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4 - Erick

Aquela vadia vai me pagar!

Olho no espelho novamente e ainda não acredito que justo hoje estava sem minha arma.

Teria sido tão fácil apertar o gatilho e acabar com o sorriso daquela mulher idiota.

Imagino que Helen nem saiba que ela veio até aqui e por isso vou aproveitar e dar um de coitado antes da desgraçada falar que eu fiz algo errado.

Ligo diversas vezes e Helen não atende.

— Junior, preciso falar com Cauã, descola um dia com ele. — digo a um de meus braços direito.

— Beleza, mas ele está de férias do trampo, se for pra descolar um carro novo vai demorar um pouco.

— Preciso dele aqui, ele me deve e quero cobrar.

— Vou ver o que consigo. — diz sentando ao meu lado. — O que vai fazer com o idiota que te bateu ontem?
— Vou torar algo que ele gosta muito. — digo sorrindo. — Cauã vai fazer um serviço de revisão no carro da amada dele e o freio não vai funcionar. — Acabo gargalhando, mas tudo dói. — Aquela desgraçada vai sofrer um acidente rápido e espero que sofra muito antes de morrer.

— Mas não disse que ela é uma das ricas amiga de sua mina?

— Sim, por isso preciso do Cauã ele tem contatos e assim como ele me deve tem quem deva ele. Só preciso que seja o mais limpo possível.

— Cauã, descola os melhores carros quando precisamos. Pode crer que vai fazer um serviço limpo. — Acende o cigarro.
— Vaza, sabe que essa merda me deixa enjoado. — Grito com ele e ele sai.

Steve, vem até minha sala para planejarmos o próximo passo. Helen disse algo sobre uma ópera e será o dia perfeito para invadir o local. Vou pedir para oficializar e para conhecer os pais dela, assim vou começar a frequentar a casa e logo estou livre disso tudo. Até mesmo dela.

— Então é isso. Basta garantir que ela aceite o namoro oficial. — Steve senta relaxado. — Você está um trapo. — Ri novamente olhando minha cara. — Acho bom não estar assim no dia da ópera.
— Se falar mais uma gracinha, os insetos terão uma bela refeição mais tarde.
— Você não vive sem mim Erick. — ri de lado e encosta os cotovelos sobre a mesa. — Tenho algo que talvez te interesse.

— Fala logo. — Bufo. Ele tem razão sabe mais da minha vida que eu mesmo.

— Acho que você levou o primeiro chifre da sua garotinha. — Abaixo os planos e o encarou erguendo a sobrancelha. — Ainda não sei ao certo. Você tinha me dispensado ontem por que ia estar com ela, mas depois disso. — Aponta minha cara rindo. — Falou para que eu a encontrasse.

— Sim e daí? — dou de ombros. — Disse que ela estava na casa da imbecil lá.

— Sim, só que quando cheguei ela estava entrando no carro com o cara lá e no banco traseiro, não cheguei perto, mas não precisa ser gênio para saber o que rolou.

— Porque estavam do lado de fora e não na casa? — digo estranhando.

— Não sei bem depois ela vai te contar, mas o amigo chegou depois de um tempo e abriu o portão, sua mina entrou e o cara foi embora.

— Peraí, não entendi nada. Não era o loiro babaca?

— O loiro que não é loiro. — Pego minha arma e aponto na sua testa ele ri e prossegue. — Atira e não conto quem é. — Fica me encarando.
— Aquela porra de amigo dela é loiro porque quero que seja assim, não estou de bom humor e acho bom não me provocar. — Aviso e coloco a arma sobre a mesa. — Se não era ele, era quem?
— O novato que não parecia oferecer perigo.

— O cowboy? — Pergunto franzindo a testa e sinto latejar. — Se for você está louco, ela vive dizendo que o odeia. Com ele não me preocupo. Já aquele loiro imbecil, me irrita.

— Uma coisa tenho certeza. — levanta indo a porta. — Se estava brigando na parte de trás do carro. Foi uma briga sem roupas. — Para com a mão na maçaneta e vira para mim. — Baixou a guarda chefe e ganhou seu primeiro chifre. — Pego a arma e atiro próximo a mão dele. — Está mesmo enferrujado. — diz saindo e rindo.
Fico irritado, será que é por isso que ela não me atende, será que está com o cowboy quietinho?
Ligo novamente e agora só vou parar quando ela atender. Depois de quinze chamadas e diversas mensagens, já não estou mais irritado como antes.

Preciso dela ainda e não posso perde-la. Além disso, essa ligação será estratégica, preciso que se afaste daquela amiga porque será mais fácil agir com ela longe.

Olho o visor do celular e suspiro. Vou ligar novamente mais ela liga.

EU — Qual é a Helen! Você tinha mesmo que fazer isso? Tinha que mandar aquela sua amiga maluca com aquele namorado louco para bater em mim? Sério!? — Finjo ainda está indignado.

ELA — Erick — Suspira e já sei o que vai dizer. — A Luíza disse que foi até aí com William, mas eu não sabia que ela ia. Mas ele te bateu? — Ótimo ela não sabe muito, hora de agir contra.

EU — Não finge, Helen. — continuo o drama. — Porra, te chamei para sair e você fez graça, aí manda sua amiga vir aqui. Qual é?!

ELA — Eu não fiz graça ia te encontrar, mas você pareceu estar muito bem acompanhado com aquela loira no seu colo. — grita e noto meu vacilo, não deveria ter deixado Munique tirar aquela foto. — E já disse que não sabia que ela ia atrás de você. Não mandei ela fazer isso.

EU — Você disse que ia sair com seus amigos e sei que eles não gostam de mim — faço mais drama, já colocando a amiga contra. —, por isso não fui com você, mas não precisava mandar aquela maluca atrás de mim!

ELA — Só porque não estava comigo, estava agarrado à outra mulher! — Quero gritar que ela também aproveitou bem a noite com o cowboy, mas lembro a tempo que ela não sabe. — E já disse que ela foi sem eu saber. Eu nem sabia onde você estava.


EU — Se que não queria que eu saísse com outra pessoa era só falar Cachorrinha, sabe que é importante para mim. — digo o que disse a Luíza, só não completo. — Só achei desnecessário o que ele fez.

ELA — Erick, eu não mandei a Luíza aí. Acabei de descobrir.

EU — Tá querendo me dizer que não mandou aquele namoradinho dela me bater? — Finjo ainda estar desconfiado.

ELA — Erick, você acha que eu mandaria alguém te bater? — Sei que não. É ingênua demais para isso. — Pelo amor de Deus. Eu não faria isso.

EU — Acabei de te mandar uma foto dá uma olhada. — Mostro a foto de como sai do bar. — Isso que estou melhor.

ELA — Meu Deus! — Primeira etapa concluída. Ela ficou espantada. — O que fizeram com você? Você está bem?


EU — É claro que eu não bem — digo irritado ao lembrar. — Eu todo quebrado! Aquele imbecil, me pegou desprevenido. — aproveito para falar que não fiz nada. — Estava lá, conversando, e do nada ele veio, sem falar nada, me bateu. — Faço uma pausa tentando parecer vítima. — Não tive nem tempo de reagir, foi muito rápido. Eu não estava preparado.

ELA — Erick. Explica isso direito! Você prestou queixa? — diz preocupada e sorrio. Adoro sua ingenuidade.

EU — Não vou prestar queixa, Cachorrinha. — Suspiro tentando parecer compreensível. — Olha sei que sua amiga é importante para você. Eu não faria isso. — Ela parece mais preocupada então aproveito. — Cachorrinha, sinto muito, mas te disse que ela não era o que demonstrava. Só que ontem foi surreal. Ela começou a me acusar de um monte de coisas, coisas que eu nunca faria com você. — uso o mesmo tom carinhoso de quando estamos sozinhos. — Ela falou tanta coisa feia sobre você. Desculpa Helen, mas ela não é sua amiga. Sabe que vivo para te proteger Cachorrinha, você é minha joia especial. — Uma joia importante para minha tranquilidade.

Continuamos a conversa e fico feliz por ela confiar em mim. Gosto da Helen, por isso não quero lhe fazer mal, só preciso do dinheiro dela para ficar livre disso aqui e sumir no mundo.

Com ela não vai rolar nada se tudo correr como planejado.

A semana pelo jeito será perfeita, Helen acreditou em mim e não tem falado com Luíza, e hoje Cauã me avisou que logo meu plano estará em prática.

Até que enfim vou mostrar aquela vadia desgraçada que eu sempre consigo o que quero. Ela não deveria se meter comigo.

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