(422 palavras)

O restante da noite foi uma longa jornada para Lúcifer, uma jornada de reflexão e inquietação. As palavras de Nefelim ressoavam em sua mente como um eco incessante, criando um turbilhão de desconfiança sobre a boa semente que ele encontrara em Charlotte. Uma angústia desconhecida apertava seu peito, um sentimento de que ele não estava experimentando a experiência.

Na manhã seguinte, decidido a esclarecer suas dúvidas, Lúcifer foi ao hospital. Seu coração pulsava com uma intensidade incomum enquanto adentrava as portas do local que recentemente o havia percebido. No entanto, algo mudou na percepção dele, e agora cada olhar, cada gesto de Charlotte, era visto através da lente da desconfiança.

Para sua surpresa, quando entrou na ala do hospital onde Charlotte costumava trabalhar, deparou-se com uma cena que o deixou atordoado. Uma mulher, cujo semblante refletia a beleza de Charlotte, estava inclinada, trocando carinhos e risadas com um homem que segurava uma criança pequena. O beijo carinhoso na bochecha do rapaz foi seguido por uma explosão de alegria quando uma criança pulou nos braços da mulher.

Os olhos de Lúcifer se arregalaram ao testemunhar aquela cena, uma cena que parecia contradizer as dúvidas que tinham se instaladas em sua mente. Uma onda de emoções conflitantes ou invasivas, misturando-se como um coquetel de desconfiança, surpresa e, talvez... um resquício de esperança. A visão da mulher, Charlotte, trocando carinhos e risadas com aquele homem que deveria ser seu marido Adam e a sua filha, deixaram lúcifer atordoado, e com muita raiva.

Lúcifer, sentindo seu coração pesar com uma mistura de emoções, saiu dali o mais rápido possível, utilizando seus poderes para desaparecer nas sombras. A cena de felicidade familiar ainda ecoava em sua mente, mas a semente da dúvida havia sido plantada. Ele não queria encarar a verdade, não queria admitir que poderia ter se enganado, mas agora ele tinha toda a prova que ela não valia nem um centavo. Enquanto se afastava do hospital, as palavras de Nefelim continuavam ressoando em sua mente.

A luz do sol brilhava no horizonte, mas para Lúcifer, ela parecia mais distante do que nunca.

No silêncio das sombras, Lúcifer ponderava sobre suas próximas ações. O que fazer diante dessa revelação, ele era o soberano do inferno, o mais cruel, o mais temido, não seria enganado por uma simples mulher humana.

A jornada do Príncipe das Trevas agora tomou um rumo imprevisível, onde as escolhas que ele faria determinariam não apenas seu destino, mas também o destino da médica que o intrigara.