CAPÍTULO 23 - O Peso da Consciência
1048 palavras
O turbilhão de pensamentos continuava a assombrar a mente de Lúcifer, enquanto ele refletia sobre as recentes revelações sobre Charlotte. Sentado em sua luxuosa poltrona, no imponente salão de sua mansão, ele se viu imerso em um mar de dúvidas e arrependimentos.
Ele recordou os momentos em que Nefelim, o anjo caído, plantou sementes de desconfiança em sua mente, questionando a integridade e a moralidade de Charlotte. Na época, ele estava cego pelo desejo de redenção, ansioso por encontrar uma luz no meio de sua escuridão, e foi fácil para ele ceder às sugestões insidiosas de Nefelim.
Mas agora, com o véu da ilusão rasgado, Lúcifer via Charlotte sob uma luz completamente diferente. Ela era uma mulher forte e compassiva, uma mãe dedicada que sacrificava tudo por sua filha adotiva. Sua devoção e amor incondicional por Sophia eram evidentes em cada gesto, em cada palavra.
Lúcifer se sentia envergonhado por ter permitido que suas próprias inseguranças e desconfianças obscurecessem sua visão. Ele havia sido enganado pela manipulação de Nefelim, que o fez duvidar da bondade e da integridade de Charlotte. Agora, ele percebia que ela era o oposto de tudo o que Nefelim havia insinuado.
Charlotte era uma alma pura em um mundo corrompido, uma luz brilhante em meio à escuridão. Ela não se importava com a opinião dos outros ou com sua própria reputação; tudo o que importava para ela era o bem-estar de sua filha e o amor que compartilhavam.
Enquanto as horas se arrastavam, lúcifer sentiu um peso em seu coração, uma mistura de remorso e admiração. Ele se perguntava como pôde ter sido tão cego, tão facilmente manipulado pelas palavras insidiosas de Nefelim. Ele se perguntava como pôde ter duvidado do amor e da dedicação de Charlotte.
As sombras dançavam ao redor de Lúcifer, refletindo a tormenta interior que rugia dentro dele. Seu coração estava pesado, carregado de remorso e autocrítica, enquanto ele se debatia com seus próprios demônios internos. Era uma batalha que ele travava consigo mesmo, uma luta para reconciliar sua natureza caída com o desejo ardente de redenção.
— "Quem sou eu para julgar? " Pensou Lúcifer consigo mesmo, suas palavras carregadas de autoconsciência e auto aversão.
— "Eu, que fui lançado ao abismo por meus próprios pecados, por minha própria rebelião contra o Criador. Eu, que me tornei um símbolo do mal e da escuridão, agora me vejo preso em uma teia de hipocrisia e engano. " Continuou ele pensando consigo mesmo.
Ele fechou os olhos, sentindo o peso de suas próprias falhas e fraquezas pesarem sobre ele como uma âncora. Ele se lembrou de sua queda do céu, do momento em que foi expulso da presença de Deus e condenado a uma existência de eterno sofrimento. Ele se lembrou das inúmeras almas que ele havia tentado, das vidas que ele havia arruinado com suas tentações e mentiras.
Lúcifer sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao relembrar as atrocidades que havia cometido ao longo dos séculos. Ele viu os rostos dos que havia corrompido, as vidas que havia destruído com suas tentações e mentiras venenosas. Lembranças de traição, manipulação e crueldade inundaram sua mente, como uma torrente de dor e arrependimento.
Ele se viu observando com prazer sadista, enquanto as almas inocentes eram arrastadas para o abismo da perdição, seduzidas por suas promessas vazias de poder e prazer. Viu-se sorrindo, enquanto semeava discórdia e desespero entre os mortais, alimentando-se da dor e do sofrimento que ele mesmo infligia.
As imagens eram vívidas e perturbadoras, uma galeria de horrores que assombrava seus sonhos, e o atormentava em seus momentos de solidão. Ele viu o rosto daqueles que havia traído, os olhos cheios de tristeza e desespero, as vozes sussurrando em sua mente, lembrando-o de suas transgressões e pecados.
Cada grito de agonia ecoava em seus ouvidos, cada lágrima derramada uma punhalada em seu coração, já atormentado. Ele se viu afogado em um mar de remorso e auto aversão, incapaz de escapar do peso de suas próprias ações.
"O que eu me tornei?" Murmurou Lúcifer para si mesmo, sua voz carregada de desespero e auto-ódio. "Um monstro sem piedade, um demônio sedento de sangue e destruição. Eu causei tanto sofrimento, tanto mal... Como posso sequer sonhar com redenção após tudo o que fiz?"
Ele fechou os olhos, incapaz de suportar o peso de sua própria consciência. As imagens continuavam a assombrá-lo, um lembrete constante de sua queda da graça divina e de sua condenação eterna. Ele se perguntava se algum dia seria capaz de se redimir por suas transgressões, ou se estava destinado a vagar pelas sombras para sempre, um prisioneiro de sua própria natureza demoníaca.
"E agora eu me vejo aqui, julgando Charlotte por suas escolhas, por sua coragem de amar e cuidar de sua filha", continuou Lúcifer, sua voz ecoando no vazio de sua mansão. "Mas quem sou eu para condená-la? Eu, que sou o próprio epítome do pecado e da depravação. Eu, que fui expulso do Paraíso por desafiar a vontade divina."
Um suspiro escapou de seus lábios, carregado de resignação e tristeza. Ele se sentia pequeno e impotente diante da vastidão de suas próprias transgressões, incapaz de escapar do ciclo interminável de culpa e arrependimento. Ele se perguntava se algum dia seria capaz de encontrar a redenção que tanto buscava, ou se estava condenado a vagar pelas sombras para sempre.
Enquanto o peso de sua própria existência pesava sobre ele, lúcifer sentiu-se tomado por uma sensação avassaladora de desespero. Ele se perguntava se algum dia seria capaz de se libertar das correntes de seu passado, ou se estava fadado a carregar o fardo de suas próprias escolhas pelo resto da eternidade. Era uma luta que ele travava todos os dias, uma batalha para encontrar a luz em meio à escuridão, e ele temia que, no final, a escuridão sempre vencesse.
Mas agora, mais do que nunca, ele estava determinado a fazer as pazes com seu passado e a buscar sua própria redenção. Ele sabia que não seria fácil, que o caminho à frente estaria repleto de desafios e tentações. No entanto, ele estava disposto a enfrentar cada obstáculo, se isso significasse encontrar o perdão e a paz que tanto almejava.
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