. Precisei de meses no psicólogo para conseguir dormir sem ter pesadelos. Mas voltando a minha vida atual... É o seguinte, administração não é para mim.
Dois anos mais tarde...
— Afff, detesto faculdade, e Moda, foi péssima escolha!
— Querida, foi você que escolheu esse curso e ainda disse ao seu pai que agora sim estava feliz.
— Eu achei que sim. — Jogando sobre o sofá os materiais. — Só que me enganei, não quero mais fazer Moda.
— Seu pai vai falar um monte, Helen, você está muito irresponsável querida, precisa terminar algo. — Mamãe diz ainda concentrada em seus papéis.
— O que está fazendo? — Mudo o assunto.
— Tentando entender o que está acontecendo com os funcionários, querida. Estão parecendo exaustos e não estão produzindo bem, parecem infelizes e assim nada sai como deveria.
Fico com minha mãe tentando entender o que ela quer dizer sobre o assunto, e fico ainda mais perdida, raramente vou à empresa. Sei apenas que fazemos coleções de roupas para vários lugares e lojas.
Durante o jantar disse ao meu pai que iria trancar a faculdade e mais uma vez ele me passou um sermão, desta vez pior do que quando parei administração. Só que agora, ele foi enfático ao me dizer que eu não tinha mais jeito e que só voltaria pagar minhas contas ou me dar dinheiro se eu passasse a trabalhar com ele na empresa da família e então tive que ceder.
Comecei hoje na Têxtil Benacci, e confesso que é bem desconfortante todos me chamando de senhorita Benacci e me bajulando. Nem na minha casa é assim.
— Pai, vou dar um rolê na empresa para ver o que estão fazendo e saber um pouco mais. — digo entediada por ficar vendo-o escrever em seu computador o tempo todo.
— O que seria dar um rolê, querida?
— Dar uma volta pai, olhar, interagir... — digo impaciente.
— É só olhar as câmeras, não precisa descer á fabrica e nem ficar atrapalhando o pessoal a trabalhar. — diz e atende o telefone. — Certo. Verônica, diga que estarei lá em um minuto, obrigado. — desliga e olha para mim. — Tenho reunião com um novo cliente, quer vir para observar?
— Vou ficar olhando as câmeras, papai, quero entender desde o começo. — digo apenas para me livrar, ele sorri e levanta.
— Helen, minha princesa, isso tudo é seu, precisa mesmo conhecer.
Sorrio para ele, e sei que tem razão, mas não me vejo presa nesse escritório durante horas e nem mesmo em reuniões maçantes. Quando papai sai, saio em seguida, para ir a fabrica... Até parece que iria ficar presa naquela sala olhando pessoas trabalhar.
— Ei, como consigo chegar à fabrica?
— Senhorita Benacci, posso pedir o que a senhorita quiser, não precisa descer lá.
— Não foi essa minha pergunta guria, queria saber como chego lá, mas já que não sabe, valeu. — Deixo-a sozinha e vou até um dos homens com uniforme de segurança. O cara é velho tem uma pança enorme e um bigode feio pra caramba. — Senhor, poderia me falar como chego a fabrica?
— Claro, senhorita. — Ele sorri abertamente com seus dentes amarelados. — A senhorita, vai descer no térreo e lá vai virar a direita, depois à esquerda e no corredor entra na quarta porta a direta. — diz apertando o botão para o elevador subir. — Térreo, direita, esquerda e quarta porta a direita, tudo bem? — Segura a porta do elevador para mim.
— Obrigada, senhor Túlio. — digo lendo o crachá em seu peito. — Vou chegar lá, com certeza. — Ele sorri e viro para o senhor que controla o elevador. Ele é mais novo que o senhor segurança e não falou uma palavra desde que cheguei com papai à empresa. — Ei carinha, dá para me deixar no térreo? — ele me olha espantado. — O que foi? Não sei seu nome.
— É Max, senhorita. — diz meio espantado ainda. — Desculpe, ninguém nunca fala comigo.
— Xi, deve ser bem solitário isso, não é?
— Um pouco. — Ri de lado e se concentra no painel.
— Você está lascado então, meu pai quer que eu venha trabalhar aqui e vai me ver todos os dias, acho que vai precisar de fones de ouvidos potentes para me ignorar.
— Não ignoraria a filha do chefe, senhorita Benacci. — diz ainda sem me olhar e chegamos ao térreo.
— Aí Max, eu sou apenas uma mulher comum cara, pode me chamar de Helen, Benacci é para os velhos, ops para meus pais. — ele disfarça o sorriso, mas volta me chamar pelo sobrenome quando se despede.
Assim segue meu percurso, pessoas receosas em falar comigo, muitas não falam nem umas com as outras, é bem estranho. Somos a maior empresa têxtil do Brasil, e acho que logo vamos ser internacional, mas nossos funcionários realmente são estranhos, ou vai ver, eu que sou louca mesmo...
Depois de longos meses trabalhando com meus pais e vários tours na produção e em outros setores, descobri finalmente o que posso fazer para ajudar na empresa.
— Papai, vou fazer psicologia. — digo durante o jantar e ele engasga com a comida.
— Como é querida? — Minha mãe fala antes de meu pai se recuperar.
— Isso mesmo mamãe, descobri o que os funcionários estão precisando. — digo sorridente. — Por exemplo, a senhora sabia que Elizabeth acabou de sair de um divórcio e que perdeu a guarda dos filhos? Ou que David está angustiado porque sua mãe está indo para a quarta cirurgia? Ou ainda que Max, é um cara calado, por todos simplesmente o ignoram quando entram no elevador.
Os dois olham um para o outro então papai limpa a garganta e me olha sério.
— O que tudo isso tem a ver com você fazer psicologia, melhor, o que tudo isso tem a ver com a empresa? — Limpa os lábios com o guardanapo. — Não vou continuar te bancando, Helen, enquanto não me provar que é responsável suficiente. Conversa encerrada.
Levei quase quatro anos para mostrar ao meu pai como sendo psicóloga poderia auxiliar na empresa e ele finalmente cedeu...
Então, bora estudar e finalizar uma faculdade pelo menos.
ERICK
Odeio Adalberto com todas as forças.
Aquele desgraçado, armou para me ferrar e caí feito patinho.
Perdi a porra de quatro anos preso naquela merda, mas foi bom. Agora sei muito mais e ele vai me pagar. Só vou conquistar o espaço que preciso e ele estará onde quero, sete palmos abaixo da terra. Não tenho nada mais a perder. Meus pais morreram e acabo de saber que Enzo, está nos Estados Unidos para o trabalho que tanto sonhou. Fico feliz por ele.
Meses mais tarde...
Ótimo. Adalberto, está onde quero, acha que manda em mim novamente e se sente o cara mais feliz do mundo, principalmente, agora que lhe dei a munição para me controlar. Está mexendo com empresas, tem manipulado contas através de algum sócio corrupto e descobri que o imbecil estava de negócio com o velho que tentou violentar, Helen quando garota.
Ah Helen! Saudades daquela garota, mas não vem ao caso.
Ele está me ensinando tudo que sabe e tem se divertido com uma garota filha de um dono de deposito de construção. O cara é um charlatão de primeira e acaba de descobrir que o sócio que o ajuda na empresa do pai da Helen está morto e que eu fiz isso. E está furioso.
— Seu moleque filho de uma rapariga, está ficando maluco. — Ele soca a mesa ao descobrir.
— Ele é um velho pedófilo. — Dou de ombros. — Demorou.
— O que ele faz com a porra do pinto dele não me interessa. — berra me encarando furioso. — Seu moleque imbecil, estávamos planejando um furo, sem rastros, de meio milhão em euros da conta daquela empresa. — Dou de ombros e me mantenho firme. Estar na prisão e meio ano de academia me rendeu músculos chamativos. — Infeliz, ele era o passaporte para fora dessa vida de merda que você vive. — afunda o dedo em meu peito e ergo a sobrancelha. — Escuta bem fedelho, sua dívida comigo é tão grande que nem quando seus filhos miseráveis morrerem vão conseguir pagar.
— Ele me devia, só o fiz pagar. — digo sério.
— Ótimo, agora você vai me pagar. — diz com seu sorriso de merda. — Me encontre no esconderijo, ás 20h, vou te passar sua nova tarefa babaca.
Acabo sorrindo. Está me levando exatamente para onde queria estar.
Chego ao local, e vou me livrando dos capangas idiotas que guardam a porta. Ter um silenciador foi a melhor opção para não chamar atenção. Guardo minha belezinha e entro, como sempre, fazendo graça.
— Chefia, o seu melhor homem chegou.
— Espero que seja o melhor mesmo, Erick, seu trabalho será minucioso.
— Ui, não sei falar essa merda difícil, mas o que será? — sento e coloco a arma e a cerveja sobre a mesa.
— Sua protegida, agora será seu alvo. — Fico rígido, nunca mais vi, Helen e não vou deixar esse imbecil tocar nela. — Relaxa santo.
Me chama assim por saber que discordo com o fato de um homem abusar de uma mulher. Se a mulher diz que não quer ser comida, simplesmente deixo e parto para a próxima, são apenas diversão, e se uma não quer sempre terá outra, porém, ele e alguns imbecis da gangue, acham excitante escutar a mulher implorando para parar, por isso sai na mão com uns imbecis, quando fomos a Westminster. Elas são vadias, mas não gosto de caras forçando a barra.
— Não vai tirar a roupa da vadia, só se quiser, claro — Ri de lado e o encaro ainda sério. — O plano é o seguinte...
Ele me mostra um plano todo montado com todos os passos de Helen e a família e me diz o que fazer. O plano é básico... A conquisto, ganho confiança e descubro a senha mestre... Não seria difícil, e não será, mas esse imbecil não verá nada.
Ele continua bebendo a cerveja que eu trouxe e falando o plano, e logo vejo que começa fazer efeito. Ele esfrega o rosto e pisca umas vezes, tentando manter os olhos aberto, então me olha. Abro um sorriso triunfante, ele entende e grita.
— Se desgraçado, filho da... — Tenta pegar a arma, mas estou lúcido, diferente dele, e quando ele levanta para me atacar o efeito o atinge de vez e ele cai.
— Boa noite, Cinderela. — digo chutando sua costela.
...
Estou sentado à sua frente, esperando o efeito passar... Ele está onde quero. Quando finalmente acorda e olha como está, levanta o olhar para mim irritado.
— O que pensa que está fazendo seu moleque? Me solta. — Grita tentando se soltar da cadeira. — Como vim parar aqui, Bomba, não te matou por quê?
— Mortos, não conseguem atirar, chefe. — digo rindo da cara dele e levanto. — E nem falar. — Paro na sua frente e bato na sua cara com a arma. — Isso é por ter armado para mim e me colocado na cadeia. — Bato mais vez. — E isso é por ter seguido minha mina e traçado um plano contra ela. Saiba que você é um gênio e me ensinou muito bem, mas Helen é meu troféu. — Aponto a arma na sua testa. — Últimas palavras?
— Porque esperou eu acordar para me matar? — cospe sangue no chão, e me encara. — Sua vadia é gostosa, mas é cercada de seguranças moleque, não vai durar um dia sem mim. — Ele cospe em mim e bato mais uma vez em sua cara. — Desgraçado.
— Gosto que saiba quem o matou. — digo rindo, ele se debate. — Últimas palavras?
— Acha mesmo que vai sobreviver sem mim? Eles vão fazer picadinho de você seu imbecil, não vai durar e vai me encontrar no inferno. — Continua se debatendo e grita.
— Sei tudo que você sabe, acabei com seus capangas mais fortes e vou acabar com o chefe, será que alguém vai ousar discutir comigo? — Abro um sorriso, convencido. — Última chance de dizer as últimas palavras. — Engatilho a arma. — Três, dois...
— Seu desgraçado, filho da...
— Bela frase, para últimas palavras. — Viro e saio.
Bom AMORES
Não sou uma escritora tradicional, devem ter reparado que sou meio louca, ou totalmente, não sei dizer, mas enfim...
Por ser diferente DESPERTAR DE UM DESEJO, terá três PRÓLOGOS.
Sim exato, não leu errado, três prólogos, pois achei injusto, contar sobre Erick e Helen e não mencionar com foi a vida e Alex... Então amanhã teremos
ALEXANDRE RANGEL...
Não esqueçam de comentar
deixar estrelinhas,
a autora aqui fica dando pulos de felicidade quando vê isso...
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