capítulo 16 - Orgia das Sombras (734 palavras)
734 PALAVRAS
O coração de Lúcifer estava mergulhado em um abismo de raiva e desilusão ao testemunhar a suposta família feliz de Charlote. A dúvida e a traição cavaram feridas profundas em sua alma, e agora, ele estava determinado a mostrar ao mundo sua verdadeira natureza. Em um acesso de fúria, Lúcifer decidiu abandonar temporariamente sua busca por redenção, entregando-se aos prazeres mundanos e sombrios que sempre o tentaram.
Na imponente mansão que agora chamava de lar, Lúcifer preparou uma festa que ecoava as profundezas do próprio inferno. Convidou uma multidão de modelos, socialites, e indivíduos de uma vida noturna decadente. A mansão, que outrora testemunhara a celebração de uma falsa redenção, agora se transformaria em palco para os excessos e pecados mais obscuros.
... ao som ensurdecedor da música distorcida, uma trilha sonora que ecoava os gritos das sombras. Lúcifer, mergulhado na orgia das sombras, perdeu-se na voragem da luxúria e decadência, deixando para trás qualquer resquício de sua busca por redenção. Cada riso, cada gemido, era um eco cruel da traição que ele sentira, uma resposta caótica aos questionamentos que ainda ecoavam em sua mente.
À medida que a noite avançava, a mansão vibrava com a intensidade da festa. Lúcifer, no entanto, sentia-se cada vez mais isolado em meio à multidão. As risadas, os toques e as sombras que dançavam ao seu redor eram apenas uma máscara para o vazio que consumia seu ser. O prazer momentâneo não conseguia preencher o vazio deixado pela perda daquilo em que ele havia ousado acreditar.
A festa, permeada por uma atmosfera de luxúria e hedonismo, mergulhou nos extremos do prazer carnal. Mulheres e homens, envolvidos em uma dança sedutora, entregavam-se à indulgência e às tentações proibidas. O som pulsante da música eletrônica vibrava pelas paredes da mansão, enquanto a fumaça de substâncias ilícitas preenchia o ar.
Lúcifer, disfarçado de anfitrião carismático, navegava pela multidão com um sorriso sinistro. Seus olhos, que outrora brilhavam com a esperança da redenção, agora refletiam as sombras mais profundas de seu ser. Ele se entregava à orgia das trevas, alimentando-se da luxúria e da decadência que permeavam sua festa.
A mansão tornou-se um santuário para os prazeres proibidos, onde os demônios internos de Lúcifer dançavam ao som de seus desejos mais sombrios. Ele afogava as mágoas em um mar de excessos, esquecendo momentaneamente a busca por redenção que o atormentava.
No entanto, mesmo em meio à orgia das sombras, uma verdade permanecia inalterada: a ferida deixada pela traição de Charlote continuava a arder em seu peito. Enquanto a festa se desenrolava, Lúcifer se encontrava em um abismo de emoções conflitantes, perdido entre a tentação e a amargura.
No ápice da orgia, Lúcifer contemplou o caos ao seu redor. Seu olhar, antes repleto de fogo infernal, agora refletia uma sombra mais profunda.
Entre os corpos contorcendo-se em êxtase e os risos ecoando como sinos de desespero, Lúcifer se via como o regente de um espetáculo obscuro, um maestro cuja batuta era o próprio caos.
No centro do frenesi, ele se deparou com seu reflexo distorcido em um espelho adornado com entalhes infernais. Seus olhos, uma vez repletos de um brilho malicioso, agora refletiam uma obscuridade profunda, uma melancolia que parecia se estender até as profundezas de sua alma condenada.
A mansão, antes um palácio de prazeres, tornou-se uma prisão autoimposta, e Lúcifer, mesmo entre todos os que o adoravam, sentia-se solitário. Cada riso, cada toque, cada suspiro era um eco vazio que reverberava em seu ser.
À medida que a festa atingia o ápice, Lúcifer se viu afastando-se do tumulto, guiado por um impulso desconhecido. Seu caminho levou-o a uma sala isolada, onde as sombras se intensificavam. Ali, em meio à escuridão, ele enfrentou seu próprio reflexo com um misto de desgosto e desespero.
A orgia das sombras estava completa, mas Lúcifer, ao encarar a escuridão que ele próprio instigara, começou a questionar se, entre os prazeres efêmeros, havia encontrado alguma resposta para as sombras mais profundas que o atormentavam. A festa continuava lá fora, mas o príncipe das trevas, agora mais do que nunca, sentia a presença inegável de seu passado obscuro pairando sobre ele. O vazio persistia, e a busca por redenção, ainda que momentaneamente esquecida, aguardava pacientemente o seu retorno.
A festa continuava, mas algo em sua essência havia mudado. A busca por redenção, ainda que temporariamente esquecida, aguardava silenciosamente nos recônditos de sua mente.
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