Capítulo 31 - Reencontro à Beira-Mar
1264 palavras
Lúcifer avançou pela praia com passos decididos, seu coração batendo forte no peito enquanto a ansiedade o consumia. Cada grão de areia sob seus pés, parecia sussurrar palavras de esperança e temor, misturando-se ao som suave das ondas, quebrando contra a costa.
Ao longe, avistou a pousada à beira-mar, onde Charlotte e Sophia estavam hospedadas, seu refúgio temporário em meio ao caos de suas vidas.
Ao se aproximar, vislumbrou a figura de Charlotte, brincando na água com Sophia, uma cena de pura inocência e alegria que o fez hesitar por um momento. Ele permaneceu à distância, observando-as com um misto de emoções conflitantes, sua mente fervilhando com pensamentos e questionamentos.
Enquanto observava, tentava ler os pensamentos de Charlotte, buscando respostas para suas próprias dúvidas e medos. Mas as paredes mentais que ela erguera, estavam impenetráveis, protegendo seus segredos mais profundos e íntimos.
A cada passo que dava em direção à pousada à beira-mar, Lúcifer sentia o peso da incerteza e da frustração se intensificando dentro de si. Por mais que tentasse, não conseguia decifrar os pensamentos de Charlotte, algo que o perturbava profundamente. Desde o momento em que a conhecera, nunca antes experimentara essa dificuldade em ler a mente de alguém, especialmente de alguém com quem compartilhava uma conexão tão íntima.
Aquela incapacidade o deixava inquieto, como se estivesse diante de um enigma impossível de resolver. Ele tinha passado séculos desenvolvendo suas habilidades de leitura mental, aprimorando sua capacidade de compreender os pensamentos e emoções dos outros. No entanto, diante de Charlotte, todas as suas habilidades pareciam impotentes, inúteis contra as barreiras que ela erguera em sua mente.
Uma sensação de impotência o envolvia, uma sensação desconhecida e desconfortável para alguém acostumado ao controle e ao poder. Ele se perguntava se essa era uma manifestação do poder de Charlotte, uma habilidade latente que ela própria desconhecia. Ou talvez fosse algo mais profundo, uma defesa instintiva de sua mente contra intrusões externas, uma barreira erguida para proteger seus segredos mais profundos.
Mas, acima de tudo, ele se perguntava o que isso significava para o futuro deles, para o relacionamento que haviam construído juntos. A incapacidade de ler a mente de Charlotte abria uma lacuna entre eles, uma lacuna que ele não sabia como preencher. Sentia-se perdido em um mar de incertezas, lutando para entender os limites desse novo território emocional que estava explorando.
Enquanto continuava sua jornada em direção à pousada, Lúcifer sabia que precisava encontrar respostas, que precisava enfrentar essa nova realidade de frente. Ele estava determinado a descobrir o que estava acontecendo, a desvendar os mistérios que envolviam Charlotte e sua conexão com ela. Pois, no fundo, de seu coração, ele sabia que não poderia seguir em frente até resolver esse enigma, até encontrar uma maneira de atravessar as barreiras que separavam suas mentes e corações.
Por um instante, Lúcifer se deixou envolver pela nostalgia do lugar, lembrando-se do primeiro beijo que compartilharam ali, um momento de ternura e conexão que ainda ecoava em sua memória. Era irônico como aquele mesmo lugar, que outrora fora palco de amor e esperança, agora se tornara cenário de incerteza e angústia.
Com um suspiro pesado, Lúcifer decidiu se aproximar, deixando para trás suas dúvidas e medos. Ele se aproximou lentamente da pousada, seus passos cautelosos refletindo a turbulência interna que o consumia. Era hora de enfrentar o desconhecido, de encarar Charlotte e Sophia, de confrontar os desafios que os aguardavam.
À medida que se aproximava, uma mistura de emoções o inundava, uma mistura de esperança e apreensão, de amor e medo. Ele sabia que o reencontro seria difícil, que haveria perguntas sem resposta e feridas por cicatrizar. Mas, no fundo, de seu coração, ele mantinha viva a chama da esperança, a esperança de um futuro onde eles pudessem encontrar a redenção e a paz que tanto buscavam.
Sophia correu em direção a Lúcifer com um sorriso radiante estampado no rosto, seus olhos brilhando com alegria pura e inocente. Ela pulou em seus braços, envolvendo-o em um abraço apertado, como se não pudesse conter toda a felicidade que transbordava de seu pequeno coração.
— Lúcifer! Ela exclamou com entusiasmo, seus braços ao redor dele, como se fossem a âncora que a conectava a um mundo de segurança e amor. Estou tão feliz que você veio!
Lúcifer retribuiu o abraço com ternura, sentindo o calor reconfortante da presença dela ao seu redor. Ela era uma luz em sua vida, uma fonte de alegria e esperança em meio à escuridão que o cercava. Ele olhou nos olhos brilhantes de Sophia e viu a pureza de sua alma refletida ali, uma inocência que o comoveu até o âmago de seu ser.
— Eu também estou feliz por estar aqui, Sophia, ele respondeu suavemente, acariciando o cabelo macio da menina. Eu sempre estarei aqui para você e sua mãe, sempre que precisarem de mim.
Sophia sorriu, seu rosto iluminado por uma expressão de pura gratidão e amor.
— Você é o melhor, Lúcifer! Agora as férias serão ainda mais divertidas com você aqui.
Lúcifer sentiu um calor reconfortante se espalhar por seu peito, uma sensação de pertencimento e amor que o envolveu, como um abraço caloroso. Ele sabia que ali, naquele momento, ao lado de Sophia, ele encontrara um lugar onde podia ser verdadeiramente ele mesmo, onde podia deixar de lado as sombras de seu passado, e abraçar a luz radiante do amor e da amizade.
Enquanto eles se abraçavam, trocando palavras de carinho e promessas de um futuro brilhante juntos, Charlotte observava de longe, seu coração transbordando de emoção e gratidão...e perguntas. Ela viu o amor sincero entre Lúcifer e Sophia, e soube, com uma certeza inabalável, que aquele era o começo de algo especial, algo que transcendia as barreiras do tempo e do espaço.
Ela sorriu, seus olhos brilhando com lágrimas de felicidade, sabendo que, com Lúcifer ao seu lado, ela e Sophia estavam seguras, protegidas por um amor que nada poderia abalar, podiam falar tudo sobre ele. E assim, enquanto o sol se punha sobre o horizonte, iluminando o mundo com seus raios dourados, eles se abraçaram sob o calor reconfortante desse amor eterno, unidos para sempre em um vínculo que nada poderia quebrar.
Charlotte sorriu enquanto observava Lúcifer e Sophia, sentindo um misto de gratidão é determinação inundar seu coração. Ela sabia que muitos poderiam falar mal de Lúcifer, questionar suas intenções e julgá-lo por sua natureza. Mas para ela, suas ações falavam mais alto do que qualquer palavra vazia.
Ela pensava consigo mesma, com a certeza de quem reconhece a verdade em seu íntimo, que Lúcifer amava Sophia com uma intensidade, que não poderia ser falsa. Seu olhar ao segurá-la nos braços, seu sorriso ao brincar com ela na praia, cada gesto e cada palavra, revelavam um amor genuíno e incondicional.
Ela sabia que precisava conversar com ele, abrir seu coração e compartilhar suas preocupações e seus medos. Ela estava ciente, de que enfrentariam grandes desafios juntos, que o caminho à frente seria repleto de obstáculos e incertezas. Mas ela também sabia, com uma convicção inabalável, que não permitiria que ninguém interferisse no amor, que existia entre Lúcifer e Sophia.
Porque, no final das contas, ela tinha certeza de uma coisa: nada poderia negar o amor verdadeiro, e profundo que Lúcifer demonstrava por elas, um amor que transcendia todas as barreiras e desafiava todas as expectativas. E ela estava determinada a lutar por esse amor, a protegê-lo e a defendê-lo, custe o que custasse. Porque, para Charlotte, o amor de Lúcifer por ela e por Sophia era tudo o que importava, e ela não permitiria que nada nem ninguém o ameaçasse.
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