Capítulo 27 - O Despertar das Trevas
1384 palavras
O corredor do hospital estava envolto em uma penumbra sinistra, as luzes piscando intermitentemente, lançando sombras distorcidas pelas paredes. O ar estava impregnado com uma aura de medo e inquietação, como se o próprio ambiente estivesse vivo, pulsando com uma energia maligna.
No corredor deserto, a atmosfera sombria parecia ganhar vida própria. As luzes, que deveriam iluminar o caminho, agora dançavam de forma errática, lançando sombras grotescas que se contorciam nas paredes como serpentes sinistras. Um vento gelado sussurrava pelos corredores vazios, carregando consigo um murmúrio de vozes ancestrais e suspiros angustiados.
De repente, um brilho espectral brotou do chão, criando padrões intricados de luz e sombra, que dançavam em uma dança macabra. Símbolos antigos e desconhecidos se formaram nas paredes, brilhando com uma intensidade sobrenatural que parecia desafiar a própria realidade. O ar estava impregnado com o cheiro acre de enxofre, e uma sensação de pressão, começou a pesar sobre os ombros de Charlotte, como se algo invisível estivesse se aproximando, prestes a se manifestar.
Um redemoinho de sombras surgiu do nada, girando e se contorcendo no ar, como uma massa disforme de pesadelos. Dali emergiu a figura ameaçadora de Nefelim, seu corpo envolto em um manto de trevas e seus olhos brilhando com uma luz sinistra. Ele exalava uma aura de poder proibido, uma magia tão antiga e terrível que fazia o próprio coração de Charlotte tremer de medo.
Enquanto as sombras se enroscavam em torno dela como garras famintas, Charlotte sentiu o frio toque do medo se infiltrar em seu coração. Ela sabia que estava diante, de uma força além de qualquer compreensão humana, uma magia ancestral que despertava os horrores mais profundos da alma. E no centro desse turbilhão de trevas, Nefelim sorria com uma crueldade gélida, seus olhos faiscando com uma promessa de tormento e desespero.
E foi nesse cenário de horror que Charlotte se viu, paralisada diante da figura sombria que surgira diante dela. Um homem de vestes negras, olhos vermelhos como brasas ardentes e asas que pareciam feitas da própria escuridão, emanava uma presença ameaçadora e sobrenatural.
Nefelim, o anjo, encarava Charlote com um sorriso cruel nos lábios, sua voz ecoando pelo corredor como um sussurro gélido. Ele estava ali para instigar Charlotte, semear dúvidas e incertezas sobre suas próprias capacidades e intenções, desvelando segredos obscuros que a deixaram horrorizada.
Com um gesto imperioso, Nefelim desencadeou uma explosão de energia negra, fazendo com que as paredes do corredor se contorcessem, e se retorcessem como se fossem feitas de argila. As luzes piscantes se intensificaram, lançando feixes de luz distorcida que pareciam dançar, ao ritmo de uma melodia infernal. O chão tremeu sob seus pés, e Charlotte se viu cercada por uma tempestade de poder sombrio que ameaçava consumi-la por completo.
— Eu sou Nefelim, um anjo renegado, e vim te contar a verdade, sua humana idiota. Você acredita em tudo, mas vou te mostrar o que seus olhos não conseguem ver.
Charlotte, tremendo de medo:
— O que você quer dizer? O que está acontecendo aqui?
Nefelim, com um sorriso sombrio:
— Você se acha tão especial, não é? Tão virtuosa e pura. Mas você não passa de uma marionete nas mãos de forças que você nem pode imaginar. Você acredita que Lúcifer é seu verdadeiro amor, seu amor eterno de contos de fadas? Mas ele é muito mais do que você pensa. Ele é o Senhor do Inferno, o Príncipe das Trevas, e você está brincando com fogo ao se envolver com ele.
Charlotte, com os olhos arregalados de terror:
— Isso não pode ser verdade... Lúcifer é.... ele é....
Nefelim, interrompendo-a com um riso amargo:
— Ele é o quê? Um ser benevolente que busca a redenção? Não seja tola. Lúcifer é um monstro, um predador sedento por poder e domínio. Ele vai destruí-la, assim como destruiu inúmeras outras almas que cruzaram seu caminho.
Charlotte, lutando para manter a compostura:
— Eu... eu não posso acreditar... Ele... ele não é assim...
Nefelim, com um brilho cruel nos olhos:
— Abra seus olhos, humana. Veja a verdade por trás da máscara de bondade que ele usa para te seduzir. Você está brincando com fogo, e logo será consumida pelas chamas do próprio inferno.
— Você não passa de um simples brinquedo, um mero capricho divino para entreter Lúcifer. Você não é nada, além disso, apenas uma peça descartável em seu jogo de poder e luxúria. Ria Nefelim.
Charlote, com a voz trêmula de indignação e desespero:
— Isso não é verdade! Eu tenho uma vida, uma história, sentimentos! Eu não sou apenas um objeto para o prazer de ninguém!
Nefelim, com um sorriso cínico:
— Oh, como você é ingênua. Você realmente acredita que Lúcifer se importa com você? Ele não passa de um ser egoísta e egocêntrico, cujo único objetivo é satisfazer seus próprios desejos. E você? Você é apenas uma ferramenta conveniente, uma distração momentânea em sua busca interminável por indulgência.
Charlote, lutando para conter as lágrimas:
— Eu... eu me recuso a acreditar nisso. Lúcifer pode ter seus defeitos, mas ele também tem um lado bom. Ele é capaz de amar, de se importar... Ele não é isso que você fala...
Nefelim, com um riso sarcástico, dando gargalhadas, falou:
— O amor de Lúcifer é uma ilusão, um truque para manipular os tolos como você. Ele não conhece a verdadeira compaixão, apenas o desejo insaciável por poder e controle. Você está apenas se iludindo, querida. Mas em breve você verá a realidade, quando ele revelar sua verdadeira natureza.
Charlote, com determinação em seus olhos:
— Eu não acredito em você. Eu não vou deixar você me afastar de Lúcifer. Ele pode ter seus demônios, mas eu sei que há bondade dentro dele. E eu estarei ao seu lado, não importa o que aconteça.
Nefelim, com um olhar de desdém:
— Como você é tola. Mas logo veremos quem está certo. E quando chegar a hora, você vai entender que você é apenas mais uma vítima dos caprichos cruéis do destino. Ah, minha querida, como você é ingênua. Você realmente acredita que ele é uma boa pessoa? Não seja tola. Ele é o demônio em pessoa, o príncipe das trevas, o arauto do sofrimento e da perdição. E quando finalmente você enxergar a verdadeira face dele, eu estarei lá para testemunhar o seu desespero, para ver você ser consumida pelo medo e pavor que eu tanto anseio. Ele não é digno de sua devoção, Charlotte. Ele é o mal em sua forma mais pura e devastadora.
Charlotte, com um misto de determinação e incerteza, gritou:
— Eu... eu não sei no que acreditar. Eu... eu preciso de um tempo para pensar.
Nefelim, com um olhar penetrante e sombrio, passando os pés raspando o chão, foi falando:
— Claro, minha querida. Tome o tempo que precisar. Mas lembre-se, a verdade sempre se revela no final. E quando chegar o momento, estarei aqui para ajudá-la a enxergar a realidade.
Charlotte, sentindo o peso das palavras de Nefelim, só murmurou:
— Eu... eu vou considerar suas palavras. Mas por enquanto, eu...
Nefelim, observando-a se afastar com um olhar satisfeito:
— Vá, minha querida. Mas lembre-se de que eu estou sempre por perto, observando cada passo seu. E quando chegar a hora, você entenderá a verdade que eu tanto tentei lhe mostrar.
— Você é parte da profecia, murmurou Nefelim, suas palavras carregadas de malícia e promessas sombrias. E Lúcifer está destinado a cair em desgraça ao seu lado. Você é o catalisador de sua ruína, o instrumento de sua queda. Disse Nefelim.
As revelações de Nefelim sobre Lúcifer eram como lâminas afiadas cortando o ar, perfurando o coração de Charlotte com o terror do desconhecido. Ele pintou uma imagem sombria de Lúcifer, descrevendo-o como um ser amaldiçoado, um príncipe das trevas condenado a um destino sinistro.
Diante da ameaça iminente, Charlotte sentiu o pânico se enroscar em suas entranhas, como garras afiadas rasgando sua alma. Com um grito de terror, ela virou as costas para Nefelim e correu desesperada pelo corredor, cada passo ecoando como um eco assombroso em sua mente atormentada.
Ao chegar em casa, Charlotte desabou em prantos, seu corpo tremendo de medo e angústia. As palavras de Nefelim ecoavam em sua mente, lançando sombras sobre sua sanidade e lançando dúvidas sobre tudo o que ela pensava que sabia sobre Lúcifer e seu próprio destino. Ela estava sozinha, envolta nas trevas de um terror indescritível, sem saber para onde se virar em busca de segurança ou consolo.
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