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Capítulo 24: A morte é algo inevitável

— Ele sempre gostou bastante da Marvel. — Daniel diz ao meu lado, enquanto olhávamos a sala destruída que Letícia causou.

— O que você quis dizer quando disse que era para o André te deixar ir? — Pergunto, ainda com aquela frase martelando na minha cabeça.

— Quero apenas que ele pare de tentar me manipular. Só isso. — Ele diz, mas não parecia muito confiante. — Eu prometo. Não precisa me olhar assim.

— Tudo bem. — Me aproximo um pouco mais dele e o encaro. — Como você está se sentindo?

— Ótimo. Sou o Homem Aranha. Poderia estar melhor? — Ele brinca e eu sorrio de lado.

— Menino Teia, corrigindo.

— É a mesma coisa. — Ele ergue o punho e acerta uma janela com a teia. — E você? Como se sente sendo a versão feminina e brasileira do Capitão América?

— Para falar a verdade, eu nem sei quem é esse cara. — Daniel me encara como se eu estivesse blefando.

— É sério? Você nunca assistiu nenhum filme da Marvel? Homem de Ferro? Os Vingadores? — Ele questiona, ainda surpreso e eu nego com a cabeça. — Vem.

Daniel me puxou até uma sala de estar, onde havia uma enorme televisão. Já havia anoitecido e decidimos que era melhor apenas descansarmos para capturar André no dia seguinte. Carol e Paulo já haviam dormido, e Letícia e Bianca estavam na varanda conversando sobre alguma coisa.

Daniel procura o controle remoto, e assim que encontra, liga a televisão. Ele coloca em um filme chamado Os Vingadores, onde os personagens eram super heróis que usavam fantasias para lutarem contra vilões esquisitos.

Quase uma hora depois de filme, fico imaginando o porquê de André ter nos levado para este universo. Poderia ser qualquer um, mas aparentemente ele gostava de ser excêntrico.

Observo Daniel pelo canto dos olhos, vendo-o concentrado no filme. Reparo alguns detalhes no seu rosto, como a pinta que havia um pouco ao lado do seu queixo, e seus olhos que oscilavam entre a cor mel e verde água. Seu cabelo estava um pouco mais crescido, mas Daniel aparentava estar um pouco mais magro em relação ao dia que o conheci.

— É uma pena que não tenhamos muito tempo. — Daniel sussurra sem olhar para mim.

— Por favor, não vamos falar sobre isso. — Digo, sentindo um leve incômodo no coração quando ele toca no assunto.

— Tudo bem. — Ele diz baixo e segura minha mão. — Eu só gostaria de ter te conhecido antes, mas, quem sabe em outra vida.

• • •

No dia seguinte, estávamos prontos para ir atrás de André, ou melhor, do Loko.

Paulo nos convenceu a colocarmos nossos "uniformes", pois, se tivéssemos as habilidades dos personagens, teríamos vantagem.

— Sorte que esse idiota não me colocou como a Feiticeira Escarlate ou o Doutor Estranho, senão ele estaria ferrado! — Bianca diz com raiva, utilizando uma armadura que combina tecidos robustos e metal, com detalhes que remetem ao estilo viking e nórdico. A roupa é dominada por tons de prata, azul e vermelho. Ela também tinha um martelo, que é o que parecia ser a fonte de energia do herói.

Letícia parecia normal, apesar de sabermos que ela podia virar um mutante verde raivoso a qualquer hora. Daniel estava com uma fantasia vermelha e azul e uma máscara, enquanto Carol usava literalmente uma armadura de ferro ao redor de todo o seu corpo. Paulo vestia um macacão preto longo bastante apertado, que deixava seu corpo bem marcado, principalmente suas nádegas.

Eu ridiculamente usava uma roupa verde e amarela, com uma espécie de capacete e escudo redondo.

— Que patético! — Sussurro comigo mesma. — Vamos logo.

Tudo parecia bizarro demais para ser real. Eu parecia estar presa em um sonho extremamente esquisito, um pesadelo sem fim. Na rua, as pessoas nos olhavam impressionadas e admiradas, e de alguma forma o radar do nosso QG localizou o Loko em um prédio comercial em Manhattan.

— Estava esperando vocês. — André diz com o típico discurso de vilão, se revelando a nós.

— Dessa vez acabou, André! Chega de brincar com a realidade! — Digo confiante, prestes a iniciar mais uma luta.

O ar estava carregado de eletricidade quando avançamos pelo corredor de vidro. Nosso objetivo era claro: recuperar o pêndulo do tempo das mãos de André, o Loko, antes que ele causasse estragos irreparáveis.

À frente estava André, parado no centro de uma ampla sala circular, o pêndulo do tempo oscilando em suas mãos como se ele brincasse com o destino. Seus olhos brilhavam com um fogo arrogante, desafiando-nos a nos aproximar.

Ajusto meu escudo, sentindo o peso reconfortante do metal contra meu braço. Ao meu lado, Paulo, com a graça e a destreza do Viúvo Nego, preparava suas armas enquanto Daniel lançava teias de um canto da sala ao outro. Bianca, empunhando poderes dignos da Thora, faiscava com energia, enquanto Letícia, transformada em sua forma colossal como a Hulka, pulsava de raiva contida. Carol, flutuando elegantemente, apontava seus repulsores, pronta para disparar.

— Que graça vê-los assim! Como meus super heróis favoritos! — André diz empolgado, como se aquilo não passasse de uma piada divertida para ele.

Sem dar espaço para mais conversas, avançamos em formação, coordenando nossos ataques. Paulo e Daniel saltaram à frente, tentando prender André em um emaranhado de teias. Bianca conjurou relâmpagos, tentando desviar sua atenção. Letícia avançou com um rugido, seus punhos gigantescos visando esmagar qualquer defesa que ele pudesse erguer.

Eu segui atrás, cobrindo nossos flancos com meu escudo, desviando feitiços e golpes que André lançava os poderes do Loko. Carol circulava no ar, disparando rajadas de energia para criar uma cortina de fogo ao nosso redor, dificultando a visão do Loko.

A batalha era intensa, um frenesi de movimentos rápidos e poderes desencadeados. A cada momento, tínhamos que nos adaptar às artimanhas de André, que se esquivava e contra-atacava com uma precisão fria e calculada. O pêndulo do tempo era o prêmio em jogo, e nenhum de nós estava disposto a falhar.

— Foi legal ser o Homem Aranha, mas agora é a minha vez de mudar a realidade. — Daniel puxa o pêndulo das mãos de André, utilizando um fio de teia.

Sem pensar muito, ele aciona o dispositivo antes que André pudesse interferir, e novamente a realidade à nossa volta muda completamente.

• • •

Dessa vez voltamos a sermos nós mesmos. Estávamos na escola, em Três Luas, antes de qualquer queda de meteoro. Na verdade, tudo estava diferente, parecia mais antigo.

— Usei o pêndulo da realidade para alterar não o universo, e sim o tempo. — Daniel diz, olhando André nos olhos.

O garoto tenta puxar o pêndulo da mão de Daniel, que apenas se esquiva. André não era nada sem aquele objeto mágico poderoso.

— O que está acontecendo? — Pergunto para Daniel, que apenas me dá um sorriso de lado.

— Tudo bem, Luna. Vou impedir que meu amigo aqui faça mais besteiras. — Ele pisca para mim, e logo vejo algumas crianças correndo pelos corredores, prestes a entrarem em uma sala de aula.

Eles pareciam não nos ver, e de longe vi um garoto que parecia ter uns dez ou onze anos, com a cabeça abaixada na mesa. Era André alguns anos mais novo. Outro garoto se aproximou dele e o chamou para brincar, e eu imediatamente o reconheci como Daniel.

— Esse foi o dia em que nos conhecemos, você lembra? — Daniel questiona, e André confirma com a cabeça, ainda olhando aquela cena. — Naquele dia eu pouco me importei quem você era, do que gostava ou o que tinha feito. Eu apenas senti que seria uma boa ideia ser seu amigo.

A versão mais jovem de André pareceu se animar com a nova companhia, e então, o tempo mudou novamente. Estavam em uma aula de educação física, alguns garotos começaram a zombar de André por ser desajeitado e chamá-lo de nomes ofensivos, tanto pela sua aparência pálida e delicada quanto por sua sexualidade. Daniel, indignado, intervém corajosamente, enfrentando os valentões e defendendo seu André.

— Sempre estive com você, André. Você é meu melhor amigo, meu irmão, e é óbvio que eu faria de tudo para te ver bem. — Daniel continua dizendo, enquanto apenas assistimos aquilo em silêncio.

— Eu também tentei fazer de tudo para você ficar bem, Dani. — André diz, com os olhos cheios de lágrimas, que ficavam cada vez mais difíceis de segurar.

— Eu lembro desse dia. — Bianca sussurrou ao meu lado. — Mas eu achei que tivesse sido outra pessoa que defendeu o André, não o Daniel... Minhas memórias estão confusas.

— As minhas também. — Caroline diz ao meu lado, e eu apenas observo aquela situação, ainda mais confusa.

O ambiente mudou novamente, e agora eles estavam em uma noite de acampamento da escola. André e Daniel escapam para um canto isolado da floresta e se sentam ao redor de uma fogueira improvisada.

Você promete não deixar de ser meu amigo? — André do passado pergunta para Daniel.

Claro. Me fale, o que você tem?

— Eu... eu sou gay. — André assume, e a expressão de Daniel não muda. — Mas eu não sinto nada por você, pelo amor!

— Eu sei, eu sei. — Daniel responde rindo. — Eu já sabia, na verdade. Não vou deixar de ser seu amigo só por isso. Saiba que vou te apoiar em tudo o que decidir.

Eu te apoiei, até aqui. Aqui foi o limite, André. — Daniel diz sério para o garoto, que a essa altura soluçava de tanto chorar. — Você está prejudicando muitas pessoas, isso não é certo.

— Eu estou fazendo isso por você! — André diz em meio às lágrimas.

— Não, não é por mim. É por você. Você não soube lidar, eu entendo... eu realmente entendo, mas esse não é o certo. Você sabe disso. — Daniel afirma, e novamente as imagens mudam.

Dessa vez, estavam em um hospital.

Daniel estava em uma cama, seu corpo estava pálido e ele estava com o cabelo raspado. André chorava incansavelmente ao seu lado, e aquela parecia ser a lembrança mais recente deles.

— Você sabia que eu estava doente. — Daniel afirma. — Mas me fez esquecer que eu havia te contado.

— Eu não tinha coragem de te ver assim. Você estava sofrendo e eu simplesmente não podia fazer nada. — André diz, e então Daniel olha para Carol, Letícia, Bianca e Paulo.

— Eu lembro de vocês também, mas vocês não se lembram de mim. — As três parecem confusas, e eu ainda mais. — Me sinto tão estúpido por não ter percebido...

— Me desculpa! — André implora e se agacha no chão, ainda chorando. — Eu fiz tudo errado!

— Está tudo bem. — Daniel abaixa ao seu lado e o abraça. — Independente de qual realidade eu esteja, eu sempre vou me lembrar de você. Mas agora é hora de seguir em frente e lidar com isso. Você vai ficar bem, sei que não vai ficar sozinho. Eu sempre vou estar com você, onde quer que eu esteja.

Daniel fica uns segundos abraçado com André, e logo depois se levanta e vem na minha direção, com seu lindo sorriso de sempre.

— O que está acontecendo, Daniel? — Pergunto confusa, tendo uma sensação bem ruim se mexendo dentro de mim.

— Eu acho que eu sou a causa de todo esse problema. — Ele responde com um uma risada fraca. — Mas agora vai ficar tudo bem, eu prometo.

— O que você quer dizer com isso? — Questiono, sentindo uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

—  Eu não faço ideia de quem você era antes de perder as suas memórias, mas saiba que te conhecer foi a melhor coisa que me aconteceu nessa loucura toda. Eu realmente espero que exista outra vida, outra realidade, outro tempo para poder te ver de novo, Luna. — Ele olha nos meus olhos e toca levemente meu rosto, fazendo um leve carinho com o polegar. — Impeça a Morweena. Lute pela minha memória. Viva por mim.

Antes de mais qualquer coisa, Daniel coloca o pêndulo na minha mão e o ativa novamente, e tudo muda ao nosso redor.

Estávamos de volta a Três Luas, mas estava tudo diferente. Estávamos na escola, e a queda do meteoro nunca havia acontecido.

— Meu Deus! — Carol se ajoelha no chão e começa a chorar, e eu não entendo o porquê.

Paulo ajoelha ao seu lado e a consola, enquanto ele parecia também atordoado.

— Eu me lembro dele! — Letícia se encolhe e Bianca a abraça, também chorosa.

— O que vocês querem dizer com isso? Cadê o Daniel? — Pergunto, sentindo a pior aflição que eu já havia sentido até então.

Eles me olham com piedade, como se eu não soubesse de alguma coisa. Bianca se aproxima de mim e segura minha mão.

— Precisamos que você veja uma coisa.

Ainda na escola, que estava vazia, Bianca me guia pelos corredores onde havia um memorial. Haviam flores e velas, e uma foto de Daniel e a data de sua morte. Duas semanas antes de nos conhecermos.

Daniel de Castro Belmonte.

— Então quer dizer que ele... — Minha ficha ainda se recusava a cair, mas a verdade estava estampada na minha frente.

— André tentou impedir a morte dele mudando a realidade, mas a morte é algo inevitável. Por isso tudo saiu dos trilhos, por isso ele continuava doente mesmo André sempre tentando usar a realidade para adiar a morte do Daniel. Ele iria morrer, uma hora ou outra. Era o destino dele e não tem como mudar o destino. — Letícia diz, ficando ao meu lado e tocando meus ombros delicadamente. — Mas fique feliz. De alguma forma o universo se alinhou para vocês se conhecerem.

— Me perdoa, Luna! — André se aproxima, ainda chorando, e apesar de eu sentir vontade de chorar também, não conseguia. Estava tudo preso dentro de mim, prestes a explodir como uma bomba relógio.

André não soube lidar com o luto, e para evitar que seu melhor amigo morresse, colocou o universo em jogo. Milhares de vidas a troco de uma.

Assim que percebo que Daniel não voltaria mais, deixo as lágrimas rolarem pelo meu rosto, como um riacho infinito de memórias tristes.

Continua...

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