Capítulo 54: Questionamentos e Dúvidas
1461 palavras
O silêncio da UTI era ensurdecedor, apenas interrompido pelo som constante dos aparelhos médicos monitorando a frágil vida de Charlotte. Lúcifer estava sentado ao lado dela, seu olhar perdido na palidez de seu rosto. Seu coração estava pesado de preocupação e suas emoções estavam em turbilhão.
Ele olhou para cima, para o teto branco do hospital, como se buscasse respostas nos recessos do universo. Seus olhos se encheram de lágrimas, sua angústia transbordando em cada palavra.
"Por que, Deus?" Sua voz era um sussurro angustiado, carregado de dor e confusão.
"Por que Charlotte está sofrendo? "
" Por que você permite isso, mesmo quando eu tenho seguido suas ordens, mesmo quando tenho me submetido a humilhações e punições em seu nome?"
Lúcifer ergueu os olhos para o teto branco do hospital, sua expressão contorcida por uma mistura de dor e raiva. Seu coração batia com força em seu peito, o fogo da indignação queimando em suas veias. Cada palavra que ele proferia era carregada de uma intensidade ardente, sua voz ecoando pelos corredores vazios do quarto.
"Por que, Deus?" Ele rosnou, sua voz agora uma mistura de fúria e desespero.
"Por que Charlotte está sofrendo tanto? Por que você permite que ela seja submetida a essa agonia, essa tortura, quando tudo o que ela fez foi amar e ser uma alma gentil neste mundo cruel?"
Sua raiva era palpável, pulsando em cada palavra que ele proferia.
Ele sentia como se estivesse à beira de um abismo, com o peso do sofrimento de Charlotte pendendo sobre ele como uma espada de Dâmocles.
A ideia de que Deus poderia permitir tal injustiça era inconcebível para ele, e sua indignação só crescia a cada momento.
"Eu tenho seguido suas ordens, tenho me submetido a humilhações e punições em seu nome", ele continuou, sua voz tremendo de raiva contida. "E ainda assim você me nega o que é mais precioso para mim. Você me faz sofrer, mas por que ela também precisa pagar o preço?"
Cada palavra era como uma faca afiada cortando o ar, seu coração se contraindo de angústia e revolta. Ele sentia como se estivesse à beira do abismo, olhando para o vazio do desconhecido. Mas, apesar de sua raiva, havia uma chama de determinação ardente dentro dele, uma vontade inabalável de lutar por Charlotte, não importa o custo.
As perguntas ecoavam dentro dele, ressoando com uma amargura que ele nunca tinha sentido antes. Sua fé, que uma vez foi inabalável, agora estava vacilante, fraturada pelas provações que ele estava enfrentando. Ele olhou para as mãos trêmulas, sentindo uma sensação de desamparo que o consumia.
"Eu confiei em você, Deus", ele continuou, sua voz engasgada com emoção.
"Eu pedi com fé, eu me sacrifiquei por ela. E agora... agora você não cumpre sua parte no acordo. "
"Como você pode deixar alguém tão inocente, tão puro, sofrer tanto? Como você pode permitir que o mal aconteça a ela, mesmo quando eu fiz tudo o que você pediu?"
Lúcifer sentiu um nó se formar em sua garganta, as lágrimas turvando sua visão enquanto uma dor lancinante tomava conta de seu peito. Seus olhos, antes tão firmes, agora estavam marejados, refletindo a tormenta de sua alma. Era como se cada lágrima fosse uma gota de sua própria angústia, uma expressão visível de sua dor interior.
Suspiros entrecortados escapavam de seus lábios enquanto ele lutava para controlar as emoções que ameaçavam consumi-lo por completo. Cada palavra que ele proferia era carregada de um peso insuportável, uma mistura de tristeza e indignação que oprimia seu coração.
"Por que, Deus?", Ele sussurrou, sua voz embargada pelo pranto.
"Sinto-me perdido, Deus", ele continuou, sua voz tremendo com a intensidade de suas emoções.
"Sinto-me traído por suas promessas, confuso com seus desígnios. Por que você me faz sofrer assim, quando tudo o que eu fiz foi segui-lo, mesmo nos momentos mais sombrios?"
Ele olhou para Charlotte mais uma vez, vendo-a tão frágil e indefesa no leito do hospital, e uma onda de desespero o inundou.
"Por favor, Deus", ele sussurrou, suas mãos se fechando em punhos apertados.
"Por favor, faça algo. Não posso suportar vê-la assim. Não posso suportar perdê-la." Sua voz quebrou com a intensidade de suas emoções, suas súplicas ecoando no vazio do quarto. Ele esperava, rezava, que suas palavras não caíssem em ouvidos surdos.
As lágrimas de Lúcifer fluíam sem controle, uma torrente de emoções transbordando de sua alma atormentada. Seu choro era um lamento angustiante, um eco de dor que ressoava pelos corredores silenciosos do hospital. Cada lágrima era um tributo ao amor que ele sentia por Charlotte, um testemunho de sua devoção inabalável.
Seu corpo tremia sob o peso do sofrimento, seu coração dilacerado pela injustiça que ele testemunhava diante de seus olhos. Cada soluço era um grito de desespero, uma expressão desesperada de sua impotência diante do destino cruel que havia se abatido sobre sua amada.
Ele chorou como se sua própria alma estivesse sendo rasgada ao meio, como se cada lágrima fosse um pedaço de seu ser que se desfazia diante da dor avassaladora. Cada suspiro era um gemido de agonia, uma súplica silenciosa por um alívio que parecia estar além de seu alcance.
E, no meio da escuridão sufocante, ele encontrou uma única centelha de luz: o amor que ele nutria por Charlotte. Era esse amor que o sustentava, que o impelia a continuar lutando, apesar das probabilidades desfavoráveis e das incertezas que o cercavam.
Suas lágrimas eram um testemunho de sua devoção, uma expressão pura e inabalável de seu compromisso com ela. Pois, para Lúcifer, não havia sacrifício grande demais, não havia obstáculo que ele não enfrentaria em nome desse amor, tão profundo e verdadeiro como o próprio universo. E assim, entre soluços e suspiros, ele prometeu a si mesmo que faria qualquer coisa para proteger aquele que era seu único e verdadeiro amor.
Enquanto Lúcifer segurava as mãos delicadas de Charlotte entre as suas, o mundo ao seu redor parecia desaparecer, deixando apenas o eco dos apitos do respirador e o leve movimento do corpo dela ao respirar. As lágrimas continuavam a escorrer por seu rosto, um testemunho silencioso de sua dor e desespero.
E então, algo mágico aconteceu. As lágrimas de Lúcifer, impregnadas com o peso de sua emoção, pareciam ganhar vida própria, caindo em uma melodia suave sobre o medalhão que ele usava em seu peito. Era como se cada gota carregasse consigo uma promessa, um desejo ardente por um milagre que pudesse trazer alívio ao sofrimento de Charlotte.
E no momento em que uma dessas gotas alcançou as mãos dela, algo incrível aconteceu. Um leve movimento, quase imperceptível, mas cheio de significado, quando os dedos frágeis de Charlotte se curvaram e seguraram o dedo anelar de Lúcifer, como se fosse um gesto de conforto, de solidariedade, de amor.
Os olhos de Lúcifer se arregalaram diante desse milagre silencioso, seu coração se enchendo de esperança renovada. Naquele momento, tudo parecia possível, todos os medos e dúvidas se dissipando diante daquele simples gesto de união, de conexão, de confiança mútua.
Era como se Charlotte estivesse dizendo: "Confie, acredite. Estamos juntos nisso, não importa o que aconteça."
E nesse instante, a fé de Lúcifer se renovou, suas dúvidas e temores dando lugar a uma determinação renovada. Pois, enquanto ele segurava a mão dela com firmeza, ele sabia que, juntos, poderiam superar qualquer adversidade, enfrentar qualquer desafio, e emergir mais fortes do que nunca.
Do outro lado da sala, Amenadiel observava a cena com uma mistura de admiração e reverência. Seus olhos, repletos de emoção, fixavam-se na união de Lúcifer e Charlotte, uma conexão que transcendia todas as adversidades e desafios. Era como se uma aura de amor e determinação os envolvesse, criando uma atmosfera de grandeza e poder.
(AMENADIEL)
Amenadiel sentia um profundo orgulho ao testemunhar o amor genuíno que seu irmão nutria por Charlotte. Era uma emoção tão intensa, tão pura, que tocava profundamente o coração de Amenadiel. Ele não podia deixar de se sentir inspirado pela força e coragem de Charlotte, uma mulher que enfrentava a morte com a mesma determinação com que abraçava a vida.
Ali, diante daquele cenário de amor e esperança, Amenadiel percebia a magnitude do que estava acontecendo. Era mais do que apenas uma simples demonstração de afeto. Era um testemunho da capacidade humana de transcender as adversidades, de encontrar luz na escuridão, de amar incondicionalmente mesmo diante da inevitabilidade da morte.
E assim, enquanto Lúcifer e Charlotte permaneciam unidos, enfrentando juntos os desafios que a vida lhes impunha, Amenadiel sentiu-se preenchido por uma sensação de gratidão e admiração. Pois ali, naquele momento, ele testemunhou a verdadeira essência do amor e da coragem, e soube que, mesmo diante das maiores provações, o poder do amor era capaz de superar tudo.
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